" Mas você tem um lado que eu não conhecia, não conhecia As coisas que você dizia não eram verdade, não eram verdade E os seus jogos você sempre ganhava, sempre ganhava"

Adele - Set Fire to the Rain

Meu sono fora terrivelmente interrompido pelo bater da porta.Abri os olhos bruscamente e resmunguei vendo que ainda era cedo.

– Menina Cullen abra a porta!_disse o senhor Bailey.Atirei minha cara no travesseiro por momentos desejando que eu ainda tivesse dormindo mas aquele barulho da porta me fazia ver que eu já estava bem acordada.

– Já vou,já vou!_gritei,calçando as pantufas e abrindo a porta dando-me logo de cara com aquele velho loiro gordo.

– O prazo já acabou,tem que sair daqui._disse ele apoiando a mão na cintura,ou algo parecido á cintura.Bufei.

– O que?Mas já?Eu pensei que já tinhamos tido essa conversa...

– Sei que tivemos mas tenho muitos clientes esperando e eu não posso ficar te deixando aqui de graça como se fosse papai noel!

– Eu estou com dificuldades em arranjar emprego._cortei rapidamente engolindo em seco.

Senhor Bailey sorriu,olhando de cabeça aos pés para mim.

– Olha,aqui na esquina tem umas garotinhas que trabalham á noite,e olha que ganham muito bem,voce levaria muito jeito para isso.

Mal ele disse isso,meu sangue ferveu e sem pensar duas vezes,cuspi na cara dele,fechando a porta com força.

– PORCO!!_gritei pegando na minha pasta,colocando meus pertences nela.

– SUA VADIA ESCROTA SAIA LOGO DAQUI ANTES QUE EU TE EXPULSE PELOS CABELOS!_gritou ele dando socos e chutes na porta.Levei minha pasta ao ombro e abri a porta,saindo pelo corredor sem olhá-lo novamente.

– Isso saia daqui sua vagabunda,voce não é uma inutil nem pra rameira voce serve é por isso que ninguém se importa com voce,nem sua mãe nem ninguem,voce estará sempre sozinha!_gritou ele desde o fundo do corredor.Á medida que ouvia suas palavras,meu coração se apertava no peito e meus olhos picavam.

Fechei a porta central do motel e apoiei com a testa num poste,sentindo meu rosto sendo rapidamente invadido pelas lágrimas.Enxuguei-as,fungando meu nariz com força.Fechei meus olhos por momentos.Não adiantava chorar pelo leite derramado,o que passou,passou,já não dá para voltar atrás.

Sentei na paragem de onibus.A rua estava fazia,sem grande movimento e o tempo estava bastante nublado.Apoiei minnha cabeça na vidrassa e vi o meu reflexo.Logo me lembrei de uma regra que levaria para a vida toda:nunca se apaixonar á primeira vista.

Foi por causa desse amor,dessa entrega de corpo e alma desse maldito romance adolescente que minha vida virou de cabeça abaixo,que meu corpo mudou,que meu comportamento e principalmente por levar cicatrizes que jamais curariam,não fisicamente mas sim da alma...

A 3 anos atrás....

Eu tinha 17 anos e podia me considerar uma nerd...tinha uns óculos enormes,minha cara era cheia de espinhos,não era vaidosa e era uma das melhores alunas da escola.Esse status nunca me incomodou muito pelo contrário,era feliz assim e nunca tinha visto nada de errado com o modo que vivia.No entanto como se costuma dizer,a adolescencia é o periodo mais complicado da vida do ser humano,pois tudo de mal começa a acontecer,queremos experimentar coisas novas,queremos crescer,então...porque comigo seria diferente?

Tudo começou quando Claire Young,uma das minhas poucas amigas,tinha me convidado a ir a uma boate.A principio recusei,não era minha "praia".Meu programa de sexta era ficar em casa,no meu quarto lendo um bom livro,mas como disse um dia tudo muda e comigo foi ali...

Claire tinha sido bastante caridosa comigo.Me deu um vestido para sair incluindo com uns sapatos e um penteado muito fashion.Chegamos lá e logo aquela música pesada e pessoas se roçando me fez nauseas.Tentei me manter proxima a Claire ao máximo pois estava me sentindo um peixe no grelhador.Paramos á frente do bar e logo avistamos um grupo de garotos,grandes,morenos e bastante atractivos.Eles repararam na gente também,o que era uma novidade para mim,visto que Claire sempre foi mais bonita que eu e os garotos só queriam ela,mas mais uma vez,tudo tinha mudado...

Um deles se aproximou,puxou conversa com Claire e rapidamente foram pra pista.Eu fiquei lá com cara de tacho mas então outro garoto,que estava acompanhando ele se aproximou de mim e fez o mesmo.

Eu me deixei levar para a pista com o coração palpitante,o garoto parou á minha frente e pousou as mãos na minha cintura.Eu fiquei vermelha e só agradeci por aquela boate ser escura apenas iluminada com algumas luzes de ambiente.Ele roçou seu nariz no meu pescoço,deixando-se levar pela múscia.Me lembro que estava nervosa...nunca tinha estado tão perto assim de um homem...e que homem.

Continuamos assim e eu vi que na verdade era uma boa dançarina.Conversamos um pouco e acabei descobrindo que seu nome era Jacob Black,tinha 18 anos e era um desses meninos de papai e mamãe contudo ele não me parecia fútil,muito pelo contrario,tinha conversa e cultura também.

Claire saiu mais cedo com Quill.Este a levou pra casa de moto enquanto que Jacob me tinha deixado de carro.Avistamos os dois se rolando como dois animais no cio á frente da casa dela,sorte que a mãe de Claire estava de viagem.Fiquei um pouco envergonhada não sei se era por ver aquela cena ou por estar com Jacob no carro tempo mais que sufeciente.

Me lembro de ele ter rido e sem mais nem menos,me puxou dando-me um beijo.Meu primeiro beijo...de língua.Meu corpo estremecia com a língua ágil e quente de Jacob.Suas mãos passavam pelo meu corpo com agilidade como se já tivesse uma vasta experiencia no caso.Me soltei dele e sai do carro feito uma idiota.Peguei em Claire e entramos para dentro de casa.

Foi a partir dai que minha vida não teve mais sossego...

Claire e Quill começaram a namorar por assim dizer e consequentemente,tive que conviver com Jacob visto que eles só andavam juntos.Ele conseguia arranjar sempre um jeito de me arranjar,e eu,uma menina tola,me deixava levar,até que o sentimento foi aflorando...eu não conseguia mais pensar em viver sem seus beijos,seus abraços,suas caricias...

Sem que eu me apercebesse,ele me tinha pedido em namoro na semana seguinte e eu,apaixonada,aceitei sem exitar.Desde então meu mundo era Jacob:eu respirava Jacob,sonhava com Jacob,andava com Jacob,enfim tudo era focado nele...

No 3 mes de namoro,ele me levou para o apartamento dele,ele morava sozinho.Começamos nos beijando e sem que me apercebesse,ele me levou para o quarto dele e foi tirando minhas roupas,sem tirar as dele,me beijou e tocou em sitios que eu nunca pensei que pudessem ser explorados.Ele retirou seu instrumento e introduziu em mim,sem aviso sem nada para me fazer sentir confortavel antes...apenas assim,tinha perdido minha virginidade de uma maneira bastante automática,sem aquele romance que eu pensei que teria...

Nas semanas a seguir,tudo mudou.Ele tinha parado de me ligar,raramente me respondia os torpedos e não se encontrava comigo.Estava desesperada.Ele já não me amava era isso?

Mas o pior estava por vir,minha mestruação estava atrasada,meus peitos doiam e tudo me enjoava.Claire percebeu logo os sintomas e me comprou um teste de gravidez.Eu o fiz com o coração na mão,não poderia estar grávida agora,não tão cedo!

Fiz os procedimentos,aguardando pelo resultado...

Positivo.

Meu primeiro pensamento foi contar ao Jake visto que ele sempre disse querer ser pai.Não sei como mas ele atendeu minha chamada e assim que eu disse que tava grávida,a chamada caiu.Tentei ligar várias vezes e nada....nada...

Jacob tinha desaparecido do mapa.Simples assim.Foi ai que meu mundo desmoronou.Eu era uma garota de 17 anos,grávida e ambandonada...

Minha mãe acabou descobrindo e me pos fora de casa,sem exitar.Quase que me agredia com a garrafa de wisky que ela tanto gostava.Agora eu estava sozinha no mundo,não podia me apoiar a ninguem...na casa de Claire eu não podia ficar visto que esta vivia com a mãe e esta já me olhava feio já que não queria que sua filha fosse "desemcaminhada"...

Agora era só eu...e o meu bebe....

Fui me aguentando como pude.Ia em abrigos,em casa de colegas,conseguia ficar em alguns moteis sempre acompanhando o crescimento do meu filho.Por vezes ria feito boba vendo minha barriga.Poderia estar na miseria,sem nada nem ninguem mas vendo aquele ser crescendo em mim,minha perspectiva de vida mudara logo...talvez nem tudo fosse tão mal,talvez tudo fosse se ajeitar um dia...

Mas não,só tendia a piorar.Estava um dia chuvoso,não tinha sitio para ficar,vagueava pelas ruas recebendo olhares das pessoas,agoram se eram de pena ou não isso já não conseguia decifrar.Parei num beco sentindo enormes dores,dores que pensei que jamais acabariam.Gritei mas meus gritos eram ofuscados pelo barulho das trovadas.Senti algo escorrendo pelas minhas pernas....estava tendo uma hemorragia.

Sabia que aquilo não era bom,li isso nos livros,contudo não conseguia me mexer,apenas me contorci de dores,sentindo meu corpo se partir ao meio.E então meus olhos se fecharam,acabando com o meu sofrimento...

Acordei não sei quanto tempo depois e vi que estava no hospital...o médico me olhava sério e eu sabia que não eram boas noticias...e era verdade.Tinha perdido meu bebe,a única coisa que me fazia viver,a minha unica felecidade.Chorei,como nunca tinha chorado antes,queria morrer,deixar de viver nesse mundo tão cruel.

••••

Não deixei que as lágrimas escorrecem.Para que?Para me mentalizar o quanto minha vida era miseravel,era desprezivel?Não,eu não precisava de recordar isso.

O onibus parou á frente.

– Vai subir moça?_perguntou o motorista abrindo a porta.Fiquei olhando para ele por uns minutos.

Me levantei,pronta a subir.Nesta vida é assim,a pessoa não pode ficar em baixo sempre.O mundo dá voltas....

••CONTINUA••