Edição 74 Jogos Vorazes Por Clove escrita por Lucia Ludwiig


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Bem, espero que gostem :)



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– Clove, temos visitas.

– Quem, Marcos?

Saio da minha barraca e encontro Cato segurando o pescoço do menino do 3.

– Quer fazer as honras? –pergunta Cato, quase torcendo o pescoço do menino.

– Com certeza!

Pego a faca da minha bota e me aproximo do futuro cadáver. Quando vou golpeá-lo, ele diz:

– Eu posso ajudar você.

– Já ouvimos isso antes. –diz Marcos.

– Eu posso guardar as malas de vocês. Assim, vocês poderão ficar mais tranquilos.

– Quem é que vai se arriscar a pegar nossas coisas? –pergunta Cato.

– Não sei. Mas vocês gostarão de saber que quem tentar, morre.

Cato o solta. Mas continuo apontando minha faca. Droga, quando conseguimos alguém pra se divertir, sempre tem empecilhos.

– O que você pode fazer? –pergunta Cato.

– Um pequeno monte com as coisas de vocês. Aí, consigo reativar as bombas do primeiro dia. Quem pisar onde não deve, explode.

– Isso vai afetar nossas coisas? –pergunta Marcos

– Não.

– Então começa logo, imbecíl. –digo

Ele vira de costas. Chamo-o, e ele me olha. Atiro a faca em seu pé. Ele grita.

– Por que você fez isso, Clo?

– Eu não gosto de atacar pelas costas, Cato.

– Não... Eu quero saber por que jogou uma faca nele?

– Por que eu quis.

O menino trabalha o tempo todo. Ofereço comida à Cato e Marcos e eles aceitam.

– Terminei. – diz o menino

– Finalmente. Por que não usamos alguém para ver se funciona? –digo olhando para ele.

– Funciona. Não precisa me usar pra testar.

– Mostra aí onde tem que pisar pra pegar as coisas – diz Marcos

– Tá bom.

O menino dá uns pulinhos, e finalmente chega perto do monte. Nada aconteceu. Pego uma pedra pra jogar lá, mas o menino grita:

– Não!

– Por quê?

– Vai explodir. Acho que você não vai gostar de ver suas coisas virarem pó.

– Vê bem como fala comigo, moleque.

– Aprenderam os passos? – ele diz olhando para Cato

– Parece dança... E eu não danço. – diz Marcos

Rimos, e em seguida, vou à busca de uma das maletas pra encontrar mais comida. A possibilidade de ter que caçar, me assusta. Piso onde o menino mandou, e chego ao meu destino. Abro uma bolsa e encontro um saco cheio de laranja e algumas folhas. Tem também umas paradas estranhas, que aparentam ser macarrão. Que ideia! Onde vamos fazer isso? Só se for na cabeça daqueles Idealizadores... Levo a bolsa á Cato, e ele manda o menino preparar o macarrão.

– Eu não sei fazer isso!

– Aprende, então. – Cato responde friamente

Passam-se algumas horas e nada da comida ficar pronta. Eu como uma laranja, que descasquei com uma de minhas facas. A fome aperta, então resolvo conversar com nosso cozinheiro, o gênio das bombas.

– Quando é que vai terminar isso daí?

– Espera! Agora que eu fui achar um bom lugar pra poder cozinhar o macarrão. E vai ficar insosso, porque tava dizendo no saquinho que não vinha com sal.

– Bota aquelas folhas ali. Dá um jeito! Se eu voltar aqui e a droga dessa comida não tiver pronta, eu juro, você vai morrer com fome.

Saio e percebo que o menino resmunga. Ele chega a ser quase tão idiota quanto a Ginger. Que nojo, ela morreu toda feia. Azar o dela! Sério, não consigo acreditar que existem pessoas que admira ela. Ou admirava. Ela só reclamava e tentava aparecer. Lembro-me do primeiro dia aqui, quando ela tentou ficar toda sensual só pra não se molhar naquele mísero rio. Ah, na boa! Quem é que suporta alguém assim? É bem melhor que ela esteja morta mesmo, afinal, qual seria o futuro dela se ela vencesse isso aqui? E relembrando, pra ela vencer, eu teria que morrer. E é lógico que essa desmiolada nunca me venceria. Ela não ia ganhar de ninguém, na verdade. Nem de Cato, ou de Marvel.

– Qual é, cara! Cadê a comida? – grita Marcos, já verde de fome.

– Calma! Tá quase pronto.

– Eu acho que é você que vai acabar indo pra panela, menino. – digo.

ECA!!!!! Até eu fiquei enjoada com o que disse. Tipo, comer pessoas? Não! Teve um tributo numa edição que comia os outros que estavam mortos.

– Que nojo, Clo.

– Concordo com ele... Argh! – diz Marcos

– É bom saber que vocês não vão me cozinhar. – diz o menino rindo.

– Não significa que não podemos te matar de outra maneira, idiota! Acelera aí!

Ele fecha a cara. Não aguento mais esperar essa droga de comida então sugiro caçarmos tributos. Como não há mais nada de interessante pra fazer, é lógico que os dois aceitam, pois o menino do 3 ficou fazendo o bendito macarrão. Depois de muito correr pela floresta, acabamos de encontrar, para a nossa felicidade, o garoto do 10.

– Finalmente! – digo.

– É, já era hora. – diz Marcos.

– Ele é meu. – fala Cato.

– Por quê? Fica com o menino do 3! Sai da frente, Marcos.

– Ah, marrapaz! E onde eu fico?

– Calma Marvel. Deixa esse pra Clove, se não ela pira.

Sorrio debochada para Cato e pego a minha faca, aproximando-me do 10.

– Últimas palavras? – pergunto

– Eu tenho pena de você.

– Sabe de uma coisa? Eu não tô nem aí.

Enfio a faca na sua barriga, mas ele não morre. Falo pra Marcos terminar o serviço, e assim ele faz. A fome nos força a voltar ao nosso acampamento na cornucópia. Quando chegamos, o menino diz que a comida está quase ficando na medida certa. Medida certa... Qual a medida certa desse garoto? Droga! A gente tá verde de fome e ele nem se preocupa... Mais uns minutos e finalmente, o macarrão fica pronto. Pego objetos de dentro das sacolas que podem servir como prato. Enquanto talheres, encontrei algo que da direitinho pra pegar o macarrão. Nos servimos e deixamos só um pouco pro menino, que nem faz questão de reclamar.

– Que horas você acha que são, Clove? – pergunta Marcos

– Eu tenho cara de relógio, por acaso?

– Oh! Você podia parar de ser grossa.

– Não faz pergunta idiota, então. Como é que eu vou saber que horas são?

– Você é mulher, tem que saber de tudo.

– Enquanto vocês homens deveriam parar de serem tão burros!

Rimos disso. Fica aquele silêncio até que o menino fala:

– Tadinha da loirinha! Como é que ela morreu?

– Não é da sua conta. – responde Marcos

– Uau, você também gostava dela?

– Vem cá, de qual hospício você veio garoto? – falo

Cato ri. Essa droga de macarrão demorou uma vida pra ficar pronto e nem ficou tão bom assim. Eu devia era enfiar ele todinho no nariz do 3! Descansamos pouco, e logo saímos pra caçar. Ele fica de guarda, o que é engraçado, porque não tem nada pra ele guardar. O sol quente queima nossa pele, e eu suo demais. A cada minuto sou forçada a enxugar a minha testa, porque se não pinga... Ficamos assim por bastante tempo, até que, no finzinho da tarde, ouvimos um barulho de explosão que nos faz parar.

– Morte? – pergunta Marcos

Olho pra Cato e ele responde:

– Com certeza! – Diz ele, se referindo a morte futura do menino do 3.

Corremos em direção à cornucópia, e quando chegamos, vemos que tudo virou pó.

– Droga! Seu imbecíl! Idiota! Que diabo você fez? Nossas coisas!

– Eu... Desculpa...

– Cala a droga da sua boca! Olha o que você fez seu inútil!

Cato segura o menino e torce seu pescoço com facilidade. Ele está muito irritado. Marcos chuta alguns objetos e eu também. Será que o 3 fez isso de propósito? Mas então, por que ele não morreu? Ou talvez não foi ele... Foi a idiota da garota quente! Que raiva! Anoitece e nós nos arrumamos pra dormir numa área que não foi afetada pela explosão. Eu fico de guarda.



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Notas finais do capítulo

Neste capítulo, não me prendi ao livro/filme, mudando um pouco a história, já que nesses, o garoto do D3 se juntou antes do oitavo dia(dia de sua morte) aos carreiristas.



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