Edição 74 Jogos Vorazes Por Clove escrita por Lucia Ludwiig
Notas iniciais do capítulo
Bem, espero que gostem :)
– Clove, temos visitas.
– Quem, Marcos?
Saio da minha barraca e encontro Cato segurando o pescoço do menino do 3.
– Quer fazer as honras? –pergunta Cato, quase torcendo o pescoço do menino.
– Com certeza!
Pego a faca da minha bota e me aproximo do futuro cadáver. Quando vou golpeá-lo, ele diz:
– Eu posso ajudar você.
– Já ouvimos isso antes. –diz Marcos.
– Eu posso guardar as malas de vocês. Assim, vocês poderão ficar mais tranquilos.
– Quem é que vai se arriscar a pegar nossas coisas? –pergunta Cato.
– Não sei. Mas vocês gostarão de saber que quem tentar, morre.
Cato o solta. Mas continuo apontando minha faca. Droga, quando conseguimos alguém pra se divertir, sempre tem empecilhos.
– O que você pode fazer? –pergunta Cato.
– Um pequeno monte com as coisas de vocês. Aí, consigo reativar as bombas do primeiro dia. Quem pisar onde não deve, explode.
– Isso vai afetar nossas coisas? –pergunta Marcos
– Não.
– Então começa logo, imbecíl. –digo
Ele vira de costas. Chamo-o, e ele me olha. Atiro a faca em seu pé. Ele grita.
– Por que você fez isso, Clo?
– Eu não gosto de atacar pelas costas, Cato.
– Não... Eu quero saber por que jogou uma faca nele?
– Por que eu quis.
O menino trabalha o tempo todo. Ofereço comida à Cato e Marcos e eles aceitam.
– Terminei. – diz o menino
– Finalmente. Por que não usamos alguém para ver se funciona? –digo olhando para ele.
– Funciona. Não precisa me usar pra testar.
– Mostra aí onde tem que pisar pra pegar as coisas – diz Marcos
– Tá bom.
O menino dá uns pulinhos, e finalmente chega perto do monte. Nada aconteceu. Pego uma pedra pra jogar lá, mas o menino grita:
– Não!
– Por quê?
– Vai explodir. Acho que você não vai gostar de ver suas coisas virarem pó.
– Vê bem como fala comigo, moleque.
– Aprenderam os passos? – ele diz olhando para Cato
– Parece dança... E eu não danço. – diz Marcos
Rimos, e em seguida, vou à busca de uma das maletas pra encontrar mais comida. A possibilidade de ter que caçar, me assusta. Piso onde o menino mandou, e chego ao meu destino. Abro uma bolsa e encontro um saco cheio de laranja e algumas folhas. Tem também umas paradas estranhas, que aparentam ser macarrão. Que ideia! Onde vamos fazer isso? Só se for na cabeça daqueles Idealizadores... Levo a bolsa á Cato, e ele manda o menino preparar o macarrão.
– Eu não sei fazer isso!
– Aprende, então. – Cato responde friamente
Passam-se algumas horas e nada da comida ficar pronta. Eu como uma laranja, que descasquei com uma de minhas facas. A fome aperta, então resolvo conversar com nosso cozinheiro, o gênio das bombas.
– Quando é que vai terminar isso daí?
– Espera! Agora que eu fui achar um bom lugar pra poder cozinhar o macarrão. E vai ficar insosso, porque tava dizendo no saquinho que não vinha com sal.
– Bota aquelas folhas ali. Dá um jeito! Se eu voltar aqui e a droga dessa comida não tiver pronta, eu juro, você vai morrer com fome.
Saio e percebo que o menino resmunga. Ele chega a ser quase tão idiota quanto a Ginger. Que nojo, ela morreu toda feia. Azar o dela! Sério, não consigo acreditar que existem pessoas que admira ela. Ou admirava. Ela só reclamava e tentava aparecer. Lembro-me do primeiro dia aqui, quando ela tentou ficar toda sensual só pra não se molhar naquele mísero rio. Ah, na boa! Quem é que suporta alguém assim? É bem melhor que ela esteja morta mesmo, afinal, qual seria o futuro dela se ela vencesse isso aqui? E relembrando, pra ela vencer, eu teria que morrer. E é lógico que essa desmiolada nunca me venceria. Ela não ia ganhar de ninguém, na verdade. Nem de Cato, ou de Marvel.
– Qual é, cara! Cadê a comida? – grita Marcos, já verde de fome.
– Calma! Tá quase pronto.
– Eu acho que é você que vai acabar indo pra panela, menino. – digo.
ECA!!!!! Até eu fiquei enjoada com o que disse. Tipo, comer pessoas? Não! Teve um tributo numa edição que comia os outros que estavam mortos.
– Que nojo, Clo.
– Concordo com ele... Argh! – diz Marcos
– É bom saber que vocês não vão me cozinhar. – diz o menino rindo.
– Não significa que não podemos te matar de outra maneira, idiota! Acelera aí!
Ele fecha a cara. Não aguento mais esperar essa droga de comida então sugiro caçarmos tributos. Como não há mais nada de interessante pra fazer, é lógico que os dois aceitam, pois o menino do 3 ficou fazendo o bendito macarrão. Depois de muito correr pela floresta, acabamos de encontrar, para a nossa felicidade, o garoto do 10.
– Finalmente! – digo.
– É, já era hora. – diz Marcos.
– Ele é meu. – fala Cato.
– Por quê? Fica com o menino do 3! Sai da frente, Marcos.
– Ah, marrapaz! E onde eu fico?
– Calma Marvel. Deixa esse pra Clove, se não ela pira.
Sorrio debochada para Cato e pego a minha faca, aproximando-me do 10.
– Últimas palavras? – pergunto
– Eu tenho pena de você.
– Sabe de uma coisa? Eu não tô nem aí.
Enfio a faca na sua barriga, mas ele não morre. Falo pra Marcos terminar o serviço, e assim ele faz. A fome nos força a voltar ao nosso acampamento na cornucópia. Quando chegamos, o menino diz que a comida está quase ficando na medida certa. Medida certa... Qual a medida certa desse garoto? Droga! A gente tá verde de fome e ele nem se preocupa... Mais uns minutos e finalmente, o macarrão fica pronto. Pego objetos de dentro das sacolas que podem servir como prato. Enquanto talheres, encontrei algo que da direitinho pra pegar o macarrão. Nos servimos e deixamos só um pouco pro menino, que nem faz questão de reclamar.
– Que horas você acha que são, Clove? – pergunta Marcos
– Eu tenho cara de relógio, por acaso?
– Oh! Você podia parar de ser grossa.
– Não faz pergunta idiota, então. Como é que eu vou saber que horas são?
– Você é mulher, tem que saber de tudo.
– Enquanto vocês homens deveriam parar de serem tão burros!
Rimos disso. Fica aquele silêncio até que o menino fala:
– Tadinha da loirinha! Como é que ela morreu?
– Não é da sua conta. – responde Marcos
– Uau, você também gostava dela?
– Vem cá, de qual hospício você veio garoto? – falo
Cato ri. Essa droga de macarrão demorou uma vida pra ficar pronto e nem ficou tão bom assim. Eu devia era enfiar ele todinho no nariz do 3! Descansamos pouco, e logo saímos pra caçar. Ele fica de guarda, o que é engraçado, porque não tem nada pra ele guardar. O sol quente queima nossa pele, e eu suo demais. A cada minuto sou forçada a enxugar a minha testa, porque se não pinga... Ficamos assim por bastante tempo, até que, no finzinho da tarde, ouvimos um barulho de explosão que nos faz parar.
– Morte? – pergunta Marcos
Olho pra Cato e ele responde:
– Com certeza! – Diz ele, se referindo a morte futura do menino do 3.
Corremos em direção à cornucópia, e quando chegamos, vemos que tudo virou pó.
– Droga! Seu imbecíl! Idiota! Que diabo você fez? Nossas coisas!
– Eu... Desculpa...
– Cala a droga da sua boca! Olha o que você fez seu inútil!
Cato segura o menino e torce seu pescoço com facilidade. Ele está muito irritado. Marcos chuta alguns objetos e eu também. Será que o 3 fez isso de propósito? Mas então, por que ele não morreu? Ou talvez não foi ele... Foi a idiota da garota quente! Que raiva! Anoitece e nós nos arrumamos pra dormir numa área que não foi afetada pela explosão. Eu fico de guarda.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Neste capítulo, não me prendi ao livro/filme, mudando um pouco a história, já que nesses, o garoto do D3 se juntou antes do oitavo dia(dia de sua morte) aos carreiristas.