My Dear Clove escrita por meerareed


Capítulo 18
Eu perco a cabeça




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Não saiu de perto dela. Mesmo que eu queira, eu não consigo. É como se eu não estivesse mais poder sobre mim mesmo. Estava fora de mim. Começo a chorar e bater no chão incansavelmente. Ainda não acredito que ela se foi. Mesmo com seu corpo sem calor do meu lado, eu não consigo acreditar.

- Clove, amor, não vai embora. – Eu falo e depois pego em sua mão. Gelada. E assim que eu sinto o toque frio, começo a chorar. – NÃO!

Nada.

- Clove, volta. – Eu  beijo sua boca gelada – Volta!

Ela se foi. O pior é que foi tudo minha culpa. Eu a deixei sozinha nesses jogos brutais. Eu falei que iria protegê-la a todo custo e não cumpri. Foi minha culpa ela ter morrido. Ela morreu. E minha alma também.

Não tenho mais razão para viver. Meu coração e minha alma foram embora com ela. E o que sobrou? Um psicopata que ama sangue? Um cara vingativo e que mata sem nenhuma piedade? É. Isso foi tudo que sobrou.

***

Faz cerca de 4 horas que levaram o corpo de Clove. E eu ainda continuo no mesmo canto. Deitado. Estava vulnerável. Até a ruiva poderia ter me matado naquele momento. Mas todos fizeram questão de se manter longe da Cornucópia.

Continuo assim, deitado, com os olhos cheios de lágrimas. Enobaria me manda comida, já que eu não cacei ou pesquei nada. Carne seca, pães e dois bilhetes. “Sinto muito por você. Mas, nós te avisamos que você poderia se arrepender - B.”  Brutos não precisava me mandar isso. Eu sabia das conseqüências de se apaixonar aqui. Eu sabia que podia perder ela. “O amor é difícil, Cato. Principalmente aqui nos jogos. Eles sempre vão matar ou machucar quem você ama aqui dentro. Sinto muito. Mas agora, faça o favor de levantar daí e matar alguém. Vingue a morte dela. Mate o garoto do 11 - E” Ela estava entendendo o que eu estava sentindo. E percebi que gostei de ter ela como mentora. Mas não estava com forças para matar ninguém. Pelo menos não hoje.

Não como a comida. Em vez disso, volto a deitar na grama. E acabo caindo no sono.

Acabo sonhando com Clove. No primeiro dia em que nós conhecemos, na nossa primeira conversa, nossas noites reviradas porque passávamo-las treinando, nossos anos de amizade, na primeira namorada minha que ela odiou, no nosso beijo, na colheita e de quando ela estava incrivelmente linda, da nossa noite e dias antes, de quando eu a pedi em namoro. Em nós...

E acabo acordando com o hino da capital.

Hoje, vejo seu rosto no céu e acabo deixando uma lágrima cair. Ela estava linda ali em cima, como sempre. Mas amanhã, o rosto que estará lá em cima, será o do garoto do 11.


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Notas finais do capítulo

Pequeno, eu sei.
Comentem.