Pov. Isa

Virei-me e avistei um cara alto e de toga. Quem usa toga hoje em dia? Eu respondo NINGUÉM. Esse dai esta fora de moda faz tempo. Não que eu me importe com moda. Ou que eu entenda alguma coisa de moda. Alias só tenho cinco anos. Mas eu nunca vi alguém de toga até agora. Mas eu já fugi do assunto. O cara tem estatua média, músculos, e esta com uma cara assustadora. Até de louco diria. Com um sorriso de maniaco e os olhos nos fuzilando. Pronto já zuei do cara.

-- Solta meu pai!!!! – gritei.

-- Você acha que eu vou obedecer ordens de uma garotinha? – falou irônico. Mas devia. Seria tão fácil se ele me obedecesse. Não nos daria trabalho. Mas infelizmente as coisas não funcionam assim.

-- Porque esta fazendo isso? – perguntei.

-- Você não conhece a minha história? – respondeu com outra pergunta. É assim a gente vai longe. E não eu não sei a história dele. Nem sei quem ele é.

-- Você sabe pelo menos o meu nome? – perguntou indignado. Deixa eu ver... Ahm... Não.

-- Não acredito que não sabe com quem esta falando. – falou andando de um lado pro outro. – Eu sou Penteu, o rei de Tebas. – falou em um tom de superior. Você quis dizer você foi o rei de Tebas, né? Porque tipo não existe mais Tebas. Não esta  no mapa do
meu livro de geografia pelo menos.

Cheguei perto de Polux e cochichei na orelha dele: Você sabe qual é a história dele?

-- Não. – Ferrou. Nem sabemos com quem estamos lidando.

Pov. Carter

Vamos rever a situação. Nosso pai esta desmaiado preso à uma parede e cada vez pior. E eu tenho dois patetas do meu lado que não sabem quem é Penteu. Eu só sei quem é esse sujeito porque eu tive que fazer um trabalho de escola sobre ele.

E como a caverna estava em silencio eu consegui ouvir o cochicho da Isa. E não foi só eu que ouvi.

-- Interessante. Só deixa as coisas mais faceis. Eu só mato vocês e roubo a essencia do deusinho medilcre. Nunca pensei que iria ser tão facil. – falou debochado. Ele ta achando que eu vou deixar facil pra ele? De jeito nenhum. Eu não vou deixar de mão beijada pra ele.

-- E é ai que você se engana. Eu sei bem quem é você. E você só rouba a essencia do nosso pai por cima do meu cadáver. – falei. E notei pelo canto do meu olho os meus irmãos surpresos. – Lembra-se de Sêmele?

-- Minha tia. O que tem isso de importancia? – falou indiferente.

-- Lembra que ela teve um filho com Zeus e que depois dela morrer você abandonou ele do seu castelo?

-- E daí? Quem acreditaria?

-- Pois bem esse filho é meu pai. E também lembra que depois que meu pai conseguir seu lugar de direito no Olimpo você negou de seu reino e você mesmo de venerá-lo?

-- Me diga porque você quer que eu relembre esses fatos da minha vida? Qual é seu ponto? Sim, eu fiz um mandato pra ninguém do meu reino venerá-lo. E muito menos eu ia venerá-lo. Também lembro que ele incitou minha mãe e minhas tias a me matarem confundindo-me como um javali.  E de destruir toda Tebas claro. – falou debochado.

-- Bem teve o que mereceu. Meu pai foi rejeitado na própria casa. E teve que se esforçar pra se tornar deus como ele mereceu. Criado por outra família e depois ficou louco. Curado claro. E depois plantou e cultivou parreiras atravessando a Asia toda até conseguir o povo a cultuá-lo como deus do vinho. E quer saber de mais uma coisa ele também te ressuscitou. Então qual é o ponto de você sequestra-lo da própria casa no Olimpo e mante-lo aprisionado aqui?

-- Claro ele me ressuscitou e me isolou nessa caverna. Que vida é essa aprisionado aqui?

-- Pelo menos esta vivo. – falei indiferente.

-- Você acha justo? Enquanto ele tem um trono no Olimpo e eu ser esquecido nessa caverna.

-- Se você ver bem ele esta aprisionado por anos como diretor do acampamento.

-- Se VOCÊ ver bem ele é IMORTAL. Ele não morre. – falou debochado. Verdade e dai? – Enquanto eu estou aprisionado aqui até morrer.

-- Porque você não aceita o seu trágico destino e solta o meu pai? –falei divertido.

-- Você acha que depois de fugir daqui e sequestra-lo. E o tortura-lo. Eu vou desistir agora? De jeito nenhum. Não é justo ele me tirar tudo e me enfiar aqui. Por isso eu roubei a essencia dele. Em breve ele vai estar morto. E sem ninguém no lugar dele e comigo a essencia dele. Os deuses não vão ter escolha à não ser me colocar no lugar dele. E depois é questão de tempo, eu irei faze-los se destruirem. E eu serei o todo poderoso. Com todos os
poderes dos deuses. – falou convicto. Depois de ouvir tudo isso toda minha coragem foi por água à baixo.

-- Mas... V-você pretende nos derrotar como? Nós somos três e você é apenas um. – tentei parecer convicto. Mas... Droga eu gaguejei!!!  

-- Deixe-me lembra-lo que a garotinha não conta. Mal sabe o básico. E eu estou com os poderes do Deusinho medilcre. Que são mais poderosos do que são os de vocês dois. – falou debochado.

-- Isso é o que nós vamos ver. – falei convicto. Eu e meus irmãos pegamos nossas armas.

-- Que bonito a família reunida para proteger o papai. Que cena linda. - falou debochado.

Nós aproximamos dele.

-- Perai a família não esta completa. A mãe de vocês morreu. Ops... Que boca a minha. Pobre mãe tão fraca. Morreu tão nova. – falou com ressentimento fingido.  Filho da... Mãe.
Ninguém fala da minha mãe com tanto desrespeito. Avancei nele tentando fazer um corte na barriga. Mas ele desviou. Fazendo eu acertar o nada.

Ele se virou. Ficando de frente pra mim.

-- Interessante. Achei seu ponto fraco. – falou e riu debochado. Apenas bufei. – Também não esta completa porque eu sequestrei a mãe da garotinha. – falou indiferente. Ele foi até a porta e arrastou a mãe dela desmaiada. Estava branca e com varios hematomas.

Olhei pra tras e vi Isa chorando olhando pra mãe. Não sei porque, mas doeu em mim vê-la chorar. 

-- Quer saber essa luta não esta justa. – falou e com os poderes do papai ele amarrou com raízes Polux e Isa na parade.

-- Vou começar com você. – falou. Andou em volta de mim e claro que eu ficava o encarando vai que ele me pega despercebido e me mata. Qualquer deslize e você esta morto.

-- Percebi que a morte de sua mãe te afeta muito. Soube que ela morreu em um acidente de avião. – falou frio. Como ele soube disso? As únicas pessoas que sabem disso são Polux (obvio) e Isa. Talvez meu pai saiba.

-- Uma vez quando eu estava torturando seu pai ele me contou. Em uma tentativa dele de me parar. – falou indiferente. Ah ele sabia. Porque ele contou pra ele em uma tentativa de o parar? O que isso significa? Devia esta desesperado pra contar uma coisa dessas para o inimigo.

-- Você sabe que sua mãe morreu porque Zeus quis. Afinal ele é o deus do céu e dos raios. Dionísio nem tentou impedir. Me admira que ainda esta do lado deles. – falou debochado. Se tinha algum resto de coragem sumiu. Pior que faz sentido o que ele esta falando. Zeus controla o céu, ele podia ter evitado a morte da minha mãe. E meu pai não fez nada para impedir. NADA.   

-- Porque é... o certo. – falei hesitante.

-- Certo? É certo deixar uma vida acabar contando que você poderia evitar? Sabe eu peguei os poderes do seu pai e um deles é ver as memórias dos outros. Eu vi a dele. E olha que interessante desde que essa garotinha apareceu o seu paizinho deu mais atenção pra ela. Mais do que você recebeu em todos os seus anos no acampamento. E que não foram poucos. Como você se sente sendo rejeitado pelo seu próprio pai por tantos anos e é só chegar uma nova filha que ele fica todo carinhoso e sentimental com ela? Doi, né? – falou
debochado. Ele falou exatamente como eu me sinto. Rejeitado. Inveja. Raiva. Dor. Triste. Me sinto assim. Mas isso não muda a minha decisão de impedi-lo, certo? Certo?

-- Eu tenho um acordo pra você. Você pode se juntar a mim e me ajudar a derrotar os deuses. E em troca eu tiro sua mãe do mundo inferior. Eu e você governaremos o mundo. Topa?

Tentador. Ele ta me dando o que eu sempre quis minha mãe de volta e ainda poder total. Mas porque eu ainda estou me perguntando se isso é certo. Vale a pena destruir a minha própria família divina e deixar nas mãos dele (e minha) pra conseguir minha mãe de volta? Mas... Eu sinto tanto a falta dela. Seria um sonho realizado ter minha mãe do meu lado de novo. O que eu faço? Arrisco tudo pra ficar com minha mãe, destruo Zeus que a matou e os outros deuses por não impedirem? Ou eu nego a proposta mato Penteu e vivo apenas com
as lembranças da minha mãe?