Os Sete escrita por WinnieCooper


Capítulo 3
Capítulo 3




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Rose estava com a cara enfiada num dos livros de plantas alucinógenas na biblioteca, teria de achar alguma coisa que explicasse certos comportamentos dos supostos sequestrados, devia haver alguma planta, erva ou seja lá mais o que, que quando colada em algum liquido, provocasse aquilo. Talvez até mesmo uma poção traria esse efeito, mas o cérebro dos Sete estava convencida de que era uma planta.

— Ei sabe-tudo, fazendo sua lição de casa? – Scorpius chegou perto da amiga com os cabelos molhados devido o banho que havia acabado de tomar.

— Ah Scorpius, por favor, você não fez isso – ela reclamou chorosa.

— Isso o que? – questionou sem entender.

— Veio com esse cabelo estupido molhado para a biblioteca, só pra atrair a atenção de várias garotas que te idolatram, o grande jogador de quadribol – ela respondeu revirando os olhos.

— Você sabe que eu sou muito mais do que um jogador de quadribol né? Pelo menos você...

— Lógico que sei – respondeu caridosa – Mas você ama uma plateia.

— E você ama quando faço isso com meus cabelos em você – ele começou a sacudir sua cabeça, como se fosse um cachorro se livrando da água de seus cabelos a molhando inteira.

— Ahhh! Meu livro – ela gritou brava empurrando ele para longe de si enquanto o garoto gargalhava.

— Eu te molho inteira e você se preocupa com um livro, é serio? – ele perguntou sorrindo se aproximando dela.

— O que pensa que está fazendo? – Rose afastou um pouco dele encostando numa prateleira de livros, estranhando o comportamento do rapaz.

— Rose, faz tempo que queria te dizer uma coisa – ele coçou a cabeça tentando começar um diálogo.

— Atchim! – ela espirrou colocando a mão de frente a seu rosto – Olha o que fez.

Rose começou a andar para longe dele fugindo.

— Por que sempre foge heim? – ele perguntou a seguindo

— Não estou fugindo, estou só... – ela não conseguiu encontrar desculpas, jamais encontraria, ela não era boa em mentiras. Se lembrava uma vez, que estava louca para comer um doce, mas não era permitido pois estava na casa de seus avós Granger, então, escondida, comprou um chocolate num armazém e comeu, quando, já tarde da noite, se pegou passando mal por conta do doce, não conseguiu mentir mais aos avós. A partir daquele dia não conseguia fingir, não conseguia omitir. Era terrível ter Scorpius atrás dela lhe fazendo perguntas que não podia responder senão mentiria.

— Rose, por favor, me deixe só, só... – ele gaguejava, estava nervoso apesar de tudo – Não acho errado, nós dois, eu e você, sabe?...

“Nós dois, nós dois” a mente da garota gritava, ela não podia acreditar que estava tendo aquela conversa num corredor. Pior! Com ela fugindo de suas palavras.

— Não está acontecendo assim, não está acontecendo assim! – falava para si própria ainda andando e tentando fugir dele.

— Rose por favor, pare!

Ela obedeceu instantaneamente parando de chofre, fazendo Scorpius esbarrar nela sem querer.

— Nossa, eu sempre soube que nós dois não poderíamos ter um dialogo serio naturalmente, mas dessa maneira... – ele dizia risonho.

Rose encarava seus pés, era ótimo vê-los, quantos detalhes não conhecia a respeito de seus sapatos gastos até então.

— Olhe para mim? – pediu gentilmente.

— Não consigo – ela confessou com as orelhas ardendo de vergonha.

Eles estavam de frente a um armário de vassouras velho, ninguém prestaria atenção em barulhos estranhos ali dentro do aposento, ninguém a não ser Rose, que agora a todo custo tentava desviar sua atenção para qualquer outro ponto sem ser a situação constrangedora que se seguia com seu melhor amigo.

— Escute isso – pediu Rose num sussurro colocando seu dedo indicador na boca de Scorpius, fazendo-o se calar antes mesmo de dizer algo – Tem alguém lá dentro – voltou a sussurrar apontando a cabeça para o armário de vassouras.

Ambos se aproximaram da porta e colaram o ouvido na madeira.

— Se ao menos eu tivesse alguma orelha extensível comigo – Rose se martirizava, tentando escutar cochichos não entendendo nada.

— Bom, provavelmente são só dois alunos se agarrando no escuro, mas – Scorpius tirou um fio vermelho do bolso do jeans – Só tenho um, mas...

— Obrigada – ela nem ao menos esperou ele lhe entregar e colocou o fio em seu ouvido e outro debaixo da porta.

— Precisa fazer Sophia Atwood mastigar esse chiclete, entendeu? – uma voz fina dizia bem baixinho.

 

Sophia Atwood... – repetia outra voz hipnotizada.

— Eu queria ouvir também – ele fez uma careta e Rose tirou o fio de seu ouvido.

— Se aproxime, talvez de para nós dois escutarmos.

Scorpius aceitou a sugestão de bom grado e juntou a testa de ambos fazendo Rose deixar seu rosto vermelho por completo, ambos escutavam um pouco mais baixo agora:

— Não deixe que ninguém atrapalhe seu caminho, se isto acontecer você...

A voz fina continuava a falar, mas Rose nervosa como estava agora sentindo a respiração de Scorpius se misturar a sua, deixou cair o livro que carregava no chão, fazendo um barulho enorme, pela quietude do lugar.

As duas pessoas dentro do armário de vassouras ficaram em silencio, o que fez Rose começar a suar frio.

— Eles irão nos descobrir, irão nos descobrir, irão nos descobrir – sussurrava nervosa demais, quase com lágrimas nos olhos – O que faremos?

Scorpius segurou o fio vermelho e guardou em seu bolso, pegando gentilmente a mão de Rose ele andou uns passos ao lado do armário de vassouras.

Ele havia prensado Rose na parede e falava com a testa grudada na dela, suas bocas perto demais uma da outra.

— Não há tempo de sairmos correndo, não há tempo de pegar seu livro, eu sou cara das ações no grupo lembra? – ele dizia sussurrando, Rose apavorada e nervosa pela proximidade dele apenas confirmou com a cabeça – Me siga e por favor, não abra os olhos, ficará pior se ver quem é.

Ouviram o clique na porta.

Scorpius automaticamente quebrou a pequena distancia que ainda existia entre os dois e beijou gentilmente os lábios de Rose. Não que ela não esperasse por aquilo, era meio obvio tudo o que estava acontecendo entre os dois nos últimos minutos, mas não queria que seu primeiro beijo tivesse sido assim. Ela seguiu o conselho dele, não abriu os olhos, tinha consciência que havia dois seres parados com a porta do armário aberta os observando, apertou seus olhos rudemente e passou a mão, meio tímida nos cabelos do loiro, afim de aprofundar o beijo, o que foi atendido prontamente por Scorpius.

Depois de uns poucos instantes, não tendo mais ar para respirar e conscientes que provavelmente os dois suspeitos tivessem ignorado os dois depois da cena, eles se separaram.

— Eu achei que você nunca tinha beijado antes – ele sorriu, sentindo ela o abraçar envergonhada como estava e esconder seu rosto no peito dele.

— Você é um idiota sabia disso? Aposto que daria tempo de corrermos! – ela lhe deu um tapa no ombro se separando dele.

— Mas você gostou Rose, confesse – ele pediu quase não acreditando que ela estava fugindo.

— Foi tudo encenação, para não nos pegarem – mentiu – O que esperava?

O rosto dele estava visivelmente decepcionado, estava machucado, sentia isso, não conseguia entender porque ela estava fazendo isso.

— Eu achei que, achei que... – ele gaguejava, sem saber o que dizer.

— Oh não! – ela exclamou apavorada apontando para o chão perto do armário de vassouras – Levaram o livro que estava na mão.

— O que tem Rose? Era só um livro – ele disse chateado – Você se importa mais com um livro do que comigo – cruzou seus braços na frente do corpo.

— É que, eu estava certa sobre uma coisa naquele livro, da nossa investigação e agora o sequestrador, sabe que estamos atrás dele.

xx

Alvo sabia que aqueles desaparecimentos tinham al­gum detalhe em comum. Tinham de ter. Quando eles desco­brissem qual era esse detalhe, certamente chegariam à solu­ção do problema.

Examinando as notícias dos jornais, Alvo verificou que o método dos sequestradores era “pegar” todos os três estudantes de uma mesma escola antes de passar para a próxima. Isso queria dizer que o tal oferecedor infiltrava-se em uma escola, ganhava a confiança de três meninos ou meninas, oferecia a poção e depois abandonava aquela escola.

Aí estava um padrão: três escolas haviam sido "visitadas" pelo tal oferecedor de drogas em pouco mais de dois meses. Isso queria dizer que o delinquente ficava mais ou menos um mês em cada colégio. Portanto, deveria ser um só.

O oferecedor era um só, mas quem seria ele? Um dos professores? Alvo sabia que era impossível um professor trabalhar nesses três colégios ao mesmo tempo, afinal os professores de Hogwarts moravam no castelo.

Um dos funcionários não poderia ser, pois todos trabalhavam há anos naquele castelo. Seria impossível.

Seria um dos alunos? Bobagem! Nem com intercâmbios seria possível, mas mesmo assim ele pediu pra Scorpius investigar se havia tido intercambio suspeito nesses últimos dois meses entre alunos de Beauxbatons e Durmstrang.

Assim, por eliminação, a lógica dizia que o oferecedor não agia dentro das escolas. Mas ele tinha de agir. Senão, como explicar que todos os estudantes tivessem desaparecido em suas escolas, e não em suas casas, seus clubes ou outro lugar qualquer?

Claro! O oferecedor trabalhava dentro dos colégios. Era alguém de dentro. Só podia ser. E, se faltavam ainda dois alunos para completar a trinca que deveria desaparecer de Hogwarts, o oferecedor ainda estava ali por perto. Mas quem seria ele?

Rose tinha razão. O plano parecia perfeito, sem uma fa­lha, produto de uma mente criminosa fora de série.

Ele precisava agir. Mas o que faria? E sua irmã envolvida na situação toda não estava ajudando em nada, só de imaginar Lily se metendo em apuros lhe dava arrepios.

O pior era que Alvo não fazia ideia do que sua irmã estava fazendo naquele momento no banheiro da Murta-que-geme.

— Vamos lá Sophia, experimente – uma voz sussurrava no box ao lado ao que Lily estava.

Não podia acreditar quão sortuda havia sido. E no final não é que seu irmão tinha razão? O sequestrador estava agindo no banheiro da Murta chorona.

Agora ela precisava pensar depressa, não havia jeito de contatar os Sete devia agir sozinha e devia pensar apropriadamente. E ela não podia deixar a menina ser sequestrada, seria umas das piores coisas. Ela estava ali, podia ouvir claramente a voz da pessoa do Box ao lado, era um rapaz. Reconhecia sua voz. Isso a intrigava demais, aquela voz. Precisava ver seu rosto. Afinal, eram duas pessoas que tinham aquela voz. Se ela esticasse só um pouquinho o pescoço, se subisse no vaso e desce uma espiadinha por cima, será que poderia identifica-lo?

— O que você está fazendo aqui? – perguntou o oferecedor da droga a Lily, que tentava se esconder inutilmente.

— Nada, absolutamente nada! – Lily sorriu amarelo abaixando sua cabeça e sentando no seu vaso com a tampa fechada.

Esperou alguns segundos tensa. Talvez se livrasse, talvez ele não fizesse nada com ela, bom pensando por esse lado era meio que surreal que a pessoa que estava entregando a droga fosse...

— Ei menina louca! – ele abriu com tudo o box que Lily estava instalada a ameaçando com uma sobrancelha levantada junto com sua varinha – Acho bom esquecer tudo o que viu e ouvi aqui estamos combinados? Não quero ter atitudes drásticas com você, até porque não faz parte dos planos iniciais.

— Que planos iniciais? – a pergunta saiu de sua boca sem que ela desse conta – Isso tudo faz parte de algo enorme não é? Algo que vai muito além...

Ela ia começar seus devaneios como sempre, até porque a pessoa que estava em sua frente estava acostumada a escutar esses devaneios, mas não conseguiu, ele havia segurado sua gravata vermelha e dourada e a pressionado contra a parede no fundo.

— É serio Lily não quero fazer nada de mal com você, cale essa boca, esqueça por si só. Eu juro que não te dedurarei.

Lily, a mais nova membro dos sete, sabia que não podia dar pra trás num momento como esse, e sabia que a pessoa parada a sua frente não faria mal a ela de jeito algum, afinal eram amigos de longa data. Se sentindo segura, perguntou diretamente a pessoa, com seu nome bem frisado:

— Não parece que está sob algum feitiço ou poção Lorcan, me conte o que está havendo e não direi nada a ninguém.


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