Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 1
Capítulo 1 - Dia Difícil


Notas iniciais do capítulo

Olá, uma fic de universo alternativo. Aqui todos são humanos.
Espero que gostem e, ah! Não deixem de ler o rodapé, é importante :)



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Uma garota andava apressadamente por um longo e deserto corredor. Seus passos ecoavam pelo piso a cada passo dado, enquanto seus olhos embaçavam cada vez mais com as lágrimas que teimavam em transbordar deles.

Ela tinha os cabelos loiros, os olhos tristes e muitos motivos que a fizessem chorar. Entre os motivos, estava o que culminou em sua internação no lugar. Tudo para se livrarem dela, tudo para manter sua presença “irritante”, como ela ouviu inúmeras vezes ser chamada, o mais distante possível de seu pai.

Ela continuava a correr, mesmo que enxergasse muito pouco do caminho. Grandes portas no final do corredor foram abertas quando ela se encostou bruscamente. Ela correu para fora do lugar, ainda com um bonito envelope em mãos, que a cada minuto ganhava novas manchas de “tinta” ao ganharem novas gotas de suas lágrimas.

Dentro do envelope havia um convite, a sua sentença final. Ela sabia, dali para frente não havia mais volta. E ela tinha grande parte de culpa nisso tudo!

* * *

Santa Clara, Califórnia

Dois anos antes...

Duas jovens advogadas andavam apressadas após saírem do tribunal.

- Isso não podia ter acontecido, Maria... – uma jovem loira diz tristemente.

- Calma Lucy, o fato de recorrerem é algo normal – a morena lhe responde após tocar seu ombro. – Mas, vamos, temos tempo até o próximo julgamento, não entregue os pontos agora.

Lucy ainda bufou irritada ao vê-la sorrir após a frase de conforto. Ela não estava tão segura assim, ainda mais por esse ser o primeiro caso em que trabalhava sozinha.

- Maria, eu não sei de onde vem esse seu sorriso e bom humor. Eu estou uma pilha!

- Eu sou casada com o melhor homem do mundo, tenho motivos para ser feliz, não acha?

Lucy sacudiu sua cabeça sem acreditar no que estava ouvindo, mas não conseguiu continuar brava.

- Vocês dois são um grude. Mas, eu me recuso a acreditar que meu irmão é o melhor homem do mundo... Esse título é grandioso demais para quem me afogava na piscina até outro dia.

- Sua boba! – ela sorriu após um leve tapa da amiga.

- Mas é verdade, eu morro de medo de água até hoje por isso! E o pior é que qualquer caminho que eu pego me leva até a praia! Isso é medo reprimido, sabia?

- Aham... Sei. Vou pagar um terapeuta para você então!

Em meio às brincadeiras para descontrair o resultado da sessão, logo as duas estavam aos risos ao entrar no carro de Lucy.

- Vamos ao escritório, antes que eu tenha que fazer terapia por cogitar o que você e meu irmão fazem a sós.

- Oh, puritana! Você sabe que tem razão por pensamentos sujos, não? Afinal, temos dois filhos, esqueceu?

- Claro que não, são meus sobrinhos preferidos!

- Correção, são seus únicos sobrinhos!

- Sabe-se lá Deus até quando, não? Afinal, os pensamentos obscenos são seus... E quando junta os dois, você e meu irmão, com pensamentos assim... Aí sou tia!

- Sem graça! Como pensa uma coisa dessas da gente, hein?

- Não dá pra evitar! Afinal, veja só, vocês são como coelhos e já tiveram logo dois filhos de uma vez!

- Engraçadinha! Isso como se você não fosse irmã gêmea dele, não?

Maria parou de sorrir e olhou séria para a amiga, que acabava de colocar a chave na ignição do carro.

- Hei, não somos uns tarados ambulantes.

- Eu não sei... Não é o que vejo de meu humilde local de espectadora!

- Sei! Fique sabendo que não queremos mais filhos. Seu irmão não quer.

- Deus - ela se fez de assustada e se virou para a amiga – ele te trocou por um computador, não é? Eu sabia! Uma hora isso ia acontecer, eu te avisei!

- Não é nada disso sua boba! Ele diz que eles estão muito crescidos e acha que teriam ciúmes de um possível irmãozinho mais novo.

- Eles? Acho que só sua filha teria.

- Sim, ela... Meu menininho não se sentiria tão mau.

- É, não, ele é um fofo.

- Sim, tia coruja. Mas, você tem razão, ele é fofo sim!

- Mas, bem, e o que você acha? Aceita isso na boa? Digo, é uma criança ditando a vida de vocês...

- Não é “uma” criança, é a minha filha. Então, por mim, tudo bem. Além do mais, eu não quero perder esse meu corpinho lindo que levei anos e anos, horas e horas na academia malhando!

- Como se você já tivesse estado gorda algum dia.

- Imagina! Eu tenho minhas fotos de grávida, eu era uma bola! Te mostro qualquer dia para provar.

- Pare com esse drama, você nem ganhou tanto peso assim! – Lucy respondeu com um sorriso, enquanto estacionava seu carro em frente ao prédio onde ambas tem uma sociedade com Nettie, a terceira amiga inseparável do trio de advogadas.

As duas saíram do carro logo e passaram pela segurança. Pegam o elevador que subiria até o vigésimo andar. Não demorou para chegarem no andar em que o escritório delas ficava. As duas saíram ainda aos risos. Nettie estava no corredor naquele momento.

- Isso é sinal de que tudo correu bem, certo?

Lucy fechou a cara e Maria decidiu falar após ver a reação da amiga.

- Na verdade, ele agiu como esperávamos: recorreu. Mas Lucy vai conseguir! – Maria disse incentivando a amiga ao tocar em seu ombro.

- Oh! – Nettie fica desconcertada. – Que pena... Mas, sim, Maria tem razão, você vai conseguir – ela disse após um sorriso e depois se lembrou dos papéis em sua mão. – Ah! Temos mais um caso!

- Sério?! Isso é bom!

- Vamos ao meu escritório que eu explico qual é o probleminha desse rapaz aqui... – ela apontou para a pasta que carregava.

* * *

Em outro canto da cidade, a jovem Alice Brandon estava em uma modesta lanchonete de Santa Clara. Lá, sua amiga Isabella trabalhava como garçonete há pouco mais de três meses. Ambas haviam se formado em Administração, mas não conseguiam empregos condizentes com o que pretendiam.

Bella havia desistido de correr atrás e aceitado o emprego de garçonete, Alice, por outro lado, estava ali, sentada em um dos banquinhos do local falando com a amiga e quase se descabelando.

- Hoje chegou mais uma conta... Não sei mais o que fazer... Acho que logo não poderei mais dividir o apartamento com você, Bella.

A amiga lhe olhou com ternura e compreensão.

- Alice, tudo bem, eu pagarei o aluguel esse mês, você já fez tanto disso para mim também. Mas, me desculpe a sinceridade, acho que você terá que fazer como eu e aceitar qualquer emprego da agência. Sei que não é o que queríamos, mas é preciso.

Alice soltou o ar derrotada, encarou sua conta mais uma vez e voltou a olhar para Bella, que estava do outro lado do balcão.

- Sim, infelizmente você tem razão. – Ela jogou a conta na bolsa e pegou seu refrigerante, cortesia da amiga, pois ela não podia pagar por nada ultimamente. – Não sei o que deu em nós para nos formarmos nessa porcaria de faculdade.

Bella também bufou de frustração, levemente.

- Éramos sonhadoras, mas a realidade é bem cruel para quem não tem amigos “importantes”. Se fossemos como a Angela, estaríamos na Intel agora...

- Eu daria tudo para estar na Intel...

- Eu sei, eu também. Mas não conseguimos... – Bella soltou o pano com o qual limpava o balcão e pegou a mão da amiga com carinho. – Esqueça a Intel, a NVIDEA ou qualquer outra dessas empresas, vá à agência e aceite o que tiverem. Desde que não tenha que se expor ao ridículo, qualquer trabalho é digno.

Alice relutou um pouco, mas não havia jeito. Bella tinha razão.

- Hoje é sexta, Alice. Então, amiga, pense bem, de qualquer forma não temos escolha e não podemos ser despejadas. Não que eu não queira pagar, mas você sabe que o que ganho não paga todas as contas, e aposto que você não quer ficar pedindo dinheiro ao seu namorado.

- Você tem razão...

- Então, faça o seguinte: vá para casa, descanse e faça um bom currículo com o que há de melhor. Afinal, não temos cartas de recomendação, não é? – ela mencionou entristecida. – Mas faça isso. Segunda-feira você o levará na agência de empregos e aceitará o emprego que lhe oferecerem, mesmo que seja na faxina.

Alice olhou para o balcão derrotada.

- Você tem razão, Bella. Simplesmente nem sempre dá para se lutar contra tudo, não é?

- Sim... – Bella voltou a pegar o pano no balcão. – Você irá se sair bem. Quem sabe não surge uma oportunidade mais para frente, não é? – ela tentou soar confiante.

- Sim, bem... Eu vou. Melhor deixá-la trabalhar ou te mandam embora, aí estaremos morando na rua em breve!

- Sim! Se cuida, Alice!

- Até mais...

Alice pegou sua bolsa e saiu da lanchonete derrotada. No fundo, ela sabia que a amiga tinha toda razão. Ela precisava trabalhar e seu orgulho não estava ajudando a chegar a lugar algum.

Na verdade, ela queria ser como a antiga e esnobe colega de classe. Angela era filha de um dos funcionários do alto escalão da Intel, uma das muitas empresas de tecnologia em Santa Clara e em todo o Vale do Silício. Mas Alice era diferente, era apenas a filha de dois professores aposentados, não havia muito que fazer, a não ser aceitar seu destino e fazer o currículo como a amiga sugeriu.


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Notas finais do capítulo

Gente essa fic está em votação no nosso blog. Ela concorre com a fic "E Se Maria Voltasse Atrás De Jasper" e iremos continuar agora a que tiver um maior número de comentários.
Eu colocarei na semana que vem e quero saber a opinião de vocês quanto a elas, ok?
Aquela que não ganhar será continuada apenas mais pra frente.
Comentem, hein?