Crossroads - The Dark Hunters Chronicles escrita por Boneco de Neve, Guiga


Capítulo 9
EX - Nova Era




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23 de Dezembro de 2012. A Terra estava infestada de criaturas antes consideradas mito.

Em vários pontos do planeta, a destruição e o terror havia perseverado. Agora, algumas criaturas haviam se reunido com seus companheiros de espécie e se refugiaram, em aparente trégua. Outras, porém, ainda enfrentavam a ira das autoridades humanas.

As pessoas menos favorecidas agora estavam entregues à própria sorte. Sem comida ou moradia, as famílias constantemente buscavam por ajuda. Os fracos e doentes inevitavelmente pereciam. Obviamente, alguma coisa precisava ser feita. Com isso em mente, líderes mundiais resolveram reunir-se para discutir o assunto.

De um lado, houveram aqueles que se prontificaram a oferecer ajuda. Outros se recusaram a ajudar os países com os quais tiveram desavenças, sejam militares ou diplomáticas. A maioria destes alegou não ter condições para tal tarefa, por estarem na linha da pobreza. Por fim, um consenso: Seriam também aproveitados os patrimônios das empresas independentes de governo; aquelas procuradas pelo cidadão que está em busca de um sonho de consumo.

A decisão gerou revolta dos donos de tais empresas, mas eles não tinham escolha. Contrariados, tiveram de ceder.

Resolvido o problema de falta de recursos, faltava agora o problema do súbito aparecimento das criaturas. Para este, a solução era aparentemente fácil: As forças militares de todas as nações agiriam como forças cooperativas, que apoiariam umas às outras no combate. Os preparativos para a operação chamou a atenção de grupos que lutavam pela igualdade entre criaturas de todos os tipos. Em vão. A voz deles foi calada, seus argumentos foram invalidados. A repressão foi dada pelo porta-voz do governo dos Estados Unidos:

Porta-voz: Com a presença desses forasteiros, a integridade do planeta está em risco. Milhões e milhões de pessoas correm perigo. Isso sem mencionar o dano que está sendo causado ao meio ambiente ao mesmo tempo em que vos falo. Devido aos nossos esforços, a economia mundial sofrerá um impacto crítico, mas colocaremos nosso plano em ação. Nossos cientistas estão trabalhando num modo de mandar essas criaturas de volta, seja lá de onde vieram. Não sendo possível, apelaremos para a pacificação e o controle.

Repórter: Ao que indica, algumas criaturas são dotadas de certa inteligência. O que o senhor diz a respeito?

Porta-voz: Desse modo será mais fácil uma aproximação. No entanto, as autoridades os atacaram e agora eles temem os humanos. Portanto devemos conquistar a confiança deles.

Como líder na operação, o governo americano tratou de colocar suas tropas no campo. Incentivadas, as outras nações fizeram o mesmo. Por um breve momento, um sentimento de união invadiu os corações dos humanos. Agora, estavam em harmonia. Mas esse sentimento se foi quando os combates começaram.

Noite estrelada no Arizona. Esta era considerada uma das zonas de guerra mais perigosas do globo. O comandante John Arthur estava tendo problemas em lidar com os inimigos, que variavam de grifos, dragões de aparência esquelética e outros. No acampamento reinava a tensão, as baixas estavam às dezenas, feridos pioravam de estado e o apoio demorava a chegar.

John: Parece que não somos páreo para essas criaturas horrendas... Quando matamos um deles, eles matam três de nós...

General: Estou começando a achar que você não é a pessoa adequada para a tarefa, comandante. Você foi descuidado.

John: Não senhor! Eu tomei todas as precauções antes de entrar em ação. O problema é que eu não recebi um bom contingente!

General: Esse problema será resolvido. Você receberá armas melhores, mas isso não basta. Tente descobrir o ponto fraco das criaturas.

John: Eu tenho batedores vigiando cada passo delas.

General: Ah, mais uma coisa. Fui informado de que há algum tipo de radiação não muito longe daí. Os cientistas garantiram que ela é inofensiva, mas é melhor tomar cuidado.

John: Uma radiação? Se for inofensiva, não será um problema.

General: Agora, eu espero que você consiga colocar ordem nessa área.

John: Eu não falharei, senhor. Hoje, esses monstros vão saber quem é John Arthur!

Os soldados adentraram o campo de batalha, confiantes. O cenário, um vale, servia de refúgio para as criaturas. Apesar da determinação, o comandante estava pensativo: Quantos haveriam de morrer durante o combate? Por quê ele tinha a impressão de que as criaturas ficavam mais fortes, de acordo com o passar do tempo? E por quê ele tinha o pressentimento de que algo ruim estava para acontecer?

A batalha havia recomeçado. Dotados de equipamentos e veículos com poder de fogo do mais alto nível, os humanos logo conquistaram a vantagem. O comandante percebeu que um grifo ferido esforçava-se em recuar, aparentemente se escondendo por entre as rochas. A princípio, ele não deu importância. Porém, alguns minutos depois, o que parecia ser o mesmo grifo, antes abatido e atordoado, voltava agora cheio de vigor, avançando contra os soldados sem o menor sinal de medo.

John: Atenção soldados! Acho que localizei o esconderijo das criaturas. Definitivamente, algo muito estranho acontece por lá. Vamos descobrir o que é!

Soldados: Sim, senhor!

Algum tempo depois, os soldados conseguiram adentrar o esconderijo. Num canto, um monte de pedras cobria algo que emanava raios de luz multicoloridos era protegido com unhas e dentes pelas criaturas. Guiado pela sua intuição, o comandante deu a ordem.

John: Preparar para atirar nas pedras!

Os tanques se prontificaram.

John: FOGO!!!

Os disparos lançaram as pedras em todas as direções, atingindo soldados e criaturas. A fonte do brilho então se revelou: Uma espécie de cristal transparente, que brilhava com todas as cores do arco-íris subia lentamente pelo ar; seu brilho parecia ficar mais intenso. O comandante pensou que se o cristal fosse destruído, a batalha ficaria mais fácil.

John: Destruam aquela coisa!

Mais disparos efetuados em direção ao cristal. Porém, um dragão rapidamente cortou o ar e agarrou o cristal, escapando com sucesso.

John: Não o deixe escapar!

Mais disparos. E dessa vez abateram o dragão em pleno ar. Um desses disparos atingiu o cristal, lançando-o longe. Porém, ele emanou um brilho intenso, ofuscando a todos os presentes no local. Todos caíram e começaram a ter reações incomuns.

John buscava lutar contra essas reações e nesse esforço ele percebeu uma labareda ardente sendo gerada na palma da sua mão direita. Aquela labareda saiu do controle e consumiu o corpo do comandante.

John: IIIAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaargh...

No dia seguinte, alguns dos poucos soldados que sobreviveram olharam para o céu da manhã. E perceberam que o tão conhecido azul desapareceu, dando lugar a um tom fúnebre de cinza.

O novo tempo estava só começando.


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