Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 58
Nova atitude


Notas iniciais do capítulo

Mais um pra vocês, espero que gostem!



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Quando eu voltei do hospital já eram dezesseis da tarde. Eu encontrei Rose sentada na sala lendo, ela me falou que minha mãe havia saído pra uma reunião, Stefan e meu pai certamente ainda estavam no trabalho e Elena passou o dia inteiro no quarto, recebendo visitas apenas de Caroline.

-Ela tomou café lá e almoçou também, não a vi em nenhuma das refeições, Caroline cuidou de tudo. – ela falava pra mim enquanto eu ia em direção ao bar. – O que está fazendo? – ela me perguntou incrédula.

-Eu preciso relaxar. – falei se servindo de uma dose de whisky.

-Nem pensar. – ela falou se levantando e vindo até mim, tirando o copo de minha mão. – Pra isso existe um belo e saboroso fruto chamado maracujá, eu peço um suco. – eu não consegui prender o riso. Ela tinha esse jeito cômico de me manter na linha.

-Se sente melhor? – perguntei conformado, após ela afastar de mim a bebida.

-Sim, bem melhor. Foi um acidente. – ela me falou sorrindo sem jeito, com inocência. Mal sabia ela que foi a Elena, eu tremia só de lembrar. Pura infantilidade.

-É, foi um acidente. – falei encarando o nada. Eu estava me sentindo cansado. Fiquei o dia inteiro naquele hospital sendo submetido a exames e mais exames, estava exausto.

-Bem, como foi tudo no hospital? Você está com uma cara péssima.

-Alaric se negou a fazer o tratamento hoje, meus exames acusaram uma pequena anemia. Ele não fará nada até que eu me livre dela. – Rose me olhava atenta. – Eu estou um pouco frustrado, não via a hora de me livrar disso tudo.

-Então vamos cuidar bem de sua alimentação. – Rose disse séria. – Quanto mais cedo sair dessa anemia, mais cedo poderá finalizar o tratamento. É tudo muito simples. – falou com simpatia, trocamos sorrisos descontraídos. Nesse momento avistei Caroline descendo as escadas.

-Você chegou! Que bom! – ela disse com um olhar meigo e um sorriso amistoso.

-Faz só alguns minutos. – respondi sereno. – E Elena?

-No quarto, dormindo. Ela acordou meio indisposta hoje. – assenti. – Eu estou saindo para comprar umas coisas que ela me pediu, devo voltar na hora do jantar.

-Certo Carol. Precisa de dinheiro? – perguntei e ela negou com a cabeça.

-Elena me deu o necessário. – falou sorrindo.

-Bem, eu vou subir e ver como ela está. – Falei olhando pra Rose que assentiu sorridente.

Deixei as duas pra tás e subi as escadas, fui até meu quarto e encontrei Elena deitada. Não estava dormindo como Carol havia dito, estava deitada encarando a janela do quarto, com um olhar distante.

-Oi! – falei fechando a porta devagar.

-Oi! – ela respondeu me olhando, seus olhos estavam vermelhos e um tanto inchados.

-Você está sentindo alguma coisa? Me disseram que você ficou presa o dia inteiro e...

-Estou bem. – ela me cortou voltando a encarar a janela. – Só estou cansada. – eu suspirei e deitei ao seu lado na cama, estava muito fraco por todos os exames que tive que fazer.

-Pelo menos comeu direito? – perguntei olhando pra ela.

-Sim. Caroline não me deixaria em paz se eu não o fizesse. – falou friamente.

-Ela está mais que certa. Não pode ficar sem comer, você sabe, ag...

-Como foi tudo no hospital? Você passou o dia inteiro lá, não ligou pra dar notícias, estava preocupada. – ela estava me cortando de todas as formas, eu estava estranhando o jeito dela. Ela estava até bem serena, dado a nossa discussão pela manhã.

-Fiz vários exames. Alaric decidiu adiar a última sessão de quimio. – ela me encarou agora, meio confusa.

-Algum problema? – perguntou se virando pra mim, preocupada.

-Eu estou com uma anemia leve. – ela arregalou os olhos, parecia que eu tinha dito outra coisa muito mais séria. Elena sempre exagerava nessas coisas. – Mas, é só um número baixo de células, ele me garantiu que em alguns dias, se eu me cuidar e comer bem, estarei pronto pra última sessão. Ele fará alguns outros exames e eu me verei livre desta parte ruim do tratamento. Depois é só observação, alimentação regrada e vida nova. – ela franziu o cenho assentindo tudo o que eu falei, depois soltou um suspiro e se acomodou na cama, me dando as costas.

-Bem, se cuide então. Sabe que se precisar de qualquer coisa. – ela falou com uma voz tão fragilizada que minha espinha congelou.

-Elena... Está mesmo bem? – perguntei encarando suas costas, ela hesitou em me responder.

-Eu estou bem Damon, apenas cansada. Estou tentando dormir antes do jantar. Talvez devesse fazer o mesmo. Você chegou com uma cara péssima.

-Elena, sobre hoje de manhã...

-Eu entendi o seu recado Damon. Fique tranquilo, não causarei mais problemas. Rose está te ajudando no tratamento, tem surtido um efeito muito positivo, estou feliz que o jeito dela te convença. Eu vou a deixar fazer o que faz de melhor. Te convencer. – suas palavras eram bastante irônicas, mas ela tinha seus motivos, não suportava Rose.

-Mesmo assim, me desculpe, pela grosseria. É que você me tirou do sério, eu não esperava aquilo vindo de você.

-Foi uma tolice, uma estupidez infantil. Um capricho. Não vai acontecer novamente. Agora se puder ficar quieto...

-Tudo bem, você tem razão, se está indisposta precisa descansar. – falei chegando perto dela. – Olha pra mim! – pedi e ela suspirou e virou devagar, percebi que ela chorava outra vez. – Eu fui um estúpido, gritando com você e te sacudindo daquele jeito. Você está sensível e eu extrapolei na severidade. – ela fungou assentindo tudo, com o cenho franzido. Minhas mãos estavam em seu rosto. – Sabe que passou dos limites ontem e que foi desnecessário.

-Eu sei. – falou quase sem voz.

-Quero que fique bem Elena. Você se acostuma com o jeito dela. Dê uma chance. – ela respirou fundo, fechando os olhos e novas lágrimas rolaram.

-Eu darei uma chance. Ela pode continuar fazendo o que sempre fez. Cuidando de você. – sua voz estava um pouco mais firme.

-Falei com Jenna, sobre suas cólicas. – ela me olhou com mais empenho, ansiosa. – Ela disse que é bastante normal, mas se persistir devemos tomar certos cuidados. Como repouso absoluto e nada de discussões ou aborrecimentos.

-Será meio complicado a segunda parte. – ela falou erguendo a sobrancelha e eu sorri.

-Só se for pra você. Eu odeio discutir com você e evito ao máximo isso. – ela assentiu. – Já você... Aborrece-se muito rápido e perde o controle fácil e por bobagens. Tem que parar com isso. – ela bufou e se livrou de minhas mãos, que estavam acariciando o seu rosto.

-Tudo bem, entendi. – falou encarando o teto. Eu sentia todos os meus ossos doerem e meu copo gritava por descanso, estava sentindo uma fraqueza enorme, me virei pra encarar o teto também, suspirei pesado.

-Sinto que vou dormir a qualquer momento. – falei já cedendo a força que insistia em fechar minhas pálpebras.

-Então dorme, você precisa descansar e eu também. – ela ficou em silêncio depois disso e eu apaguei de sono.

...

Damon pegou no sono rápido, eu fiquei revirando na cama, eu não conseguia dormir, fiquei assim um bom tempo a até a que a luz do quarto foi diminuindo e eu percebi que já era hora de levantar tomar um banho e descer pro jantar. Deixei Damon na cama, ele estava imóvel e sereno, respiração branda. Tomei um banho tranquilo e um pouco demorado. Voltei pro quarto, indo em direção ao closet e encarei a cama percebendo Damon não mais tão sereno quanto antes. Ele se mexia muito na cama, balbuciando coisas desconexas. Eu me aproximei um pouco mais dele, envolta em minha tolha, um arrepio me subiu pela espinha depois que um vento frio invadiu o quarto derrubando um porta retrato antigo que Damon mantinha em umas das mesas de canto de seu quarto, eu fui até o porta retrato e o apanhei, era uma foto antiga, mas eu nunca a havia visto antes na casa, na foto estavam ele, Katherine e Rose, juntos e risonhos, certamente ele havia posto recentemente, ou a própria Rose lhe dera. Damon estava vestido com seu jaleco assim como Rose, possivelmente era uma foto da época que eles estagiavam juntos. Eu coloquei o porta retrato no lugar e ouvi Damon chamar meu nome, mas ele ainda estava sonhando, sua voz aflita e ele se movia sem parar, pulei na cama e tentei acordá-lo.

-Amor, acorda! – falei sacudindo ele. – Damon! – ele saltou da cama, ficando sentado e olhando pros lados, totalmente assustado e atordoado, eu segurava os seus braços, tentando o fazer focar. – Amor, fica calmo, foi só um pesadelo.

-Você... Onde... – ele respirava descompassado e ainda buscava algo que não existia.

-Foi um pesadelo Damon. Acabou!

-Você está bem? – ele falou tocando meus braços e rosto de uma maneira desesperada,olhos arregalados e extremamente suado.

-Estou. Calma! Está tudo bem. – ele me olhou confuso e se jogou na cama outra vez, levou suas mãos até o rosto.

-Droga de pesadelo! – falou com as mãos no rosto, desalinhando seus cabelos.

            -Fica calmo! – pedi, acariciando suas pernas, ele estava trêmulo. – Respira amor.

            -Minha cabeça está doendo. – ele se queixou, eu toquei sua testa e percebi que todo aquele suor tinha fundamento, sua temperatura estava um pouco alta.

            -Você está meio febril. Olha, levanta, toma um banho e vamos descer e comer alguma coisa. Você precisa se alimentar. – pedi e ele me encarou assentindo, se levantou da cama indo direto pro banheiro. Eu fui me vestir.

            Alguns minutos depois Damon estava de volta, foi direto pro closet, vestiu sua roupa e saiu pra em encarar. – Pronta?  - me perguntou enquanto ajeitava a gola da sua camisa.

            -Sim. Vamos? – perguntei e ele foi na frente, abrindo a porta para eu passar, quando fiquei bem ao seu lado, parei diante dele e o encarei, ele me olhou confuso.

            -O que foi? – perguntou franzindo o cenho, eu apenas segurei firme em sua nuca e o beijei, ele ficou paralisado no início, mas logo correspondeu ao beijo me segurando pela cintura.

            -Você ainda não tinha me beijado hoje. – falei depois de separar nossos lábios. – Eu senti saudades. – eu estava com as mãos em sua nuca ainda e ele fazia carinho em minha cintura.

            -Elena... – ele suspirou. – Também senti. – ele falou entre um suspiro e me deu um selinho. – Vamos? – me perguntou e eu assenti, ele fechou a porta atrás de nós e fomos em direção às escadas.

            A discussão que eu tive hoje cedo com o Damon, foi a mais séria que eu já tive com ele, eu fiquei realmente muito magoada, mas eu sabia que ele tinha lá suas razões, eu realmente exagerei com a Rose, eu nunca tive um real motivo pra detestá-la tanto, eu apenas não suportava ela, Damon não aceitava isso, ele queria que eu desse a chance de pelo menos conhecê-la melhor. Bem, eu estava disposta a isso, tentar conviver em paz com ela, por Damon, por meu filho, por meu casamento, mas eu nunca confiaria nela cegamente. Eu tinha que me controlar ao máximo agora. Eu estava assumindo uma nova atitude, eu evitaria discutir com Damon por conta dela, algo sempre me dizia que isso era o que ela mais queria que acontecesse e certamente eu não cederia tão fácil. Quero ser feliz com meu marido, tenho tudo pra isso, ele me ama. Eu só preciso aguentar essa aranha por mais umas semanas, e então ela sai de nossas vidas para sempre.


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Notas finais do capítulo

Esse Damon... Até parece que ele é perfeito e não tem nada a esconder... Ah Elena... Você deverá bater nele quando descobrir tudo.
Beijos!