Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 27
Dar um tempo


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por ontem, pois eu tinha planos de postar mais um capítulo, mas não pude por um emprevisto familiar. Espero que entendam... Mais tensão no capítulo, é uma fase tensa demias, porém espero que gostem. Boa leitura!



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Eu já estava terminando de me arrumar. Eu sinceramente não tinha mais clima para casamento nenhum, mas eu não podia fazer muito ficando e Rebekah certamente iria me matar se eu não a acompanhasse. Estava
apanhando da gravata outra vez quando recebi uma mensagem de texto em meu celular. Eu já sabia quem era.



Estou na sala de estar.



Eu saí de meu quarto em direção ao de meu irmão, cheguei na porta, forcei a maçaneta para entrar, estava aberta.



-Damon? – Não vi ninguém à primeira vista. Fui em direção à porta do banheiro e o escutei lá dentro. – Eu já estou de saída! Estarei com o celular... – Não obtive resposta. – Se precisar de qualquer coisa...



-Boa noite Stefan! – ouvi sua voz num tom de impaciência. Então eu não falei mais nada e desci para encontrar Elena.



...



Eu realmente me assustei com a ligação do Stefan. Ele me descreveu o comportamento de Damon e eu só podia pensar em algo muito sério. Damon era um homem extremamente calmo quando se tratava de problemas profissionais ou até mesmo pessoais. Ele não perdia o controle por bobagem. Eu fui até a casa dos Salvatore com um aperto no peito, eu não fazia ideia do que era, eu só sentia como se algo estivesse fora do eixo ou quebrado e eu não gostava desse pressentimento.



Eu estava seguindo as recomendações que Stefan me fez, eu cheguei e não alarmei ninguém, não pedi pra empregada avisar, falei que
Stefan já estava me esperando e como ela me tinha como alguém que morava naquela casa não tive problemas. Eu mandei uma mensagem assim que cheguei, como Stefan havia pedido. Minutos depois eu o vi descendo as escadas me dirigindo um riso frouxo, meio tenso.



-Você veio, obrigado! – ele me disse. Ele achava que faria diferente depois do que ele me contou?



-Você me assustou!



Ele pegou na minha mão e me puxou para o escritório. Eu me assustei ainda mais ao ver o lugar.



-Minha nossa! Ele fez isso? – Stefan fechou a porta atrás de mim e me fez sentar. Começou a falar de pé na minha frente.



-Elena, eu te chamei porque eu sei que tem algo de muito sério acontecendo com meu irmão. Eu não vou ficar aqui com ele porque senti que ele estava ficando pior comigo, como se estar perto de mim piorasse seja lá o que esteja incomodando ele. Eu te chamei porque eu acredito que ele precise estar com alguém que o faça muito bem e sinceramente não pensei em mais ninguém. Não há mais ninguém.



Eu o ouvia tremendo. Ele sentou-se ao meu lado e continuou.



-Ele está no banho. Suba, faça ele desabafar com você. Faça ele ver que tem pessoas que se importam e que ele não está sozinho nunca.
Eu tenho um compromisso para ir – eu notei sua roupa agora e o nó não feito de sua gravata, ele nunca foi bom nisso. – Eu não vou demorar. Estarei de volta um pouco depois da meia-noite.



Eu dei um riso sincero para ele e comecei a concertar o seu suposto nó de gravata.



-Tudo bem Stefan. Foi bom você me chamar. Eu ficarei com ele, qualquer coisa eu te ligo. Pode ir tranquilo. Serei uma boa babá. – ele sorriu e depois de eu terminar de ajeitar a gravata dele saímos do escritório e ele se foi. Eu encarei as escadas. Estava com medo do que eu ia encontrar. Estava com medo de Damon.



...



Elena, assim como Stefan, encontrou a porta do quarto aberta. Sentou-  -se na cama hesitante. Ela estava nervosa. Minutos depois Damon saiu do banheiro de costas para ela, terminando de se envolver com uma toalha. Quando finalmente se virou para encarar sua namorada seus olhos se arregalaram.



-Elena?! – falou descrente.



-Oi!



-O que está fazendo aqui? – Damon arqueou a sobrancelha confuso. Ficaram calados por um tempo e Damon respirou fundo fechou
os olhos e sussurrou: - Stefan!



-Você não me disse que estava em casa hoje. Eu teria vindo ficar com você. – Elena falou indo em direção a ele, Damon meio que recuou da aproximação, hesitante.



-Eu cheguei em cima da hora do almoço e depois fiquei distraído no escritório, não vi a hora passar... – Damon foi falando e se afastando dela, indo em direção ao seu closet. Elena o encarava perplexa. Ele estava se afastando dela? Ela ficou parada de braços cruzados no meio do quarto
o observando, franzindo a testa em total confusão perguntou:



-O que aconteceu com você?



Damon estava encarando suas roupas e ouvindo Elena, fechou os olhos e suspirou pesadamente. Era muito difícil ver Elena ali naquele
momento, ele com certeza queria desabafar, gritar, externar toda a sua
frustração, ela seria a pessoa mais indicada para isto, sempre o apoiaria, mas Damon não conseguia falar algo tão forte para ela, assim como também não conseguira para seu irmão. Ele respirou pesadamente mais uma vez, antes de forçar um sorriso e a encarar outra vez.



-Não ligue para o drama do Stefan. Você passou tanto tempo com ele e não o conhece? – ele falou indo em direção a ela com um riso torto e meio irônico. Elena estava na mesma posição, como que em defesa, ela
não ia cair nessa.



-Damon eu vi tudo lá em baixo. O que te tirou do sério pra fazer aquilo? Não sei o que é, só que é grave. – Damon revirou os olhos e voltou pro closet, para pegar uma roupa. Elena o seguiu continuando o
interrogatório. – Me fale o que é! Sabe que pode me falar tudo o que te aflige. Estou aqui para os bons e maus momentos.



Damon estava a ponto de gritar desesperado, mas ele sabia que ela Não merecia isto, estava tão aflita, não precisava de mais. Ele pegou uma camiseta branca e um short cinza, além de uma cueca qualquer enquanto
encarava Elena. Ela tinha os braços cruzados e esperava a resposta dele com os olhos marejados.



-Ora meu amor pare com isto. Não há ninguém morrendo aqui. – Damon falou meio que engolindo a parte final, saiu meio que um sussurro
em relação à outra parte da fala.



-Você não confia em mim pra isto? Não me julga madura o suficiente para falar sobre qualquer coisa, ou só é assunto pra você e sua
amiga de trabalho?



Damon observou uma lágrima escorrer dos olhos dela neste momento e não suportou mais, foi em sua direção e abraçou como se não
fosse ter mais outra chance para isto.



-Ei! Shh! Pare com isto! – ele sentiu um nó na garganta. Elena estava sofrendo sem ele falar nada, só de imaginar que ele não a sentia madura o suficiente. Damon sentiu uma dor no peito. Se algo tão bobo a
deixava assim, imagine se ele fala o que de fato estava acontecendo. Ele tinha que se calar. Ele iria se calar, por hora. – Não comece com isto Elena. Foi um erro falar aquilo pra você naquele dia, te mandar crescer. Você é uma mulher forte, linda, eu estava magoado, nunca vai esquecer daquilo?



Elena o encarou se soltando do seu abraço e indo se sentar na cama dele. Ela queria saber o que ouve.



-Se eu sou assim tão forte acho que posso saber o que te deixou assim e te apoiar não é mesmo?



Damon começou a se vestir na frente dela, colocou a cueca por baixo da toalha depois se virou de costas para ela se livrando da toalha. Elena notou uma mancha nas suas costas.



-Meu deus o que foi isso? – ela disse assustada indo na direção dele. Damon se virou ligeiramente e levantou as mãos num gesto de defesa.



-Nada. Foi um pequeno acidente. – ele mentiu. Elena o encarou aborrecida. Quando ele iria parar com essa mania de achar que ela não
aguentava nada, que não servia para ajudá-lo em nada. Só porque ele era mais experiente e médico e daí? Médicos também adoecem e se machucam.



-Dá pra você parar com isto! – ela gritou aborrecida. Damon vestiu a camiseta rapidamente e depois o short. Elena tinha a face vermelha de raiva. – Porque você faz isto Damon? Que raiva! Eu posso cuidar de você também sabia? Não me afaste de você assim. – a última frase saiu como
choro.



-Eu já falei, não é nada demais. Pare você de procurar coisas, você sempre faz isto.



-Procurar?! Você está brincando comigo? Você viu o estado que você deixou o escritório do seu pai? Seu irmão me ligou apavorado e
preocupado, ele sabe que há algo errado, ele acha que eu posso ajudar,
diferente de você. Ele me acha capaz o suficiente.



-E ele não deveria ter feito isto! – Damon gritou agora violentamente assustando Elena ainda mais. Estavam os dois gritando agora. – Não era pra te chamar, você não pode fazer nada, nem você, nem ninguém! – Ele se afastou de Elena neste momento, ela estava paralisada com os gritos dele. Damon levou as mãos a cabeça.



-Me fale o que está acontecendo Damon! – Elena pediu com a voz mais firme, porém com um choro preso na garganta.



-Nada!



-Damon...



-Nada Elena! – ele gritou outra vez.



-Está certo, não me fale, me esconda tudo, não me conte nada que tenha haver com você, não me interessa mais. – Damon olhou pra ela
agora, engolindo em seco e notando que ela estava tirando do dedo o anel que ele lhe dera. –Assim como não me interessa mais usar isto se você vai esconder coisas de mim, se não confia em mim nem pra contar o que te aflige. – Damon franziu a testa e abriu a boca pra falar, sua respiração se perdeu por uns segundos e seu corpo inteiro tremeu. Droga! Isso também não. – Ele pensou.



-Por favor, Elena pare com isto! – ele falou levando as mãos ao rosto e esfregando ele com violência. – É exatamente este tipo de
comportamento que me faz dizer o que eu digo. Você é intensamente infantil. – a fala de Damon só irritou ainda mais Elena, ela o olhou perplexa e num gesto bruto colocou o anel em cima da mesa ao seu lado. Então se aproximou de Damon olhando para o chão e enfim o encarou dizendo:



-Se me preocupar com quem amo e querer apoiar me faz uma criança tola e ingênua eu não quero crescer e me tornar “um adulto” – ela
ironizou grifando a palavra com um gesto com as mãos – como você, que afasta todos que te amam com seu jeito eu me cuido sozinho. Quero continuar sendo uma criança e bem longe de você. – Elena chorava agora, descontroladamente. Ela saiu do quarto quase correndo, ela estava com raiva dele, mas acima de tudo magoada. Quando ele iria parar de tratá-la como uma criança? Ele nunca a veria como sua mulher. Ela sentia-se
como se não tivesse qualificação para isto, como se nunca fosse capaz de ser igual a outra. Igual a Katherine.



Damon permaneceu paralisado, com os olhos fechados envolvido na sua culpa e frustração. Que estúpido, ele estava perdendo Elena agora? Já não bastava tudo o que estava acontecendo com ele? Mas talvez aquilo fosse melhor, ele não sabia o que iria acontecer com ele a partir de agora, ele não podia a colocar no meio disto, eles estavam apenas começando, quão grande seria esta queda? Porém Elena tinha razão. Uma das coisas que Damon sempre admirou nela foi sua fibra, sua força, mas quando se tratava dele ele sempre achava que ela não conseguiria lidar, ele se achava muito difícil e agora seria pior, mas ele não queria perder Elena. Não importa o que aconteça, mesmo que ele não fale agora, Elena não iria sair de sua vida assim. Ele a amava mais que
tudo afinal. Então ele acordou e saiu correndo atrás dela. A encontrou no final das escadas sentada e chorando.



-Me perdoe! – ele falou fazendo com que ela parasse o choro e ficasse imóvel, ele estava de pé e então se sentou por trás dela, a envolvendo pela cintura e beijando o topo de sua cabeça. –Céus meu amor, me perdoe. Eu sou um estúpido! Você tem razão. Eu não tenho o direito de te excluir, como se te usasse ou algo assim. Você é forte minha linda, eu sei disto mais que ninguém. É decidida, lutadora. Eu admiro tanto você. – Elena estava quieta, ela apenas ouvia e ainda não continha o choro.- Por favor, me perdoe! – Elena se levantou de repente se livrando dele o encarando e enxugando as lágrimas de seu rosto. Ela o olhava exigente.



-Então me fale o que você tem! O que te fez pirar daquele jeito – ela apontou para o escritório – e ser um idiota com o seu irmão mais cedo. Me fale o que você está escondendo de mim, seus mal estares, aquela mancha - ela apontou para o corpo de Damon- me fale tudo Damon!



Damon respirou fundo e se levantou levando as mãos ao cabelo e depois envolvendo Elena novamente pela cintura e lhe depositando um
olhar que era uma mescla de culpa, aflição e súplica. Seus olhos estavam
trêmulos e marejados.



-Eu vou te contar tudo meu amor, eu te prometo. Só me dê mais um tempo. Eu preciso de mais um tempo para isto. – Elena fez uma negativa com a cabeça e ele segurou seu rosto neste momento para insistir – Confie em mim meu amor, eu vou te contar, saberá de tudo, eu só preciso de mais um tempo. – ele estava quase chorando agora, Elena sentiu um nó na garganta ao vê-lo tão aflito, ela tinha ido ali para tirar aquilo dele e estava piorando tudo, ela franziu a testa com ar de arrependimento, ele parecia mais angustiado que nunca, ela daria a ele o que precisasse para vê-lo um pouco mais calmo que aquilo.



-Tudo bem Damon. – ela cedeu retirando as mãos dele de seu rosto. – terá seu tempo, eu não vou insistir nisto. Só peço que, por favor,
não me esconda nada e que quando for me falar me fale tudo, é um tempo para você me contar tudo e não inventar uma saída para me esconder algo. Entendeu? – Damon tinha as mãos soltas ao lado de seu corpo e assentiu.



-Eu entendi! Por favor, volta comigo pro quarto, fica comigo essa noite...



Elena cruzou os braços e o encarou séria. Damon esperava ela responder, seus olhos eram pura súplica. Ela nada falou e apenas começou a subir de novo as escadas e Damon foi a seguindo com o olhar.



-Você não vem? -ela perguntou na metade da escada, ele soltou um riso fraco e a seguiu.



Damon realmente queria falar para ela, mas não tinha muito o que dizer agora. Ele ainda não sabia bem com o que estava pra lidar, ele falaria no memento certo, após saber como lidar com isto, após ver como
seria essa luta que iria se iniciar. Para incluir Elena e todos a sua volta,
ele tinha que ter certeza que era capaz de sair desta. Ele esperaria os exames finais, o diagnóstico final, a forma de tratamento. Ele daria tempo para as coisas se encaixarem. Falaria quando ele próprio estivesse no controle de tudo, dele mesmo e do que teria que enfrentar.



Ao chegarem de volta ao quarto Elena foi em direção a janela e começou a encarar a noite. Estava muito linda e estrelada, ela sentiu
a respiração de Damon em sua nuca, mas permaneceu como estava, sem o olhar ou se inclinar para ele e logo depois ele colocou o anel diante de seus olhos.



-Pode colocar isto outra vez? Odiaria achar que te perdi esta noite. – Elena se virou o encarando com doçura agora e estendeu sua mão e Damon colocou o anel de volta.



-Eu vou esperar você me falar o que está acontecendo Damon, vou respeitar o seu tempo, só peço que não me afaste mais de você, nem me julgue fraca e me prive de estar ao seu lado. Eu te amo e estarei com você
em toda e qualquer circunstância você entende?



Ele fez uma afirmativa. Ela envolveu o ombro dele e o olhou com um acerta malícia.



-Você está meio nervoso hoje, então... Que tal deixar eu te acalmar? – ela falou sorrindo sacana e ele meio que entendendo soltou um riso torto meio sem jeito.



-O que tem em mente? – ele perguntou com as mãos na cintura dela e levantando uma sobrancelha.



-Uma massagem! – ela sorriu cínica.



-Ótimo! Era o que eu tinha em mente. – ele devolveu o sorriso e a pegou no colo a levando para a cama e lá lhe deu um beijo doce e demorado. – Eu te amo tanto Elena.



-Eu também te amo.



Os dois seguiram com carícias e acabaram fazendo amor, Damon estava adormecido e Elena aproveitou o momento e foi mandar uma mensagem para Stefan, ele ainda não estava em casa.



Preciso falar com você. Amanhã bem cedo nas empresas, eu estarei na sua casa quando você chegar, mas temos que falar a sós, então melhor esperar. É urgente!



Ela voltou a dormir ao lado de Damon, que nem sequer notara sua ausência, ele estava realmente muito cansado e Elena estava aflita, mas
satisfeita por vê-lo dormindo tão sereno como estava, depois de tudo que ouve naquela noite isto era algo bom não?


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Notas finais do capítulo

Até breve! :D E Obrigada pelos reviews!!!