The Secret escrita por Ronnie


Capítulo 4
Capítulo 4




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Ainda bem que sempre tive aulas de inglês e mesmo que eu não tivesse, qualquer adolescente hoje em dia saberia dizer o que significa aquilo, mas por que ele falaria isso?

 Alma negra, alma negra, alma negra... Ok, não vinha nada a minha mente. Tenho que me lembrar de perguntar o que ele quis dizer com isso.

 Não demorou muito e eu já estava no sofá de minha avó, na mesma posição que em alguns minutos atrás, só que com um prato de vidro nas mãos e um pão fresquinho com presunto dentro.

 -Vovó... – eu não queria comentar do que o garoto me chamou com ela, mas talvez ela soubesse quem era ele. Se eu tivesse coragem falaria do que me chamou e sobre a festa.

 -Diga. – sua boca estava cheia de pão e chá.

 -Olha, quando fui à padaria, encontrei um menino lá... – respira – pensei – Ele é bem bonito. – droga! Não era isso que eu precisava falar!

 -Como ele é? – seus olhos se arregalaram e fitou-me.

 -Bem, - estava com medo da reação dela. – Ele tem cabelos castanhos com reflexos loiros, olhos azuis meio acinzentados, branco, alto, forte... – eu estava começando a me empolgar com a descrição, então achei melhor parar por ali.

 -Este é Petrick. – disse ela olhando a televisão. Não parecia se incomodar com a idéia de ser ele. – É filho dos Randersons. – ela olhou-me e sorriu.

 -Ele parece ser legal! Até me convidou para uma festa na prefeitura! – droga! Não era para eu falar assim, deveria ter soldado um pouco mais antes de soltar a bomba.

 -Mas, não pode ir. Já que estará fora da cidade. – eu iria àquela festa! Nem que fosse escondido. Precisava encontrá-lo e perguntar o que ele quis dizer com aquilo.

 -Vovó... Deixa eu ficar só até o começo da noite? Daí eu vou lá, falo com ele e vou para casa. – eu tinha que tentar, pelo menos.

 Vovó entortou a boca e ficou pensativa por longos minutos, então, concluí que teria de ir escondido.

 -Pode ir, mas quero que vá para casa depois. – ela me olhou com um leve sorriso escondido.

 -Obrigada vovó! – sorri e a abracei.

 Fui dormir super feliz, por que iria reencontrar Petrick e iria saber o que significava aquilo tudo.

 Pus a cabeça no travesseiro fofo e cheiroso, puxei a colcha rosada e me acomodei. Fechei os olhos e mergulhei no meu mundo, onde ninguém pode entrar para estragar nada!

 Tive um sonho realmente estranho. Estava confuso e esfumaçado. Mas, eu conseguia me ver andando por uma estrada íngreme, era igual a estrada da casa de minha avó. Estava sozinha, de cabeça baixa e parecia chorar, quando achei alguma coisa no chão e estiquei-me para pegar, mas não deu para ver o que era. Eu simplesmente gritei e desapareci, deixando para trás a estrada de terra e uma fumaça estranha. Até que acordei com os olhos cobertos de água.

 Olhei no relógio de meu celular, que havia deixado no chão. Eram três e quarenta da manhã. Fui até o banheiro da pequena casa para lavar o rosto e dormir novamente, estava muito cansada, apesar de não ter feito nenhum esforço extra.

 Caminhei lentamente até o banheiro, minha visão estava turva, afinal para que abrir mais o olho? Eu só queria lavar o rosto e cair na cama novamente.

 Abri a torneira de ferro enferrujada do banheiro e enxagüei o meu rosto. Com os olhos ainda fechados procurei a toalha, a peguei e enxuguei meu rosto. Estava pronta para dormir novamente. 

 Arrastei-me até o quarto e tropecei no tapete da sala. Ok! Eu deveria estar com os olhos mais abertos!  

 -O que foi isso? – ouvi a voz abafada de minha avó, no quarto.

 -Nada vovó! Pode dormir! – falei estirada no chão.

 -Tome cuidado. – foram as últimas palavras dela aquela madrugada.

 Respirei fundo e me apoiei nas mãos para levantar, mas eu estava de frente para o antigo quarto de minha mãe e vi algo brilhando debaixo da sua cama.

 Estava escuro, então, só deu para ver a coisa brilhando. Parecia alguma jóia, ou coisa do gênero.

 Já que já estava no chão, fui me arrastando até a cama e fiquei em baixo dela, tentando pegar o objeto, mas meu braço não alcançava.

 Saí de lá e abri o armário, peguei um cabide e o estiquei debaixo da cama. Consegui pegar o objeto e não entendi o que era quando o vi.

 Era como uma cobra de madeira enrolada em certa posição. Não era como uma cobra... Era uma cobra! Só que de madeira e estava com a boca aberta e seus olhos pareciam rubis. Talvez fosse isso que brilhou em baixo da cama. Era fascinante e hipnótico! Parecia que você entrava nos olhos da cobra, mas não me deixei levar. Coloquei-a dentro do armário, em baixo de uns lençóis que pareciam estar ali há séculos.

 Deitei na cama, mas o sono não vinha. Eu estava super curiosa para ver o que era aquela coisa em formato de cobra e se havia alguma outra coisa no quarto.

 Levantei-me e fui até o armário. O abri e tirei aquela cobra de lá. Sentei-me na cama e comecei a virar para lá e para cá. Tentando ver o que era. Mas, não havia nada! Somente aquilo. Deixei-a em cima da cama e fui ver se havia alguma coisa dentro do armário. Tirei tudo que havia lá, mas nada! Não havia nada que explicasse aquele objeto estranho.

 Voltei a minha cama e olhei o objeto com mais atenção ainda. Havia algo escrito com letras minúsculas na cabeça da cobra, mas como estava escuro e só iluminado pela luz da lua, peguei meu celular e iluminei a cabeça para ler.

“Pertence a Taylor Black ou Black Soul”

 Novamente aquele nome! Então, quer dizer que minha mãe também era chamada assim?! Interessante!

 Olhei mais atentamente a cobra e ela parecia ser perfeita para se colocar uma mão ali.

 Então, foi o que fiz. Coloquei minha mão delicadamente dentro da cobra e deu certinho! A boca dela ficava na palma de minha mão. Era até bonito de se ver. Mas, então, preferi tirá-la. O coloquei no armário novamente, depois de arrumá-lo e deitei na cama. Desta vez eu consegui dormir.


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Notas finais do capítulo

E aí gente? Ansiosos? hahahahah