Primeiro Ano Com Você escrita por Dreamy


Capítulo 4
Weasleys e Potters




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-Ei, loirinho Scorpius virou-se ao escutar alguém chamá-lo. Pelo menos, ele tinha certeza de que a pessoa se referia a ele porque era por acaso o único
loiro que estava naquele corredor.

Um aluno de cabelos ruivos bem escuros, mas tão escuros que chegavam quase a ser marrons estava olhando para a ele com um sorriso travesso. Seus olhos eram castanhos claros e ele usava óculos de armadura quadrada, por
algum motivo não lhe dava um ar de nerd como na maioria dos alunos, mas sim de maroto.


– Falai, meu caro - disse o garoto que era um ou dois anos mais velho que ele - O que você anda pretendendo com meu maninho?


– Como? - perguntou Scorpius sem entender muito bem.


– Escute - continuou colocando uma de suas mãos no ombro do garoto
enquanto caminhavam pelos corredores - Nesses dias não tive chance de falar
muito com Albus, porque bem... Estava ocupado.


Scorpius levantou um de suas sobrancelhas. Ele sabia que este era James e que era o irmão mais velho de seu amigo. Ainda assim, mesmo que as aulas já tivessem começado a mais ou menos uma semana atrás, o garoto de cabelos ruivos escuros não se aproximara nem sequer uma vez para conversar com Albus.

Nem sequer lhe dissera "olá". Albus não parecia muito se importar com isso, pois na realidade estava ocupado demais preocupado com as matérias escolares, mas Scorpius sabia muito bem o motivo de James ter estado distante.

Era óbvio. Estava sempre rodeado de outros alunos, alguns até mais velhos.

Ele era o grande filho de Harry Potter e por isso era popular e não podia manchar sua popularidade se aproximando de simples alunos do primeiro
ano, mesmo que um destes seja seu irmão, que diferente de James, não se
importava com a fama.

De fato Albus era popular entre os alunos, mas sempre ignorava as pessoas que queriam conversar com ele por motivos fúteis e ridículos. Ele não  era seu pai e apreciaria muito se os outros percebessem isso.

Alguns alunos mais que outros já estavam dando nos nervos ao pequeno garoto, pois muitos pediam pra que tentasse a entrar no time de Quadribol mesmo que fosse do primeiro ano. Aquilo era muito irritante para o menino, pois além de não gostar de jogar, parecia que as pessoas não haviam percebido o pequeno fato de que ele é péssimo voando em uma vassoura, pois estavam cegas demais com a realidade dele ser filho do Eleito.


– Escute... - disse James parecendo extremamente sério, o que assustou Scorpius por um momento, pois pelo que vira de distância, o garoto mais velho era sempre sorridente. Muito irritante e convencido, mas sorridente – Não me interessa o que você pretende com meu irmão, mas qualquer coisa que fizer com ele, será devolvido dez vezes mais forte.


– Hã? - Scorpius estava completamente confuso. James segurou o garoto pelos ombros e lhe empurrou contra a parede.

– Não pense que eu não sei quem você é - disse o outro apontando com o dedo indicador em direção ao nariz do loiro. Malfoy observava a ponta do dedo de Potter com tanta intensidade que tinha quase certeza de que estava ficando vesgo - Meus amigos sabem sobre você e sua família, eles me explicaram!- Do que você está -

– Não me interrompa, Malfoy!


Scorpius sentiu o sangue subir. Estava cansado de ouvir "Não me interrompa" que era uma das frases prediletas de Rose quando se tratava dele.

"Albus, estou te dizendo que não é assim que se cuida de uma vigária e - "

"Como se você soubesse me-"

"Não me interrompa!"

"O pus amarelo dessa planta pode curar coisas simples como –"

"Já sabemos! Longbottom explicou isso há uns segundos at-"

"Não me interrompa! Por Merlin, você não tem um pingo de educação ou sim?"


Esses eram somente alguns dos casos que o garoto conseguia se lembrar.

Herbologia tinha virado a matéria que ele mais desprezava, não pelo fato da aula em si, mas sim porque assim como as aulas de voo, Grifinória era obrigada a assistir as classes com os alunos da Corvinal.

A cada aula Rose empinava aquele maldito nariz.

A cada aula ela erguia aquela sua mãozinha em uma tentativa

desesperada de chamar atenção.

Sempre sentada ereta na cadeira, sempre com aqueles cabelos flamejantes amarrados em um rabo de cavalo ou em um coque de bibliotecária, sempre aquele tom de voz de quem sabe melhor, sempre usando sua gravata  azul e bronze tão apertava que Scorpius rezava de que um dia fosse se enforcar sem querer.

Sempre aquela vozinha aguda lhe ditando o que fazer, sempre se achando melhor que os outros, sempre esnobe.

Sempre sendo Rose Weasley.

Para sua felicidade, parecia que a garota também não estava muito contente por ter que dividir as estufas e as aulas de voo com ele. O garoto sabia que quando se aproximava era mais para ficar com Albus do que com ele.

Felizmente para o loiro, ultimamente parecia que a garota desistira de se aproximar da dupla quando este estivera por perto, o qual era o tempo todo. Por isso, nas ultimas aulas ela começou a ignorar completamente os dois e começou a fazer dupla somente com Harvey, que parecia estar sempre disponível para estudar com ela, quando esta se afastava do primo. Apesar de que o garoto tivesse mais amigos, pois quando Rose tentava conversar com Potter, Harvey voltava sua atenção a outros corvinais, mas sempre que esta voltava, ele parecia ter tempo de ficar a seu lado. Mentalmente, o loiro sentia pena do pobre Richard, mesmo que não devesse, pois diferentemente de Scorpius, Harvey aparentava gostar de ter a garota "sei-tudo-melhor-que-você" como amiga.


– Sua família vem de uma família de bruxos das trevas - acusou James.


– O que eu tenho haver -


– Eles trabalharam ao lado de Voldemort por anos e ainda assim conseguiram sempre se safar fingindo que foram obrigados a fazer seus pecados e de que estão arrependidos.


– Mas meu pai está arre-


– Sei que você tem lábia! Sei que você pretende fazer algo com

Albus!


– Não é nada disso, eu só -


– Tentei avisar papai assim que soube sobre sua família e sobre você, mas ele me disse para não me preocupar. Que algumas pessoas mudam e para eu não me meter.


– Bem, seu pai parece ser alguém muito -


– Estarei de olho em você!


Scorpius bufou. Era de se esperar que alguém que diz "Não me interrompa" tivesse pelo menos as boas maneiras de não interromper o outro.

Mas parece que boas maneiras não se aplicavam a James Sirius Potter que além de também ter um nome de meio ridículo como Albus, também parecia achar que estava acima dos outros como a chata e irritante de Rose.

– É só você tocar um dedo em meu irmão que eu acabo com você, está me ouvindo? Sei que convencer meu maninho para se afastar de você não vai dar em nada, pois ele é muito teimoso, mas isso não me impede de interromper se for preciso.

– Isso é uma ameaça? - perguntou Scorpius ao perceber que o outro finalmente se calara e de que não iria mais interrompê-lo.


– Ameaça? - os olhos de James se arregalaram ao soltar o garoto. O aluno do terceiro ano apoiou uma de suas mãos no peito fingindo estar ofendido - Ameaça é contra as regras escolares! Oh não, eu NUNCA ameaçaria alguém! - mas então seus lábios se contorceram em um sorriso maldoso - É só... um aviso.

E enquanto se afastava, James pegou sua varinha e a movimentava em uma forma perigosa. Era como se dissesse "saia da linha e você verá".

O pior daquilo tudo não era nem sequer a ameaça do garoto, o que
realmente enojava Scorpius era o fato de que no meio de tudo isso, James ainda
sorria.

Não um sorriso contente ou alegre, mas sim malicioso.

x-x-x-x


– Ta tudo bem? .- perguntou Albus ao notar que em vez de comer seu almoço, Scorpius mandava olhares estreitos a seu irmão mais velho que estava naquele momento rodeado de outras pessoas.


– Escuta, não queria te incomodar com isso - admitiu o loiro aproximando-se do amigo e falando em voz baixa - Mas a verdade é que seu irmão me ameaçou.


– Ok, e?


– Como assim "ok e"? Ele me ameaçou.


Albus olhava para o loiro divertidamente.


- Scorpius você nunca escuta alguma das historias que eu te conto sobre meu irmão? - questionou o garoto incrédulo - Estamos falando de James! O cara me trancou uma vez no banheiro fazendo-me acreditar que eu fui preso por algum tipo de poltergeist!


– Ta, mas me explica uma coisa que ainda não entendo. - disse o
garoto meio irritado com o fato de Albus nem sequer se importar com a ameaça.


– Fala.


– Se seu irmão vive fazendo essas coisas, por que é que você
ainda cai em suas armadilhas?


Albus a abriu a boca para responder.

Depois a fechou.

Pensou por um momento.

Voltou a abri-la.

Voltou a fecha-la.

Fez um biquinho bravo.

Seus olhos se arregalaram parecendo ter achado algo com que
retrucar.

Mais uma vez abriu a boca.

Mais uma vez a fechou decepcionado.

Bufou.

E por fim voltou a abri-la somente para meter o maior pedaço de
bife de cavalo que já viu na vida.


– Não consegue achar nada para se defender, hã? - atacou Scorpius com um sorriso satisfeito.


– Num é ixo! - disse Albus cuspindo um pouco da comida que estava mastigando e ainda assim colocando ainda mais arroz e ervilhas para dentro da boca - Num possu pfalar cum boca cheia.


Scorpius estava conseguindo até que manter uma postura séria, mas desabou quando o moreno finalmente havia se engasgado com o tanto de comida que estava tentando engolir.


– Não... - dizia Albus em meio de tosse colocando rapidamente um
pouco de suco em seu copo - Tem... graça.


– Ah, isso é porque você não esta vendo do meu ponto de
perspectiva.


Albus dava socos em seu peitoral a procura de que sua tosse cessasse e ainda olhava zangado para o amigo.


– Esse é o seu castigo por não se importar com os meus problemas. - comentou Scorpius quando finalmente conseguira parar de rir. Enquanto Albus tomava grandes goles de suco de abóbora.


– Não se preocupe - aconselhou Albus que possuía a voz um pouco rouca - Meu irmão gosta mesmo é de assustar os outros, mas não de realmente fazer alguma coisa.


– Não sei não... Ele parecia muito sério na hora.


Albus deu de ombros.

– Não ligue.


– Ele tem um problema com o fato de eu ser um Malfoy - admitiu.


Albus revirou os olhos. Não por Scorpius, mas sim pela a atitude
de James.

Com essa semana de aulas, o garoto assim como seu irmão já sabia
muito sobre os Malfoys.

Escutara os boatos que os outros contaram, sabia que muitos da
Grifinória mantinham distancia do outro por causa de seu passado enquanto
alguns Sonserinos pareciam decepcionados com o que os Malfoys se tornaram.

Existe duas versões diferentes sobre assunto. Os Grifinórios, acreditam que a família do loiro sempre será negra e de que somente porque a
ultima geração deles acabou por acaso sendo de sua casa, não significa que seu
coração seja puro. Já a Sonserina, acreditava que os Malfoys estavam no fundo do poço. Eram considerados traidores por não terem realmente lutado até o fim ao lado de Voldemort e com o fato de que Scorpius tenha virado da Grifinória,
somente aumentava a ideia de que os Malfoy nunca mais seriam a família
respeitada e honrada que um dia fora. Já Lufa-Lufa e Corvinal não poderiam parecerem mais desinteressados com o assunto. A casa dos texugos tratavam Scorpius como qualquer outro aluno. A maioria dos lufos, como seu fantasma Frei, acreditavam que as pessoas mereciam uma segunda chance e de que Scorpius nem sequer havia estragado a primeira dada, pois no final das contas ele não tinha nada haver com que acontecera há anos atrás. Corvinal às vezes gostava de discutir o assunto, mas nunca realmente pareciam muito ligados quanto a isso. Se preocupavam mais com coisas mais interessantes.


– Um nome não significa nada - consolou Albus dando de ombros - Olhe pra mim, sou filho do cara que é considerado o melhor apanhador de todos os tempos e nem mesmo consigo sentar em uma vassoura sem gritar pela ajuda de
Merlin!

Scorpius sorriu, sentia-se melhor depois daquela conversa com
seu amigo.


– AHHH!


Os olhares de todos voltaram-se para o portão, onde era possível
ver um centauro parecendo confuso.


– Hã? O que estou fazendo aqui? - perguntou olhando para os lados sem entender nada.


Uma garotinha do primeiro ano da Lufa-Lufa, que era aquela que gritou, correu até a outra ponta do salão a procura de ficar longe da criatura mágica.


– IRRA! - gritou Pirraça de repente sentando-se em cima do meio
homem, meio cavalo - Pula pula cavalinho, pula pula cavalinho!


O centauro ao sentir o poltergeist, que diferentemente dos
outros fantasmas tinha a habilidade de pegar objetos e assim como consequência, também tinha a habilidade de montar sobre os outros sem atravessá-los, começou a dar coices fortes na tentativa de tirá-lo de cima.

– Irra! ROOOODEIO! UHUUUU!!! - gritava Pirraça alegremente
enquanto os alunos fugiam para longe deles.


O centauro acertou as mesas, fazendo com que toda a comida caísse no chão.


– SAIA DE CIMA MIM! - rugiu o meio homem extremadamente irritado.


– Não vai dar minha querida égua! É UM RODEIOOOO!!! VAMOS
CAVALINHO! PULA CAVALINHO, PULA!


A criatura parou bruscamente na esperança de que o fantasma caísse, infelizmente não deu certo.


– PETRIFICUS TOTALIS!


A voz da diretora pode ser ouvida pelo salão. O centauro ficou paralisado.


– Ele vai me odiar depois disso - comentou a diretora apreensiva – Mas foi para ajudá-lo. ENQUANTO A VOCÊ - ela virou-se para o poltergeist - Se o senhor não quer que eu vá falar com o Barão Sangrento, é melhor que dê o fora
AGORA!

– Pula cavalinho, pula cavalinho! - Pirraça cantarolava enquanto fazia o que a diretora pedia e se afastava do local.


– Professor Longbottom - chamou McGonagall.


Neville que estava tentando acalmar alguns alunos alarmados se
aproximou rapidamente.


– Leve-o de volta para a floresta negra. - ordenou.

O professor pegou de seus bolsos a varinha e com uma sacudida o corpo do centauro estava flutuando e os dois saíram em direção ao bosque.

– Agora - exclamou a diretora com raiva olhando para todos os estudantes que estavam presentes. - Não pensem que eu não sei que um de vocês está por trás disso! - rugiu - Pirraça não é capaz de fazer tudo isso por si só! Sei muito bem que alguém confundiu o centauro até aqui e eu lhes prometo uma coisa, quem quer que seja o culpado pelos trotes como a aula fracassada de voo dos
primeiranistas e com o de hoje, vai ser imediatamente EXPULSO! - seu olhar se decaiu em Roxanne. A menina olhava para o teto que naquele dia estava
ensolarado. Seu rostinho sorrindo inocentemente, ainda assim, a diretora não parecia ter provas o suficiente para acusar a Weasley naquele momento. Somente se limitou em mandar um olhar extremamente irritado para a garota antes de sair do salão.

– A diretora está certa! - disse Lucy saindo da multidão de
alunos e se aproximando de sua prima - Você vai se meter em problemas!






– Que problemas? - perguntou Roxanne aparentemente sem entender
– O que eu fiz?






– Eu sei que você está por trás disso!






O olhar de Lucy era duro. Seus óculos ovais olhavam com desprezo
a menor.



Seus cabelos eram longos e negros, seus olhos castanhos e seu
rosto possuía poucas sardas.






– Ah é? - os olhos de Roxanne brilharam perigosamente - Você
sabe?






– Sim! E eu juro, somente porque é minha prima, não quer dizer
que eu não te denuncie!






– Oh Lucy, Lucy... - a morena brincava com sua trança entre os
dedos. Sua boca sorrindo marotamente - Realmente acredita que fui eu? Muito
bem, isso será hilário.






– O que?






– Porque você está certa. - disse calmamente.






Lucy sorriu satisfatoriamente.



Os outros alunos olhavam sem acreditar.






– Sua família é cada vez mais louca, sabia? - comentou Scorpius
olhando para aquilo com interesse.






– Oh - o moreno lhe deu um tapa nas costas - Você se acostuma
com o tempo.






– Muito bem! - exclamou Weasley triunfantemente pegando um bloco
de notas - Então você admite seus atos?






– Lucy, isso que importa?






Os óculos da outra caíram alguns milímetros quando esta abaixou
seu rosto para encarar a prima.






– O que?






– Mesmo que eu diga que fui eu, como você pode ter certeza de
que não estou mentindo?






– Porque é você!






– Isso não é suficiente, eu poderia estar mentindo pra proteger
alguém. Você pode vir até mim, me acusar de qualquer coisa e eu até poderia
admitir tudo, ainda assim - os olhos negros da menina faiscaram - Você não tem
prova nenhuma.






– Bem... - Lucy parecia desconcertada. Rose sabia que estava
sendo difícil para a prima continuar com sua postura em frente de Roxanne, mas
era seu dever como monitora ter a escola em ordem e assim mostrar os outros
quem manda.






– Eu trabalho nas sombras - sussurrou Roxanne andando ao redor
da outra - Sou praticamente invisível. Você quer me pegar? - ela parou e disse
ofegantemente, mas ainda assim alto o suficiente para que os outros ouvissem -
Então arranje provas.






Lucy estreitou os olhos e olhou friamente para a quartanista que
gargalhava altamente. Naquele momento aquela risada até lembrava Pirraça.






– Oh, "querida" prima, estarei de olho em você como
nunca estive antes - desafiou - Estarei em seu pé de dia e monitorarei cada
passo seu!






– Muito bem então. - disse a garota com um ar triunfante no
rosto. Não tinha medo de Lucy, muito pelo contrário, era prazeroso vê-la assim
de determinada. Parecia que aquele ano seria mais interessante que os outros e
menos tedioso - Isso é um desafio, então.






– Oh e como é!






E como se fosse oficial, as duas apertaram as mãos. Aquilo
parecia mais um jogo, Corvinal vs Grifinória.



Agora a pergunta era, quem venceria?









– Lucy! - exclamou uma garota do segundo ano. A menina era um
pouco acima do peso, seus cabelos eram curtos, ondulados e ruivos. Seus olhos
assim como da irmã eram castanhos e esta sim possuía muitas sardas. Entre as
duas, ela possuía mais a típica aparência dos Weasleys - Você não pode estar
falando sério.






– Não se meta nisso, Molly! Isso é entre mim e Roxy!






Os outros alunos que na realidade não pertenciam a família,
estavam colocando as mesas na posição original e sentando-se nos bancos. Seus
olhos virados na discussão familiar dos Weasleys que lhe pareciam muito mais
divertidos que as longas aulas chatas e tediosas que tiveram na semana,
principalmente com o professor monótono chamado Binns.






– Mas Lucy, se você a denuncia será expulsa!






– Bem feito! - exclamou a mais velha olhando para seu distintivo
de monitora com orgulho - Ela já se safou demais, não acha? Está na hora de
sofrer pelos seus atos!






Molly não parecia estar gostando daquilo.



Sua irmã estava com o peito cheio de ar e com aquele olhar
assustador. Sabia muito bem que talvez Roxanne não tivesse chance e de que
provavelmente seria realmente expulsa. Lucy era uma monitora que levava seu
trabalho sério até demais. Mas ao mesmo tempo, sabia que Roxy era dura de roer,
e tinha de certo modo medo do que aconteceria com o ego de sua irmã caso nunca fosse capaz de flagra-la. A verdade é que nos olhos
de Molly, ninguém parecia ganhar com aquilo.






– Roxy. - interrompeu um moreno com cabelos cacheados negros e
olhos da mesma cor dos cabelos. Seu rosto diferentemente da irmã era cheio de
sardas. - Apesar de eu gostar de boas pegadinhas, acho melhor você parar com
isso. Imagina só o que vai acontecer se Lucy realmente te pegar.






Se ela me pegar - corrigiu o outra - Não
duvide de minhas habilidades, Fred. Diferentemente de você eu ainda não
enferrujei.






O garoto suspirou. Não havia modo de tentar convencer sua irmã
de mudar de ideia.






– Eu digo para deixá-las continuarem - disse James olhando para
tudo aquilo entusiasmado - Quem vencerá? A corvinal sabe-tudo, filha do tio
mais irritante de todos os tempos - tanto Molly quanto Lucy gritaram
"EI", odiavam quando falavam de seu pai daquele jeito - Ou a filha do
dono das Gemialidades, a loja mais amada de logros? Ahh, está obvio quem
vencerá, não? Aposto todas minhas economias de que Lucy nunca pegará Roxanne no
flagra!






– Vocês estão agindo como crianças!






Muitos garotos suspiraram ao ouvirem a voz da garota.



Victoire estava parada com os braços cruzados balançando a
cabeça negativamente.






– Ah, prima, onde está o senso de aventura? - perguntou Roxanne
sentando-se em cima da mesa, cruzando as pernas e rindo com vontade.






– Uou - exclamou Scorpius para Albus - Ela também é sua prima?






Albus rolou os olhos e afirmou



Scorpius estava quase de boca aberta, já havia visto Victoire
antes, mas nunca pensara que seria uma Weasley.



A maioria dos Weasleys e Potters que conhecera eram ruivos
ou morenos, mas ela era diferente.



Era uma beldade, era linda, parecia uma modelo.



Seu corpo era magro, mas não exageradamente, não dando a aparência
de um palito. Seus cabelos longos e loiros brilhavam quando os raios de sol
batiam, dando a ilusão de que era um anjo.



Seu uniforme era bem cuidado, seus olhos eram azuis como o céu e
era uma das poucas da família que nem possuía uma sarda sequer. Sua voz era
doce, lembrava os pássaros que costumam a cantar de manhã e quando sorria
parecia que o lugar todo iluminava.



Nunca pensara que alguém como ela pertencia na mesma família que
Rose Weasley, que era praticamente o contrario do que Scorpius considerava
belo.






– Não é um caso de senso de aventura, Roxy! - disse aproximando
das duas - É sobre bom senso.






– O qual você aparentemente não tem! - concluiu Lucy olhando
para a causadora dos problemas.






Roxanne deu de ombros e depois se espreguiçou como se tivesse
dado uma longa soneca.






– Vocês são muito chatas! - bocejou - Cadê o senso de humor?
Somos Weasleys ou não? - perguntou com os olhos brilhando - Deveríamos ser
divertidos! Mas vocês... Vocês parecem mais, mais... - ela suspirou
decepcionada - Muriel depois de uma palestra sobre varinhas.






As duas mais velhas abriram a boca ofendidas.



Compará-las com a velha Muriel era demais! Aquela bruxa era a
única pessoa da família que nenhum deles gostava.



Às vezes, todos se questionavam em grupos de como aquela mulher
ainda não morrera. A única solução que acharam é que talvez aquela velhota
esteja tomando o elixir da vida.






– Oh, calma! - interrompeu Albus que pela cara de Lucy, sabia
onde ia dar.






– Não se meta Al! - rugiu Lucy pegando seu bloco de notas - Eu
vou dar uma detenção para ela!






– Oh sim... - Roxanne revirou os olhos - Será terrível ter que
passar um dia inteiro limpando troféus! Pelo amor de Merlin Lucy, seja mais
criativa! Eu já passei por todo tipo de detenção, acredita mesmo que isso é um
castigo para mim?






– O único castigo de verdade para Roxy seria se fosse expulsa.






Todos os familiares olharam para Rose que observava a cena com
tédio. No momento que notara que todos estavam olhando para ela, suas bochechas
coraram e ela defendeu seu argumento.






– Oras, é verdade. - disse nervosa - Não que eu queira que Roxy
seja expulsa - acrescentou rapidamente ao perceber os olhos duros de alguns de
seus primos - Mas a única coisa que realmente seria um "castigo" para
ela é esse. Quero dizer, estamos falando da garota que teve que limpar estrume
de unicórnio dos corredores sem usar magia ou uma pá. Tudo que ela tinha era um
trapo e balde de água e pelo que eu ouvi tio George contar pro papai é que ela
ainda fazia isso com um sorriso e cantarolando músicas alegremente.






– Ah, foi um de meus melhores trabalhos - disse a garota
sorrindo satisfeita ao lembra-se daquele dia - Não tinha nada que pudesse me
colocar pra baixo depois daquela obra de arte que vocês gostam de chamar de
pegadinhas e trotes.






– Viu? Não tem castigo algum que te deixaria para baixo - disse
Rose agora menos nervosa - A única coisa que doeria em você seria ser expulsa
da escola, porque apesar de tudo, sabemos que gosta daqui.






– Você está certa, Rose - disse Lucy cruzando os braços e
sorrindo maliciosamente para Roxanne - Por isso mesmo irei correr atrás de você
como chiclete debaixo de sola de sapato. Irei te pegar mesmo que isso acabe em
expulsão.






– Não esperaria menos vindo de você, prima "desprezível"
– comentou Roxanne sorrindo.






– Isso é ridículo! - exclamou Victoire olhando para um grupo de
garotos. Os meninos ao perceberam que ela estava os olhando disseram "Ah,
sim claro", "Obviamente", "Com certeza". A loira
sorriu satisfeita - Viu? Eles concordam.






– Isso é porque eles são uns zumbis obcecados com as futilidades
da beleza. - comentou uma voz tranquilamente.






Victoire suspirou cansada e olhou para a garota que pertencia
aquela voz.



Dominique estava lendo uma revista em cima da mesa.






– De novo com esse papo?






A ruiva não respondeu, somente estourou uma bola de chiclete que
tinha feito há uns segundos atrás.






– Parem de me olhar assim, seu bando de inúteis - disse
Dominique ao perceber que alguns dos garotos que antes estavam admirando a irmã mais velha agora a estavam encarando.






Os garotos tentaram evitar olhá-la o que na realidade era uma
tarefa difícil, pois era uma garota extremamente linda, mesmo que tivesse
somente doze anos.



Victoire mandou um olhar mortal para os meninos que pareciam ter
estado interessados pela sua irmãzinha, não por ciúmes ou
inveja, mas sim por proteção. A maioria deles era do sexto ano e era repugnante
vê-los olhar sua maninha do segundo ano.



Dominique voltou a ignorá-los e voltou sua atenção a sua revista, parecia muito interessada em uma certa foto.



Sua mecha de cabelo estava naquele dia azul escuro o qual se
ressaltava com a gravata vermelha aberta que estava pendurada pelo pescoço da
garota. Sua expressão era de puro tédio e ela mastigava seu chiclete com a boca
aberta e em bom e alto som.



Victoire tirou sua atenção da mais nova, que na realidade às vezes
lhe tirava do sério por não entender que estava na hora de começar a agir como
uma mocinha, o qual Dominique não dava à mínima.






– Quem está a fim de fazer apostas? - perguntou James eufórico -
Quem aposta que Roxanne vai ganhar? Quem aposta que Lucy vai ganhar? - comentou
pegando de sua mochila um pergaminho e escrevendo nele "Apostas"– Eu por exemplo, aposto que um dos
admiradores de Victoire vai ser doido o suficiente de pedir Dominique pra sair
e acabará sendo chutado na virilha. Mais alguém? - perguntou James olhando para
os primos e irmão depois de escrever seu nome no pergaminho e do lado: Algum idiota sair com Domy e levando chute no meio
das pernas.






– Isso é ridículo! - exclamou Lucy completamente contrariada.






– Aposto na Roxy! - interrompeu Fred imediatamente indo pro lado
de James - Desculpe Lucy, mesmo não gostando muito disso tudo, você não tem
chance contra o diabo da minha mana.






– Se não gosta pra que apostar, seu idiota?






Fred deu de ombros e esclareceu a monitora da família:






– Posso ganhar alguma coisa com isso.






– Alguém mais? - perguntou James animado - Molly?






– Não me meta nisso! - a garota guinchou olhando nervosamente para
a irmã.






– Ah saquei. - comentou o ruivo rindo e escrevendo no pergaminho -
Molly aposta na Roxy.






– Não seja ridículo! - Lucy disse contrariada. - Minha irmã não
acha que Roxy vai se safar dessa, certo?






Mas ao olhar para a menina, Molly havia se refugiado para baixo
da mesa.



Lucy abriu a boca completamente ofendida e não disse mais nada, além de mandar olhares maldosos para James.






– Se isso for te consolar, Lucy - disse Dominique tranquilamente
sem tirar seus olhos de um artigo que estava lendo - Eu aposto em você.






– Mesmo? - perguntou a garota que por algum motivo soava mais
feliz do que realmente pretendia.






– Sim, você é um pé no saco tão grande que será difícil de Roxy
não ser pega.






– Obrigada, eu acho... - agradeceu a monitora que agora não sabia
se deveria ter estado feliz com o apoio da outra.






– Victoire, minha querida bela prima, o que acha?






– Não me meta nessa idiotice! - disse a loira jogando seus cabelos
para trás, o que causou vários suspiros entre muitos garotos que ainda olhavam
para aquela cena com interesse, o qual os Weasleys e Potters pareciam ignorar.
Scorpius se perguntavam se eles sequer perceberam que muitos outros alunos
estavam escutando tudo aquilo.






– Está com medo? - provocou James.






– Não, só não quero fazer parte dessa
criancice.






– Que seja - disse o garoto percebendo que Victoire não iria
deixar se convencer - Al, Rose?






– Ah não James! - exclamou Albus cansado - Não quero me meter
nisso.






– Obviamente você acredita que Roxanne vai ganhar certo, Rose? -
disse sem sequer olhar para o irmão.






– Deixa de ser bobo - interrompeu Rose com sua voz naquele típico
tom que deixava Scorpius irritado.






– Ah, então! - James entusiasmadamente apontou para Rose com sua
pena - Isso quer dizer que você está do lado de Lucy.






Rose arregalou os olhos.






– Espera, com "deixa de ser bobo" eu não quis dizer is-






– Muito bem - cortou antes que a garota tivesse a chance de
contrariar enquanto escrevia na coluna de Lucy o nome da prima. - Albus, meu
caro?






– Esqueça.






– Provavelmente vai torcer para Lucy, certo?






– Não!






– Oh muito bem, quer dizer que será Roxy! - comentou o garoto
pronto para escrever no pergaminho, mas antes que tivesse a chance Albus
interrompeu.






– Também não!






James olhou interessado para o garoto. Um sorriso gigante surgiu
em seus lábios, escreveu algo no pergaminho de Apostas e disse excitadamente:






– Melhor ainda! Você acha que será um empate!






– Espera, - Albus parecia alarmado - isso não foi o que eu -






Mas James já não estava escutando, parecia
interessado demais com seus amigos que agora conversavam euforicamente sobre as
apostas e sobre quem tem a maior chance de ganhar.






– O que estão olhando? - perguntou Lucy que parecia finalmente
perceber que sua família tinha virado um showzinho particular para os outros
alunos que os olhavam como se fossem algum tipo de filme - Não tem nada aqui
para vocês encararem!






– Okay, é oficial - disse Scorpius colocando uma mão no ombro de
Albus - Sua família é maluca.






Albus não podia negar esse argumento. De fato eles
eram doidos.



Mas o que lhe incomodava não era nem sequer isso. Sabia que aquela
historia acabaria em confusão.



Roxy e Lucy levavam tais desafios muito a sérios. E não havia
duvidas de que algo aconteceria.



A pergunta era somente o quê e quando.


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Notas finais do capítulo

N/B: Como vocês sabem a Dreamy está viajando *-*, mais perto de mim, mas ao mesmo tempo longe, como lidar?
Enfim, como prometido está aqui o capítulo depois de duas semanas da última postagem, espero ter calculado certo, não sou boa em matemática, e estou falando lorotas demais...
Eu amei as discussões dos Weasley e preciso saber onde isso vai dar, morri de rir do James e eu sempre odeio James Potters, mas amei esse, de fato ahahahah
Scorpius querido, você vai querer participar dessa família de loucos algum dia...
No mais acho que é só... Comentem que eu posto o capítulo 5, tenho o poder agora...
Pelo menos até agosto...
Beijos Winnie



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