A dor veio, e com grito agudo que eu não acreditei ser meu, meu filho nasceu.

Capitulo 18 – Apresento o homem da minha vida, Nicholas

Meu filho, Nicholas Ryan Fletcher, nasceu em uma terça feira à tarde, de olhos azuis e com os cabelos negros já crescendo. Ele veio pra mudar minha vida, foi exatamente o que fez.

Talvez eu não fosse ser uma mãe tão ruim assim, já que o amei desde o primeiro segundo que o vi.

Tive alta três dias depois do nascimento de Nick. E a partir dai, os anos pareceram voar. Apesar de ter TDAH -Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade- e Dislexia (coisa que descobri quando ele tinha oito anos), Nicholas era muito esperto e estava sempre aprendendo algo novo. Desde cedo ele já mostrava um dom especial em relação a agua e adorava quando Percy vinha para a cidade, porque ele sempre levava o irmão mais novo para a praia, coisa que eu evitava ao máximo.

Sempre tive medo que Poseidon aparecesse e pegasse meu filho para si, e esse medo sempre aumentava quando eu ficava perto do oceano.

E o tempo realmente passou rápido... Com seis meses, Nick já se sentava e conseguia dar alguns passos segurando as mãos de alguém. Aos sete meses, ele aprendeu a dar tchau, bater palmas, a engatinhar e finalmente falou sua primeira palavra: dinda.

Dinda era o jeito estranho que a irmã mais nova de Nathan chamava Anne. Nunca descobri o motivo da menina chama-la assim, e admito que nunca me interessei realmente por isso. Eu já tinha muitos problemas pra ficar pensando em outras coisas. Por exemplo, meu filho tinha falado sua primeira palavra e não foi ‘mama’ ou algo parecido com o meu nome, não... Foi ‘dinda’, uma palavra estranha que é muito mais difícil se ser falada. Era um absurdo!‘Mama’ foi sua terceira palavra logo depois de ‘vovó’.

Com dez meses, meu menino realmente começou a andar. Quem viu isso pela primeira vez foi Nathan; ele conta que estava vendo um jogo qualquer na tv quando Nicholas simplesmente se levantou sozinho e deu alguns passos em sua direção; foi meio desiquilibrado e ele caiu, mas mesmo assim foram passos. Então, a partir desse dia, ninguém da casa teve mais sossego.

No mesmo mês, eu praticamente fui obrigada a colocar meu filho em uma creche, afinal, eu tinha que trabalhar. Não podia simplesmente ficar sentada no sofá de casa esperando o dinheiro cair do céu. Foi mais difícil pra mim deixa-lo do que pra ele próprio, que apenas ficou me olhando com os olhos azuis piscina pedindo colo, mas sem chorar. Foi realmente difícil pra mim, mas eu o fiz, não importa o fato de eu ter ligado a cada 15 minutos pra ver se meu filho estava realmente bem.

E assim, longos anos se passaram e muita coisa aconteceu. O namoro de Anne e Nathan; a livraria que abri em parceira com Anne no centro da cidade logo após Nicholas fazer 7 anos e um pouco antes dele me dizer que tinha uma namorada (quase enlouqueci, afinal, meu filho tinha 7 anos!); as vezes que fui chamada na escola por causa das brigas que Nicholas tinha arrumado (ele tinha um gênio forte, e odiava quando diziam que ele não tinha pai); o noivado de Annabeth e Percy; os encontros desastrosos que meus amigos me faziam ir... Coisas boas e outras nem tanto, mas que eu sei que ficariam gravadas em minha mente para sempre.