Ela deitou no divã e ele ficou ao seu lado. Estava com alguns papeis nas mãos e uma caneta. Os orbes de cor tão peculiar... Eram tão lânguidos e foscos. Esperou que ela começasse a falar, mas, ela parecia não conseguir. Os lábios finos tremiam e as mãos dela procuravam as dele.

- Sasuke-kun eu... – começou. A voz saíra atropelada e amargurada – Eu... Não sei o que fazer... O que eu tenho de tão errado?

- Hinata, seja mais clara, por favor – pediu o Uchiha – Dessa forma talvez eu não consiga lhe ajudar da maneira correta.

Ele ouviria tudo outra vez, porém, ele precisava. Vê-la sofrer fazia com que sua alma se aquietasse, mas, como opinar sendo que as coisas mudam? Ele juntou as mãos e, olhou para a neve dos olhos dela. Eram tão brancos e puros. Queria ver em que fosse algo diferente. Um brilho já seria o suficiente.

- Diga Hinata, vamos lá – disse apertando aquele encontro de dedos.

- O que tenho de tão errado? – perguntou exasperada – Estou cansada de tentar achar as respostas sendo que não as encontro!

- Você não tem nada de errado – disse ternamente – A pessoa que está ao seu lado apenas não lhe sabe dar o devido valor.

Hinata tomou uma coloração rubra. Durante todos aqueles meses vinha se tratando com ele, Uchiha Sasuke. Apesar de ter um casamento considerado “perfeito” era infeliz. Rebaixada e traída, já poderia ter se matado como tentara algumas vezes, porém, pensava que não valia a pena tanto esforço e, ainda tinha chances de salvar seu casamento.

- Sasuke, não fale assim, por favor – disse envergonhada.

Como adorava vê-la daquela forma.

- Desculpe Hinata, acho que não medi as palavras – disse sério – Mas, vamos continuar.

Droga! Por que ela?!  Chegava compará-la a uma criança que precisa de colo. Tomou amor por aquela mulher que ainda mantinha a determinação de salvar aquilo que ela chamava de casamento, coisa para ele chamava-se martírio. Ela ainda estava deitada e, deixou lágrimas caírem. Sasuke então, as limpou. Permitiu por um momento sentir o prazer de ser tocada com tanto apreso. Era um calor intenso que lhe fazia falta. O marido sempre tão frio, distraído com outra mulher e saídas. As perolas estavam fechadas. Sasuke queria poder fazê-la sorrir daquela maneira tão acolhedora, sempre. Os lábios rosados entre abertos. Queria poder juntá-los aos seus. Ela então, abriu os olhos. A treva, o mistério daquele olhar, perdeu-se neles. O corpo não respondia aos comandos, pois, aproximava-se mais e mais.

 -         Acho que o nosso tempo acabou, Sasuke-kun – disse. As mãos estavam apoiadas na perna do moreno. A cintura marcada delicadamente pelo tecido da blusa.

-         Talvez não, Hinata – disse Sasuke. As mãos pararam na cintura fina. Começou a acariciá-la.

Aquele toque fez com que seus pêlos se arrepiassem. Que sensações eram aquelas que passavam pelo seu corpo, desnorteando os sentidos?! Parecia algo novo para a herdeira mais velha dos Hyuuga. Sasuke sentou-se no pequeno espaço do Divã. Levou uma das mãos ao pescoço de Hinata enquanto a outra a levantava.

-         Ele está apenas começando... Hyuuga Hinata...

Rendeu-se ao desejo que o consumia. Vê-la daquela maneira no Divã, recatada, fazia com sua volúpia aumentasse. Seus instintos afloraram e, queriam ser realizados. Apenas um beijo...

A língua da Hyuuga procurava chances para poder explorar cada canto. Hinata correspondeu. O pensamento extasiado com o corpo em si. Aquilo não parecia ser certo, mas, também não parecia ser errado. Talvez... Pudesse se sentir amada.  Trouxe Hinata para mais perto, forçando a nuca para frente. O cheiro de Rosas Brancas excitando aquele beijo onde pretendia demonstrar o seu gostar, o seu amar. Assim que se separaram para tomar ar, viu uma Hyuuga de cabeça baixa. O cabelo azulado bagunçado e as roupas fora de foco.

-         Sasuke, eu... Desculpe! – disse com a voz baixa. – Acho melhor eu ir e, esquecer que isso aconteceu...

-         Você até pode esquecer, mas, eu não garanto que farei o mesmo – disse Sasuke levando a mão ao rosto de Hinata.

De repente, sentiu vontade de abraçá-lo. Se soubesse o quanto a fez feliz em ouvir aquelas palavras, mesmo sem entender o por que de ter gostado delas.

-         Até mais, Sasuke – disse se levantando do Divã, arrumando-se – Mande um beijo para sua filha, Kori, não é isso?

-         Isso mesmo – disse Sasuke a vendo andar à porta – Até, Hinata-chan...