Desconheço o não amar. O meu apresso e se dividir, multiplica. Ele para dois. Apenas dois que me fazem desentender tudo o que ocorre com meus pensamentos. Um me ama de uma maneira conservadora enquanto o outro me ama livremente. Não sei qual é melhor, pois são inconfundíveis. Como disse, meu coração pertence a um moreno e a um loiro. O primeiro chama de meu homem e o segundo... Ainda não achei a determinação certa, chamo de desejo. Sempre juntos, desde pequenos. Talvez tenha sido esse meu erro. Conviver demais, me apegar a algo que não me pertence. Sei que parece um absurdo falar isso para uma folha de papel. Acredite, não queria ter feito o que estou fazendo agora. Escrevendo meus sentimentos errôneos para alguém que não pode ter uma resposta de volta. Não escuto meu coração por que ele possui dois caminhos. Sigo neles. Vivendo e aprendendo. Naruto não poderia ocupar minha mente, martirizando-me com seus sorrisos. Não vou tentar compreender o que me liga a ele. Sasuke é o garoto que tem seu espaço fixo em minha vida. Estranho que não esteja plenamente em meu ser. Confesso que possuo dúvidas que cada vez se alastram. Não sei respondê-las e me vejo sem alguma saída. Quando tudo parece mudar, provavelmente verei que são apenas coisas sem fundamento algum. Errado é aquele que quem diz que não se podem amar duas pessoas. Eu posso. Eu sinto. Sempre tão faceiro. Será que é isso que Naruto me faz ver? Uns meninos crescidos, querendo ser amado da maneira que o amo? Apesar de não poder, sei que meu carinho por Sasuke, de alguma maneira, consegue ser mais elevado. Às vezes, pensava como seria ter Naruto no lugar de Sasuke. Deus tira-me esses pensamentos! Não os quero! Por que amar quem eu sei que não posso? Naruto é o oposto do moreno. Diz palavras doces e me trata de tal forma que não conheço o prazer de não amá-lo. Guardo esses sentimentos confusos para mim, esperando que um dia consiga resolvê-lo. Se bem que, ele não precisa ter respostas. Eu poderei procurar e não achar. Uma em um milhão. Melhor tentar aceitá-lo.

Ambos estavam viajando agora. “Férias, meu amor, férias!”. Sasuke estava eufórico. Era um feriado. Chamou-me para ir junto, mas, não quis. Estava querendo mesmo era visitar meus pais. Faria semanas que não os via. Sei que iria pescar, junto com Naruto. Deve ser um momento para descansar de mim. Momento íntimo. Ficar sempre na presença do outro, chega a ser “chato”. Minha mãe me recebeu de braços abertos. Era um sábado e papai estava na cozinha. Surpreendi-me de que estava ajudando a preparar o almoço. Nunca pensei que ele soubesse cozinhar. Minha família é mesmo surpreendente. Os abracei forte e não quis soltar. Senti-me como a pequna Sakura. Uma garotinha miúda e de olhos verdes opacos. Eles me faziam sentir protegida. Afinal, o que poderia esperar deles? Conversamos animadamente. Sasuke chegaria ao fim da tarde. Havia dois dias que estava fora. Não ligava. Apenas mandava uma mensagem desejando Boa-Noite. Queria poder fazer o mesmo com Naruto, mas, aí seria dar muito na cara.

-         E então, Sakura? – perguntou minha mãe, quando já estávamos á mesa, sentados, degustando de um belo peixe.

-         O que foi, mãe? – disse vendo a mesa que havia posto. Ainda não havia perdido o jeito. Estava da maneira que sempre fora.

-         E Sasuke-kun? – indagou meu pai. Ele dissera que tinha sorte em ter achado alguém como o Uchiha.

-         Está viajando – disse naturalmente – Foram pescar, ele e o nosso melhor amigo Naruto. Claro que se lembram dele.

-         Como não lembraríamos filha! – disse minha mãe – Vocês sempre foram próximos. Como ele está? Há tempos que não falo com a Kushina...

-         Vai bem, mamãe – respondi – Alegre como só.

Meu coração se apertou quando falei o nome de Naruto. Era essa sensação que provocava. Estranha e incômoda. Quisera poder tirar seu nome travado em meu peito. Às vezes latejava, apenas não sei por que. Terminamos o almoço tratando de assuntos triviais. Minha vida, com a Faculdade e o trabalho estavam tomando a maior parte de meu tempo. Quando estava deitada no colo de meu pai, ouvindo o rádio ligado vindo da cozinha e minha mãe cantando, sorri. Parecia que nada havia mudado. De repente, havia um ruído a mais. Abri meus olhos e notei que era meu celular. Só poderia ser. Vi a cara de desagrado de meu pai quando me “desfiz” de seu colo. Dei-lhe um beijo na bochecha e fui até minha bolsa. Será que os homens á medida que vão envelhecendo, vão ficando mais bobos?

-         Olá – disse quando atendi.

-         Sakura, já cheguei. – disse uma voz masculina que conhecia bem – Onde você está?

-         Não lhe avisei que estaria na casa do seu sogro, amor? – perguntei divertida.

-         Eu ia te pegar e...

-         Temeeeeee!

-         È o Naruto, não é? – perguntei. Para fazer um escândalo daqueles só podia ser ele. Confesso que me coração pareceu... Parar?

-         Sim, é ele. – disse Sasuke – Dobe! Não vê que estou falando com a Sakura?!

Não instante seguinte, já não era mais a voz de Sasuke.

-         Sakura-chan, estávamos com saudades de você! – disse Naruto animado – Não sei como você agüenta esse Teme.

-         Também estava com saudades de vocês. – disse sentindo a face esquentar... Droga!

-         Passa-me o telefone, Dobe. – ouvi um chiado brusco e logo em seguida, Sasuke retornou – Estou indo te pegar. Quero poder provar dos teus lábios. – desligou.

-         Então venha, Sasuke-kun. – disse colocando o celular na bolsa novamente.

-         Era Sasuke? – perguntou minha mãe, entrando na sala, sentando-me ao lado de meu pai – È impressão minha, ou Naruto estava falando com você?

-         Ele praticamente gritou. – disse soltando uma risadinha – Tenho que ir, eles já chegaram. Não sumam mais!

Despedi com outro abraço forte. Como era bom voltar e revê-los. Liguei para Sasuke e disse que já estava na porta. Como queria vê-lo também e Naruto... Imbecil! Sentei na escada e esperei. Claro que queria também poder vê-lo. Meus dois amores ficaram longe de mim. Talvez esteja exagerando. Sim estou. Foram apenas dois dias. Quando ouvi uma buzina ao longe, levantei. Abri a porta com a chave que estava entre meus dedos e corri. Sasuke estava apenas com uma calça jeans. O peitoral á mostra. Aquilo era tentar comigo. Reparei que Naruto não estava com ele. Coisa que não queria. Desceu do carro e caminhou até mim. Olhou-me nos olhos e assim ficou. Parecia que era a primeira vez que me via. Ele lia minha mente, mas, não minha alma, como... Não quero lembrar! Enlaçou-me pela cintura e aproximou-se. Primeiro, beijou minha testa, demorando certo tempo. Seus lábios pressionados sobre minha pele, arrepiavam-me. Quando nossas bocas se encontraram, minha estrutura havia caído por completo. Passei meus braços pelo pescoço do moreno, deixando que sua língua brigasse com a minha... Outra e outra vez, como ele costumava fazer.