Highway To Glory - Season 2 escrita por ThequeenL


Capítulo 5
Cinco - Clove


Notas iniciais do capítulo

Tá uma desgraça esse capítulo. Eu queria esperar para lançar esse junto com o próximo pra que vocês não me odiassem tanto assim, mas tinha gente achando que eu morri depois de tanto tempo (e com razão, né) então vocês vão ter que se contentar com esse.
Eu não vou prometer postar nada antes do ENEM (3 e 4 de novembro)porque é o meu futuro e eu tenho onze horas de aula por dia de segunda a sexta, e tá difícil de viver.
TALVEZ na semana de outubro apareça alguma coisa aqui, mas como já disse, não prometo. Se eu passar para a segunda etapa da UFMG faço o que vocês quiserem, juro. Mas antes de lá vai ser no esquema lerdo mesmo. Desculpem por estar empatando a leitura de vocês



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Estou começando a sentir outra vez. Aquele ódio constante que senti durante todos esses anos, que tinha diminuído consideravelmente desde a primeira vez que Cato me beijou na arena. Aquela vontade de abrir absolutamente todas as coisas com uma lâmina bem afiada, de arrancar, dilacerar, triturar com minhas próprias mãos quem estivesse no caminho. Vou acabar matando algum deles, tenho certeza. Se não for a criança ou o gato, será essa garota idiota que resolveu ressurgir dos mortos para dificultar ainda mais a situação. Como se a guerra nacional já não fosse ruim o suficiente sem esses conflitos desnecessários. Thorm deu de ombros e esboçou um sorriso, me fazendo apertar ainda mais os olhos de tanto ódio.

“Mas será possível que todos os tributos desse ano tem irmãos parecidos!?” Perguntei uma nota acima do tom natural. Thorm achou que era uma boa hora para tripudiar

“Na verdade Thresh, Miela, o garoto do 7 e a menina do 5 são filhos únicos, se isso importa agora. Mas se serve de consolo para sua indignação, posso jurar que a irmã da Katniss se parece muito pouco com ela.” Ele disse antes de eu chutar-lhe a canela e me afastar com as mãos na cabeça.

Eles estavam todos malucos se pensavam que eu aceitaria numa boa ficar na casa da tributo que mais tive vontade de matar. E, se foi difícil me livrar de Glimmer na arena, imagine só quão difícil será me livrar da cópia dela no seu próprio território. Não vamos durar um dia sob o mesmo teto.

“Não vai dar pra ficar aqui” Eu disse. “Não quero saber, Thorm, arranje outro lugar agora.” Ordenei em alto e bom som.

“Posso lhe assegurar de que a casa tem todo o conforto possível, senhorita Ruthless” Loivissa disse de surpresa do outro lado do aposento, enquanto afagava os cabelos da mãe, ainda chorosa. Ela olhava com seus grandes olhos para mim tal qual uma criança inocente, como se aquilo fosse fazer alguma diferença. Eu já tinha estripado esquilos mais fofos, e esses olhos ficariam lindos boiando em formol dentro de um pote. Eu não seria dobrada por uma simples expressão facial. Mas parece que nem todo mundo é inflexível nesta sala.

“Podemos ficar aqui, sem problemas.” Respondeu Cato, ajudando Kyelles a se levantar. Ela sorriu para ele com os olhos cheios d’água.

Dei uma risada sarcástica quando na verdade, queria apenas sumir dali. Ele se virou para argumentar, mas eu já tinha sumido pelo corredor sem pedir permissão à dona da casa. O celular de Thorm tocou e escutei a voz dele conversando com Haymitch ficando mais distante a cada passo que eu dava para cima nas escadas. Já que tenho que passar um tempo aqui, prefiro encontrar sozinha meu quarto logo, e me trancar nele pelas próximas duzentas horas, ou até alguém me dar um bom motivo para sair.

O segundo andar não era de todo ruim, sou obrigada a admitir. Com um tamanho próximo ao dos apartamentos da capital, a casa parecia um prédio de tão robusta. Foi fácil encontrar aonde dormir, já que essa gente colocava placas com os nomes nas portas. Havia aquelas com placas permanentes, e as três últimas com simples etiquetas removíveis com o escrito “Visitantes”.

Abri a última porta do corredor e tranquei-a rápido enquanto escorregava pela parede e parava sentada no carpete fofo. Não estava com vontade de chorar, ou de quebrar nada. Estava apenas...atordoada. Eu, Clove Ruthless, que sempre fui a mais rápida, estava com dificuldade para acompanhar os últimos acontecimentos, ou, devo dizer, as minhas últimas desventuras em série. Abri o macacão de Pacificador e retirei dos bolsos internos minhas flechas, facas e adagas. Afiá-las me deixava calma, e ajudava a colocar os pensamentos no lugar.

Vejamos... o que acabou de acontecer mesmo? Ah, é mesmo, Cato acabou de me contrariar. Me contrariar. Sei que ele deve estar absorto com as coisas que Thorment disse assim que apareceu para nos buscar na Capital, mas não imagino como essa raiva pode ter sido transferida para mim. Porque só consigo ver essa decisão de querer permanecer aqui como vingança por alguma coisa. Já repassei todas minhas últimas frases e ações mentalmente, e não há nada que eu tenha dito ou feito de tão grave para merecer esse cárcere.

Ele nunca tinha discordado de mim até então. Nem uma vez sequer. Na verdade, ninguém nunca tinha me contrariado assim, tão abertamente. Pelo menos não ninguém que esteja vivo até o presente momento. Estou tentando não pensar em nada, mas desde que bati os olhos naquelas fotos tem uma coisa me incomodando muito, uma espécie de voz interior da minha parte serial killer que sempre aparecia para piorar as coisas. “Ele deve querer ficar por causa dela... Você se lembra quando ele disse que Glimmer era a mais bonita, não é? Vai ver é por isso que estamos aqui agora...”, A voz me diz. E eu tento fingir que jamais pensei nisso, porque parece humilhante sequer cogitar essa possibilidade. No meio de uma guerra civil e eu surtando por ciúmes, é vergonhoso demais e não combina com uma guerreira como eu. Talvez não seja nada disso, talvez a parcela de insanidade e paranóia que a arena oferece para todos aqueles que saem de lá com vida esteja começando a fazer efeito mais aparente em mim. Mas se existe uma hora para perder o controle, posso afirmar com segurança de que não é esta.

Enquanto giro a ponta de uma adaga no meu dedo indicador percebo alguém girando a maçaneta e forçando a porta. Pensei que fossem demorar um pouco mais para me procurar. Fechei os olhos e suspirei. Se fosse Loivissa eu juro que giraria essa adaga no pescoço dela. Mas foi uma voz masculina que ecoou por detrás da porta

“Ei, Ruthless, abre essa porta. Tenho explosivos aqui, e não me importo de usá-los.” Disse Thorm, dando chutes de leve na madeira.

“Você é só um soldado, não pode fazer esse tipo de coisa por livre e espontânea vontade” Respondi sem nenhuma vida na voz.

“ Haymitch acabou de me dar carta branca para fazer o que quiser enquanto estivermos no distrito 1. Posso te contar o que mais ele me disse, se você abrir a porta. Melhor não demorar, já estou riscando o fósforo...”

Verdade? Ele estava mesmo fazendo esses jogos infantis comigo? Quantos anos ele acha que eu tenho? Cinco?

Thorm riu do outro lado, e de alguma forma resolvi não levar tudo tão a sério. Só porque não tinha mais nada para fazer, e realmente não queria escutar aquela voz na minha mente agora.

“Isso chamaria atenção demais. Seríamos todos capturados e você perderia seu precioso cargo de nossa babá, ou sei lá como chamam você. Mas se quer um conselho, pode amarrar Phia e o bichano e atear fogo neles. Ouvi dizer que pêlo é o que queima mais rápido. Aposto que demoraria cinco minutos para tudo virar cinzas.” Comentei, sem me mover no carpete. Escutei algo deslizando atrás da porta e se sentando no chão.

“Já que você não abre, eu fico de guarda aqui fora. Podemos ficar assim o dia inteiro, se você quiser, temos tempo para isso. E, a propósito, devido ao tamanho deles acho que levaria menos de três minutos para virarem pó, a criancinha e o gato. Provavelmente seria uma poeira roxa falante ainda mais esquisita que eles próprios, então talvez fosse melhor apenas enviá-los de volta em um pacote para a Capital” Thorm disse, rindo. Sem pensar, ri baixinho de volta. Depois abri os olhos e dei um longo suspiro. Eu odiava muito estar ali. Depois de alguns minutos em silêncio, ele voltou a falar

“Sei que esse é um dos últimos lugares de Panem onde você queria estar, Ruthless, mas ordens são ordens. Não pense que está sendo fácil para os outros. Estão tendo problemas sérios no distrito 13. Planejam uma invasão à TV, e você pode imaginar a confusão que isso causaria. Estão gravando pequenos comerciais com Peeta e Katniss, e assim que eles forem ao ar, a coisa ficará pesada. Snow irá deduzir que saíram todos vivos e vai dobrar a vigilância sobre a Capital e sobre os distritos que ainda não aderiram à causa, incluindo aqui. E você tem que admitir que qualquer um que tenha assistido o 74º Jogos Vorazes teria certeza de que a casa da família de Glimmer estaria absolutamente fora de cogitação como um esconderijo para você e Cato. É um dos poucos lugares onde os pacificadores não se darão ao trabalho de procurar. A partir daí, as coisas serão bem mais arriscadas. Se formos descobertos, isso custará não só as nossas vidas, como toda a causa. A equipe da operação Tordo já pensou em tudo, e mesmo que você não acredite, considerou todos os pontos, e até os pequenos detalhes que parecem sem importância alguma podem fazer falta mais adiante.”

Suspirei de novo. Havia recobrado os sentido, e a razão. Mas ainda estava chateada com Cato. É muito pouco provável que ele tenha ouvido esse discurso de Thorm antes de me contrariar. Resolvi não responder a Thorm absolutamente nada. Não havia nada em meus pensamentos que devesse (ou pudesse) ser verbalizado. E, além disso, eu não tinha confiança alguma nele além da que era obrigada a ter, devido à missão que haviam nos dado.

Assim como prometera, Thorment ficou o resto do dia sentado no tapete. Ouvi Kyelles chamando-o diversas vezes, mas ele não deixou o posto por nada. Na hora do almoço lhe trouxeram comida numa bandeja, pude ouvir o tilintar dos talheres e sentir o cheiro da comida. Também tentaram levar um prato para mim, mas simplesmente ignorei a investida e eles foram embora. Cato ficou sumido todas as horas, enquanto eu via o dia se esvair lentamente por detrás das cortinas transparentes na enorme janela do quarto de hóspedes, na minha nova gaiola. Foi a primeira vez que fiquei mais de uma hora longe dele desde quando ele e katniss foram soterrados na arena. A cada minuto que passava uma saudade enorme crescia como um balão de ar em meu peito.

Cochilei por algumas horas, e acordei com sussurros vindos do corredor no início da noite. Escutei Thorm se levantar e entrar noutro quarto, e meu coração gelou. Porque eram duas pessoas que estavam lá fora cochichando antes. Duas vozes masculinas. E se uma tinha cessado, eu poderia imaginar de quem era a outra que começaria a falar comigo a qualquer momento. Fiquei o dia todo esperando que ele viesse, mas agora que ele está aqui não sei se quero conversar. Não sei o quão controlada conseguirei parecer. Bem, Clove Ruthless, você só precisa seguir uma regra: Não seja fraca. Não aja como aquelas meninas patéticas agiriam. Não aja como Katniss naquele dia e comece a chorar no colo dele, isso não faz o seu tipo. E, além disso, você não tem lágrimas. Seria realmente incômodo fingi-las. Como eu já esperava, ele bateu na porta.

“Clove?” Ele sussurrou como se estivesse falando no meu ouvido. E eu esqueci o que estava me aborrecendo durante todo o dia. Simplesmente esqueci. Ele suplicou que eu abrisse a porta, e meu braço, desobedecendo a todas as recomendações do meu cérebro, se esticou e girou a chave na fechadura.

Cato abriu a porta com cuidado para não fazer barulho, entrou e trancou- a novamente. Meu coração disparou quando ele se agachou e ficou frente a frente comigo, me fitando com aqueles lindos olhos azuis, sugando de mim o pouco de juízo que ainda me restava. Antes que eu pudesse formular uma frase qualquer, ele aproximou os lábios do meu ouvido e perguntou com a voz rouca

“Porque você não confia em mim?”

Fechei os olhos. Não havia nada que pudesse impedir o que estava por vir, eu sabia disso. Nada que algum de nós dissesse iria contrariar aquela vontade insana de ficar ainda mais próximos um do outro. Senti a falta dele o dia todo, e isso implicava que, agora que ele apareceu, deveríamos compensar de alguma forma. Eu poderia brigar mais tarde, mas agora, daquele jeito, eu não tinha outra opção a não ser pertencer a ele. Então apenas sussurrei de volta, ainda com os olhos fechados

“Eu confio em você.”

E então foi tudo maravilhoso. Antes que eu pudesse reabrir os olhos, os lábios de Cato encontraram os meus de maneira ansiosa, como se estivessem esperado por aquele momento um século inteiro. Meu corpo todo cedeu, e ele se levantou comigo nos braços. Não esperei pelo próximo avanço e tratei de tirar-lhe a camisa. Abri os olhos para admirar a vista e quase perdi o fôlego. Não importa quantas vezes eu o visse, ainda sentiria o mesmo frio na espinha e as correntes elétricas debaixo da pele. Ele olhou surpreso, e, um pouco inseguro, tentou abaixar sutilmente as alças do meu macacão de pacificador. Como eu tinha previsto que iria acontecer, os botões do macacão dificultaram o processo, e Cato tentou fingir que não estava fazendo nada de mais. Tive que separar nossos lábios e esboçar um sorriso. Ele olhou para baixo e bagunçou os cabelos. Estava prestes a me pôr no chão, desconcertado, quando passei minhas pernas em volta de sua cintura e, sem pensar muito, soltei os cabelos e lancei-lhe um olhar desafiador. Ele levantou uma sobrancelha como quem diz “Você tem certeza do que está fazendo?”, e isso aumentou ainda mais a minha, hm, fome. Estava com medo de parecer boba, já que estava fazendo algo novo e suscetível ao erro. Mas então lembrei a mim mesma de que Clove Ruthless é boa em tudo o que faz. E caso eu não fosse, poderia matá-lo no dia seguinte. Inclinei-me ainda mais para Cato, colocando as mãos em seu peitoral definido e pressionando minha cintura contra a dele. Cheguei próximo o suficiente e parei a milímetros de sua boca. Ele avançou e eu recuei um pouco, brincando com sua paciência. Eu não iria para o céu de qualquer maneira.

“Você nunca faz nada direito, não é mesmo?” Sussurrei antes de deixar que ele me beijasse. Ele se afastou um pouco para responder à minha provocação.

“Você me deixa nervoso, nunca sei o que você vai fazer em seguida, já te disse isso. Posso fazer uma coisa ou outra errado, mas garanto que aprendo rápido...” Ele entoou, e começou a beijar meu pescoço. Abri os botões do macacão um a um, e deixei que ele caísse no chão, ficando apenas com as roupas de baixo, completamente exposta a qualquer ataque. Cato pareceu hipnotizado pela minha silhueta, mas um ruído do lado de fora do aposento o fez ficar tenso. Ele se afastou rapidamente e sentou na cama, do outro lado do quarto. Revirei os olhos. Desde quando ele passou a ser tão medroso? Ou talvez fosse eu que estivesse muito abusada.

“Talvez a gente não devesse...” Ele disse, mas consegui impedi-lo de terminar o raciocínio me colocando em seu colo e beijando seu ombro. Talvez a gente não devesse mesmo. Mas só o que eu conseguia pensar era que talvez ele devesse tirar essa maldita calça.

“Se você não me quiser, você pode sair agora.” Avisei. Cato deu um gemido, e vi suas mãos apertando o lençol. Ele estava se policiando, não queria ser um completo idiota. Eu estava certa de que ele não seria, nem se tentasse. Por fim, ele foi se inclinando na cama até ficar por completo na horizontal, comigo deitada por cima dele. Resolvi parar de guiar as coisas, quer dizer, havia uma chance de que ele só não me quisesse mesmo. Não sei o que ele ficou fazendo o dia todo, talvez o tivesse passado com Loivissa e mudado de idéia sobre o que sentia sobre mim. Empurrei meu corpo para cima, e ele reagiu velozmente, me puxando pelo braço. Ficamos nos encarando por algum tempo, até que ele suspirou fundo e disse

“Eu amo você”

E então eu arfei. Foi como acender um fósforo em uma sala repleta de dinamites. Cato sumiu com o que restava de nossas roupas em segundos, e antes que eu pudesse julgar certo e errado, me tomou para ele. O tempo moveu-se de maneira diferente, ora deliciosamente lento, ora rápido, faminto demais. Me surpreendi com aquela sensação indescritível que era estar ali, daquele jeito, de uma maneira que ninguém nunca tinha estado com ele antes. Enfim havia descoberto algo ainda mais excitante que atirar facas. Talvez pudesse até substituir meu hobbie.

Acordei com o nascer do sol, e abri os olhos lentamente, na esperança de que minha mente não tivesse simplesmente inventado a noite passada. O quarto estava vazio, e eu, enrolada no lençol com o cabelo completamente desgrenhado. Comecei a duvidar da minha lucidez, mas o bilhete na escrivaninha com a letra de Cato e sua camisa no chão aou lado do tapete me fizeram ver que era tudo real. “Fui buscar o café para você, que não come desde ontem cedo. Foi a melhor noite da minha vida, nunca duvide disso.” Era o que estava escrito. Sorri abobalhada com as palavras lidas e mordi o lábio. Ele me ama. Ele jamais iria me trocar por uma vaca loira, ou pelo clone dela. Estava tudo bem. Otimamente bem.

Depois de vinte minutos, cansei de esperar e resolvi tomar um banho antes de descer para buscá-lo. Depois de me limpar, vesti a camiseta de Cato e desci pelas escadas, passando os dedos pelos cabelos molhados. Pelo visto estavam todos dormindo na casa, que tinha os corredores longos demais. Depois de ontem, poderia até chamar esse lugar de lar.

Ao abrir a porta da cozinha, no entanto, senti como era morrer ainda estando viva. A cena me fez querer vomitar: Cato escorava na mesa enquanto Loivissa o beijava, com os braços enroscados em seu pescoço. Peguei a faca mais próxima sem me preocupar com o barulho que estava fazendo, só queria ver aquela desgraçada morta. Então Cato se virou e, por segundos, me olhou com os olhos mais tristes que já vi alguém fazer. Depois, tomou um ar mecanizado frio, e segurou meu pulso, impedindo que a faca atravessasse Loivissa. Ela riu debochadamente e percebi que poderia matá-la com meus próprios dentes, se necessário.

“O que você pensa que está fazendo?” Perguntei para Cato

“Impedindo você de cometer uma tolice” Ele respondeu com a voz seca

“É uma tolice necessária, já que essa....Essa criatura resolveu atacar você!”

“Fui eu quem a beijei.” Ele disse, e a faca deslizou da minha mão e caiu num baque. Meu coração provavelmente havia caído junto com ela

“Você o quê?” Perguntei, na esperança de que tivesse entendido muito errado

“Você ouviu.” Foi só o que ele ousou dizer. A serpente, no entanto, achou que era necessário completar

“Cato me pediu em namoro, não é ótimo, Clove? Ora, estávamos apenas fazendo o que namorados fazem, não é, meu bem?” Ela disse, com os olhos azuis em chamas.

“Me diga que ela está mentindo” Ordenei para Cato, que não me olhava mais nos olhos.Eu apenas ignorei e continuei falando, incrédula

“O que foi que aconteceu? Depois de ontem...”

“Diga a ela, Cato.” Loivissa instigou, e Cato engoliu seco antes de abrir a boca

“Foi só por causa de ontem, que eu ainda estava com você. Realmente demorou para que eu tivesse o que eu queria” Ele disse sem sentimento, e soltou meu pulso enquanto virava de costas. Eu não poderia me sentir pior.

“Mas, o bilhete... Você disse...”

“Eu estava errado, confuso” Ele respondeu com a voz falhando, eu avancei desesperada e toquei suas costas. Ele se afastou bruscamente e deu a tacada final

“Eu não amo você”

E foi a primeira vez, em dezessete anos, que dos meus olhos saiu uma lágrima de dor como aquela.



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Notas finais do capítulo

Bem, há 80% de chance de não ter mais ninguém lendo essa fic, então agradeço infinitamente aos persistentes que ainda tiram um tempinho para vir aqui dar uma lida. Sentirei a ira de vocês nos reviews, já estou esperando pelos tapas na cara, rs.



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