P.O.V. Louis

Ok, a Malu é i n s u p o r t á v e l, mas ela é minha amiga e nenhum estranho chega passando a mão nela do nada e fica por isso mesmo. A situação estava realmente assustadora, estávamos em um lugar desconhecido, totalmente perdidos, sem sinal no celular –ok, tirando o meu que tinha acabado a bateria – sem gasolina e agora me aparece esse cara estranho, assustador com calças largas, quase caindo. Eu tinha puxado sua mão por impulso e agora não sabia como ele iria reagir.

–E quem é você pra tocar na minha mão e me dizer o que fazer hein garoto? – Disse o homem se aproximando e olhando fixamente para mim com cara irritada.

–Eu penso que sou Louis Tomlinson e que você deveria erguer a calça porque, sabe, elas fora feitas para cobrir as pernas e a sua bunda branca e não para ficarem nos pés. –Ele olhou para mim sem entender e instantes depois eu abaixei totalmente suas calças, eu realmente não deveria ter feito aquilo, o que provavelmente piorou toda a situação. Mas quer saber? Que se foda, ele mereceu.

Ana e Harry olhavam pra mim com cara de “Wtf Louis?”, já Malu se rachava de dar risada junto comigo me apoiando, não demorou muito e Ana gritou:
–Ta tudo bem, isso foi engraçado mas eu acho que é melhor a gente correr negada. –Sim ela estava totalmente certa.

Começamos a correr como uns retardados e o homem que ainda arrumava sua calça tentava nos alcançar. Ficamos naquilo uns dez minutos ou mais, até que acho que conseguimos despistá-lo, ninguém mais aguentava correr, foi quando Harry achou uma espécie de galpão abandonado, aquilo era muito estranho, antigo e velho, Harry forçou a porta e ela abriu, entramos todos afobados e fechamos a porta do estranho galpão, tentando nos esconder do homem das calças frouxas, fizemos isso rapidamente sem pensar nas consequências ou se tinha alguém lá dentro ou não.

O lugar era bem grande, totalmente escuro e frio, ficamos uns 5 minutos lá dentro parados e calados tentando nos localizar, quando Ana resolveu quebrar o silencio.

–Hey gente está frio aqui. –Disse Ana.

–E escuro né. –Completou Malu.

Essas meninas não podem ser mais obvias não? Eu ia fazer um comentário irônico sobre isso quando ouvimos um barulho de uma chave trancando alguma porta –só espero que não seja a porta do galpão-.

–Ok, acho que eu quero sair daqui agora. –Ana sussurrou.

–Harry, vai lá ver como estão as coisas, se o homem ainda está por perto. –Falei batendo em suas costas.

–A tá claro, e porque eu mesmo? –Rebateu.

–Porque sim, vai logo Harry.

–Não.

–Af, porfavor vocês dois né. –Disse Malu indo até a porta. Ok eu devia ter ido lá antes dela, mas ah... –Gente, gente me ajudem aqui, eu não estou conseguindo abrir a porta. –Ah que legal, ótimo mesmo.

Eu, Harry e Ana fomos tentar ver o que estava havendo e ajudar Malu. Era só o que me faltava agora mano, ficar trancado no meio do nada totalmente perdido e sem comunicação, ótimo dia, ótimo domingo, ótima vida, culpa do Niall... ou do Harry. Ok talvez tenha sido culpa minha. Não, definitivamente não foi culpa minha.

–Gente ferrou, esse galpão só vai ser aberto pelo lado de fora agora, alguém nos trancou aqui. –Disse Harry para meu total desespero.

Paramos, respiramos e ficamos em silêncio uns dois minutos.

–Tá gente, já está escurecendo, eu estou morrendo de frio e sem enxergar nada. Vamos fazer alguma coisa, tentar explorar esse lugar aqui ou sei lá o que. –Disse Ana.

–Ok também acho que devemos fazer isso. –Apoiou Harry.

Todos assentimos e começamos a tentar sentir o que estava em nossa volta, seja nas paredes, chão, em tudo. Estava sentindo a parede, totalmente sem norte, quando vejo a claridade em meus olhos, eu tinha esbarrado minha mão em um interruptor. Mas não era uma luz nítida, era uma luz falhada, fraca, que piscava às vezes, deixando a vista cansada, mas já era muito melhor que ficar no escuro, claro.

Todos vibramos com a tão desejada claridade e pudemos ver melhor o que tinha naquele galpão ou sei lá que merda de lugar era aquele. Não era tão grande quanto eu pensava, na realidade ele era até meio pequeno de mais. Tinha uma poltrona vermelha enorme no centro do local, meio rasgada e surrada com muito pó, um colchão no chão, algumas latas de tinta usadas – o lugar estava bem sujo por sinal-, uma espécie de estante com muitos objetos diferentes, uma roda de bicicleta e uma cortina meio que jogada em cima da poltrona vermelha.

Começamos a arrumar o lugar depois de nos conformar que não conseguiríamos sair de lá tão cedo. Tiramos no par ou impar quem iria dormir na poltrona –que era o melhor lugar para se dormir pois era bem espaçosa- e eu com a Malu ganhamos, amém, pelo menos isso. Ana reclamou um pouco, mas logo aceitou.

Estava meio que fuçando na prateleira, estante ou sei lá o que e achei uma coisa interessante.

–Hey gente olhem o que eu achei aqui um baralho, borá jogar alguma coisa. –Disse todo empolgado.

–Claro vamos, adoro jogos de carta. –Malu parecia animada.

–Me desculpem gente mais eu estou realmente cansado, foi um dia muito longo, vou tentar dormir. –Disse Harry, chato.

–É gente eu também vou e além disso estou morrendo de frio. –Disse Ana tentando ajeitar aquele cochão, até que ele não era pequeno.

–Sobrou só nós dois então Malu, o que vai ser? –Eu falei e depois de uns 5 segundos nós dois falamos em coro.

–TRUCO!

Sentamos no chão e começamos a jogar, Harry e Ana estavam se ajeitando na cama improvisada e cochichando algumas coisas, mas não prestei atenção na conversa. Eu estava roubando descaradamente no truco e ela também, mas quem se importa? Naquela altura do campeonato eu só queria olhar na cara da Malu e saber que ela estava bem e que eu podia protegê-la. Ok, eu não pensei isso, tá vou me dar um desconto, hoje o dia foi muito longo, cansativo e estranho.

Já estávamos no meio do jogo e eu não fazia ideia de que merda estávamos fazendo, aquilo nem de longe parecia truco. Então ela quebrou o clima.

– Louis.

–O que Malu?

–Obrigada por me defender hoje do tal sujeito, nem tive tempo de te agradecer com todo esse tumulto. Se não fosse você, provavelmente não estaríamos bem agora.

–Mas também com esse shortinho curto aí, quem não vai olhar né. –Queria dispensar logo a parte melosa.

–Eu não tenho culpa de ser gostosa não tá. E cala boca Boo Bear –Humildade mandou lembranças.

–Eu to brincando sua estressadinha. Ei eu já ganhei mesmo, que tal irmos dormir, eu estou bem cansado. –Disse me levantando.

–Aham ok, eu também estou quebrada, e ah, só pra constar, você não estava ganhando não Lou. –Não rebati por puro cansaço.

Apaguei a luz, nos ajeitamos na poltrona, ou pelo menos tentamos isso, fiquei passando a mão em seus cabelos pra ver se ela dormia, dei a minha mão pra ela e ela sussurrou em meu ouvido:

–Obrigada mesmo Lou.

–Tudo vai ficar bem, você vai ver. Boa noite Maluzita.

–Boa noite Boo. –E deu um beijo na minha bochecha.

P.O.V. Harry

Ana estava com muito frio, não sabia mais o que fazer para tentar esquentá-la, até que tive a ideia de pegar aquela cortina, estava meio empoeirada mas ok, melhor isso que ficar com frio. Já que ela não aceitava de jeito nenhum a minha blusa. Hm.

Me levantei para pegar a cortina, -Louis e Malu já estavam dormindo-, quando voltei senti que Ana estava chorando.

–Ei, o que foi Ana? –Disse enrolando a cortina envolta dela.

–Ah Harry eu não sei, eu estou com medo, quem me garante que nós voltaremos bem para casa?

–Calma, relaxa, vai dar tudo certo, você vai ver. –Ela ainda tremia, então a abracei por traz na expectativa de esquenta-la, conforta-la e bem porque eu queria a abraçar.

–Eu não sei. –Ana disse em meio aos soluços do choro.

–Eu estou aqui, não se preocupe, eu te protejo, sempre que você precisar eu estarei aqui, nós voltaremos sãos e salvos para casa. –Tá eu sou fofo e gay.

–O-obrigada Harry, por me fazer sentir protegida, me confortar. Obrigada mesmo. –Ela se virou de frente para mim, acho que não estava mais com frio. As lagrimas ainda escorriam, nos encaramos, não pude evitar, foi impulso, foi involuntário, foi sem intenção-sqn, eu a beijei.

Ela não me impediu, passou a mão no meu cabelo e eu puis minha mão sobre seu pescoço, o beijo estava intenso, com muitos sentimentos, caramba, eu tinha planejado aquele beijo há muito tempo, mas não esperava que acontecesse dessa maneira, aquele dia, aquela hora e naquele lugar, foi muito melhor do que eu esperava, foi um beijo mais maduro, foi um beijo de um Harry diferente, não do Harry galinha, foi um beijo de um Harry amadurecido, não sei o que foi aquilo. Só sei que o beijo começou a esquentar, ficou mais rápido e quente, eu nem vi quando isso aconteceu mais quando eu vi Ana estava deitada no cochão e eu estava em cima dela, nosso beijo se entrelaçava com selinhos, comecei a beijar seu pescoço, a senti arrepiada, ela entrelaçou suas pernas nas minhas costas, nos beijamos novamente. Ela tirava minha camisa lentamente me deixando excitado, comecei a tirar sua blusa.

–Ha-Harry, não, é melhor a gente parar com isso, se eu fizer, vou me arrepender depois. –Ela sussurrava enquanto eu mordia sua orelha.

–O que?

–Só amigos, lembra Harry? –Sim ela estava certa e eu não queria estragar esse momento tão importante em sua vida, estávamos confusos com tudo que estava acontecendo e talvez tivéssemos nos excedido. Mas porra Ana, mancada.

–Ok você está certa, mas quanto ao “só amigos”, não sei se irá realmente acontecer.- saí lentamente de cima dela, puis minha camisa, Ana não chorava mais. (ok essa parte foi obvia).

–Obrigada por me entender Harry e sim, só amigos irá realmente acontecer, não quero correr o risco de te ver com uma vadia qualquer de novo e me sentir mal com isso. –Disse ela ainda deitada no colchão.

Antes que eu pudesse me defender ela me cortou.

–Boa Noite Harry. –Disse me dando um beijo na testa.

–Ei, Ana, você ainda irá mudar seus pensamentos sobre mim. –Sussurrei em seu ouvido. Ela não disse nada.

Só espero que essa noite não seja muito longa, ou melhor, só espero que eu consiga dormir. Hm, meio difícil.

Nossa, caramba, as pessoas devem estar preocupadas com a gente.

P.O.V. Niall

Recebi uma mensagem dos meninos, dizendo que Ana, Harry, Lou e Malu ainda não tinham chegado no parque e nem atendiam o telefone, fiquei preocupado. Eu e Letícia nos encontramos com o resto do povo, tentamos discutir o que faríamos e chegamos a conclusão de que se eles não tinham chegado ainda é por que se perderam e no lugar que eles estão não tem sinal no celular, então resolvemos voltar para casa avisar os pais deles, porque não sabíamos mais o que fazer e por telefone é meio ruim dizer essas coisas.

Saímos do parque e já estávamos no carro do Zayn.

Todos estavam muito tensos com a situação, mas poxa, eu também sou um ser humano e tenho fome ok?

–Gente da fazer uma paradinha pra gente comer?

–NÃO NIALL! –Todos disseram em coro, poxa, magoei.

O caminho de volta me pareceu mais longo que o caminho da ida, todos fomos calados, finalmente após duas horas e meia, mais ou menos chegamos na minha casa. As meninas ligaram para os pais de Ana –que por sinal estavam viajando- e Malu e nós ligamos para os pais de Harry e Louis.

Todos nós comentamos com nossos pais o ocorrido e sim, talvez tivéssemos sido irresponsáveis, mas agora não adiantava mais ficar se lamuriando. Já estava de noite.

Aquela noite estava sendo uma bagunça, todos os adultos já estavam na minha casa, menos os pais de Ana, que estavam tentando achar um voo mais rápido possível de volta para Londres. Os adultos chamaram a polícia que logo estava em casa, mas que só poderia ajudar após 24 horas do sumiço. O clima estava bem tenso e bem estranho, todos muito preocupados e nos recriminando. Isso tinha que acontecer bem no meu primeiro dia de namoro... Legal, nossa que sorte hein Niall. Chamei Letícia para ir até o meu quarto para podermos conversar melhor sobre tudo, já que não tivemos tempo até então e deixamos o resto do pessoal na sala.

P.O.V. Zayn

Tudo estava tão confuso, tudo tão angustiante, realmente não sabia mais o que fazer, meus pais tinham acabado de chegar. Eu nunca tinha passado por essa situação. Olhei para Duda e vi que ela estava muito abalada e a chamei para me ajudar na cozinha a pegar algumas coisas para comer.

–Ei, você está bem? –Perguntei tirando uma mecha do seu cabelo de seu rosto.

–Ah não sei Zayn, são meus amigos, eles são muito importantes para mim, onde será que eles estão agora? Podem estar em alguma situação ruim, não gosto nem de imaginar. –Ela disse com uma voz meio falha que me dava vontade de abraçá-la e não soltar nunca mais, percebi que uma lágrima escorria.

–Calma Duda, vai ficar tudo bem, você vai ver, amanhã mesmo eles estarão aí, os mesmos idiotas de sempre. –Então a abracei bem forte e enxuguei sua lagrima, mas a verdade é que eu não tinha uma real certeza de que eles estariam realmente aqui amanhã.

Ela sorriu e de mãos dadas levamos as comidas para a sala. Conversamos e achamos melhor dormir todos juntos, estávamos muito abalado com tudo e era melhor para nos apoiar. Os adultos estavam um tanto preocupados com a gente, mas não nos negaram isso, nem mesmo os pais das meninas. Não iríamos para escola no dia seguinte.

Então os pais de todos foram embora, só restaram os pais de Niall –afinal, estávamos na casa dele, começamos a arrumar os colchões, Jéssica e Liam conversavam sobra alguma coisa, mas eu não prestei atenção. Todos nos deitamos, mas não dormimos, conversamos um pouco antes.

–Zayn, por favor, você pode segurar a minha mão? Eu não estou muito bem. –Duda sussurrou para mim.

–Claro princesa. Sempre que você quiser. –Segurei uma de suas mãos e com a outra passei a mão em seu cabelo até ela dormir. O que não demorou muito.

Eu estava realmente tentando dormir, mas estava difícil, amanhã seria um longo dia. Tomara que corra tudo bem.