POV Edward

Enquanto esperava a aula de biologia começar, uma vez que cheguei muito cedo ao colégio, lembrava das reações da minha irmã quando disse que tinha fumado maconha; dor, desprezo, nojo, e decepção. Alice apesar de estar no auge da adolescência, com seus quinze anos, não era aquela garota rodeada de amigas, e nem de meninos. O motivo? Eu. Isso era óbvio, minha irmã não tinha amigas, pois essas garotas fúteis de Forks jamais queriam ter como "amiga" uma garota, cujo irmão é um drogado. E isso me fazia sentir ainda mais nojo de mim mesmo, por mais estúpido que eu seja, eu queria muito ver minha irmã feliz, esse desejo também valia para meus pais. E a falta dos meninos? Bom. Eu sei muito bem usar minha cara de perturbado para assustá-los, pois Lice só tinha quinze anos.

Sai de meus devaneios quando ouvi Sr. Banner apresentando uma aluna novata. Caralho, mais uma adolescente efusiva para eu agüentar.

“Bom, alunos, esta é Isabella Swan.” Disse o Sr. 5º idade. Permaneci de cabeça baixa, nem um pouco a fim de ver o rosto da novata, e assim fiquei até que percebi alguém se sentando ao meu lado. Puta que pariu, a novatinha veio logo se sentar ao meu lado? Mereço.

“Desculpa, acho melhor eu mudar de lugar” Cacete, não acredito que disse aquilo em voz alta.

“Não, não foi isso que eu quis dizer.” Tentava me desculpar enquanto levantava minha cabeça, mas minhas desculpas foram para qualquer lugar do espaço quando encontrei seu olhar, e Deus, que olhos eram aqueles? Talvez um mar de chocolate.

E neles eu pude ver raiva, muita raiva na verdade, e essa não era a primeira impressão que eu causava nas mulheres, sim, eu tinha uma cara de bêbado, noiado, vivia com os olhos me denunciando, mas isso nunca me impediu de fazer com que os olhos de uma garota brilhassem quando eu a olhava. E isso não estava acontecendo, e por alguma razão me senti vulnerável ao olhar a tal Swan. Sempre fui acostumado a ter qualquer garota que eu quisesse, mas isso não valia muito, já que sempre como as vadias do colégio, elas são tão fáceis que nem precisava me esforçar muito para ter uma noite de foda. Mas o olhar da Swan me transmitia o contrario; um olhar duro, resistente.

“Não quero incomodar, tem um lugar vago logo ali atrás, é melhor eu ir para lá.” A garota disse juntando seu material e indo para o fundo da classe.

“Isabella, você será companheira de aula do aluno Cullen, então nem adianta fugir, trate logo de voltar ao seu lugar.” Não sei por que, mas aquela ordem de Sr. Banner me deixou estranhamente animado.

A aula de biologia seguiu sem maiores incidentes, Swan e eu não trocamos nenhuma palavra, e muito menos olhares, apesar de que eu queria muito mergulhar naquele oceano marrom, resolvemos nossos exercícios separadamente, a única coisa que me deixou intrigado foi que ela tentava ao máximo não inspirar quando estava próxima a mim, será que ela não gostava do meu cheiro? Tinha alergia ao meu creme de barbear? Era fresca? Ou, ela conseguiu perceber que eu estava fedendo a maconha, cigarros, e bebidas? Mas, eu juro, o "cheiro" era imperceptível para quem não tinha contato com todas essas merdas. E definitivamente a tal Isabella não tinha cara de quem fumava, assim que a aula acabou Isabella saiu praticamente voando da sala, e fiz como sempre; calmamente me encaminhei para fora de classe. Fui para o intervalo, com a uma única certeza; Swan não "foi" com minha cara, e eu com certeza "fui" com seu olhar de chocolate.

Para muitos, o intervalo era o momento de encontrar os amigos e conversar, mas no meu caso, só me restava ir para debaixo das escadarias da biblioteca, o "meu refugio" no colégio, o único lugar onde eu poderia fumar sossegado, e o ultimo lugar que eu esperava encontrar a Swan.

POV Bella

Quando entrei na sala de biologia, bem atrasada por sinal, mal ouvi os comprimentos do meu novo professor, se não me engano, acho que ele se chama Bani, Boni, Banner... Realmente não sei, pois só consegui prestar atenção em um aglomerado de cabelos dourados que pertencia a um garoto que estava sentado numa das primeiras mesas da classe, e provavelmente, dormindo.

Peguei o material da aula com o professor, e fui me sentar, como gosto de me sentar à frente, logo sentei ao lado do menino do cabelo bonito.

“Puta que pariu, a novatinha veio logo se sentar ao meu lado? Mereço.”

Não tinha percebido de onde vinha aquela voz de veludo, vale ressaltar; mas quando percebi que quem tinha falado aquilo era o garoto ao meu lado, a raiva me consumiu, mas como não consigo nem brigar, muito menos levantar minha voz com alguém, olhei para aquele ninho de fios dourados com muita vontade de dize que ele não tinha o direito de me tratar daquela maneira, mas simplesmente eu pedi desculpas por ter sentado ali, sim, eu pedi desculpas, as vezes eu me pergunto o quão patética sou.

Enquanto me debatia internamente por ser tão tola, o tal menino nervosamente ergueu a cabeça, e eu encontrei teu olhar; acredito que outra garota acharia aquele olhar medonho, vermelhos, um pouco fundos, mas o que chamou a atenção foi a intensidade do tom de verde, sim, eram duas esmeraldas minuciosamente esculpidas. Por mais perfeito que seu olhar era nada tirou a raiva que estava sentindo, e meus olhos denunciavam isso, nem percebi que estava ele estava se desculpando, novamente preferi mudar de lugar a ficar ao lado desse menino que eu nem sabia o nome.

“Isabella, você será companheira de aula do aluno Cullen, então nem adianta fugir, trate logo de voltar ao seu lugar.” Cullen? Então o garoto se chamava Cullen?

Me sentei desajeitada mente ao seu lado, com medo de incomodá-lo ainda mais, durante toda a aula, evitei qualquer contato com o Cullen, não perguntei nada, nem olhei, não queria ser taxada como a "novata irritante", então fiz os exercícios que foram pedidos, mas não sei em que ponto da aula comecei a sentir um forte cheiro de bebidas, e cigarros, não sabia de onde estava vindo, então cuidadosamente cheirei o moletom do Cullen, apesar do cheiro não ser tão perceptível, tentei ao máximo não inspira-lo, pois sabia que eu seria tragada para lembranças não tão agradáveis.

Quando deu o horário do intervalo, não podia estar mais agradecida, finalmente poderia respirar tranquilamente. Mas agora, era o momento do próximo desafio, encontrar um lugar mais ermo possível para passar o intervalo.

Nem foi tão difícil, o espaço debaixo das escadarias que davam acesso à biblioteca parecia o lugar ideal, então ali me "instalei", joguei minha mochila num canto e fiquei lendo um livro, mas minha tranqüilidade se esvaiu quando olhei para o grande corredor e vi o Cullen vindo em minha direção, com passos tão pesados que pudessem ser ouvidos a metros, mas com as mesmas esmeraldas esculpidas.