Love Way escrita por TessaH
Notas iniciais do capítulo
Hm, está aí o primeiro capítulo. Boa leitura.
— Então, é isso: agora eu não tenho onde morar, nem nada. Só isso. – Lily segurou a caixa média de papelão.
— Lily, não fique triste. Sério. Pode contar comigo. – Dorcas disse a ruiva, que tentava segurar as lágrimas, já deixando algumas escaparem.
— Eu sei, Dor. É como se eu te conhecesse há muito tempo, sabe. – Lily respondeu após abraçar a loira.
— Mas e você? – Lily balançou a cabeça e limpou as lágrimas – Eu falei esse tempo todo só de mim e você escutou, fale de você agora.
Dorcas riu e bebericou seu chocolate quente.
— Eu moro nesse bairro, nessa casa sozinha. Trabalho no Hospital Do Centro a dois quarteirões daqui; sou pediatra. E aos fins de semana, eu toco de graça naquele teatro. – Bebericou mais uma vez o chocolate e cruzou as pernas na cadeira.
— Hm. Que legal. – Lily deu um meio sorriso.
— Ah! E sou solteira. – Dorcas riu mais um pouco.
— Compartilhamos o mesmo estado civil. – Elas riram.
A risada foi cessando e o silêncio reinou naquela pequena sala de jantar.
Lily encolheu-se com a brisa forte que veio da grande janela na cozinha.
Bebeu mais um pouco de sua bebida quente e confortadora.
— Lily, sabe, pode parecer estranho e tal, mas você gostaria de morar aqui comigo? – A pergunta repentina de Dorcas fez Lily dá um pequeno pulo em sua cadeira bem acolchoada e marrom.
— Olha, eu sei que é estranho. Mas eu me sinto ligada a você... De alguma forma, é tipo um laço familiar. Sinto que não posso te deixar sozinha por aí. Você pode dizer não ao meu pedido. – Dorcas baixou os olhos.
Lily pensou, pensou, e pensou. Ela também se sentia ligada a Dorcas de alguma forma. Ela não tinha onde morar mesmo, talvez... talvez fosse bom.
— Eu aceito. – Lily disse com determinação e Dorcas sorriu feliz.
Ela se levantou de sua própria cadeira e abraçou Lily.
— Que bom! Sério!
— Dor, obrigada por isso, mas eu vou ficar aqui até me estabilizar; conseguir um emprego e uma moradia, obrigada.
— Claro, Lily. Você pode ficar aqui o tempo que quiser.
— Obrigada um milhão de vezes. – Lily disse seguindo Dorcas que subia a escada para o segundo andar da casa.
— Bom, de nada! Você agora será a minha irmã. Mais nova, eu acho. Enfim, você irá ficar com o segundo quarto maior. Ao lado do meu. – Ela dizia enquanto passava pelo corredor pequeno e de madeira.
— Tem quantos quartos aqui? – Lily perguntou observando atentamente os quadros que jaziam nas paredes rosa claro do corredor.
— Três. Eu uso um, o outro é de hóspede e tem o terceiro. Você ficará com esse. – Dorcas disse ao parar na porta do quarto, em frente ao seu.
— Ahn, obrigada mesmo, Dor. – Lily sorriu sem graça e abriu a porta.
Assim que a porta rangeu e foi aberta, o cheiro de lavanda e outro cheiro – ainda desconhecido – adentraram a narina de Lily. Só o gosto, o cheiro daquele lugar fazia com que a pessoa quisesse habitar àquele cômodo. O cheiro agradável e familiar; tinha cheiro de mãe.
— Lírios. Essa fragrância que predomina; são lírios. – Lily disse entrando mais um pouco.
— Sim. Esse quarto é tão importante para mim. – Dorcas disse melancolicamente - Como você sabe que são lírios?
— Minha flor preferida. – Lily deu de ombros e Dorcas riu.
— Lírios era o perfume de minha mãe. Ela os amava demais. É por isso que esse quarto tem uma janela que tem visão direta daquele campo. – Dorcas disse passando pelo quarto e indo até a grande janela. Lily deixou sua caixa no chão e acompanhou Dorcas.
— São lindos. – Admirada, Lily disse ao ver a grandes lírios em um campo verdinho à frente de sua janela e perto de uma montanha.
— Sim. Minha mãe achava que eles eram mágicos.
— Por quê?
— Minha mãe era muito ligada aos sentimentos e “magias”. O lírio tem várias crenças. E uma delas significa que é sinal da Virgem.
— Ahm. Muito bonito mesmo. Minha mãe também gostava muito de lírio, por isso o meu nome. – Riram.
— Bom, eu vou trazer algumas roupas minhas e você toma banho. Enquanto isso, eu faço o jantar e a gente conversa. Fique à vontade. – Dorcas disse, saiu e fechou a porta.
Lily deixou-se observar o ambiente.
O quarto era simples; com as paredes rosa claro com branco. Uma cama branca com os travesseiros rosa e detalhada. Uma poltrona ficava em frente à cama. O criado mudo, ao lado da cama; a mesma no centro. O guarda roupa branco – com detalhes rosa, para variar! -, completavam o cenário.
Lily fechou a cortina e foi a sua caixa no chão. Seus únicos pertences.
Abriu-a e tirou aquela foto.
— É, parece que minha vida vai mudar mesmo. Espero que seja para boa. Só quero ser feliz. – Beijou a foto e a guardou de volta.
— Está aqui, Lily. Olha, nós vamos comprar novas roupas amanhã para você. Desça depois. – Dorcas disse sem esperar Lily protestar; sabia que a ruiva não ia aceitar.
Lily bufou, mas pegou as roupas. Viu um moletom e o pegou. Olhou o quarto pela última vez, e fechou a porta.
(...)
— Lily, eu fiz uma ligação enquanto você estava no banho, e eu tenho boas notícias. – Dorcas disse descansando os talheres sobre o prato em sua mesa. O vento bateu e Lily escorou-se um pouco mais na cadeira.
— Quais?
— Como eu trabalho no HDC – Hospital do Centro -, eu tenho um amigo que é médico geral, e ele precisa de uma assistente lá. Quem eu indiquei? – Dorcas sorriu maior.
— Eu?! Sério?! Ahh! – Lily levantou e abraçou a amiga.
— Aham. E ele disse que você pode passar lá amanhã para saber das coisas, já. É que ele precisa para, tipo, já a assistente.
— Tudo bem! Eu passo sim!
— Aham. E eu te levo. – Dorcas voltou a comer.
— Eu já começarei amanhã?
— Não sei, ele disse que vai te mostrar como funciona tudo. Eu contei o que deveria sobre você, ok?
— Tudo bem.
— É para ele saber mais ou menos.
— Ok, ok. Como é o nome dele? – Lily perguntou eufórica.
Dorcas levantou seu rosto do prato.
— James Potter.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Esse capítulo está chato, e provavelmente o próximo também, mas é que é o começo, então...