Acordo com Purpire saltando gritinhos superfinos para eu acordar, já estávamos quase chegando na capital, por mais maluca que seja tive que agradecê-la por ter me acordado pra ver a capital, mais logo mandei ela ir embora quando percebi um brilho de esperança em seus olhos, esse povo da capital definitivamente não se enxerga.

Levanto, escovo os dentes... Enfim... Faço minha higiene matinal, visto uma roupa e saio, eu ia descer só que decide ver se a Clove já acordou pra ela ver como é a capital também, afinal Purpire tem um pouco de medo dela então não deve ter tido coragem pra vir acordá-la.

Bato umas três vezes na porta mais ela não atende então decido entrar só pra verificar.

Quando abro vejo uma Clove que nunca imaginei ver, sem exagero ela parece um anjo, tão fofa, tão pequena, tão meiga, tão frágil, tão sensível, tão indefesa, ela estava toda encolhida em sua coberta, o ar condicionado estava muito gelado, o que fez com que ela tremesse de frio

-Clove? – Chamo sussurrando seu nome e acariciando seus cabelos para que ela acordasse.

Ela apenas deu se aconchegou mais no seu lençol, eu dei um leve sorriso, se isso fosse na arena qualquer um podia fazer qualquer coisa com ela, quando ela se tocasse do que estaria acontecendo já estaria morta.

Sorri mais ainda com o pensamento de alguém conseguir matar Clove com tanta facilidade, mais já que estava naquela situação resolvi tirar proveito.

Peguei a ponta do coberto de Clove e puxei de vez, o que fez com que ela acordasse assustada e caísse no chão  de tanto susto, mais não deu nem um segundo e ela jogou uma faca em minha direção, eu estava quase chorando de rir, apesar do susto que tomei pela faca que passou de raspão em mim, não parei de rir, a cara dela estava muito engraçada, estava vermelha ainda no chão.

- Perdeu a noção do perigo garoto?

Não respondi, apenas continuava a rir, era incontrolável eu já estava com dor de facão. Ela bufou e entrou no banheiro e eu apenas fiquei ali rindo, quando eu já tinha me acalmado ela saiu do banheiro de roupão e escovando o cabelo, ela pareceu impressionada por minha ousadia de ainda estar em seu quarto e ainda por cima sentado em sua cama.

-Ta fazendo o que ainda garoto? Sai, eu vou me arrumar, você esta abusando demais da minha bondade.

Eu ignorei sua pergunta e falei:

- Sabia que podia ter me matado? Se fosse qualquer outro estava morto agora, gemendo no chão e você seria punida por matar um tributo antes dos jogos.

Ela deu aquele sorriso sarcástico dela que me mata e falou:

- Olha aqui grandão. – Ela disse tranquila enquanto se sentava em uma poltrona em frente à cama, sorri com esse apelido, ninguém nunca teria coragem de me chamar assim, ou de criar um apelido pra mim, eles tinham medo de que eu não gostasse. Ela continuou falando:

- Se eu tivesse atirado pra acertar você estaria no mínimo morto ou então “gemendo ai no chão.” – Ela falou imitando minha voz e depois começou a fazer uma cara de dor e a fingir que estava que morrendo, gemendo e por fim caindo morta de olhos abertos. Eu ri com a cena, apesar de ter ficado meio nervoso com a possibilidade de ver Clove morta desse jeito, apesar dela ser tão irritante, se achar tanto e ser arrogante, eu não quero ver ela morrer. Mas não sou deixar ela perceber isso, apenas continuei rindo enquanto ela inda estava encenando, seus olhos já estavam lacrimejando de tanto ficar abertos.

- você é uma ótima atriz – Eu falei, fazendo com que ela parasse a encenação e voltasse ao normal.

- Agora é serio, parou a brincadeira grandão. – Ela disse, o que me fez sorrir de novo, aquele definitivamente ia ser meu apelido agora, apesar de nunca ter gostado de ser chamado de grande, com a Clove eu não me incomodava, mais isso não da o direito de mais ninguém me chamar assim.

Ela continuou falando e abrindo a porta:

- Vai logo, eu tenho que me trocar. – Levantei para sair dá quarto quando me lembrei.

- Ah!! Eu vim aqui pra te avisar que daqui a pouco chegamos a capital, vai ter muitas pessoas esperando a nossa chegada, e eu sei que você esta louca pra saber como deve ser lá, então qualquer coisa estamos lá na sala.

- Ta valeu, agora da pra ir embora. – Ela falou já um pouco incomodada com minha presença, eu ri com a situação e dei um beijo em sua bochecha e falei:

-Tchau pequena!! – Ela bufou e eu abri um sorriso.

- Tá querendo morrer né grandão? – Ela estava falando do beijo, mais depois percebeu o que eu tinha falado e ficou vermelha de raiva. – Nunca mais me chame assim tá entendendo? – Eu ri mais ainda

- E cadê os direitos iguais? Você me chama de grandão, porque não posso chamar você de pequena? Isso é jogo sujo.

- Eu não sou pequena, você que cresceu de mais grandão, agora da pra sair daqui? – Quando ela já ia fechar a porta eu a impedi e falei:

- Tem certeza disse pequena? – Ela ficou vermelha e eu ri, adorava quando ela ficava com raiva.

-Vai ter volta, por você ter me derrubado da cama, ou você pensa que eu esqueci?

Apenas ri e fui para a sala.