Jogos Vorazes - Clato escrita por Beatriz Hutcherson


Capítulo 1
no treinamento


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem...



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Acordo sendo forçado a levantar da cama, não que ninguém esteja me obrigando ou coisa do tipo, mais preciso treinar, só falta 1 semana para a colheita e esse ano irei me voluntariar, já venho informando isso a todos antes que alguém mais se manifeste, esse ano seria o meu ano eu ia trazer mais uma vitoria para o distrito 2, então precisava treinar, não que precisasse de treino, ninguém me derrota, mais tenho que estar bastante preparado para os jogos.

Arrumei-me, e apesar de estar chovendo muito forte fui para o centro de treinamento do distrito 2, foi lá que passei quase metade de minha vida treinando, entrei quando tinha 11 anos e ate hoje sou o melhor. Olho pra todos os lados não havia ninguém, estava vazio, também com a chuva que estava fazendo ninguém estava com vontade de sair do calor e conforto de suas casas pra vir treinar.

Acho ate melhor assim, mais vejo que há sim, uma garota, ah claro, ta bom,  eu vou falar, eu não sou realmente a melhor pessoa daqui, ate aparento ser por ser forte e habilidoso com espadas mais apenas uma pessoa é capaz de me vencer. Clove, era bem baixa, ficava da altura do meu peito ao meu lado, quem a olhava jamais acreditaria em tamanha habilidade e perversidade, aparentava ser uma garotinha meiga, ingênua, indefesa o que realmente ela não era, nem um pouco. Ate hoje lembro do dia em que a conheci.

Flashback on

Era o meu primeiro dia no treinamento, tinha acabado de fazer 11 anos, tinha treinando muito em casa para não fazer feio no salão, principalmente para os meus amigos que iriam pela primeira vez também, queria que eles vissem que eu sou sempre superior, cheguei ja me destacando de todos por já saber usar uma espada, por sorte não tinha ninguém que treinava a tempos lá, nesse dia só tinha gente iniciante. Ate que chegou uma menina pequenininha indefesa, todos nós rimos debochando dela falando que ali não era lugar pra ela, que era pra ir brincar de boneca...

Então ela simplesmente ignorou e foi para a sessão de facas, o que fez nos rimos mais e mais alto, então eu disse. - vem cá você não acha que aqui o treinamento é muito pesado para uma menininha de 7 anos não? - eu disse antes de uma faca passar raspando pelo meu rosto e ficar presa na parede, ela vinha em minha direção me olhava fixamente e tirou a faca da parede ainda me fitando com um olhar serio - eu tenho 10, treino desde os 5, então é melhor escolher bem suas palavras quando for falar de mim. - ela disse saindo lentamente de perto de mim ainda me fitando quando ela se virou pra ir embora, parou em minha frente e guardou a faca, vi que eu ia ser zoado pelo resto da vida se eu não fizesse nada pra me defender, pois todos já estavam dando risada de mim. Antes de ela começar a andar eu falei - parece que esses 5 anos de treinamento não serviram pra nada, nem acertar no alvo você conseguiu - eu disse rindo pra ficar por cima. Ela parou ainda de costas, mais deu pra perceber que ela estava dando seu típico sorriso sarcástico e falou rindo - serio? - antes que eu pudesse entender ela já tinha tirado o sorriso do rosto, pegou muito rapidamente a faca, tão rápido que eu nem vi... E fez uma coisa impossível, com a pequena faca conseguiu controlar a espada que estava em minha mão e me prendeu contra a parede fazendo todos ficarem de boca aberta. Eu estava preso pela minha própria espada que eu mesmo segurava pelo seu braço e sua faca encostada em meu pescoço. - por favor, só me dirija a palavra quando finalmente chagar aos pés contra mim. - deu seu sorriso típico, e saiu me olhando com um olhar assassino.

Flashback off

Todos tem medo dela, já feriu varias pessoas e parece que não tem dó de ver as pessoas sofrer, ela é bem parecida comigo, a única diferença é que ela não tem medo de nada e todos tem medo dela e eu tenho medo dela, e apesar de todo mundo saber que eu derroto quem eu quiser (tirando ela) ninguém tem medo de mim.

Resolvo falar com ela, afinal o que ela pode fazer, me matar com uma faca por eu dizer oi?

–oi. - digo me aproximando da seção de facas e a observando acertar os alvos bem no ponto certo, mesmo eles se mexendo. ela para de lançar as facas e olha pra mim com um olhar duvidoso. -oi

– vem cá, posso te perguntar uma coisa? - perguntei a ela com medo de sua pergunta.

– já acabou de perguntar, mais fala - falou ela voltando a atirar facas.

– porque você faz esse estilo, tipo, é assim toda durona, não faz amigos, machuca quem fala com você, não fica com ninguém, alias você nunca fala nada com ninguém, porque você é assim? - perguntei, não era bem isso o que eu queria saber mais não soube formular a pergunta direito, quando fico nervoso não consigo pensar muito bem e ela me deixa nervoso. ela agora parou de jogar facas, pegou uma garrafa d'água e sentou-se ao meu lado, o que me deixou um pouco desconfortável.

– por que você faz o estilo arrogante, que é o melhor em tudo e quer que todos tenham inveja de você, do seu corpo, da sua força, sua coragem, das suas habilidades. Porque você quer que as pessoas implorem pra ser você? - eu fiquei realmente sem fala, eu sabia o porque e ela sabia que eu sentia o mesmo que ela, e alias como é que ela sabe tanto sobre mim? Mais mesmo assim continuei.

– mesmo assim, você não tem amigos ou namorado? - eu disse tentando puxar mais assunto.

– eu não, fui criada com um único sentimento, ódio...prometi pra mim mesma, nunca ter nenhum amigo ou me apaixonar ate eu sair com vitoriosa nos jogos, e ate hoje estou muito fiel a minha promessa.

– e porque isso?

– por que isso me tornaria fraca, e se você fizer algo de errado, como o pessoal da capital não pode fazer nada com você, quem sofre é as pessoas próximas de você, como seus parentes, seus amigos, seu namorado... Então tudo o que eu faço é pra não me deixar fraca.

–hum - foi tudo o que eu consegui dizer. Não tinha mais assunto, mais deu pra entender porque ela é assim, toda a família dela morreu, todos os seus parentes morreram nos jogos inclusive seu pai que tinha apenas 18 anos, ela nasceu exatamente no dia em que seu pai foi sorteado na colheita, quando ele morreu sua mãe nem pensou nela e se matou deixando Clove com o único sobrevivente da família, só que ele era perverso batia... Batia não, espancava a Clove, quando fez 5 anos fugiu e foi morar em um orfanato onde ninguém gostava dela por ela ser do lugar mais pobre do distrito 2, (eu sei que o distrito 2 só tem gente rica, mais quis colocar uma parte pobre pra acrescentar) era praticamente igual ao distrito 12, era um lugar muito pequeno população de no máximo 100 pessoas, quase todos no distrito 2 eram ricos. Foi a partir do orfanato que ela começou a ser a pessoa que ela é, antes ela era ingênua cheia de magoa guardada e era maltratada pelo tio, mais depois que treinou bastante, virou essa maquina assassina. Com 12 anos matou o tio envenenado e agora vive na casa dele, sozinha. Quase todos no nosso distrito sabem sua historia, ela é famosa aqui, todos sabem que ela matou o tio mais não existe provas então ninguém pode prender ela. Pois é, esse é um dos motivos de todos terem medo dela, ela já matou alguém. Quase todos do nosso distrito são carreiristas, mais só matam realmente quando estão nos jogos ninguém nunca matou alguém fora dos jogos.

– então, eu soube que você vai se voluntariar nesses jogos.- eu confirmei com a cabeça e ela deu aquele sorriso sarcástico dela marcante que eu particularmente adoro.

– o que foi? - eu pergunto a ela ainda fixo naquele sorriso

– parece que a sorte não esta do seu favor esse ano cato. - ela me olhou com aqueles olhos gigantes tão pretos que chegava a brilhar fixos em mim

– como assim? - eu perguntei ainda hipnotizado

– eu vou me voluntariar esse ano, parece que não vai ter muita chance nos jogos. - disse ela desviando o olhar. O que? Eu ia pros jogos com a Clove? Não pode ser verdade, não posso voltar na minha decisão se não vou parecer fraco, fiquei em choque. Ate que cai na real quando Clove se levantou.

– parece que a chuva passou, já vou indo, ate a colheita - disse ela indo embora quando parou no meio do caminho e falou alto para eu ouvir. -gostei de você Finnigan, foi uma das primeiras pessoas que conversou comigo e não fugiu, ficou com medo ou coisa do tipo

Eu sorri e falei

–acho que eu sou uma das primeiras pessoas que falou com você e você não jogou uma faca em cima, o que normalmente você faz, estou ate me sentindo privilegiado. - eu disse rindo e ela foi embora rindo também, só iria ver agora no dia da colheita porque o centro de treinamento resolveu fechar, devido ao temporal que esta prevista pra essa semana.



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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado... deixem reviews por favor, seja elogiando ou criticando gostaria de saber a opinião de vocês



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