Muitas vezes, quando uma pessoa parece bem, ela está gritando por dentro.

Eu estava desesperada. Parecia que eu pedia socorro, mas ninguém ajudava. Que minha dor não importava, que os problemas do mundo eram bem maiores do que os de uma garota de 17 anos.

Mas eu não hava pedido ajuda. Fingia que estava tudo bem.

Meus pais estavam se divorciando.

Meus colegas de classe me odiavam.

Meu melhor amigo estava quase morrendo em um hospital, e a culpa havia sido minha.

Eu cresci ouvindo a famosa frase : “Quando não encontramos a solução para um problema, solucionado ele está”.

Então quer dizer que eu tenho que ficar para sempre nessa merda? Aguentando todo mundo despejar culpas em cima de minha cabeça?

Não sou de desistir tão fácil. Então imagine se eu iria desistir de minha felicidade? Nem a pau. A partir de agora, vou lutar por ela.

Muitos pensam que só porque moro em um lugar como os que aparecem nos filmes que sou imune ao mundo. Imune ao sofrimento. Estão completamente errados. Viver em um paraíso não me impede de ver meus pais se separando. Ou de contrair uma doença. Ou de ver meu melhor amigo morrer.

Mas o mundo é redondo. O que pode parecer o fim pode ser só o começo.

Sonhos. Coisa normal, todo mundo tem. Poucos realizam. Por que? Porque poucos vão atrás. Se perder, perdeu. Outras oportunidades virão.

Não para mim. Não terei outra chance de fazer o que quero. Como eu disse antes, eu estava desesperada. Achava que fugindo dos meus problemas eles desapareceriam. Nem imaginava que eles se multiplicariam.

Mas isso é outra parte de minha jornada. A atual se chama “Ficaremos felizes, achando que fizemos a escolha certa”. Bem pouco irônico.

Quem nunca teve vontade de recomeçar? De morar em um lugar onde a fama dos pais e a popularidade não alcance?

É isso que vou fazer.

Vou viver.

E cometer a maior locura de minha vida, porque podemos estar mortos amanhã.

Decididamente, isso não é um pensamento negativo. É esperançoso.