Secrets escrita por Sky


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oioioioi! Como estão? Segue mais um capítulo da história. Nos vemos lá em baixo :D



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Rose narrando:

 

Prepotente, egoísta, idiota, impaciente, energúmeno, arrogante, teimoso, malicioso, trapaceiro, estúpido, obtuso, safado...

Eram apenas alguns dos adjetivos que rondavam a minha mente enquanto pensava no loiro e tentava dormir. Entretanto, tudo o que conseguia era ficar revirando-me em minha cama. Minhas colegas de quarto já estavam dormindo há algum tempo. Mas eu não conseguia pregar os olhos. Como se tivesse esquecido como dormir.

Levantei-me impaciente praguejando baixinho para não acordar ninguém, e desci até o salão comunal. Apenas para ver o fogo crepitar na lareira. Era reconfortante. O fogo estalava e dançava num ritmo compassado. Um relógio, tiquetaqueava há alguns metros dali. Só assim comecei a relaxar um pouco. 

Não adiantava negar. Eu sempre fui esperta. E sabia que negar seria a pior coisa. O que eu precisava realmente fazer era tomar uma decisão. Depois de tomada, era só seguir em frente.

Fácil. Pelo menos na teoria.

Aparentemente, quando temos dezesseis anos, as coisas tendem a ser mais confusas e desafiadoras. Pelo menos era o que diziam minhas personagens preferidas. Essa idade é perversa.

Eu simplesmente tinha que descobrir qual caminho seguir. E não tinha muitas opções. Primeira: Poderia fingir que essa coisa/sentimento (chame como preferir) que crescia todos os dias mais dentro de mim não existia. Eu poderia ignorar tais pensamentos e reprimir minhas emoções. Seria no mínimo doloroso demais. Porém era uma saída mais fácil do que dizer a verdade. Segundo: Contaria tudo para Scorpius. Eu poderia declarar-me. Fazer algo diferente, sabe? Não sou muito romântica, mas sou mulher ainda sim. Poderia surpreendê-lo com algo que ele gostasse. E ele talvez, só talvez, sentisse o mesmo por mim. Improvável e muito ingênuo. Arriscado demais. E se ele me rejeitasse? E se só me amasse como a uma amiga? Ou pior. Como a uma irmã? Não! Seria pior que a primeira opção. 

“E se, e se, e se”, parecia que essas palavras me assombravam.

Terceira e última opção: Talvez eu pudesse descobrir de alguma maneira como ele se sentia em relação a mim. Talvez eu pudesse de algum modo arrancar a verdade dele, antes de fazer algo que pudesse realmente me derrubar. Era mais seguro. Nada corajoso ou elaborado. Apenas uma saída mais confortável que as outras. Eu poderia perguntar ao Al. Quem sabe? Ele poderia me ajudar, não é? Afinal, além de primos somos amigos, oras! Não... Eu iria me expor demais. E também, Albus poderia acabar com a língua nos dentes e acabar com o meu plano. 

Poção Veritasseum? Não. Eu não ia conseguir me olhar no espelho se tivesse o feito tomar uma poção daquelas, Scorpius segredou-me uns anos atrás que esse seria o pior golpe que poderia levar de alguém em quem confia. Eu iria cavar a própria cova da nossa amizade se fizesse isso. 

Talvez não essa poção, mas outra que pudesse ser útil. Mas qual?

Fiquei pensando por alguns minutos, enquanto ideias ridículas vinham e eram logo descartadas. Nenhuma boa o suficiente.

Se eu fosse um menino poderia entrar no dormitório do loiro e tentar convencê-lo a me contar a dona de seu coração. Eu sei. Coisa do primeiro ano não é? Concordo.

A ideia era tão ridícula que fiquei sem graça, mesmo estando sozinha. Eu era melhor que aquilo. Não era? Aparentemente não. Meu cérebro já traçava rotas para por em prática meu novo e "brilhante" plano. Talvez eu merecesse mesmo sentar á mesa das "crianças", afinal...

Mas como o diz um velho ditado trouxa: Situações desesperadas requerem medidas desesperadas. E eu estava definitivamente desesperada.

 

 

Albus narrando:

    

Ser rejeitado é um uma droga. Por ser filho do garoto-que-sobreviveu-duas-vezes-e-ainda-salvou-toda-a-humanidade, eu sempre recebia atenção extra, não merecida em muitos casos, eu admito, mas com o passar dos anos eu penso que acabei me acostumando, até mesmo esperava por essa resposta das pessoas em relação ao meu nome. 

Não vou dizer que não mereço nenhum crédito só meu. Não sou nenhum inútil. Lutei para me tornar monitor, e mesmo que não me esforce tanto quanto Rose nos estudos, minhas notas são muito boas. Quanto a minha aparência, tento não pensar muito nela, afinal nunca consigo nem mesmo por meu cabelo em ordem. Pirraça sempre que passa por mim grita "Potter-pirado perdeu os oculozinhos, tadinho!", confundindo-me com meu pai, já que sou uma cópia quase perfeita, não fosse a saúde dos meus globos oculares. Acho que isso já resume bem o quesito "visual". Tanto faz.

Mesmo assim, é muito frustrante para mim ser rejeitado pela mesma pessoa inúmeras vezes. Principalmente por ela.

Scarlet Malfoy conseguia simplesmente me enfeitiçar. Não tenho outras palavras. E o jeito que ela sempre me dava um fora só me motivava a continuar. No início foi muito difícil para que eu desse o primeiro passo (há uns dois anos), mas ela me deu seu "não" desdo o começo. Foi duro, eu que sempre fui muito tímido e reservado. Mas mesmo assim nunca parei, ela me motivava de alguma forma bizarra. Loira e com cativantes olhos cinzentos. Misteriosos e tempestuosos. Doces ao mesmo tempo.

A lufana me deixava doido só com um sorriso! 

Sai com outras meninas (a maioria mais velhas), mas nenhuma delas tinha aquela coisa a mais. A Malfoy era irresistível. Eu sabia que teria que ser mais cuidadoso com ela. Afinal seu irmão era meu melhor amigo. E Rose simplesmente picaria-me em um zilhão de pedacinhos se eu fizesse algo a garota. Prefiro nem pensar no que seu pai faria comigo caso Scarlet me quisesse (coisa que ela não demonstrara até o momento). No entanto, o Malfoy que eu mais temia era Scorpius, e o que um relacionamento em potencial (um cara tem que sonhar, não?) poderia fazer a nossa amizade. A vida dele não era das mais fáceis, e ser "apunhalado" (por Dumbledore, espero que não pense assim) pelo próprio amigo não iria colaborar. Só não queria acabar piorando as coisas. E eu definitivamente não queria magoá-la. Partiria meu coração fazê-la sofrer. 

E este sou eu, Albus Severus Potter, sofrendo por antecipação por algo que nem mesmo tem alguma possibilidade de acontecer num futuro próximo (ou num universo paralelo), prazer, conheça o indivíduo que não sabe o que fazer com a própria vida.

O mais estranho era que Scarlet sempre agia como se eu tivesse uma segunda cabeça sobre meus ombros (da Umbrige, por exemplo), amarrava o rosto de fada toda vez que eu chegava ou falava sobre nos conhecermos melhor. Era engraçado e deprimente ao mesmo tempo.

Hugo acredita que eu seja masoquista.

Talvez seja. Só sei que ela me rejeita por algum motivo desconhecido. Sou tão ruim assim?, pensei.

Mas ela era tão incrivelmente linda, e tinha uma fragrância cítrica inebriante. Uma droga para mim. Os lábios levemente rosados e bem torneados gritavam pelos meus. Ah! Se Scorpius pudesse ler minha mente, já teria me infligido uma Maldição Imperdoável há algum tempo. 

Odeio quando minha mente trabalha em casos sem resolução.

*

No dia seguinte, tivemos as primeiras aulas do ano. Foram normalmente monótonas.

Rose andava meio estranha. Ela estava distraída inclusive nas aulas. Não era típico dela. Num dia normal ela estaria ereta sob a cadeira, tão atenta quanto um cachorro olhando para um pedaço de carne. Mas agora parecia que ela não ligava muito para isso. Tinha coisa aí. Se eu não podia resolver minha vida, talvez pudesse dar uma forcinha na de outras pessoas. Rose era minha melhor amiga, o mínimo que podia fazer era tentar.

 

Scorpius narrando:

 

Anormal. Essa era a única palavra que eu encontrava para descrever os últimos dias. Meus dois melhores amigos estavam agindo de maneira no mínimo atípica. Rose estava agindo de maneira esquiva, e quase nunca me olhava nos olhos. Albus, bom, parecia que os dois compartilhavam um segredo, pois ele sempre ia atrás da prima quando ela se afastava de mim.

Quanto a mim? Bem, ser posto de lado pelos seus amigos não é o tipo de coisa que possa chamar de prazerosa. Já estava ficando farto daquilo.

Agora mesmo estávamos no Salão Principal, cada um num canto, ocupados com suas respectivas prioridades. Rose estava lendo um de seus livros de aventura preferidos, de modo que seu rosto está totalmente escondido atrás do livro. Sem contato visual. Albus comia furiosamente uma coxa de frango assado. Também sem contato visual (não que eu fizesse questão, tinha mais frango no rosto do cara do que ligado ao osso da coxa).

— Rose – tentei chamar sua atenção para mim – Preciso falar com você, será que dá?

— Hm, eu acho que sim – respondeu desconfiada. Ótimo, não posso nem conversar com a minha melhor amiga mais – Sobre o que é?

— Preciso de um assunto em particular para falar com você agora? 

— Não, claro que não. Eu ia dar uma passada na biblioteca agora. Quer ir? – parecia que ela queria que eu recusasse. 

— Claro, vamos. – disse enquanto ajudava-a a carregar alguns dos livros que estavam com ela.

Albus e Lily pareciam comunicar-se por telepatia. Encaravam-se de maneira estranha. Alternando seus olhares para mim e Rose. Um pedaço de frango deslizou pelo queixo do moreno, Lily fingiu vomitar. Logo saímos de lá e já estávamos andando nos corredores do castelo. Apenas o som de nossos passos eram ouvidos. 

Momento perfeito para confrontá-la.

— Porque está fazendo isso? – comecei.

— Ah, eu tenho que devolver esses livros hoje, sabe como é... – fazendo-se de desentendida. Era fácil saber quando estava mentindo. Bastava olhar para suas orelhas e ver se estavam ficando vermelhas ou não. Naquela hora estavam escarlate. 

— Francamente, você acredita mesmo que não te conheço? Você tem agido estranho a dias! Eu não entendo. Pensei que fôssemos amigos, mas você nem olha nos meus olhos mais! Olhe para mim, Rose – implorei.

A aquela altura estávamos parados um de frente para o outro. Peguei os livros que ela carregava e os coloquei empilhados no chão. A única luz ali era das chamas de algumas das tochas penduradas nas paredes. Os cabelos dela faziam coro com as chamas a nossa volta, uma conspiração se quer saber. Minha cabeça estava até meio lenta com aquilo tudo. Queria tocar as mechas de fogo.

E quando seus olhos azuis, como se pedacinhos do céu tivessem caído ali, finalmente alcançaram os meus, fiquei sem ar. Ela mordeu o lábio inferior, como fazia quando estava nervosa. Aquele simples ato despertou algo estranho na boca do meu estômago. Eu subjuguei  meu desejo de beijá-la ali mesmo antes que fizesse alguma besteira.

— Não estou agindo diferente – mentiu descaradamente. Suas bochechas também tinham adquirido um tom rosado agora.

— Rose, você não sabe mentir. Nunca soube. Agora diga-me o que está acontecendo! Estou enlouquecendo, não percebe? Você e Albus agem como se fizessem parte de uma sociedade secreta na qual eu não sou bem vindo. Isso magoa sabia? – desabafei – Não faça isso comigo, por favor.

— Prometo que você vai saber logo, ok? Só não fique bravo comigo, prometo que vou explicar depois! – Ela disse tocando meu rosto. O toque me pegou de surpresa. Mas não recuei. Pelo menos suas mão tocariam meu rosto. Apesar de que preferisse seus lábios. 

 Scopios para de pensar nisso se safado incurável, ela é sua amiga, pensei.

Eu nem ao menos respondi, pressionei minha mão a sua que continuava em meu rosto. Olho no olho. Infelizmente ela pareceu perceber nossa repentina proximidade e afastou-se rapidamente, pegando seus livros e disparando pelo corredor. Parou no final.

— Não esqueci de você! Não se esqueça de mim, só tenho que fazer uma coisa, depois tudo voltará ao normal, ok? – pediu. Esquecê-la? Nem se eu quisesse poderia faze-lo.

Ela contornou o corredor, deixando-me sozinho. Encostei-me na parede mais próxima e deslizei até encostar no chão frio. Tocando de leva onde sua mão estivera minutos antes.

 

 


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Notas finais do capítulo

Pois é, as coisas estão meio estranhas entre esses amigo. Será que Albus conseguirá ajudar Rose? Será mesmo que uma poçãozinha resolverá os problemas de Rose? Até onde cada um está disposto a sacrificar de si mesmo para manter tantos segredos?
O que estão achando, leitores fantasmas? Queria muito saber suas opiniões, aquilo gostaram e o que gostariam que tivesse sido diferente... Estou aguardando *pedindo "por favor"de joelhos*.
Até o próximo capítulo!

Beijos da Sky .



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