Hesitate To Fall escrita por Anna C


Capítulo 12
I Won't Say


Notas iniciais do capítulo

Hoje está meio chuvoso, então eis um capítulo para alegrar seu dia *-* Ou não. Depende do ponto de vista, hum... É isso aí u.u
:D



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Nossas breves férias de duas semanas já haviam começado. Estar em casa era um grande alívio, pois aquele ano estava sendo mais agitado que de costume. Sendo assim, era bom respirar um ar diferente e mais familiar. Porém, isso não significava que alguns assuntos deixariam de me perseguir até mesmo fora de Hogwarts. Eu só não havia me decidido se aquilo era um problema ou não.

– A única coisa que eu não entendo, Rose, é por que você quer fazer isso – dizia mamãe, escolhendo um vestido para a ceia de Natal que seria sediada n'A Toca.

– Bem, o Albus também foi convidado, parece uma oportunidade legal e...

– Você sabe o que eu quis dizer, filha. Por acaso não detestava o garoto Malfoy até os últimos fios de cabelo?

– Eu usaria o azul escuro se fosse você – apontei para dentro do guarda-roupa.

– Ah, boa ideia.

– Bom, não vou fugir do assunto... Eu meio que... Eu percebi que... - inspirei fundo. Mais fácil ir direto ao ponto. - Eu estava errada, mãe. Fiquei cega por um preconceito antigo e não quis enxergar o óbvio. Não conte principalmente ao Albus que eu disse isso, mas o Malfoy é na verdade um cara diferente, interessante a sua própria maneira e... Andei percebendo como sempre estou julgando mal as pessoas. Ele não foi exceção.

Ela tirou o vestido do cabide e começou a me fitar.

– Você gosta dele?

Senti um frio no estômago quando ela disse aquilo. Por instinto, cruzei os braços e encarei o chão.

– Não... Digo, eu não sei.

– Não sabe?

– É, quer dizer, eu aprendi a apreciar a companhia dele, estou começando a entender seu senso de humor, a interpretar suas feições... Argh, é tudo tão complicado! Num instante estou apenas tentando provar a mim mesma que ele não é necessário, no outro, fico imaginando o quanto de seus pensamentos eu ocupo. Que coisa insana!

Minha mãe começou a rir e é claro que aquilo me irritou.

– Não é engraçado! Eu estou quase entrando em colapso aqui!

Ela tentou se conter, cobrindo a boca com uma mão.

– Desculpe. Sério, me desculpe, é só que... Isso é muito familiar. Me faz um favor, querida?

Bufei, ainda irritada.

– O quê?

– Esta noite, pergunte ao seu pai o que ele achava de mim quando me conheceu.

– Mas para quê? O que isso tem a ver com...?

– Apenas pergunte. E, quanto a passar o fim de ano na Mansão Malfoy, você pode ir. Mas espero que se lembre de que vai passar o seu aniversário longe de nós – mamãe me abraçou como se eu tivesse cinco anos de idade. - Tem certeza de que consegue ficar sem a gente?

Revirei os olhos.

– Farei um esforço. Sério, mãe, uma hora diz que eu já sou adulta, depois vem me tratando como se ainda fosse criança? Qual a lógica?

É um sentimento complicado também, ok? Ainda bem que o Hugo tem só catorze anos... Essa história de deixá-los ir é mais difícil do que pensei que seria.

– Mãe, eu tenho um ano e meio em Hogwarts pela frente.

Por Merlin, ela estava sendo tão sensível. Os anos deviam ter amenizado a racionalidade excessiva de Hermione Weasley. Ou talvez, eu apenas não soubesse o que era ter filhos ainda.

x-x-x-x-x

Barulhenta e lotada, essa era A Toca em épocas festivas. Eu estava na sala de visitas, conversando com Roxanne e Victoire, que havia ficado noiva de Teddy Lupin havia menos de uma semana. Casamentos sempre rendem longas conversas quando há uma noiva entusiasmada.

– E então, eu estava pensando em arranjar vários arcos cheios de ornamentos florais e usá-los aos montes por todo o caminho até o altar. Haveria então um arco maior e em formato especial atrás de Teddy e do mestre de cerimônias, para dar o toque final perfeito – Vicky tinha o olhar distante e sonhador. Era fofo, eu tinha que admitir.

– Você pretende casar no verão, certo? Devia usar cravos, eles tem tudo a ver com essa época e são muito lindos – sugeria Roxanne, com ar de sabedoria.

Eu entendia tanto de flores quanto de Adivinhação. Ou seja, não muito. A ironia é que eu tinha o nome de uma flor, mas deixemos isso de lado.

– Ela com certeza sabe do que está falando – eu disse, apoiando o comentário de Roxanne.

– Aw, vocês acham? Realmente, cravos ficariam ótimos.

– Eu prefiro hortênsias.

Viramos as cabeças para ver quem havia dito. Dominique estava de braços cruzados, parecendo um pouco sem jeito. Ela nunca participava desse tipo de conversa.

– Mesmo, Domi? – Vicky perguntou, surpresa por sua irmã estar interessada em seus assuntos. Até onde eu sabia, as duas não eram muito ligadas. - Hortênsias são belas também – sorriu gentilmente para a irmã, que ficou um pouco corada, sentando-se na cadeira ao lado.

– Pois é, é o que eu acho – disse Dominique, olhando para os joelhos.

Victoire a encarou por alguns segundos e, de repente, envolveu-a num abraço de urso.

– Ah, irmãzinha! Fico tão feliz que se importe! Você vai ser minha dama de honra e vai usar um vestido que eu mesma prepararei para você!

– Desgruda, Vicky! - Dominique relutava ao abraço.

Roxanne deu uma risada, enquanto eu apenas dava um sorriso de contentamento. “É um começo.” pensei mais uma vez.

Assim que liberou a irmã de seu aperto, Victoire continuou a conversação que tínhamos, fazendo de tudo para integrar Dominique no assunto. No início, eu participava como fazia antes, porém Fred se sentou no lugar livre ao meu lado e começou a puxar conversa. Logo fiquei dispersa das garotas e dediquei a atenção ao meu primo.

– É verdade que a Penny está saindo com o batedor do meu time? - ele perguntou, meio queixoso.

– É sim, e ela está muito feliz. Parece uma pessoa completamente diferente! - eu comentei. - Acredita que, no outro dia, uma das garotas do sétimo ano que a incomodavam esbarrou com ela no corredor e pediu desculpas? E ainda recolheu o material que ela tinha derrubado! Fiquei completamente pasma. Para você ver como uma mudança de atitude afeta a maneira como o restante nos trata... - olhei de relance para Dominique, mas voltei rapidamente o foco para Fred.

Ele parecia chateado, afundando-se um pouco mais no sofá.

– Ela superou bem rápido, não foi?

Ergui uma sobrancelha.

– Mas você, pelo jeito, não.

Revirou os olhos, aborrecido e começou a bater os dedos contra a superfície da mesinha de centro num ritmo qualquer. Dando-se por vencido, suspirou longamente.

– Você deve ter razão.

– Mas, Fred, só me prometa que não vai interferir. Deixe-a, está bem?

– Sabe que eu poderia, não é? Se eu realmente quisesse, conseguiria ganhá-la para mim.

Eu assenti.

– Sim, eu sei. É por isso que estou pedindo para que não o faça.

Olhava-o com seriedade para transmitir minha mensagem objetivamente. Eu adorava Fred, é claro, mas tinha conhecimento de sua natureza. Penny estava apenas no começo de sua melhora e desenvolvimento, eu tinha que protegê-la.

Contudo, Fred deu de ombros, evitando me olhar.

– Está certo, ela merece coisa melhor mesmo. Não se pode ter tudo, né? Mas eu quero que você saiba que reconheço. Eu reconheço o que perdi, a Penny é uma garota incrível. Disso eu sempre soube.

Sorri, pondo uma mão sobre o seu ombro de forma amigável.

– Ei, isso é muito maduro da sua parte. Estou orgulhosa.

– Isso significa que podemos dar uns amassos agora?

PAF!

– AH! Como você é bruta – ele disse, massageando o braço dolorido em que eu havia batido.

– Foi merecido.

– Mas, fala sério, por que você não me quis em momento algum? Eu sei que peguei meio pesado, mas não tinha nada de errado.

– Eu nunca disse que tinha, digo, fora a história da Penny.

– Então?

– Desculpe, Freds, é uma questão de química. Precisa-se de mais que um abdômen definido e esses cachinhos para rolar uma relação – baguncei seus cabelos como provocação.

Ele bufou, revirando os olhos.

– Você é impossível, tampinha.

Desta vez, eu ri com gosto e ele acabou por dar um sorrisinho.

– Será que eu posso falar com você lá fora um instante? - ele perguntou, ficando repentinamente sério. - Não tem nada a ver com isso, mas é importante. Acho que você irá querer saber.

Os momentos em que Fred ficava tão sério como agora não podiam ser subestimados. Aceitei o que propôs e logo estávamos na entrada da casa, com as costas apoiadas na parede. Estava frio, por isso, ele me emprestou um de seus casacos.

– O James está indo embora – ele disse, olhando para os arredores da casa, inexpressivo.

– O quê!?

– Exatamente o que eu disse.

– M-mas como assim? D-de Hogwarts ou...?

– Não, da Inglaterra mesmo. Ele diz que precisa de um tempo para si, para decidir o que quer de verdade.

– E o emprego? Ele estava tão animado e...

– James falou que estava apenas se enganando ao arranjar aquele trabalho. Eu estou tentando entender tudo isso, mas... - Fred fechou as mãos em punhos. - Não consigo. Era como nos velhos tempos, tudo estava quase igual... Por que ele quis desistir disso?

– Fred, você sabe o que acontecem com os dragões que viram adultos?

Assustados, nós dois olhamos para todos os lados, em busca da origem da pergunta.

– Aqui em cima!

Torci o pescoço, mas consegui ver Lily sentada no telhado, balançando as pernas. Ela deu uma risadinha infantil e pulou dali, aterrissando com sucesso.

– Lily, mas que susto! - coloquei a mão sobre o coração, ofegante.

– Da onde você brotou, pestinha? - perguntou Fred, meio zangado.

– Eu estava ali o tempo todo.

– Mas que intrometida!

– Fred, deixa de ser esquentado, ela devia estar lá há bem mais tempo que nós estamos aqui.

– Isso mesmo, Rosie, e não pude deixar de escutar...

– Poderia se tivesse ido embora – retrucou Fred.

– Fred!

– Como eu dizia, descobri o que os dragões fazem quando se tornam adultos – continuou Lily.

– Descobriu? – questionei, lembrando-me da primeira vez em que ela havia feito aquela pergunta a mim. Era Halloween e eu achei que ela estivesse apenas delirando com alguma de suas infantilidades.

– Sim! Eles voooam para longe – ela disse, abrindo os braços e girando sem sair do lugar.

Fred riu em deboche.

– E eu achei que você fosse falar algo profundo. Ok, Lily, agora vá brincar com as suas bonecas que o assunto é sério.

– Não, espere! - eu falei, sobressaltando os dois. - Ela tem toda a razão.

– Mesmo?

– Metaforicamente falando, sim – olhei para minha prima, sorrindo ternamente. - Você sabia esse tempo todo, não é? Mesmo antes, você sabia o que estava acontecendo. Por que nunca escutamos você?

Lily sorriu de volta, dando de ombros.

– Está tirando uma, não é Rose? Realmente entende essas baboseiras?

– Acredito que sim, e você devia refletir com mais cuidado. Ela acabou de dar a resposta que você procurava.

De repente, começamos a escutar uma agitação maior se formando n'A Toca. Lily bateu palmas, cheia de ânimo.

– O jantar! - ela abriu a porta de entrada com tudo. - Hugo! Guarde um lugar para mim!

Entramos em seguida e fomos direto para a sala de jantar. Sorri mais uma vez ao ver Lily conversando com meu irmão em sua inquietação costumeira. Aquela ruiva era mais perceptiva do que pensavam todos.

– Rose, aqui! - meu pai me chamou, indicando uma cadeira vazia a sua direita.

Ainda sorridente, fui até lá e ocupei o assento designado.

– Filhinha, você é a única aqui capaz de competir comigo em questão de apetite. Temos que nos manter unidos!

– Será mesmo uma boa ideia? Neste lado da mesa pode acabar faltando comida para o resto do pessoal...

– E esse não é o objetivo?

Dei uma risada.

– Você é mesmo malvado, pai.

Então, finalmente o banquete foi servido. Como já era previsto, nós dois atacamos a refeição como se não houvesse amanhã. Apesar de alguns olhares de reprovação vindos de mamãe, não diminuímos o ritmo até que chegasse a sobremesa.

– Minha mãe é a melhor cozinheira do Reino Unido – meu pai olhava para vovó com admiração, quase com lágrimas nos olhos.

– Infelizmente, não posso dizer o mesmo da minha – falei, rezando para que a Sra. Hermione não tivesse escutado.

Papai riu discretamente.

– Tudo bem, Rosie. Pelo menos, existem muitos feriados no ano para virmos aqui aproveitar. O Ano Novo é em uma semana, por exemplo.

– É... - concordei, sentindo-me um pouco culpada.

– Mas sua mãe me contou que você tem outros planos para a virada do ano.

– Ela contou? – entrei em pânico internamente.

– Sim. Quando é que ficou amiga do Malfoyzinho?

É recente, mas não é nada demais! Eu juro!

Ele riu, afagando meus cabelos.

– Não estressa, não estou zangado.

– Não? – aquilo sim era chocante.

Bom, não vou negar que estranhei e que me incomodou nos primeiros instantes, mas seu tio Harry me convenceu a ficar mais tranquilo. Ele é o melhor amigo do Al, certo? Então, deve estar tudo bem.

Suspirei, muito aliviada.

– Nossa, que bom que pensa assim, papai.

– É, mas só para garantir, prometi vinte galeões ao seu primo para ficar de olho em vocês – ele sorriu triunfante, dando um gole de vinho de sua taça.

– Como é!?

– Na verdade, vinte e cinco. Aquele garoto é um mercenário, estou dizendo...

– Pai!

– Sim?

– Isso não é justo! Você acabou de dizer que estava tudo bem.

– É, mas uma coisa de cada vez. Não posso correr o risco de ficar na mesma sala que Draco Malfoy em uma reunião de família.

– O quê...?

Eu estava para negar toda e qualquer possibilidade daquilo acontecer, mas me refreei.

Por que eu não consigo negar? São só palavras...”

Porém, eu sabia que se tentasse dizê-las, gaguejaria, o que tiraria toda a credibilidade da minha negação.

Mudar o assunto, é isso que eu tenho que fazer...”

– Hã, pai, posso perguntar uma coisa a você?

– Vá em frente.

– Qual foi sua primeira impressão da mamãe?

– No primeiro ano, você quer dizer? - ele perguntou e eu fiz que sim.

Papai deu um risada, relembrando.

– Eu a achava muito irritante, demorou um bom tempo para que eu e seu tio ficássemos amigos dela. Para mim, ela era meio metida a sabe-tudo, além de bem mandona. Gostava de pegar no nosso pé, a sua mãe. Aliás, acho que cheguei a chamá-la de "pesadelo" uma vez.

Quase falei que aquilo era maldade, mas então me lembrei do porquê de eu estar perguntando.

– Sério, me desculpe, é só que... Isso é muito familiar.” foi o que minha mãe disse quando expliquei minha situação com Malfoy. Então, ela estava nos comparando a ela e meu pai? Duas pessoas casadas, devo enfatizar?

Aquelas sensações esquisitas que eu senti apenas nas semanas após nosso beijo estavam voltando. Oh Merlin, como eu odiava aquilo, o sentimento de insegurança e o nervosismo. A falta de controle sobre mim mesma. Era como se eu estivesse no meio de algo que já havia começado e não pudesse mais parar. Eu me tornara totalmente vulnerável a... a... O que era aquilo, afinal?

– Mas por que queria saber?

– Por... Por curiosidade.

Ele a chamara de pesadelo? E onde estava a semelhança?

– Você é muito irritante, sabia?”

“- Meu Deus, como você é detestável.”

“- Você é esquisito, Malfoy.”

“- Argh, que seja. Chato, chato e chato.”

– Você poderia ser um pouco mais desagradável?”

Ah meu Deus, ah meu Deus... Não podia ser...

Inesperadamente, a campainha tocou. “Salva pelo gongo, quem sabe?” pensei, não tendo tido tempo de concluir meus pensamentos que me levavam a lugares indesejados.

– Eu atendo! - anunciei num volume exagerado. Ignorei as expressões assustadas e fui até a porta da entrada.

Quem poderia ser? Mas que estranho e...

Então, eu abri.

– Ariana? - ela vestia uma roupa de gala, provavelmente estava em alguma festa. Havia um rapaz a poucos metros atrás dela que poderia ser seu irmão mais velho, dadas as semelhanças de rosto. - O que faz aqui no dia de Natal?

– Isto – a morena ergueu uma carta amassada no ar. - acabou de chegar!

– Certo, e o que é “isto”?

– Uma carta do Fred. Agora, onde está o seu outro primo?

– Quem, o James?

– Esse precisamente.

Nossa, ela parecia furiosa. De dar medo.

– Bom, ele está aqui dentro, e... Olha, não quer se acalmar um pouquinho e eu vou chamá-lo?

– Não tenho tempo para isso, vou congelar antes que você tenha voltado – ela colocou apenas a cabeça para dentro e começou a berrar. - JIMMY! VENHA CÁ, SEU DESGRAÇADO!

– Você pode entrar e...

– Não, tenho que voltar em cinco minutos – Ariana encheu os pulmões de ar e continuou a gritar. - JAMES, SEU MALDITO! NÃO SEJA COVARDE E VENHA ME ENFRENTAR!

– Nós estávamos jantando, sabe Ariana, é melhor não gritar tanto...

Ela suspirou, exasperada.

– Desculpe por isso, é que eu estou tão zangada... - pela maneira que rangia os dentes, dava para ter uma ideia.

– Eu sabia que a noite estava tranquila demais – ouvi alguém dizer atrás de mim.

Ah, era o procurado.

– James, a Ariana quer...

Antes que eu pudesse terminar de falar, Ariana havia avançado em meu primo, socando-lhe cada centímetro visível.

– Seu miserável! Você ia embora sem me dizer nada, é?! Que tipo de homem é você?!

Eu fiquei de olhos arregalados assistindo à cena por algum tempo, até notar o quão entendiado o rapaz que acompanhava Ariana parecia. Ele olhou o relógio e bocejou.

– Isso vai demorar? – ele perguntou.

– Calado, Hector! - Ariana ordenou.

– Tanto faz...

James então segurou a garota pelos pulsos.

– Me larga! Eu vou acabar com você!

– Não se preocupe, já devo ter hematomas suficientes para me lembrar de você por um bom tempo.

– Ainda usa essa ironia nojenta? James, você é homem morto!

Ariana ia tentar insistir na agressão, mas James foi mais rápido e selou seus lábios.

Meu queixo caiu.

– Vocês... Eles...? - olhei para o tal de Hector, em busca de qualquer resposta.

Ele deu apenas os ombros.

Quando se separam, Ariana encostou sua testa na de James, estando já mais calma, porém frágil como nunca. Ela nunca pareceu ser alguém frágil em aspecto algum, para ser sincera.

– Por que você não me avisou?

– Eu tenho que fazer isso, mas não quero te prender a mim. Vou ficar longe por algum tempo e sabe-se lá quando vou voltar. Pode ser em seis meses, um ano, dois...

– Não importa, você não tinha esse direito!

– Aria, era pro seu próprio bem...

– Bom, pois pode deixar que eu decido o que é bom para mim na próxima, ouviu? Não é você quem decide isso.

– De qualquer forma, vou partir amanhã.

– Então, isso é um adeus?

– Acho que sim.

Ariana aproximou-se para lhe dar um beijo apaixonado, o qual James correspondeu. Eu começava a me sentir meio constrangida por estar ali.

– Sem chance, Jimmy – ela deu um tapinha fraco no rosto do garoto. - Não tente fugir de novo, que eu te sigo até o inferno.

Bem capaz mesmo.”

– Aria, anda logo com isso! - reclamou Hector, impaciente.

– Já vai, Hector! Ei, Potter, melhor me escrever se não quiser sofrer as consequências – ela disse num tom de advertência, afastando-se aos poucos. Eles ainda estavam de mãos dadas.

– Mesmo? Porque eu prefiro quando está zangada...

– Não vai querer me ver zangada dessa maneira.

– É tentador...

– Prometa.

– Eu prometo que vou escrever – ele rolou os olhos.

– Bom garoto.

– Ariana!

– Estou indo! - a morena voltou um olhar angustiado a meu primo. Desta vez, era sério. - Quero notícias em breve, ok?

Olhando James com atenção, eu podia ver que a situação também era entristecedora para ele. Não me lembrava da última vez que o vira realmente triste.

– Ok.

Suas mãos se soltaram.

– Tchau, Rose – ela disse e eu acenei. - Até um dia, Jimmy – deu uma piscadela a ele e foi em direção ao rapaz que a aguardava.

– Até que enfim – exclamou o rapaz, segurando a mão de Ariana.

– Quieto, Hector.

Então, eles desaparataram.

– Olha... Isso foi inesperado – eu disse.

James deu um quase sorriso.

– Não dava para contar. Eu era funcionário da escola e ela aluna – inspirou fundo, se virando para mim. - Você estava certa quando disse aquilo naquela festa... Só precisei que repetissem algumas vezes até captar a mensagem. As coisas certamente irão mudar daqui para frente.

Dito isso, ele retornou para a casa.

Apesar de tudo, eu sabia que sentiria falta do meu primo e de seu ar despreocupado. Bom, ele havia atingido um novo nível de maturidade.

Mas, voltando àquilo que eu acabara de presenciar, era engraçado como por um momento Ariana pareceu tão pequena, tão indefesa, quando normalmente ela causava uma impressão totalmente oposta. Seria esse o mesmo efeito que eu sentia se apossando de mim?

Não pode ser.” pensei mais uma vez. Eu não me permitiria a sequer proferir aquela palavra de quatro letras.

Estava fora de questão.

x-x-x-x-x

Cinco dias se passaram. Era hora.

– As damas primeiro – disse Albus, dando-me passagem.

Agarrei a alça de minha mala e fui até a lareira.

– Pronta, querida? perguntou minha mãe.

– Com certeza.

– Bom, você sabe o que fazer – disse meu pai.

Peguei um punhado de pó de flú e falei com vontade:

– Mansão Malfoy!

Por um instante, tudo que pude ver foram as chamas inofensivas que surgiram quando joguei o pó contra o chão. De repente, eu estava em uma casa completamente diferente. Bom, casa era eufemismo.

Malfoy aguardava, sentado numa poltrona ali perto. Quando me viu, deu um grande sorriso e se levantou imediatamente.

– Bem-vinda ao lar dos Malfoy, Rose Weasley – estendeu-me sua mão. - Por falar nisso, – ele disse no momento em que eu seguraria sua mão, fazendo-me parar no ato. - feliz aniversário.

Sorri abertamente, enfim sentindo seus dedos tocarem os meus.


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Notas finais do capítulo

N/B: Hello, leitores. O que falar sobre esse capítulo?
Um dos meus prediletors. Provavelmente por ter Mione e Rony hahaha. (Sim, adoro Romione ;) )
Mas deixando minha parte fangirl de ship, vou pular diretamente para o assunto, people!
Gosto do Fred pensando que perdeu Penny, de certo ponto e acho correto ele ficar sem fazer nada, por enquanto. Deixe minha Pennyzinha quietinha, que ela está felizinha com o novo interesse de amor, viu?
Deus do céu, é estranho pensar que Fred II está agindo de uma forma madura... Mas é super fofo.
Amei Dominique nesse capítulo. O desenvolvimento dela foi trabalhado perfeitamente aqui, nao acham? Ela cresceu maturamente, mas nao muito rápido e nem muito devagar. Na velocidade correta. Amei isso e acho que Ana merece um aplauso. /clap clap clap.
Lily é super mega ultra fofa. Adoooro esse jeitinho fofo e inocente dela, mesmo que seja infantil demais para sua idade, maaaas é isso que a faz tao especial e linda, nao acham? Agora, James! Pelas barbas, bigodes, cabelos, narinas e o que quer que seja de Merlin! A cena com ele foi tao fofa. Já imaginava o lance dele com Ariana, mas nao pensei que ao acontecer, seria algo tao lindinho. Awwwwn! (Sério, tenho que parar de agir como fangirl de ship .-. . Mas ainda to esperando pelo momento Palbus e Huly hehe.)
Mas YAAAAY, Rose está na mansao Malfoy *--------------------* Só da pra imaginar o que vai acontecer daqui pra frente!!!! AHH! Uma pena que essa fanfic já está no fim, snif. Mas daremos as nossas preces a Merlin por Anna ter criado mais uma historia magnifica como ela. Mais umas salvas de palmas /clap clap clap.
Agora, vou ficar quietinha aqui no meu canto, porque já escrevi demais (aprenda a resumir suas notas, Dreamy!!!) Beijos e queijos. See ya, y'all.
N/a: Caramba, só mais três capítulos (possivelmente) agora. Dessa vez não darei meus spoilers básicos, porque realmente não posso '-' Mas preparem-se!
Quem apostou que rolaria Ariana/James estará recebendo em casa um kit de produtos da Burberry e um ursinho cor-de-rosa pra combinar *-* Quem errou a aposta vai ganhar um guia escrito pela própria Professora Trelawney pra ajudar em futuras previsões de "Encontrando sua visão interior: o vidente dentro de mim", que é best-seller do Profeta Diário há 5 semanas seguidas *o* Nossa, às vezes me impressiono com a minha bondade...
Tá, já estou indo tomar meus remedinhos u.u HSUAHUSHAUSH'
Beijooos!



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