A Nightmare escrita por nsilvac


Capítulo 12
Fox Face


Notas iniciais do capítulo

Outra fic com Myprerrogative: http://www.fanfiction.com.br/historia/249857/You_Got_Me



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– O que a gente faz com ele agora? – perguntou Peeta se levantando do chão.

– A gente pode usar ele pra alguma coisa. – Johanna sugeriu ainda segurando Brutus no chão.

– Mas, pra quê? – me agachei ao lado de Cato.

– Pensamos nisso depois. Temos que achar os outros. – Peeta passou a mão limpando o sangue de sua boca.

– Você pode me soltar?! – disse Brutus que estava debaixo de Johanna.

– Quieto! E ele... O que faremos com ele? Posso? – Johanna apontou a cabeça para Brutus e depois para Peeta.

– Pode. – disse Peeta se virando de costas.

Em questão de segundos, Johanna já tinha matado ele com três facadas no peito e o canhão disparou. Outro tributo morto.

Estávamos prontos para sairmos dali, mas tínhamos um problema: Como levaríamos Cato se ele estava machucado?

– Eu levo. – Peeta foi até Cato, o ajudando a levantar.

– Mas você está com o ombro machucado. – eu disse lembrando ele de seu ombro.

– Eu levo e quando acharmos Finnick, ele me ajuda. – Peeta já estava com Cato apoiado em seu ombro.

– Então vamos. – Johanna avançou em nossa frente.

Começamos a descer as escadas e Johanna e eu estávamos lá em baixo depois de dois minutos mais ou menos. Paramos na porta de saída do prédio escondidas para esperar Peeta descer com Cato. Demorou uma eternidade até eles chegarem até lá embaixo. Dei uma das minhas facas para Peeta caso alguém tentasse ataca-lo.

Percorremos uma grande parte da cidade até começar a “homenagem” para os tributos mortos. Desta vez dois do 1 e todos do 10 e 11. Nove tributos sobram agora.

– Temos que encontra-los agora! – disse um pouco desesperada.

– Por favor, me ajudem! Isso está doendo demais... – disse Cato com a voz entrecortada.

– Ele está perdendo muito sangue, temos que achar logo o Finnick. – disse Peeta nervoso.

– Mas então pra quê você pediu pra eu fazer isso? – perguntei para Johanna apontando para o ombro de Cato que não parava de sangrar.

– Pra você salvar o conquistador, aí! – ela fez gesto de rendição.

– Você pode parar de me chamar de conquistador? – Peeta perguntou.

– Não. – respondeu Johanna ficando nervosa.

– Mas... – Peeta tentou falar.

– Não temos tempo para discutir isso agora, temos que achar o Finnick, não temos? – disse avançando na frente deles.

Finalmente o silêncio havia tomado conta daquela arena novamente. Percorremos quase a arena inteira atrás de Finnick, Gale, Annie e Rue, mas demoramos muito para encontrarmos. Um tiro de canhão. Agora seria um tiro para cada tributo morto. A homenagem não aconteceria mais. Comecei a entrar em desespero por causa daquele tiro. Estava torcendo para não ser Gale, nem Annie ou Finnick e nem mesmo Rue.

Estava esgotada. Precisava descansar ou morrer. Não aguentava mais.

– Por onde vocês estavam? – a voz de Gale. Nunca fiquei tão feliz em ouvi-la.

– Gale! – fui correndo até ele e o abracei.

– Calma aí Katniss... Eu não estou intacto. Estou com a perna machucada. – disse ele me segurando.

– Onde estão Annie, Finnick e Rue? – perguntei olhando por todos os lados sem vê-los.

– Me perdi de Annie quando a arena mudou... E Finnick não o vejo até antes disso. – explicou ele.

– Temos que ir procurá-los. – voltei a andar na frente de todos.

Já estava cansada e quase desistindo quando ouvi uma voz familiar.

– Finalmente! Por onde vocês estavam? – era a voz de Annie.

– Annie, você está melhor! – corri para perto dela.

– Estou, mas preciso de uma ajuda. – disse ela nos guiando para algum lugar.

– Que ajuda? – Peeta perguntou ainda com Cato apoiado nos ombros.

– O Finnick está machucado e ele está por aqui. – Annie entrou na frente de uma casa com um lago na frente e cheia de árvores. Árvores mortas. Era um lugar de dar arrepio e no fundo de tudo, na parte mais escura e escondida estava a casa toda de madeira e abandonada. Alguém havia deixado aquela casa há séculos.

Subimos as escadas da frente que faziam ruídos de tão velha que estava a madeira e Annie abriu a porta que fez outro ruído um pouco mais alto.

– Finn? – Annie perguntou em meio a casa escura. - Finn? – ela repetiu quando não escutou uma resposta.

– Estou aqui Annie. – uma voz fraca veio do andar de cima da casa.

– Só um minuto. – escutei Annie andando até a porta e fechando-a. – Peguem.

– O que é isso? – perguntei e uma luz saiu da mão de Annie. Lanternas, ótimo!

– Usem isso porque vamos pro segundo andar e não vou acender as luzes pra não chamar atenção de ninguém. – Annie apontou a luz da lanterna para as escadas que tinham dentro da casa.

Subimos e Annie nos guiou até dentro de um quarto. O cheiro daquela casa era desagradável, cheirava a madeira molhada e mofo. Me incomodava.

– Cuidado aí. – Peeta disse passando por um buraco que tinha logo que acabavam as escadas lá em cima.

– Annie? – Finnick perguntou com a voz tão fraca que mais parecia um sussurro.

– Estou aqui Finn. – coloquei a luz da lanterna nela que foi até uma cama sentar ao lado de Finnick que estava com a cabeça enfaixada.

– Por que você demorou? – ele perguntou pegando sua mão.

– Fui procurar eles. – ela abriu um sorriso apontando a lanterna para mim, Peeta que estava com Cato nos ombros, Gale, Johanna e Rue.

– E como eles estão? – perguntou ele dando um leve sorriso.

– Ele está machucado. – Peeta disse olhando para Cato. – E grave.

– Pega a mochila vermelha e aplica morfina nele, depois joga um pouquinho do líquido que tem no frasco azul e enfaixa o local machucado. – explicou ele. – Depois ponha ele pra dormir.

– Tem um quarto aqui ao lado. A Katniss vai com você, é bom ter um tributo acordado em casa quarto pra ficar de guarda. – disse Annie.

– Tudo bem, estamos indo pra lá. – eu disse enquanto ajudava Peeta a carregar Cato.

– Gale, você fica no quarto do lado do de Katniss pra cuidar de Rue e montar guarda. – Annie acenou com a cabeça pra porta. – E você também. – ela apontou para Johanna.

– Tanto faz. – Johanna saiu do quarto indo até o fim do corredor abrindo a porta velha.

– Qualquer coisa que acontecer, emita qualquer som que conseguirem. – Annie apagou a luz da lanterna.

Ajudei Peeta a levar Cato para o quarto do lado. Abri a porta e mirei com a lanterna para ver onde ficava a cama.

– Coloca ele aqui. – sentei na ponta da cama.

– Vou pegar a mochila, já volto. – Peeta foi até o outro quarto de novo.

– Foi você que matou ela. – Cato disse com a voz entrecortada.

– Eu estava me defendendo. – me referi a Clove.

– Eu não me esqueço da nossa aposta bonitinha. – disse ele.

– Que aposta? – Peeta voltou ao quarto com uma mochila em mãos.

– Nenhuma. – cortei Cato antes mesmo de ele falar.

– Senta aí pra eu fazer o curativo. – Peeta disse para Cato que o obedeceu. – E tira a camisa.

– Você pode, por favor, me ajudar? Não consigo levantar o braço. – Cato disse para mim.

– Claro. – o ajudei a tirar a camisa ensanguentada.

– Katniss, me ajuda com a morfina. – pediu Peeta.

Peguei a seringa com um liquido branco dentro e apliquei em sua barriga.

– Ah! Isso queima! – Cato reclamou com voz de dor.

– Calma, vai melhorar. – disse ficando agoniada com a dor dele.

Peeta era preciso com o liquido do frasco azul que quando despejou no machucado de Cato, borbulhou.

– A faixa Katniss! – exclamou Peeta quando o líquido pegou no corte que tinha em sua mão.

– Aqui. – estendi a faixa para ele e enrolou o ombro de Cato.

– Agora dorme. – Peeta o ajudou a deitar.

Em questão de segundos, Cato tinha dormido. Segundo Peeta, a morfina dava sono e diminuía a dor. Levantei da cama de Cato e me deitei na outra que tinha. Embora a casa fosse velha e suja, os lençóis aparentavam limpos.

– Está frio aqui. – disse enquanto mirava a luz da lanterna para Peeta que se aproximava da cama que eu estava.

– Deve ter algum cobertor, mira a luz aqui. – Peeta se aproximou de um guarda roupas. O que ele achou era mais um lençol, mas era melhor do que nada.

– Vai mais pra lá. – disse ele se deitando ao meu lado.

– Você é muito folgado! – exclamei sussurrando.

– Então você fica no frio. – ele brincou.

– Você sabe que é brincadeira. – disse enquanto me aconchegava em seus grandes braços.

– Tá com frio ainda? – perguntou ele apagando sua lanterna.

– Não, agora estou quentinha. – sorri e apaguei a luz da minha lanterna também. Peeta estava quente e isso me esquentou também.


POV Annie

Vi a dor nos olhos de Finnick que não parava de reclamar de dor.

– A dor ainda não melhorou? – perguntei me aproximando.

– Muito pouco. – disse ele fazendo um esforço para sentar e encostar na cabeceira da cama.

– Ótimo. – me aproximei mais e passei a mão em seu rosto – Você está com febre.

– Acho que sim, mas vai passar logo. – disse. – Vem aqui.

Ele me pegou pelos braços e encostei em seu peito quente da febre.

– Obrigado. – ele agradeceu.

– Pelo quê Finn? – perguntei e olhando para ele. Pude ver seu rosto pela luz da lua que atravessava a janela.

– Por cuidar de mim. – ele sorriu.

– Não precisa agradecer. – pisquei para ele.

Me inclinei para beijá-lo. Senti seus lábios nos meus e uma coisa dentro de mim, que eu não sentia há anos começou a aparecer. O beijo de Finnick era quente e me deixava com mais vontade de não parar de beijá-lo. Quando me dei conta, estava literalmente em cima de Finnick sem parar de beijá-lo. Não sei o que ele tinha, se era do remédio ou se era dele mesmo, mas ele era muito... Como posso dizer... Feroz! Essa era a palavra que eu procurava. Finalmente ele parou de me beijar, sua respiração estava acelerada e sua testa grudada na minha.

– É... – tentei falar, mas nada saiu.

– Aham... – foi a única coisa que ele disse antes de se deitar de novo na cama.

Me deitei em seu peito e peguei no sono quando ele começou a massagear meu cabelo.


POV Katniss

Peeta estava quentinho e eu estava quase dormindo.

– Não dorme Katniss... – disse ele.

– Você gosta quando eu fico acordada e no dia seguinte pareço um zumbi, não é? – perguntei passando a mão em sua barriga, que mesmo em cima da blusa, dava pra sentir o quanto definida ela era.

– Você até que é uma zumbi bonitinha... – ele sorriu. – E você, gosta de passar a mão na minha barriga.

– Não gosto não. – parei na hora que ele disse.

– Tá Katniss, tá. – pude sentir a ironia em sua voz.

– O que é Mellark? – perguntei olhando para seu rosto.

– Nada não! – ele exclamou fingindo estar com medo.

– Se não falar, machuco seu outro ombro. – bati no ombro bom dele.

– Nossa Katniss, como você é forte! Não sinto mais meu ombro! – ele segurou minhas duas mãos com uma mão só dando risada. – Se você conseguir se soltar, quem sabe...

– Me solta! – exclamei um pouquinho mais alto. Peeta era forte demais para mim, eu tinha que admitir.

– Shhhhh, não grita! – ele continuou rindo.

– Então me solta. – pedi com voz de súplica.

– Por que eu soltaria? – perguntou ele parando de rir.

– Porque eu estou pedindo. – respondi me aproximando dele.

– A é? – ele se aproximou também.

– É... – me aproximei para beijá-lo e quando vi que ele havia soltado minhas mãos, me afastei rapidamente.

– O quê? – ele fez cara de desafio.

– Aposto que você não contava com essa. – sorri.

– Não mesmo, tenho que admitir.

Não tive tempo de falar, Peeta já tinha me puxado para me beijar. Aquela coisa voltou e foi como na noite antes de entrarmos para a arena. Os beijos dele voltaram a não me satisfazer e estava tão quente que eu não queria sair dali tão cedo. Peeta estava voltando a se empolgar quando ouvimos um barulho no andar debaixo da casa. Me separei de Peeta em um pulo.

– O que foi isso? – sussurrei.

– Tem alguém na casa. – disse ele em outro sussurro.

– Fica de olho no Cato, vou até Annie e já volto. – me levantei da cama.

Me levantei e fui até o quarto de Annie na ponta dos pés. Fui apalpando com as mãos até chegar na cama de Annie.

– Annie. – a chamei baixinho.

– Oi Katniss. – escutei ela se levantando da cama.

– Você escutou isso? – sussurrei em seu ouvido.

– Ouvi o que?

– Tem alguém na casa.

– Quem sobrou a não sermos nós? – perguntou ela se levantando.

– A Cara de Raposa do Distrito 5. – sussurrei e me lembrando de como ela era nos treinamentos. Ela era ótima.

Os passos começaram a subir a escada e tive a ideia de todos ficarem no mesmo quarto.

– Vamos para lá. – sussurrei ainda mais baixo falando para irmos onde estavam Peeta e Cato.

– Vamos... – disse ela. – Finnick, vamos, levanta, tem alguém na casa.

– Vamos para onde? – perguntou ele levantando da cama.

– Para o quarto da Katniss. – disse Annie atravessada e senti o nervoso em sua voz.

Como a casa estava sem luz e estávamos com todas as lanternas desligadas, Cara de Raposa não poderia nos ver, teríamos que nos esconder no escuro. Levantamos e fomos para meu quarto.

– Katniss... – escutei Peeta me chamando.

– Eu estou aqui com Annie e Finnick, levanta e se esconde. – eu disse indo até a porta novamente. – Vou até o quarto de Gale.

– Katniss, cuidado. – disse Finnick para mim.

Me encostei numa das paredes do corredor para ir até o quarto de Gale torcendo para não pisar no buraco perto da escada. De repente senti que era melhor eu ter ficado no quarto, um mau pressentimento tomou conta de mim. Escutei a Cara de Raposa já no andar de cima. Me agachei num dos cantos da parede torcendo para ela não se aproximar, mas não aconteceu.

Prendi a respiração quando senti seu cheiro perto de mim. Ela havia agachado na minha frente e respirava na minha frente, pude sentir o vento saindo de sua boca. O que mais torci naquela hora, foi para ela não usar as mãos, porque ela iria me encontrar.




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Notas finais do capítulo

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