It Was Panic! At The Disco escrita por thisistherealryanross


Capítulo 9
Capítulo 9




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Dois meses se passaram, e era o dia que eu teria que voltar para Los Angeles. Minha convivência com Brad havia sido incrível, mas eu teria que ir.

Brad, eu, Z e Harry estávamos no aeroporto

- Então é isso... Obrigado por tudo, Brad

- Eu é que agradeço. Você ter vindo aqui para ficar comigo... foi muito gentil da sua parte

- Foi um prazer - Eu disse, enquanto abraçava Brad

- Vou sentir sua falta

- Eu também vou. Não fique triste novamente, ok? Vai dar tudo certo. Eu vou te ligar todos os dias, ok?

- Ok. E você, cuidado com seu pai

- Ok. Tchau, Z - Abracei-a

- Tchau, Ryan. Foi bom te conhecer. Ah, e quando eu for para Los Angeles, eu te dou aquelas aulas, ok?

- Ok. Tchau, Harry

- Tchau, boa viagem

- Obrigado

Já longe, vi Z acenando e sorrindo. Ela tinha um sorriso lindo. Brad e Harry também acenaram. Entrei, então, no avião

Brent, Spencer e Brendon não sabiam que eu voltaria hoje. Eu quis fazer uma surpresa. Iria na casa de Spencer antes de ir na minha, porque eu não queria chegar com a cara roxa e sangrando na casa dele.

Algumas horas se passaram e eu já havia chegado. Chamei um táxi e fui para a casa de Spencer, onde achei que também encontraria Brendon e Brent. E eu estava certo. Bati na porta e aguardei.

- Ryan!

Brendon havia atendido a porta. Ele correu e me abraçou forte. Quase pulou em cima de mim. Ele me cheirou. Havia algo estranho. Por que todos me cheiravam? Eu teria tempo para descobrir.

- Tudo bem? - Perguntei, olhando estranho para Brendon depois de ele ter me cheirado

- Como assim?

- Nada, é que você me cheirou

Falei mesmo. Eu queria saber o motivo, e não estava nem aí se ele ficasse constrangido.

- Desculpe

- Tudo bem com você?

- Tudo

- Onde estão os outros? - Perguntei, olhando em volta e percebendo que não havia mais ninguém no porão além de Brendon

- Lá em cima, quer subir?

- Outra hora, preciso ir para casa

- Posso ir junto?

- Não, Brendon. Eu volto depois, está bem?

- Ok...

Fui para casa, e como eu esperava, meu pai me bateu. E não foi pouco. Ele me bateu tanto que não tive como me defender, então minha mãe o afastou. Como de costume, eu saí de casa e procurei por Brendon. Ele já estava em sua própria casa. Bati e esperei.

- Ryan! Oh meu Deus!

Abracei-o. Eu estava chorando como uma criança. Eu era ridículo.

- Venha, vamos entrar. Mãe! - Ele gritou, e sua mãe apareceu na sala

A mãe de Brendon ficou espantada ao me ver.

- Oh, céus! Venha aqui, garoto

Subimos para a cozinha e a mãe de Brendon limpou meus sangramentos. Eu já havia parado de chorar, mas continuava em choque. Meu pai nunca havia me batido tanto.

- Pronto

- Obrigado, senhora...

- Grace. E você deve ser o Ryan

- Sim

- Quem fez esse absurdo com você?

- Mãe... o Ryan não está em condições de falar sobre isso agora - Brendon interrompeu e colocou sua mão em meu ombro, fazendo um sinal para descermos.

Descemos e fomos para o quarto dele. Sentamos na cama e ele conversou comigo

- Eu... sinto muito - Ele disse, me envolvendo em seus braços ao ver que minha expressão não era feliz.

- Eu é que sinto. Toda vez que isso acontece comigo eu vou te procurar. Eu vivo te incomodando, Brendon, me desculpe.

- Hey, pare com isso! A última coisa que me incomodaria é você.

- Obrigado - Sorri - Ei, toque seu violão

- Tem certeza?

- Claro

Brendon pegou o violão e começou a tocar. Coloquei minha cabeça em seu ombro.

- Acho melhor você dormir aqui hoje - Ele disse

- Está bem

- Droga, Ryan, eu odeio te ver assim

- Desculpe, eu... vou parar

- Você tem razões mais que suficientes para estar triste. Eu só quero te ver feliz. O que eu tenho que fazer para ver um sorriso nesse rostinho? - Brendon acariciou meu rosto

Admito. Eu estava sentindo algo pelo Brendon. Aquele jeito gentil e doce dele me dava vontade de beijá-lo.

- Você não tem que fazer nada, é sério.  Mas obrigado.

Grace bateu na porta e entrou

- Meninos, o jantar está na mesa

- Ok, nós já vamos

- Não demorem

- Vem, Ry, vamos jantar.

No dia seguinte, era o show de talentos da escola. Tudo já estava arrumado.

Brent, eu e Spencer chegamos mais cedo, como a maioria das pessoas.

Passado algum tempo, Brendon apareceu no palco. Eu e os outros ficamos de boca aberta. Brendon cantava incrivelmente bem.

Após o show terminar, fomos falar com ele. Todos concordamos que ele deveria ser o vocalista da banda, e ele aceitou.

Um ano se passou, já estávamos em 2006. Havíamos crescido, como banda e como pessoas. 

The Summer League havia recebido outro nome: Panic! at the Disco

Eu continuava na mesma com Brendon e com minha família. Na verdade, nem tanto: meu pai estava lutando contra o alcoolismo. Isso era muito bom. Eu compus uma música para ele. Na verdade, duas, mas a segunda ainda não estava pronta.

Estávamos ensaiando no porão de Spencer, como sempre fazíamos. Brent chegou atrasado, como de costume. Na verdade, chegava poucas vezes atrasado, porque na maioria delas, faltava o ensaio.

- Vou contatar Pete Wentz. Vou fazer com que ele ouça nossa música - Eu disse, decidido

- O que? - Brendon ficou surpreso

- Vou contatar Pete Wentz.

- Você quis dizer o Pete Wentz?

- Ele mesmo

- Dude, ele é do Fall Out Boy, uma das bandas mais famosas mundialmente. Por que você acha que ele vai ouvir nossa música?

- Porque ele é legal e porque eu vou convencê-lo. Até mais.

Saí da casa de Spencer, e nenhum deles acreditou que eu conseguiria falar com Pete, mas eles estavam errados. Bastardos.

Foi a partir dessa conversa que as coisas começaram a mudar.

No dia seguinte, fui até a casa de Spencer para o ensaio, e é claro, para contar a novidade.

- Essa coisa do Brent chegar sempre atrasado e faltar os ensaios tá me irritando, dude... - Reclamei - Ele devia ser mais responsável

- Concordo plenamente

- Ele tem que mudar isso, não dá pra continuar assim

- Aqui, ele mandou uma mensagem: "estou doente". A mesma coisa que ele mandou semana passada

- E retrasada

- E mês anterior

- E ano anterior

- O Brent é muito burro, dude. Quem inventa a mesma desculpa durante meses? - Brendon disse, e todos rimos

- Bem, eu tenho uma notícia que acredito ser do interesse de vocês

- Fale

- Eu falei com o Pete

- E aí? - Eles perguntaram em coro, ansiosos pela resposta

- E aí que ele disse para irmos à uma tal de Fueled By Ramen, na quinta, às quinze horas. Ele me deu o endereço

- Legal!

- Quem foi mesmo que disse que ele não daria a mínima?

- Parabéns, Ross. Não achei que ele ligaria para quatro caras com um sonho que vários têm. Você nos salvou, obrigado.

- Não, quem nos salvou foi Pete. Agradeça a ele

- Mudando de assunto, como está seu pai?

- Está bem, acho. Mas para ser bem sincero, eu não acho que ele vá conseguir

- Mas por que?

- Meu pai é alcoólatra desde que eu era um garotinho. O vício dele só piorou ao longo dos anos, e mesmo que ele queria se tratar, ele não vai conseguir parar.

- Que otimista - Brendon disse, irônico

- Isso não é uma questão de ser otimista, é uma questão de ser realista. Agora vamos mudar de assunto.

- Vamos ensaiar, sim?

- Boa ideia

Ensaiamos, então, durante horas. Teríamos que lidar com a irresponsabilidade de Brent

Após terminarmos, Brendon me convidou para ir na casa dele. Eu aceitei, lógico.

 Estávamos na casa de Brendon, sentados na cama dele. Ele falava alguma coisa sobre a escola que não entendi direito. Não prestei atenção. Eu estava hipnotizado com o rosto dele. Era perfeito. Fiquei pensando se contava ou não o que sentia por Brendon, até que ele me chamou:

- Ryan?

- Sim?

- Está tudo bem?

Acho que ele perguntou isso porque percebeu que eu olhava-o fixamente

- Sim, eu só... estou um pouco cansado

- Está tarde para você ir embora, acho melhor dormir aqui

- Tem certeza que você me aguenta?

- Não será difícil

- Veremos

Peguei o travesseiro de Brendon e joguei-o na cara dele.

- É assim então?

- É

- Então ta

Brendon me olhou de lado e deu uma travesseirada em mim. Peguei uma almofada e começamos a guerra.

Saímos do quarto dele, nos batendo, e fomos até a sala. Minha almofada caiu no chão e não deu tempo de pegá-la. Corri o mais rápido que pude, pulando por cima do sofá. Brendon conseguiu me alcançar no sofá, então me pegou pela cintura e nós dois fomos jogados no chão. Acontece que Brendon caiu e ficou em cima de mim.

Ficamos nos olhando durante uns dois minutos ou mais, não sei ao certo. Eu estava esperando ele se aproximar e me beijar. Eu não aguentava mais ver os lábios dele sem poder tocá-los. Por que ele não me beijava logo? Eu não o impediria. Ele podia, não? E foi isso que ele fez.

Após ficarmos nos olhando por quase seis minutos, ele se aproximou e juntos seus lábios com os meus. Dei passagem para sua língua. Senti um arrepio subindo por minha espinha.

Foi um beijo longo. Ele ainda não havia parado quando sua mãe nos chamou.

- Garotos, o jantar está na mesa! - Ela gritou

Brendon parou de me beijar e levantou de cima de mim. Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar, segurei-a e então Brendon me puxou. Ele apenas me olhou com cara de "desculpe por ter beijado você" e não falou nada.

Descemos as escadas e encontramos a mãe e o pai de Brendon sentados à mesa.

- Boa noite, Ryan - O pai de Brendon sorriu amigavelmente

- Olá. Como sabe meu nome?

O pai dele riu, como se fosse óbvio.

- Como sei seu nome? O Brendon não para de falar de você por um minuto sequer.

Olhei para Brendon. Ele olhava para baixo e balançava a cabeça, em sinal de indignação. Comecei a rir e fiz o possível para que ninguém percebesse

- Desculpe, não me apresentei: sou Boyd

- É um prazer conhecê-lo, senhor Urie.

- Vamos jantar antes que a comida esfrie - Grace interrompeu

Falamos pouco durante o jantar. Já havíamos terminado, e a mãe de Brendon começou a falar comigo

- Você vai dormir aqui, certo?

- Se não for incômodo

- Não seja bobo! Você já tomou banho?

- Não

- Vou pegar uma toalha para você então

- Obrigado

Grace providenciou a toalha para mim, então tomei banho. Ela bateu na porta e perguntou se podia entrar. Eu já havia terminado, então disse que sim

- Você trouxe roupas?

- Oh, eu havia me esquecido completamente desse detalhe. Mas sem problemas, eu uso as de antes

- Não, nem pensar, o Brendon te empresta um pijama

- Imagine! Eu uso minhas roupas de antes

- Ah é? E a sua cueca?

Droga, a minha cueca. Eu teria que udar uma de Brendon. Um ponto pela minha burrice.

- Como imaginei - Ela disse - Venha comigo

Grace me levou até o quarto de Brendon, no qual ele estava lendo um livro, sentado em sua cama

- Querido, você vai ter que emprestar uma cueca para o Ryan

- Uma cueca? - Ele riu, mas tentou esconder - Claro, pegue ali na gaveta

- Pronto - Ela me entregou a cueca - Pode se vestir ali no banheiro

- Obrigado - Eu disse, tímido

Pouco depois, saí do banheiro já vestido

- Tem certeza que não quer um pijama emprestado?

- Não, obrigado - Falei, ainda tímido

- Qual é, dude, não precisa ficar com vergonha. Se eu precisasse de uma cueca, tenho certeza que você também me emprestaria - Ele começou a rir

- Não enche, Brendon - Falei irritado

- Desculpe. Mas diz aí, ela é confortável? - Ele riu de novo

- Você quer apanhar? - Blefei

- Só se for de cueca

Ele realemnte achava que aquilo tinha graça. Sinceramente? Eu tive vontade de arrancar quela cueca do meu traseiro e atirar ela na cara dele.

- Ok, parei. Já arrumei seu colchão

- Obrigado

- Suponho que você esteja cansado

- É

- Bem, vamos dormir então. Eu só tenho que me vestir. Você... pode olhar para o lado?

- Deixa disso, Brendon. Eu já me vi pelado, é quase a mesma coisa.

- Seria desconfortável e constrangedor se você me visse nu. Agora você pode por favor girar seu corpo de palito para o lado?

- Ok...

- Pronto. Posso apagar as luzes?

- Pode


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