It Was Panic! At The Disco escrita por thisistherealryanross


Capítulo 16
Capítulo 16




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No dia seguinte, eu acordei cedo. Bem cedo. Eram apenas quatro horas da madrugada quando abri meus olhos e não consegui mais fechá-los.

Decidi levantar às cinco, já que estava há uma hora deitado e sem conseguir dormir novamente.

Desci até a sala e liguei a luz. Peguei um caderno e uma caneta que estavam perto ecoloquei minha cabeça para funcionar.

Algum tempo depois, Spencer chegou na sala, bocejando. Ligou a luz e me olhou, com uma expressão assustada.


- Que diabos você está fazendo acordado essa hora, Ryan?

– Eu não consegui mais dormir. Você fica lindo de morrer quando acorda, Spencer. Sabia disso? - Ironizei, rindo.

– Sim, eu sou lindo, Ryan, não precisa nem me dizer - Brincou - Agora volta para a cama, sonâmbulo.

– Eu estou sem sono

– Mas eu não vou te deixar aqui sozinho, você sabe o que fez da última vez.

– Eu não vou fugir, Spencer.

– Foi o que você disse quatro vezes.

– Onde você acha que eu iria de madrugada?

– Em qualquer maldito lugar, Ryan. Brendon confiou em mim e eu não irei deixar você, não adianta insistir.

– Ok, então você terá que ficar comigo aqui, porque eu não vou conseguir dormir.

– Não vou não.


Spencer subiu as escadas, deixando-me sozinho, e certo tempo depois, desceu com alguém ao lado.


- Vamos

– O que?

– Vamos.

– Aonde?

– Subir. Você tem que dormir

– Eu não estou com sono

– Não importa, Ryan. Vamos logo, não me faça ir aí te pegar à força

– Brendon, isso está ficando chato, sabia?

– Eu quero cuidar de você. Isso é chato?

– O jeito como você me trata é chato. Não parece que quer cuidar de mim

– Mas eu quero, vem logo.

– Está vendo? É disso que eu estou falando.

– Pare com isso, Ryan, vamos logo, por favor.

– Brendon, entendo que você queira me “ajudar” mas eu não sou obrigado a fazer o que você manda. Eu não sou nenhum cachorro treinado, ok? Então pare, por favor.

– Por que as aspas no “ajudar”?

– Convenhamos, Brendon. Você não vai conseguir me ajudar droga nenhuma se continuar me tratando desse jeito. Eu já deixei uma pessoa me controlar e eu não vou deixar outra vez.

– Ryan, eu só estou tentando...

– Não, Brendon. Você não está tentando e não está nem ajudando. Tudo que você faz é piorar tudo. Eu fazia tudo que meu pai mandava porque eu morria de medo dele. E você fala de um jeito que parece que você vai me bater se eu não obedecer. Já chega disso.

– É isso mesmo que você pensa? Que eu pioro tudo?

– É

– Então ta.


Brendon subiu as escadas rapidamente. Eu e Spencer nos olhamos e corremos atrás dele.


- O que você está fazendo, Brendon? - Questionei

– Eu vou ir embora - Ele falou, enquanto arrancava suas roupas do cabide e colocava-as na mala

– Qual é, Brendon, deixa de ser infantil

– Você não disse que eu pioro tudo? Então ok, eu vou deixar você. Eu vou deixar você viver sua vida. Eu vou deixar você fugir o tempo todo, pegar um resfriado e chorar. Eu vou deixar você se isolar, eu vou deixar você ser grosso com todos que tentam se aproximar de você. Está bom para você? Espero que sim, tchau.


Brendon desceu e ouvimos a porta batendo com força.


- Parabéns, Ryan - Spencer batia palmas - Você conseguiu a proeza de estragar tudo

– Eu só falei a verdade

– Não. Você não falou a verdade. O Brendon quer sim ajudar você, todos queremos, mas você não consegue perceber isso. Agora tente perceber como você o magoou e como vai ficar a banda, porque em poucos dias estaremos em turnê.


Spencer deixou o quarto e foi dormir. Eu estava irritado. Brendon não era meu dono e eu não iria pedir desculpas.No dia seguinte, ele foi para a casa de Spencer. Abriu a porta e disse:


- Vamos ensaiar.


Brendon não olhou para minha cara e muito menos falou comigo.


- Amanhã eu volto para ensaiarmos de novo. Acho que estamos bem. Até mais, Spencer.


Como assim? Ele não havia nem mencionado meu nome. Nunca vi tamanha infantilidade, para um garoto de quase vinte e um anos.

Por quê eu deveria me importar? Eu não falei nada além da mais pura verdade. Se ele quisesse jogar assim, ótimo. Assim seria.


- Qual é o problema dele?

– Como assim?

– Ele nem olhou para mim

– Deve ser porque você magoou ele, já pensou nisso?

– Eu não o magoei droga nenhuma, é infantilidade dele.

– O Brendon tem razão, Ryan.

– Razão de que?

– Depois de se pai ter falecido, você mudou muito. Você era sempre doce e preocupado com tudo e com todos, e agora, olhe só para você. Você não era assim insensível.

– Eu não mudei droga nenhuma

– Ah não? Então me diga, em qual parte do ano passado você era tão grosso e irritado?

– Nenhuma. Nunca fui e não sou agora. Agora, se você não tem o que falar, fique calado, pode ser?


Spencer ria.


- Do que você está rindo?

– Nada, é só engraçado como você não percebe as coisas

– Ah, Spencer, se é para falar disso então é melhor ficar quieto.

– Ok, ok... Nossa, Ryan, que mau humor. Nunca vi você assim antes.


Bufei e peguei meu celular. Iria ligar para Gabe, ele não ficava me criticando.

Após algum tempo, eu estava batendo na porta de uma casa branca e grande.


- Hey!

– Hey, Gabe. E William, é claro.


Gabe e William riram.


- Como vai?

Não muito bem. Spencer fica só me criticando e eu falei algumas verdades para o Brendon e ele se irritou. Fomos ensaiar hoje e ele nem sequer olhou para minha cara.

Espera, o que exatamente você disse para ele?

Eu só falei que ele não estava me ajudando, porque ele só fica mandando em mim, o tempo todo, e falei que ele só estava piorando tudo. É a verdade.

Que droga, Ryan

O quê?

Você não pode falar isso para o seu namorado e pensar que está tudo bem

Ele não é meu namorado

Ok, eu vou fingir que acredito.

Qual é, Gabe, você sabe que é verdade

Não, Ryan, não é verdade. Você não era assim, o que está acontecendo com você? Eu não te reconheço mais. Onde está aquele Ryan querido e simpático?

Está bem na sua frente

Não, esse não é o Ryan. É outra pessoa. O Ryan é doce, simpático, gosta de cuidar das pessoas. Esse garoto agressivo e mau humorado não é o Ryan. Não chega nem perto de ser.

Droga, Gabriel, você também?

Também o quê?

Você só fica me criticando

Não, Ryan. Criticar é bem diferente. Eu estou tentando abrir seus olhos, coisa que você é incapaz de fazer por conta própria.

Ok, Gabe, eu achei que você iria me apoiar mas já vi que não. Tchau então.

Por que eu iria apoiar você se sei que está errado? Tente pensar um pouco, Ryan, que tal? Se você continuar desse jeito, vai perder seus amigos.

Blablabla. Tchau, Gabriel.


Fui embora, então. Eu não tinha para onde ir, na verdade. Todos que eu conhecia por amigos ficavam me criticando o tempo todo.

Decidi voltar para a casa de Spencer, após um tempo caminhando pela cidade. Ele estava tocando bateria, na maior animação. Corou ao perceber eu, parado na porta.


- Oi, não vi que estava aí

– A casa é sua, você faz o que quiser nela. - Falei, um tanto irritado, me jogando no sofá

– Ryan

– O que foi?

– Vá falar com o Brendon. Como vai ficar na turnê? Vocês não vão nem olhar um para o outro.

– Que droga, Spencer, eu não vou falar com ele. Dane-se a turnê.

– Ok, vou parar de encher o saco então, já que ninguém vai fazer você mudar de ideia.

– Obrigado.


Três dias se passaram. A turnê estava chegando. Brendon ia na casa de Spencer para ensaiarmos, ele não ousava olhar para mim, e eu não estava mais aguentando isso.

Em uma quinta-feira, decidi chamá-lo. Ele recusou por algum tempo, mas ao perceber que eu não desistiria, aceitou.

Um tempo depois, Brendon chegou na casa de Spencer, que ficou surpreso ao ver-me falando com ele.


- Podemos subir?

– Sim


Subimos para o quarto que ficávamos hospedados - mas Brendon não ficava mais lá - e sentamos na cama.


- Que foi?

– Brendon, me desculpe, mesmo. Eu não queria ter dito aquilo

– Então por que quando teve a oportunidade de consertar, você disse que era a verdade?

– Eu...

– Por favor, Ryan, não minta. Só peça desculpas se você realmente se arrependeu - Ele disse, olhando para frente.

– Por favor, Brenny. Volta pra mim. - Segurei de leve seu braço, beijando seu ombro e pescoço, até chegar perto da boca - Você volta? Hein? - Encostei meus lábios nos seus. Brendon não se moveu.

– Não. Para, Ryan - Ele se levantou rapidamente, virando-se

– Você disse que eu piorava tudo. Você acha que me beijando eu vou esquecer tudo que você me disse? Não é assim.

– Brendon, eu sinto muito, mesmo. É verdade. Todos erramos.

– Não me venha com esse papo, Ryan. Eu acho melhor darmos um tempo. Não é tão fácil esquecer uma coisa como essa

– Mas, Brendon, eu sinto muito, muito mesmo. Não faça isso comigo, por favor - Uma lágrima escorreu por meu rosto

– É o melhor a fazer, Ryan

– Mas por quê? Eu errei, eu sei disso, eu estou implorando para você me perdoar, por favor, eu faço qualquer coisa que você quiser, Brendon, por favor, me perdoe.

– Hey! Não chore, Ry.

– Você quer o que? Que eu fique feliz? Eu te amo, Brendon, eu não suporto ficar longe de você. Eu não aguentei você vindo aqui todos os dias sem ao menos olhar para mim. Eu fui um babaca - Abaixei minha cabeça - Eu nunca vou me perdoar por ter machucado você

– Ei! Olhe para mim. É claro que eu perdoo você, baby.


Senti meus lábios colados aos dele. Brendon tirou minha camisa e me deitou na cama, beijando meu pescoço.


- Brendon... Não... - Eu demorava a fazer as palavras saírem da minha boca, pois Brendon beijava-me a cada dois segundos e não parava por um bom tempo - Para, Brendon. Para, por favor

– O que houve? Não me quer?

– Quero, mas, não aqui. Nem hoje.

– Ok... - Ele disse, um pouco chateado

– Venha, vamos descer

– Se acertaram? - Perguntou Spencer

– Sim

– Finalmente!

– O que vocês acham de ensaiarmos de novo? O show é daqui a dois dias, apenas.

– É, acho melhor ensaiarmos.

– Você está tranquilo no baixo, Brendon?

– Sim, estou

– Legal. Com que música começamos?

– Camisado. Tudo bem, Ryan? - Brendon perguntou, notando meu olhar de tristeza

– Tudo, eu só... lembrei dele. Está tudo bem, de verdade. Vamos tocar.

– Ok


Tocamos por mais ou menos uma hora e meia. O ensaio estava realmente ótimo.

Brendon foi para casa e eu fiquei junto com Spencer, na casa dele.


– Eu acho que amanhã já volto para a minha casa, Spenny. Eu já fiquei tempo demais aqui.

– Você não incomoda

– Mesmo assim. Eu preciso ver minha mãe, não tenho notícias dela desde... você sabe.

– É... Bem, então é melhor ir mesmo. Mas você sabe que é sempre muito bem-vindo aqui em casa

– Obrigado - Sorri


Os dias passaram bastante rápidos. Brendon não estava mais tão carinhoso comigo como era antes.

Estávamos quase entrando no palco, quando avistamos um homem com barba e bigode, alto e que aparentava ter nossa idade. Ele olhou-nos e disse:


– Oi - Sorriu

– O... OI - Spencer gritou e todos rimos - Desculpe - Ele falou, envergonhado.

– Tudo bem - O homem riu

– Que gritaria é essa? - Nosso produtor perguntou, assustado

– Fui eu, me empolguei um pouco, acho. Desculpe.

– Ok, mas por favor, não o faça novamente. Todos ficaram assustados.

– Está bem.

– Nossa, Spencer, gritou alto.

– É...

– Hey, garotos, é hora de subirem.

– Ok, tchau - Spencer despediu-se do homem

– Tchau, bom show

– Obrigado

– Vão logo - O produtor apressou-nos


Entramos no palco e a platéia começou a gritar. Brendon deu boa noite à todos e começamos a tocar.

Era uma sensação maravilhosa ver que as pessoas estavam gostando da nossa música. Era um sonho realizado ver aquelas carinhas bonitas sorrindo e cantando junto.

Saímos do palco depois de uma hora e avistamos aquele homem com o qual havíamos falado antes.


– Bom som

– Obrigado

– Mas quem é o baixista?

– Estamos sem um, por enquanto. Tivemos que tirá-lo da banda pela tamanha irresponsabilidade, então eu tocarei até acharmos um substituto

– Eu toco baixo também - Ele sorriu, mas não pareceu ter a a mesma ideia de entrar na banda que nós três tivemos.


Spencer, eu e Brendon nos entreolhamos e o homem percebeu.


– Que foi?


Sem pensar duas vezes, o convidei para entrar na banda.


– Você quer fazer parte da nossa banda? - Sorri e o homem ficou impressionado.

– Claro! Eu amaria

– Legal!

– Eu sou o Jon

– Eu sou Ryan, esse é Brendon e esse é Spencer. Nossa banda se chama...

– Panic! at the Disco - Ele cortou-me e o olhei estranho - Você achava que eu não saberia o nome, sendo que eu vim junto para cá?

– Sei lá... - Eu ri


Notei que os olhos de Spencer brilhavam enquanto Jon falava.



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Notas finais do capítulo

Gente, me desculpem por não escrever tanto sobre a banda, quanto eu escrevo sobre Ryden ;-; eu prometo que vou começar a falar mais da banda.



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