Destino escrita por Callye Hiver


Capítulo 7
O encontro




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Misaki fitava o teto.

Ela poderia dizer o tamanho exato de seu quarto, se alguém perguntasse.

Afinal, ela não havia pregado o olho a noite toda. Ficou horas e horas observando o teto, as paredes, o chão. Por um único motivo.

Eu gosto de você

Essas palavras ficaram presas em sua mente.

Por mil anos, eu vou te amar por mais mil

Ela abraçou ainda mais forte Kumagoro, seu coelho de pelúcia.

Fechou os olhos, na esperança de tentar dormir pelo menos agora.

Tudo que apareceu em sua mente foram um par de olhos apaixonados.

Olhos azuis.

Azuis como o mar.

Ela abriu os olhos novamente e voltou a fitar o teto. Suspirou.

Lentamente, levou dois dedos até seus lábios, tocando-os. Lembrou-se da noite passada. Estava sozinha com Rin, e chovendo. Ele então havia se aproximado vagarosamente dela, pressionando seus lábios nos dela.

- Rin... – sussurrou ela.

Essa foi basicamente sua noite; olhar o teto/paredes/chão, sussurrar o nome dele e suspirar. Então, agora, ela havia começado a pensar no assunto. Noite passada, ela estava na forma Fuaky. E continuou assim pela noite toda.

E ainda estava na forma Fuaky.

Mas, por quê?

Será que de início, foi por ter ido até o baile, ou foi porque Rin a convidou? Ainda estaria assim por ter sido beijada? O sentimento que a deixava na forma Fuaky ainda, era a felicidade? Paixão?

Não, não pode ter sido por ter sido convidada por alguém para ir ao baile. Ele não foi o único a ter essa ideia.

Quarta, um dia depois dos alunos saberem do baile, um garoto de olhos verdes e cabelos castanhos a convidou. Na quinta, foi um garoto loiro de olhos azuis. E sexta foram dois: um ruivo de olhos verdes e um de cabelos negros com olhos castanhos. E ela disse apenas uma coisa para eles:

- Eu não pretendo ir ao baile.

Se fosse verdade, por que aceitou ir com o amigo?

Porque você queria ir apenas com o Rin” lhe dissera Kumagoro, o que ela considerava ser seu interior.

Outro suspiro.

Será que ela gostava dele apenas como um amigo ou como algo mais?

A morena fechou novamente os olhos. A imagem do garoto vindo lentamente em sua direção, os cabelos grudados na testa por culpa da chuva inundaram sua mente. Ela apreciou o êxtase do momento. Rin beijando-a.

Aquele beijo aquele beijo aquele beijo era doce vindo de lábios tão macios era tudo tão perfeito tão perfeito tão perfeito...

Então, uma batida na porta quebrou a conexão entre ela e sua mente.

- Misaki, você está ai? – Perguntou uma voz do outro lado, fazendo-a congelar.

Era a voz dele.

- Ei, Misaki. Está ai?

- O-o que f-foi? – Perguntou entre gaguejos.

- É que... eu só queria saber... se você queria ir a algum lugar... c-comigo... – disse, tímido.

O QUÊ?!

Ela ainda estava colocando seus pensamentos em ordem. Não podia sair com ele ainda!

Diga não diga não diga não

- Sim – viu-se responder.

- É-é sério?! – Ela pôde ouvir a alegria na sua voz. – T-tudo bem... e-eu vou te esperar no m-meu quarto – sons de passos direcionaram-se para o quarto ao lado.

Misaki colocou o braço encima dos olhos.

- Misaki, você é uma grande baka... – suspirou. – Mal consegue tomar conta das próprias falas...

Rin vestia calça jeans, um moletom roxo, uma jaqueta branca por cima e luvas. Estava um pouco frio lá fora. Ele tentava alinhar seus cabelos bagunçados quando ouviu o som da porta de seu quarto bater.

- Vai a algum lugar, nii-san? – Perguntou Yukio, que lia um de seus mangás.

- Vou... – disse ele, desistindo do cabelo e indo até a porta.

- É com a Misaki-chan? – Perguntou baixo, de modo que apenas Rin pudesse ouvi-lo.

Em resposta, o mais velho sorriu. Abriu a porta.

- Etto... ohayou – disse Misaki para Rin, sorrindo corada. Após avistar Yukio sentado na cama com o manga em mãos, completou: - Ohayou Yukio.

- Ohayou Misaki-chan – cumprimentou ele.

- Ohayou... – disse Rin, contemplando a garota.

Ela usava um casaco que ia até as coxas, vermelho um pouco escuro. Calça jeans pretas e botas pretas também. Na cabeça, uma touca de crochê roxa. Suas mãos estavam nos bolsos do casaco.

- Vamos então? – Perguntou a morena, sorrindo. Seu cabelo tinha um caimento perfeito sobre os ombros.

- V-vamos – gaguejou Rin sorrindo, saindo do quarto. – Voltamos mais tarde, Yukio.

- Não esqueçam que eu deixei uma lição pra vocês fazerem – lembrou ele.

- Deixa de ser chato – o moreno riu e fechou a porta de seu quarto.

- Então... aonde vamos? – Perguntou ela.

- Etto... – ele colocou a mão atrás da cabeça, pensativo. – Que tal irmos ao cinema?

- Claro – concordou, corada.

Rin puxou a chave mágica de seu bolso.

- É mais rápido assim – Rin sorriu.

- Qual deles você quer ver? – Perguntou Rin, vendo os filmes em cartazes.

- Etto... – Misaki olhava cada cartaz de cada vez, quando seus olhos pararam sobre um. – Esse! – E apontou.

- A Casa De Cera?

- Haai!

- Esse filme não é de terror?

- É sim – ela sorriu.

Ele ergueu uma sobrancelha.

- Você vai ficar com medo de noite.

- Não vou não – ela riu.

- Tudo bem então... – ele foi comprar os ingressos. – Demos sorte, o filme vai começar agora.

Logo, eles entraram na sala para assistirem ao filme.

- Deus, que filme horrível! – Disse Misaki.

Rin ajudava-a a sair da sala de cinema, como sempre acontecia quando ela assistia algum filme de terror.

- Calma – dizia ele, se segurando para não rir do medo dela. – Foi só um filme.

- M-mas... as pessoas...

- Calma – dessa vez ele riu. – Ninguém vai jogar cera em cima de você. Vamos comer alguma coisa? – Sugeriu, após saírem do cinema.

Logo, foram até uma lanchonete que tinha ali perto.

Ambos tomavam refrigerante e comiam batatas-fritas.

- Vê se a comida te faz esquecer daquele filme.

- Espero que sim – Misaki riu, comendo algumas batatas.

- Ei... – Rin percebeu algo após ver as mãos da garota. – Suas mãos... estão...

- Roxas? – Completou ela. – Eu sei. Estão geladas. Tenho mãos frias – contou. – No verão até que é legal... mas no inverno, meus dedos parecem que vão quebrar. E o pior é que esqueci as luvas – ela suspirou. Eles terminaram a comida e então voltariam até a escola.

- Espera um pouco...

Rin tirou sua luva esquerda e a colocou em Misaki, então, com a mão nua, segurou a mão direita da garota.

- Pronto – ele sorriu. – Minha mão vai esquentar a sua.

- E-etto... – ela corou, mas sorriu. – Hai.

- Tudo bem se irmos a pé à Seijuuji? É meio estranho usar a chave aqui – ele riu.

- Não me importo – ela sorriu.

01:30

Rin dormia silenciosamente quando ouviu uma batida na porta de seu quarto. Com extrema preguiça, ele se levantou e a abriu.

- Misaki...? O que foi...?

A garota estava levemente corada.

- E-etto... Rin, lembra que eu disse que ia conseguir dormir de noite, antes de vermos aquele filme?

Ele suspirou.

- Está com medo.

Ela ficou em silencio.

- Hai.

- Cadê o seu coelho de pelúcia?

- Perdi de novo...

- Etto... não dá pra você dormir aqui... hoje o Yukio está na cama dele.

A morena mordeu o lábio inferior. Rin suspirou, derrotado com o gesto.

- Yukio... – ele cutucava o irmão.

- O que foi? – Ele acordou na quinta cutucada.

- Eu vou dormir no quarto da Misaki hoje. Ela não consegue dormir por causa do filme que vimos hoje.

- Tudo bem – o outro virou-se de costas para o irmão e voltou a dormir.

- Tem quantas camas no seu quarto? – Perguntou ele.

- Uma – respondeu.

Rin suspirou.

Ele saiu de seu quarto e foi junto de Misaki até o dela.

- Está tudo bem mesmo em dormir junto... c-comigo?

- Se eu dormir sozinha será pior – respondeu ela.

- Certo então... – ele deitou-se na cama da garota. Agradeceu por estar escuro o suficiente, assim ela não poderia ver seu rosto corado.

Em seguida, ela se deitou, também corada.

- Oyasumi... – disse Rin. Num gesto protetor, ele a abraçou.

- Oyasumi – respondeu, sorrindo docemente.

Ela esticou o braço para fora das cobertas e empurrou um coelho rosa de pelúcia ainda mais para a escuridão, abaixo de sua cama.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom? E sim, a Misaki escondeu o Kumagoro só pra dormir com o Rin x3 Mandem reviews :3



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