Wicked Game. escrita por Whisperwind


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoinhas,
pequetita one shot
"baseada" no cover do HIM
que considero meu favorito ;)
Espero que gostem.



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Mais um dia chuvoso em helsinki, o mesmo frio que acompanhara todos os dias dos “seis meses de inverno”. Uma boa dose de whisky era a melhor opção, a gélida cidade abrigava ótimos bares, porém , o alto homem de pele alva e esbugalhados olhos verdes preferia um lugas mais “especial”, um lugar com alguém “especial”.

Precisou andar apenas algumas quadras de seu apartamento até a movimentada rua circundada por mendigos e mulheres da vida. Com as mãos dentro do bolso do sobretudo passou os olhos pelo lugar cuja o que avistara nunca lhe foi novidade alguma, aquilo não era surpreendente, conhecia muito bem “os buracos” da cidade, mesmo não fazendo parte deles. A placa de neon rosa já fraca apontava na esquina um pouco à sua frente, parou em meio a calçada e suspirou, percebia que o hábito lhe afetava como uma droga, já não era mais um hábito, era um vício.

Adentrou a porta abaixo da placa de neon, discreto e silencioso, sem sorrisos, sem cumprimentos. Tentava manter a discrição, mas era custoso, não era necessário fazer coisa alguma, botar os pés naquele lugar chamava atenção por si só, sua “privilegiada” aparência lhe fazia o favor de chamar todos os olhares femininos para cima de si. Deu os ombros como nas outras vezes, aquelas vadias não lhe incomodavam, fingia nada ver; pediu uma dose de whisky no balcão e sentou-se na isolada mesa ao fundo de sempre, silencioso.

Deu o primeiro gole e distraiu-se por uns instantes passando o dedo indicador sobre a boca do copo, a musica ruim que tocava penetrava os ouvidos quase igualada a grunhidos agudos, velhotes com putas que poderiam ser suas netas em seus colos, paredes rachadas, estofados rasgados e bebida de segunda; tudo naquele lugar era medíocre, menos que medíocre, era realmente podre! Nada daquilo importava, poderia estar no meio do deserto que não faria diferença, ele estaria lá, por ela.

Refletiu por quantas vezes esteve naquele estabelecimento de terceira, perdera as contas. Sentia-se como um garoto virgem do colegial que descobre “o mundo” dos prostíbulos, que gasta toda a mesada com a puta que acha adorável. Pior que isto era, não gastara um centavo com sexo, apenas alguns míseros euros em doses de whisky barato; Um verdadeiro voyeur, apenas observando, admirando, desejando, sem aos menos tentar tocar.

As luzes do ambiente abaixaram-se e as do simplório palco mais a frente acenderam-se, uma balada sensual começara a tocar e de trás das cortinas vermelhas gastas saíra uma mulher, uma mulher abonada de curvas, longos cabelos negros, pele bronzeada, olhar penetrante e lábios volumosos, a mulher que aquele homem viera a admirar nos últimos meses.

Seus olhos não mudavam mais o foco, acompanhavam o torneado corpo que acompanhava o ritmo da musica; o penetrante olhar da sedutora mulher parecia fitar o seu, coisa de sua cabeça! Talvez sim, afinal considerava-se um obcecado; talvez não, ela poderia fazer o mesmo com todos daquela “plateia”.

Pensamentos sujos e obscenos tomavam-lhe conta, tudo relacionado aquela mulher, a mulher que vestia uma lingerie preta que tirava aos poucos. Os olhos cor de mel da dançarina se encontravam com os verdes vibrantes do discreto homem que começara a desviar o olhar, ela sorrira ao notar o ato.

A dançarina mordia os lábios, expressões provocantes não faltavam, a “plateia” enlouquecia, berrava palavras de baixo calão com frequência, à essas alturas conseguia sentir vergonha de estar no meio. Tinha cada vez mais certeza que o olhar da dançarina o perseguia, “não seja tolo” - pensara. Mais do que óbvio que ela almejava o que ele tinha dentro da carteira... Mas e daí? Dinheiro poderia resolver tudo, poderia realizar tudo aquilo que desejara com aquela mulher... Mas e depois? Seu “vicio” estaria pior, sem duvidas; ele não a queria por uma hora, ele a queria mais e cada vez mais.... A musica sessou e uma salva de palmas ecoou pelo lugar, a mulher sorriu e soprou vários beijos para os presentes, juntou a lingerie preta e as notas de euro espalhadas pelo palco; antes de desaparecer dentre as gastas cortinas vermelhas lançou mais um olhar imponente para o homem de sobretudo que retribuiu acoado, um sorriso lascivo surgiu em meio aos lábios volumosos.

O homem passou a mão por trás da nuca e percebeu que suava, riu de sua própria desgraça e inclinou a cadeira para trás. Não sabia o que fazer, não tinha o que ser feito, conscientizava-se que não poderia se aproximar, correria o risco de cair em algo maior do que uma mera fantasia, maior do que simples “voyeurismo”...




"No I don't wanna fall in love

(This world is only gonna break your heart)

And I don't wanna fall in love

(This world is only gonna break your heart)

With you."



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