The Reason Of My Breath escrita por Bru20014


Capítulo 14
Invasão




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Era manhã ainda e haviam pessoas tão ansiosas que nem conseguiram dormir, como Eduardo e Léo, haviam também pessoas aflitas como minha mãe, assim como haviam pessoas querendo estar perto de sua pessoa mais amada, porém o orgulho não permitia, como Fernando.

Mas esse foi o dia em que isso mudou.

Fernando andava pelo seu ferro velho, e como não tinha Patty para diverti-lo, não digo só por causa de sexo não, mas em geral, Patty era engraçada quando queria. Bom, Fernando procurava um carro que pudesse desmontar e ele vê um carro amarelo que poderia ter boas peças para colocar em seu tunado.

Mas ao entrar no carro e olhar no banco de trás certa moça de cabelos dourados dormindo, a qual ele sentia muita a falta, ele se sentiu mal.

“Patty, acorda.” Ele disse a cutucando.

Patty era dorminhoca, demorava pacas pra acordar.

“O que é, o que é?” Ela perguntava sem se ligar que Fernando a tinha achado.

“Acorda neguinha, já ta tarde.” Ele disse.

Ao ouvir a voz de Fernando a chamando de ‘neguinha’, coisa que ele só fazia enquanto namoravam, Patty acordou imediatamente.

“Fernando?” Ela disse se levantando, o que resultou na sua cabeça batendo no teto do carro “Ai!”

“Você ta legal?” Ele a perguntou.

“Estou.” Ela disse sentando “Vou ficar bem.”

“O que você está fazendo dormindo nesse carro?” Ele a perguntou.

“É que estava muito tarde pra voltar pra casa ontem, então acabei dormindo aqui mesmo e...” Patty mentia e Fernando sabia disso.

“Não mente.” Ele disse “Manda a real. Sua mãe não te deixou voltar, não foi isso?”

“É.” Patty disse a verdade.

“Por que não me disse?” Ele a perguntou.

“Eu não pensei que fosse me deixar voltar a morar contigo.” Ela disse “Então optei por dormir aqui mesmo.”

“Bem que eu percebi que você só comia comigo todos os dias.” Ele disse.

“Só almoço.” Ela disse “Tenho ficado sem café da manhã e janta.”

“Ai meu Deus! Você quer ficar doente mesmo, não é?” Ele disse saindo do carro e abrindo a porta pra ela “Vamos lá pra dentro, você precisa comer.”

“Valeu.” Ela disse.

“Eu sei o quão faminta você é.” Ele disse.

 

Enquanto isso, no quarto de Eduardo, ele falava com Léo pelo celular.

“Vamos ficar de plantão lá pras 18:00.” Léo disse.

“Ta, te espero lá então.” Eduardo disse.

 

Na casa de dona Val, ela tomava o café preocupada.

“O que houve, mãe?” Thiago, meu irmão, a perguntou.

“To preocupada com sua irmã.” Valéria disse.

“O Eduardo não invadiu a clinica como esperava, não é?” Thiago a perguntou.

“Aquele acéfalo deve estar esperando um tempo, apenas pra eu desarmar a segurança pra aí fazer o ataque.” Valéria disse.

“Talvez ele faça hoje.” Thiago disse.

“Não creio.” Valéria disse “Mas mesmo assim os seguranças estarão lá.”

“Sinceramente, mãe, eu não gosto do Eduardo, mas acho que a senhora passou sim dos limites internando a Beatriz.” Thiago disse “E eu torço sim para que o Eduardo tire ela de lá.”

“Deus! O que foi que eu fiz pra merecer dois filhos ingratos como esses dois, em?” Ela dizia olhando para o teto.

“Eu só disse o que pensava.” Thiago disse se levantando “Com licença que eu estou indo trabalhar.”

“Aproveita e ajuda o marginal do Eduardo a tirar sua irmã de lá, ta meu querido?” Ela sarcasticamente.

Thiago nem a respondeu, apenas saiu de casa.

 

Mais ou menos umas 17:00, Léo e Eduardo se encontraram no ferro velho, onde Fernando e Patty se encontravam num mó amasso.

“Ei, ei.” Eduardo disse rindo “Parece que tem alguém em lua de mel.”

“É, meu velho.” Fernando disse “Agora eu não largo essa gostosa aqui por nada.”

“Fico feliz por vocês dois, de verdade.” Edu dizia a verdade com um leve sorriso sobre seus lábios.

“A gente sabe, Edu.” Patty disse sorrindo para Eduardo.

“É, e a gente também quer desejar boa sorte lá com esse lance da Beatriz, não é neguinha?” Fernando a perguntou.

“É sim.” Patty disse com um sorriso leve e sereno “De verdade. E que vocês sejam muito felizes também.”

“Obrigada gente.” Eduardo disse tão emocionado que quase chorava, então resolveu mudar de assunto “Cara, cadê o pela do Léo?”

“Estou aqui Eduardo.” Léo disse chegando.

“Vamos nessa?” Edu o perguntou.

“Vamos nessa.” Léo respondeu.

 

Quando chegaram na clinica, esperaram o momento de menor movimento para invadirem, que foi lá pras 20:30.

“É agora ou nunca, Leonardo.” Edu disse.

“Vamos agora sim, mas antes eu queria trocar uma idéia com você.” Léo disse.

“A gente ficou aqui umas duas horas sem falar nada e é agora que você quer conversar?” Edu disse nervoso.

“É que só me ocorreu agora.” Léo disse.

“Fala logo.” Edu disse.

“Promete que quando a gente resgatar a Beatriz você vai pensar nisso?” Léo o perguntou.

“Ta, fala logo.” Edu disse.

“Termina com ela.” Léo disse.

“O quê?” Eduardo estava incrédulo “Você pirou, não foi?”

“Não.” Léo disse “Pensa comigo, a vida dela virou de ponta a cabeça a partir do momento que vocês começaram a ficar. Ela não estaria aqui onde ela está agora, Eduardo, se não fosse você ter entrado na vida dela. Você invadiu o mundo dela e causou um enorme furacão.”

“Eu a amo.” Eduardo disse “Não posso desistir dela.”

“É por você amá-la que você tem que desistir dela.” Léo disse “Eu não digo isso como aquele cara que quer que você termine com a garota só pra ter uma chance com ela. Eu falo como uma pessoa que faria isso no seu lugar.”

Eduardo ficou pensativo e Léo continuou.

“Pensa, Eduardo.” Léo continuou “Quando o dia do seu julgamento chegar, você sabe que não está muito longe e você também sabe que há uma grande chance de você ser condenado. Que futuro ela vai ter? Que futuro você vai oferecer pra uma pessoa inteligente que tem tudo pra dar certo na vida como a Beatriz? Ela vai ficar marcada como a mulher de um prisioneiro para o resto da vida. É isso o que você quer pro futuro dela?”

“Eu posso não ser condenado.” Edu disse.

“Olha pra você, Eduardo.” Léo insistia “Você acha que o cara certo viria invadir uma clinica clandestina pra resgatar a namorada que foi presa aqui por causa dele? Pensa nisso, Eduardo.”

“Acabou?” Eduardo o perguntou sério.

“Vamos tirar ela daí.” Léo disse.

Eduardo e Léo entraram na clinica como dois visitantes.

“Posso ajudá-los?” Uma senhora os perguntou.

“A gente ta esperando nossas namoradas que vieram visitar...” Edu ia falar a avó, mas era uma clinica pra viciados ia ficar meio estranho, então Léo completou pra ele.

“O irmão.” Léo disse “Pobrezinho se perdeu no mundo das drogas.”

“Será que a senhora poderia nos mostrar onde fica o banheiro?” Edu a perguntou.

‘’Ah, é claro.” A velha não parecia desconfiar “É por ali, mas só não passem daquela porta de vidro que é onde os pacientes ficam, ok?”

“Pode deixar.” Eduardo disse “A gente só vai ao banheiro mesmo.”

Léo e Eduardo entraram pela tal porta de vidro ao verem que ninguém os observava.

Ao passarem por uma porta que dizia ‘somente funcionários’, eles entraram para procurar roupas de médico.

“Bingo.” Edu disse.

“Vamos tirar a Beatriz daqui.” Léo disse “E Eduardo, qualquer coisa...”

“Ela ta sendo transferida para a clinica da Barra.” Eduardo disse “Você tem certeza que pesquisou isso direito?”

“Essa era a minha parte.” Léo disse “Não me pergunte se eu a fiz direito, por favor.”

“Foi mal.” Edu disse.

Eles se vestiram como médico e foram procurando em quarto em quarto por mim, que estava prestes a tomar minha última leva de remédios por dia.

“Até quando vocês vão me dopar?” Eu perguntei a enfermeira que preparava os remédios.

“Até o doutor Braga dizer para pararmos.” Ela me respondeu.

“Será que ninguém vê que eu não preciso de tratamento?” Eu a perguntei.

“Se não precisasse, sua mãe não a colocaria aqui.” A enfermeira achava mesmo que eu era uma viciada.

Eu desisti de conversar com ela.

“Pode tomar os remédios.” Ela disse me dando um copinho cheio de comprimidos.

Eu tomei, mas escondi os remédios atrás da língua.

“A água.” Ela disse me dando.

Eu bebi um pouco da água e nenhum remédio foi engolido, ainda estavam atrás da minha língua.

“Abre a boca.” Ela pediu.

Eu abri e graças a Deus ela não me pediu pra levantar a língua, estava a salvo. Quando ela se virou cuspi os remédios e os coloquei no vaso de planta que estava do lado da minha cama.

De repente dois médicos entram.

“Quem são os senhores?” A enfermeira os pergunta.

“Eu sou o doutor Fernandes e esse é o doutor Pinto.” Eduardo disse rezando para que a mulher não percebesse.

Eu reconhecia a voz de Eduardo, mas demorei a me tocar que era ele e Léo.

“Não conheço vocês.” A enfermeira era esperta, mas do que a recepcionista.

“Somos novos.” Léo disse.

“E o que querem com a paciente do doutor Braga?” Ela os perguntou.

“Temos um pedido de transferência.” Eduardo disse “Vamos transferi-la para a Barra.”

“A instituição da barra não existe mais.” A enfermeira disse para Eduardo “Vou chamar a segurança.”

Ela estava prestes a apertar o botão da segurança.

“Foi mal moça.” Eduardo disse dando um soco nela que a fez desmaiar.

“Meu Deus!” Eu disse “Edu!”

Ele deitou em cima de mim na cama e começou a me beijar “Meu amor, que saudade.”

“Ai, eu que estava com saudades.” Eu o dizia o beijando mais e mais.

De repente Léo tosse: “Dá pros dois pombinhos deixarem isso pra mais tarde. Essa mulher vai acordar a qualquer minuto.”

“Pega aquela seringa ali.” Eu disse apontando pra seringa que se encontrava em cima da mesa “Ela vai dormir até amanhã de noite.”

Eduardo me pegou no colo, devido as minhas dificuldades de andar, enquanto Léo colocava a mulher na cama pra fingir que era eu ali.

“Léo, Léo.” Edu o chamou “Eu tive uma idéia.”

Eduardo teve a idéia de distribuir água com os soníferos para os seguranças.

Nos fundos, por onde sairíamos, Edu e eu ficamos escondidos enquanto Léo servia a jarra de água para oito homens, e é claro, que ele levou um pacote de copos descartáveis. E não é que os otários ainda agradeceram?

Em poucos minutos, eles já estavam apagados.

“Vamos vazar daqui, minha gata.” Edu me disse.

“Eu te amo.” Eu o disse “Eu sabia que ia me tirar daqui.”

“Ei, Beatriz.” Léo disse “Ele não fez tudo sozinho.”

“Eu sei, seu bobo.” Disse pra Léo “Obrigada Léo. Você conseguiu me provar a sua amizade.”

“É, Bia.” Léo disse “Eu tenho uma parada aí pra te contar.”

“O que foi?” Eu o perguntei.

“Depois eu digo.” Léo disse.

“Ta.” Eu disse e Eduardo não falava nada, eu percebi que tinha algo que o incomodava, mas antes que eu pudesse estar à sós com ele, capotei no banco de trás do carro à caminho de casa.


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