Era sábado à noite e depois de dois meses com Eduardo, eu finalmente iria à minha primeira festa rave.

A rave era idéia de Patty e seria no ferro velho, mas ela tinha um problema: Fernando não estava gostando nadinha da idéia.

“Não estou gostando nada disso, neguinha.” Fernando disse.

“Você não pode desistir agora, meu amor!” Patty disse pegando no rosto de Fernando com as duas mãos.

“Mas eu não quero droga aqui no meu ferro velho.” Ele disse.

“Não existe rave sem droga, Fernando.” Patty disse séria.

“Ta bom, ta bom...” Fernando disse sem outra escolha ou Patty o encheria o saco para o resto da vida.

Patty deu uma risada e começou a dar vários selinhos em Fernando dizendo que o amava.

“Ei! Espera aí.” Fernando disse “Nada feito se você se drogar.”

“O quê?” Patty disse boquiaberta.

Eduardo começou a rir e eu também não pude resistir.

“Vocês dois estão rindo do que?” Ela perguntou furiosa, mas Fernando a encurralou mais uma vez.

“Patty, você não foge do assunto.” Ele disse “Olha que eu desmarco essa palhaçada, em?”

“Ta bom!” Ela disse fula “Que saco!”

Patty não manteria sua promessa à Fernando o que poderia custá-la muito caro.

Quando a festa já rolava, Edu me chamou para um canto e lá abriu sua mão que continha dois comprimidos.

“O que é isso?” Eu o perguntei.

“Ecstasy, gata.” Ele respondeu sorrindo.

“Fernando não quer que a gente se drogue.” Eu disse.

“Ele não quer que a Patty se drogue.” Edu disse “E aí? Vai ou não?”

“E eu resisto à você?” Eu o disse sorrindo e pegando comprimido da mão dele.

“Vamos nessa, gata.” Ele disse engolindo o comprimido e eu engoli o meu logo em seguida.

“E agora?” Eu o perguntei.

“Daqui à pouco a gente vai ficar doidão.” Ele disse “E aí a gente vai cometer um monte de loucuras juntos.”

Ele me deu um beijo no pescoço.

“Fala sério, né Eduardo?” Eu disse rindo quase gargalhando.

“O que?” Ele perguntou com seu sorriso sexy.

“Eu cometi a minha maior loucura quando deixei você entrar na minha vida de vez.” Disse e ele me beijou.

“E você não me parece ter se arrependido de cometer essa loucura ou se arrependeu?” Ele perguntou sorrindo.

“Não mesmo.” Disse pulando e enrolando minhas pernas em volta da cintura dele, daí começamos a nos beijar.

Patty, fula, assistia tudo de longe dizendo para si mesma que não iria ficar de fora da onda ecstasy. Ela queria a droga, ela precisava da droga.

Patty foi procurar Kiko, um traficante que já conhecia faz tempo.

“E aí Patty?” O cara disse “Ta sumida, em?”

“Troquei de namorado.” Ela respondeu “E o atual não curte muito essas paradas.”

“É... Eu ouvi falar que você e o Eduardo não estão mais juntos por causa do lance do seu pai, não é?” Kiko disse “Mas o que vai querer hoje? To com coca, maconha, heroína...”

“O de sempre.” Ela respondeu “Eduardo não mudou de opção, não é? Então também não mudo.”

“É vocês dois são igualzinho.” Kiko disse procurando a droga na mochila“Acho que é uma questão de tempo até voltarem.”

“Eu duvido muito.” Patty disse observando eu e Eduardo nos beijando e dançando de longe.

“Aqui, a famosa ecstasy.” Kiko disse.

“Quero dois.” Patty disse.

“Ok.” Kiko disse pegando mais dois comprimidos “A terceira é por conta da casa.”

“Acerto com você depois?” Ela o perguntou.

“Com certeza.” Ele disse “Confio em você gata.”

“Valeu.”

Patty disse indo para um canto, mas Léo que a observava faz tempo foi até ela.

“Patrícia!” Ele disse.

“O que é, Léo?” Ela perguntou escondendo o punho com os comprimido atrás de seu corpo.

“Não precisa esconder a droga, Patty.” Léo disse.

“Que droga?” Ela se fez de cínica.

“Não faça de cínica.” Léo disse “Cara, o que você quer com isso? Já sei quer que o Fernando te dê um pé na bunda igualzinho ao que o Eduardo te deu.”

“Não enche.” Ela disse simplesmente engolindo os três comprimidos de uma vez.

“Você é louca.” Léo disse.

“Ah! Me poupe!” Patty disse “Por que você não vai encher o saco da sua querida Beatriz?”

“Do que você ta falando?” Léo disse “A Bia jamais...”

“Eu vi ela e o Edu se drogando com os meus próprios olhos.” Patty disse “E até parece que você não sabe, quem está com o Eduardo não tem salvação.”

Léo cheio de raiva foi atrás de mim e Eduardo, que já estávamos totalmente chapados.

“Vamos transar em um desses carros?” Eu perguntei a Eduardo.

“É só escolher.” Ele disse rindo.

No ferro velho havia milhões de carros, seria muito fácil a gente entrar em um deles que ninguém nos veria e se visse nem notaríamos ou ligaríamos de tão drogados que estávamos.

Mas a caminho do tal carro, Léo me pega pelo braço.

“Ai!” Eu disse.

“Você é louca ou o quê?” Ele me perguntou.

“Eu sou louca por ele.” Eu disse beijando Eduardo em seguida enquanto ele segurava na minha bunda.

Ao ver tal coisa Léo percebeu que chegara tarde demais então apenas disse: “Faz o que você quiser, Beatriz. Não tenho vocação para ser sua babá não.”

Ele foi embora e eu e Edu entramos em um carro vermelho já tirando as roupas.

Que adrenalina era aquele que a ecstasy me proporcionava?

De uma coisa eu sabia, depois daquele dia eu jamais iria querer sentir aquilo de novo por melhor que fosse a sensação.

Enquanto isso Fernando procurava Patty desesperadamente, então pelo caminho esbarrara em Léo.

“Ei, Léo!” Fernando disse “Você viu a Patty por aí?”

“Que se dane a Patty!” Léo disse fulo seguindo em frente.

“E o cara...” Fernando disse sem entender anda.

Continuando em frente, um homem caiu aos pés de Fernando. Uma multidão se juntara em volta daquele homem. Fernando estava apavorado, mas foi ele que se agachou e viu a pulsação do cara.

“Ta morto.” Fernando disse.

De repente uma garota loura disse: “Foi a ecstasy.”

Fernando não pensou duas vezes saiu correndo atrás de Patty, já imaginando que ela tinha se drogado e quem sabe estava até...morta.