Harry narrando:

Acordei já era 11h30, vi o Niall deitado no sofá dormindo ainda. Levantei e fui me arrumar, iria buscar a Paula no colégio a pé mesmo. Me arrumei e logo sai.

Fui devagar até o colégio, pensando em como eu iria fazer para tudo dar certo mesmo eu em Londres e ela aqui. Eu poderia muito bem dispensar ela, e falar que não iria dar certo e tudo isso ser uma boa memória do Brasil, mas algo nela me prendia. Não sei se era o sorriso, o jeito dela falar, o som da risada dela, o abraço ou o beijo, tudo isso me prendia à ela, tudo isso fazia com que eu quisesse ela comigo a todo segundo. Estava realmente apaixonado, mas não queria acelerar as coisa, conheço ela a o que, duas semanas? Mas duas semanas foi o suficiente, parece que eu conheço ela desde sempre. Uma vez Louis me disse, que quando eu encontrasse a menina certa, tudo iria fazer sentido, e realmente está. Será que aconteceu isso com ele quando ele conheceu a Eleanor? Afinal, eles se conheceram e depois de um mês eles começaram a namorar. Queria deixar que o tempo cuidasse disso, mas era como se ele me dissesse "Anda, eu vou ser breve!", meu tempo aqui em Arujá já estava se acabando! Hoje já é sexta e amanhã eu vou já vou pra São Paulo dar a ultima entrevista e de lá mesmo vamos embora... Só de pensar isso meu coração dói.

- Harry? - ouvi alguém me chamar e então borboletas começaram a voar em meu estômago.

- Oi amor! - era a Paula, sorrindo e surpresa por me ver ali.

- Veio sozinho? - ela olhava para os lados agora.

- Sim, e a pé, então você vai me aguentar até a sua casa! - sorri.

- Droga! - ela fingiu e logo sorriu.

- Então Paula - apareceu um menino atrás dela, era o Hugo se eu não me engano - Ah Oi! - ele esticou a mão para me cumprimentar.

- Olá! - apertei a mão dele.

- Então - ele se voltou para ela - Só pra avisar que eu não ia subir agora, e como a Samy faltou hoje.. 

- Sem problema! Vou com o Harry.. Ok? - ela sorria.

- Sem problema - ele sorriu - Até!

- Tchau! - ela disse e eu apenas sorri.

Então peguei a mochila dela, ela não queria mas insisti. Peguei em sua mão e então entrelacei nossos dedos, andamos uns dois ou três minutos quietos, e então ela quebrou o silêncio.

- Você vai embora que horas amanhã? - ela me olhou um pouco triste.

- Não sei, por volta das 8h estamos saindo daqui... Vamos a um programa de TV aqui em São Paulo mesmo e depois vamos direto para o aeroporto. - disse num tom de indiferença, sem mostrar sentimento algum.

- Ah sim.. - ela disse e então aquele silêncio voltou.

Caminhamos assim até chegar na rua de sua casa. 

- Quer almoçar comigo? Hoje é sexta, geralmente meus não almoçam em casa na sexta! - ela sorriu - mania deles.

- Pode ser! - sorri de volta - Sinto falta de comida caseira.

Ela apenas sorriu e então subimos, logo já estavamos na casa dela. Ela abriu o portão, entramos e então ela pegou a mochila e colocou em cima do sofá.

- Já sabe, fica a vontade - ela sorriu.

- Pode deixar!

Paula narrando:

Ele se jogou no sofá enquanto eu fui na cozinha ver o que tinha, por sorte minha mãe deixou algo pronto. Depois de esquentar a comida chamei ele, mas não tive resposta.

- Harry... Ah desculpa! - ele estava no celular. Fiquei observando, ele só concordava e então desligou.

- Desculpa! - ele sorriu - Vamos almoçar?

- Vamos.. - disse um pouco desconfiada.

Almoçamos em silêncio, e aquilo estava me mantando. Depois daquela ligação parecia que ele queria me contar algo. Assim que terminamos, ele me ajudou com a louça, no caso eu lavei e ele secou, guardei as coisas e fomos para a sala.

- Quem era? - perguntei finalmente.

- Oi? - ele me olhou confuso - Ah sim, era o Paul.

- Hm.

- É que ocorreu um imprevisto. - ele disse um pouco triste - Vamos ter que ir embora hoje!

- O QUE? - eu gritei - Quer dizer, porque?

- Ei ei ei - ele disse vindo para o meu lado - A entrevista foi cancelada, e então o nosso voou foi adiantado, para a madrugada!

- Que horas? - disse tentando não chorar, sim eu estava quase chorando.

- As duas. - ele disse no mesmo tom, como se quisesse chorar.

Não disse nada, apenas sentei no sofá com as mãos no meu rosto, não queria que ele visse eu chorando, mas não deu.. Não consegui aguentar. Senti ele me abraçando, virei meu rosto para o seu peito e ali mesmo fiquei, chorando. Não queria que ele fosse embora, sim eu sei isso é egoísta da minha parte, mas eu não queria que ele me deixasse. 

- Paula! - ele disse virando o meu rosto para o dele - Olha aqui - agora ele limpava o meu rosto com o polegar - Vai dar tudo certo, ok? Eu não vou desistir da gente! Eu prometo! 

- Tá.. - disse meio rouca - Eu não vou desistir da gente! - repeti para ele, e quando vi ele tinha derramado uma lágrima, aquilo cortou o meu coração - Ei, não chora! Eu prometo, vai dar tudo certo!

Ele me puxou e então nos beijamos, em um beijo apaixonado. Não estava acreditando que poderia ser a ultima vez que iria sentir aqueles lábios macios e ao mesmo tempo doce dele de novo. Paramos e então eu o abracei.

- Eu vou te esperar! - sussurrei em seu ouvido.

- Eu vou te esperar! - ele me disse. 

Então deitamos ali mesmo no sofá, do mesmo jeito que sempre ficavámos. E então o silêncio que a alguns minutos me incomodava agora estava me confortando.

Samy narrando:

Acordei no quarto do Liam, estranhei e quando vi a hora já era 10h.

- MEU DEUS LIAM, PERDI A HORA E AGORA? LIAM ACORDA! - sim, eu estava gritando.

- Ahn? - ele acordou meio assustado - Meu Deus Samy, desculpa!

- Não, tudo bem!- disse levantando - hoje não tinha nada de importante mesmo... Só quero ver o que eu vou dizer para a minha mãe.

- Calma! - ele ainda estava deitado - Fala que você dormiu na casa da Paula e vocês duas não foram para a escola.

- Tá... Enfim.

Me arrumei, e quando voltei pro quarto Liam ainda estava deitado.

- Vamos Liam, levanta! - disse sentando do seu lado.

- Não! - ele virou - Tá cedo! Vem deita aqui comigo mais um pouco.

- Não! Levanta! Agora! - disse tentando ser séria, mas ele me olhou com uma cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança - Ok! Só mais cinco minutos.

Deitei do lado dele, e ele me abraçou. Ficamos assim e logo o celular dele tocou.

- Não vai atender? - disse.

- Não! Prefiro ficar aqui com você do que atender. 

- Liam, e se for importante? - me virei para ele - Vai atende! - dei um selinho nele.

- Ok Ok. - ele virou e a única coisa que eu consegui ver era o nome "Paul" na tela.

Ele concordou com algumas coisas e então a expressão dele mudou para uma expressão triste.

- Uhum, ok! Tchau. - ele desligou.

- Quem era? 

- O Paul... 

- E?

- E bom.. Nós tiamos uma entrevista amanhã, e foi cancelada.

- Ah sim 

- Mas, com a entrevista cancelada temos que ir embora hoje! 

- O QUE? - sim eu estava chocada. - Não, não tem! 

- Temos sim - ele sentou na cama, e eu fiz o mesmo - Ei! - ele me olhou.

- Oi? - disse em meio as lágrimas, nem sei por que estava chorando. Eu não gostava do Liam... Talvez eu gostasse do jeito que ele me tratava, mas não da mesma forma que a Paula gostava do Harry. - Oi? - disse outra vez limpando as lágrimas com a mão.

- Porque choras? - ele disse com a cara de preocupado - Ei, para! - E então ele me abraçou, senti mais algumas lágrimas escorrerem e então parei.

- Desculpa! - disse - Mas, não sei.. Você me faz um bem tão grande...

- Ei, isso não é um adeus. É só um até logo. Quando menos esperar, vamos nos ver de novo. - ele disse tentando sorrir o que foi em vão, ambos agora chorava.

- Liam, só claro deixar claro que você é livre, tipo.. Sabe a gente... - parei de falar e vi ele me olhar confuso. - A gente não tem nada sério, tipo.. Você sabe!

- Sei.. Eu acho - ele ainda me olhava confuso - Só te avisando que você também me fez muito bem! - ele sorriu, agora era sincero.

- Sim.. Então somos grandes amigos? - sorri nervosa.

- Claro! - ele sorriu e então nos abraçamos. - Preciso avisar os outros meninos. - ele levantou.

- Ok, e eu preciso ir pra casa. - sorri.

- Eu te levo. 

- Ok!

Levantamos e então ele me levou até em casa, por sorte não tinha ninguém, pedi pro Liam mandar um sms pra Paula pra falar que qualquer coisa eu dormi lá na casa dela. E então fui tomar banho e pensar o que eu iria falar para minha mãe deixar eu dormi na casa da Paula, afinal ela iria estar muito brava por que eu passei a noite fora e não avisei.

Harry Narrando:

Depois muito chororô percebi que a respiração da Paula ficou devagar e então ela dormiu. Não consegui dormir, só fiquei olhando ela dormir e parecia um anjo. 

Olhei no relógio já era 16h e então resolvi chama-la.

- Psiu - disse - Vamos acordar?

- Não.. - ela disse um pouco sonolenta

- Já é 16h, seus pais vão chegar! - disse rindo.

- Já? - ela abriu os olhos - Queria acordar todos os dias com você assim - então ela sorriu.

- Mas isso é um privilégio! - disse me gabando.

- Ai, retiro o que eu disse! Seu bobo! - ela riu.

- Vem cá! - puxei ela pra cima de mim. - Me dá um beijo.

- Pensa que é fácil assim? - ela sorriu - Ter um beijo meu é privilégio!

- Ah, é assim?

- É! - ela riu e saiu de cima de mim. 

- Deixa você! - fui atrás dela e então ela correu pela cozinha ficando atrás da mesa.

- Não me pega! - ela disse rindo.

- Você que pensa! - ri.

Então começamos a correr em volta da mesa, e ela saiu correndo pra subir as escadas então eu a peguei pela cintura e puxei.

- ME SOLTA! - ela gritava e ria ao mesmo tempo.

- NÃO! SÓ SE VOCÊ FIZER O QUE EU PEDI! - eu ria.

- NUNCA! - ela ria. - QUANDO VOCÊ FOR MODESTO, QUEM SABE!

Ainda segurando ela pela cintura ouvimos alguém entrar na casa, era os pais dela, sim o pai e a mãe. A soltei e então ficamos nos encarando.

Paula narrando:

- O que está acontecendo aqui? - minha mãe perguntou.

- É que.. - comecei - estávamos conversando.

- Só conversando? - Agora era o meu pai.

- Sim! - confirmei.

- Ele é aquele da bandinha gringa né? - meu pai perguntou com indiferença.

- Uhum. E falando nisso... Eles vão embora hoje! - eles não disseram nada então continuei - E eu quero ir no aeroporto com a Samy me despedir deles.

- Se despede aqui! - Meu pai disse um pouco bravo.

- Não! - protestei - Quero me despedir deles lá! Vou com eles e com o Paul, que é o segurança deles e depois pego um táxi pra vir embora!

- Não! Você não vai, fim! - meu pai disse e subiu. Senti algumas lágrimas rolarem e então Harry me olhou confuso.

- O que aconteceu? - ele perguntou.

- Mãe, por favor! - disse ignorando ele.

- Pode ir, eu vou conversar com ele! - ela disse me abraçando - eu sei o quanto você gosta deles! Vou dar um jeito!

- Obrigada - disse sorrindo, e então me virei para o Harry. - Vem cá!

- Me explica, por que você tá chorando? - ele ainda me olhava confuso.

- É que meu pai não quer deixar eu ir no aeroporto! E eu preciso me despedir de vocês, eu preciso! - disse meio rouca.

- E o que a sua mãe disse?

- Ela disse que vai conversar com ele pra deixar eu ir.

- Então, calma amor, vai dar tudo certo!

 Ele me abraçou e ficamos lá na sala mesmo, esperando minha mãe descer com a noticia.