Lucy POV

Fazia algumas horas desde que eu sairá de casa. Estava amanhecendo, e eu me encontrava em um vagão do trem, comprimido. Os primeiros raios de sol refletiam na janela aberta e a brisa da manhã batia em meu rosto, esvoaçando algumas mechas do meu cabelo dourado. Não conseguira pregar o olho a noite toda. Então para me distrair eu lê-ra algumas páginas do manuscrito de “Remember” que eu trouxera comigo para não correr o risco de Natsu o encontrar e ficava repassando tudo o que aconteceu tentando adivinhar aonde poderia se encontrar a suposta coisa que sequestrara a pequena Wendy e a Lisanna.

Nesse exato momento, Natsu pode está acordando e não me encontrando, apenas encontrando uma carta como explicação. Imagino se ele ficara com raiva de mim.

Era tarde demais para voltar atrás, eu pegará o primeiro trem que sairá da estação de Magnólia e ja deixara a cidade a algumas horas. Na verdade eu ja passara por várias cidades, indo ao rumo norte do país de Fiore.

Eu sabia que Natsu viria atrás de mim o mais rápido o possível, mas eu não podia fazer mais nada. Não podia deixá-lo correr o risco de se machucar como os outros. Se tudo der certo e se eu conseguisse deter a F-Lucy a tempo, não existiria mais ameaça nenhuma e todos os outros poderiam viver bem.

Fechei os olhos suspirando e eu ja podia sentir a brisa cálida daquela manhã me envolvendo. O estupor bateu em mim e em segundos eu ja estava dormindo.

Lucy POV/off

Autora POV/ on

Bem distante dali, Natsu Dragneel acordava sentindo falta de algo. Sentou-se, coçando os olhos enquanto processava o que estava acontecendo. Olhou ao redor apenas encontrando seu fiel parceiro em cima de uma almofada murmurando coisas sobre peixes, Charles e em como a Lucy era esquisita.

Natsu arregalou os olhos em compreensão.

Isso mesmo, sua companheira não estava ali. Tornou a olhar ao redor do quarto tentando captar o cheiro dela, mas estava muito fraco.

Seu coração disparou.

Levantou-se rapidamente e andou pelo pequeno apartamento tentando encontrar alguma pista de onde provalmente Lucy poderia ter ido. Até que captou um pouco do cheiro dela na escrivaninha onde encontrou uma pequena carta. Rapidamente Natsu apanhou a carta e a leu.

“Querido Natsu.

Sei que a muito estarei longe quando você ler esta carta. Por favor, não se preocupe comigo, eu estou bem... Mas eu não quero continuar vendo todos os meus nakamas pagarem pelo os meus erros. Eu decidi travar a minha própria batalha sozinha...

Natsu eu te peço, por favor, não venha atrás de mim. Por favor.

Apesar de tudo... eu te amo.

Com amor, Lucy Heartfilia.”

Lágrimas se formaram nos olhos de Natsu enquanto li a carta deixada pela amada. Por que ela fez aquela besteira? Por que ela sairá sem dizer nada? Por quê? E logo no estado que ela se encontrava, ela não podia fazer aquilo. E se ela estivesse naquele momento enfrentando a F-Lucy? Se algo acontecesse com Lucy ele não iria se perdoar.

Natsu enxugou as lágrimas que escorreram no seu rosto, apertando firme a carta de Lucy. Ele tinha que fazer alguma coisa, qualquer coisa para Lucy não tentar uma loucura.

Rapidamente, Natsu sem acordar Happy, correu até janela e saltou. Ele pretendia ir atrás da Lucy, mas não tinha certeza onde ela poderia ter ido. Poderia ela ter contado alguma a Mirajane?

Com essa ideia em mente, Natsu seguiu para guilda o mais rápido o que podia. Ele não podia perder tempo, por que Lucy naquele momento pode estar enfrentando aquele clone dela.

Natsu balançou a cabeça.

Lucy era forte, Natsu tinha que confiar nela.

Lucy POV’s

Acabei que eu fui parar na cidade de Winter, onde fica a minha antiga guilda. Eu bem que queria visitar meus antigos nakamas, e minha antiga guilda, mas o Natsu não queria deixar. Sentia falta deles, afinal eles foram a minha segunda familia, a que me acolheu quando eu acordei sem memorias no quarto de Rose.

Sorri com a ideia de reencontrar a Rose e o Ikari.

Como será que eles estavam? Será que eles se resolveram? Será que eles estavam juntos? E a Alice? Como será que ela estava bem?

Caminhei lentamente por aquela pequena cidadezinha. Como ela ficava no norte de Fiore, ela era conhecida como a cidade mais fria de Fiore. Independente da estação do ano, sempre fazia frio. E as manhãs eram as mais frias que a noite e a tarde. Ela se chamava Winter Wonderland por causa das suas temperaturas amenas durante todo ano, e ja que estávamos na estação do inverno, ela nevava antes de todas as outras cidades e quando não estava nessa época do ano ela sempre nevava um pouco suficiente para tingir a cidade toda de neve branca e fofa. Além de seu nome significar “País das Maravilhas de Inverno” ela não era um país e eu preferia chamá-la de Winter. Além desse pequeno detalhe, a cidade de Winter ficava praticamente perto das fronteiras de outro país. Acho que vem a parte de “país” do ano.

Desci do trem suspirando sentindo certa nostalgia. Enquanto caminhava pela estação de Winter, um vento gélido soprou, e foi tão forte que fez meus cabelos bagunçarem que meu penteado se desfez (não que desse pra fazer um penteado com o meu cabelo curto) e me fez cambalear e tremer de frio.

– Droga – reclamei parando para arrumar meu cabelo e pegar um casaco na bolsa.

Caminhei pela cidade, indo diretamente para a guilda que ficava bastante perto da estação. Reclamei a maior parte do tempo.

– Se eu soubesse que fizesse tão frio assim, vinha com dois casacos, e moletom, além que minhas roupas não estarem mais cabendo em mim. – suspirei – Me acostumei demais a Magnólia.

Claramente Magnólia era ao contrario de Winter. Sempre fazia sol e raramente chovia. Mesmo agora no inverno eu sentia calor a noite (a maior parte do tempo por causa do Natsu) e apenas de madrugada eu sentia frio.

Parei em frente a guilda Moon Light e sorri. Continuava a mesma de sempre. Comecei caminhar em direção a ela quando sem querer esbarrei em duas pessoas a minha frente, fazendo trombar para trás.

– Gomen... – pedi enquanto me levantava ajeitando minhas roupas.

Ouvi uma risadinha feminina na minha frente, como se fosse badalar de sinos.

– Huh? Acho que conheço essa voz – falei e finalmente olhei direito para quem eu esbarrei e segurei a respiração.

– Are? Não nos reconhece mais Lucy-nee? – falou sorrindo para mim a garota de longos cabelos rosa que estava acompanhada de um garoto alto de cabelos pretos.

– Rose... Ikari – sorri correndo para abraça-los enquanto sentia as lágrimas descerem.

– É bom vê-la novamente Lucy – disse Ikari rindo.

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– Rose, você está diferente! Mudou o penteado do cabelo, por isso nem te reconheci – falei enquanto caminhávamos em direção a uma mesa na guilda, me sentando primeiro.

Eu ja havia cumprimentado todos da guilda, que ja tinha virado uma festa louca quando eu entrei na guilda.

– Nyah, eu sei que eu sou bonita, obrigada Lucy-nee.

Eu ri enquanto Ikari rolava os olhos, ja acostumado com essa atitude da Rose.

– Então, veio nos visitar finalmente – reclamou Rose sentando na cadeira a minha frente – Você demorou demais Lucy-nee!

Dei um sorrisinho culpado para ela.

– Desculpe-me Rose – pedi – Mas o Natsu não queria deixar eu vim.

Ikari arqueou as sobrancelhas.

– Natsu-kun ainda tem ciúmes de Ikari, Lucy-nee? – perguntou Rose fazendo uma careta fofa enquanto o Ikari corava um pouco.

– Não, não... – falei – quero dizer, em parte sim, mas...

– Mas?

– Por causa de tudo que está acontecendo, acho que não posso culpa-lo de não me deixar vir para cá.

Ikari e Rose olharam para mim não entendo o que eu queria dizer.

– Como assim, Lucy? – perguntou Ikari.

Olhei para os dois. Respirei fundo e finalmente contei tudo para eles, desabafando. Falei de tudo o que aconteceu desde que nos despedimos em Magnólia. Contei sobre como eu desmascarei a Falsa-Lucy, sobre eu e o Natsu começamos a namorar, sobre a ameaça.

Falei também, enquanto eu chorava, sobre o sequestro da Lisanna e da Wendy, sobre o plano da Erza, sobre aquelas cinco semanas estranhas que passei com aqueles sintomas estranhos, sobre os reflexos de memorias, que espantaram os dois.

Também contei sobre os últimos dias, quando eu encontrei o manuscrito de Remember, descobrindo que a F-Lucy estava seguindo o contexto daquele livro, contei da conversa de Mira e Natsu da enfermaria, e também falei corando, da minha pequena loucura.

– Lucy-nee... – Rose olhou para mim com os olhos cheios de água.

– Nós não deveríamos ter ido embora! – Ikari socou a mesa.

Dei um pequeno sorriso a eles.

– Mas se tivessem ficado... Rose e Ikari poderiam ter se machucado... ou sendo sequestrados por... aquela coisa – murmurei enquanto enxugava as lágrimas.

Os dois olharam pra mim com olhares de consolação. Ugh, odeio isso.

– Lucy-nee e as suas memorias? Você conseguiu descobrir como recuperara alguns fragmentos dela?

– Bom... eu meio que consegui lembrar de algumas coisas, mas não muitas... e era tudo muito estranho... as vezes as lembranças ocorriam durante um sonho... um sonho que parecia muito, muito real. E outras vezes a lembrança surgia do nada.– levei meus dedos as têmporas, as esfregando sentindo uma futura dor de cabeça por causa do estresse.

– Hm – Rose e depois arqueou as sobrancelhas.

– Nani? – perguntei me preocupando com a expressão dela.

– Lucy-nee...

– Sim?

– Você... – ela olhou para algo em mim e eu acompanhei seu olhar – Você por acaso andou engordando? – perguntou criticamente para mim.

– Hm... – levei minha mão a barriga.

Ouvi Ikari ofegar e eu olhei para ele assustada.

– O que foi? – perguntei olhando para ele e para minha barriga.

– L-Lucy... p-por acaso... você... e o Natsu...

Olhei para ele com cara de interrogação ainda não entendendo o por que daquela pergunta.

– Ikari? O que você quer dizer?

Ikari estava bastante corado. Tipo, bastante mesmo. Seu rosto estava pior que os cabelos da Erza. Olhei para Rose e ela tombara da cadeira de tanto rir da cara que o Ikari fazia.

Ri um pouco da situação.

– E então? – chamei a atenção deles – Qual o nosso plano?

– Eh?

Suspirei, levando minhas mãos a minha cintura. Rose e Ikari me olhavam debilmente como se eu tivesse acabado de falar em grego antigo.

– Por que diabos vocês estão me olhando assim? Eu estou falando do ataque a F-Lucy! Ou vocês acham que eu fugi da fúria incontestável de Natsu atoa?

Então ao mencionar o nome de Natsu, senti um enorme aperto no coração. Pisquei várias vezes até sentir as lágrimas caírem pelo meu rosto. Tateei a procura de algum lugar para sentar e me deixei cair livre, enquanto chorava desesperadamente.

Como eu queria que o Natsu estivesse aqui ao meu lado.

– Lucy... o que houve? – me perguntou Ikari preocupado.

– E-Eu... eu acho... que e-ele não vai me pe-perdoar... – murmurei com dificuldade, enquanto soluçava entre as lágrimas.

Rose sentou-se ao meu lado, afagando os meus cabelos loiros curtos, enquanto eu continuava a chorar desesperadamente.

– Lucy... não importa o quanto ele fique com raiva de você ter fugido dele, para poder proteger os seus amigos ao em vez de si mesma... eu sei que ele vai te perdoar por que ele te ama de verdade – Rose olhou para mim com seus olhos de estranha coloração rosada, e sorriu – Realmente, nunca vi algum garoto amar tanto uma garota quanto ele ama você.

Ao ouvir aquelas palavras, mais lágrimas surgiram nos meus olhos. Em um impulso, pulei em cima da Rose, a segurando e chorando ao mesmo tempo, enquanto ela sussurrava para mim que tudo ficaria bem.

Lucy POV/off

Autora POV

Natsu correu desesperadamente pelos becos de Magnólia, tentando chegar ao seu destino rapidamente. Ao avistar o prédio da Fairy Tail, apressou os passos ignorando as pessoas que reclamavam quando ele se esbarrava a elas.

– Natsu? – chamou Mirajane surpresa quando Natsu adentrou correndo a guilda naquela hora da manhã.

– Mira – Natsu correu até a albina e a olhou com seu rosto retorcido de dor – Por favor, me diga que a Lucy está com você Mira... por favor!

– E-Eh? A L-Lucy não está com você? – e então arregalou os olhos levando às mãos a boca entendendo a situação – Oh meu deus, não me diga q-que ela...

– Sim! Olha isso Mira! – Natsu exclamou jogando um pedaço de pergaminho na direção de Mira, que pegou e leu cuidadosamente.

A cada linha que ela lia mais seus olhos se arregalavam.

– Oh meu deus! – soltou Mirajane mais uma vez.

Mira olhou em direção a Natsu que estava sentado com as mãos cobrindo os olhos. Ela podia jurar que ouviu algumas fungadas e lágrimas pingarem no balcão.

– Mira, eu tenho que ir atrás dela! – ele disse levanto seu olhar para a maga usuária de take over, que se assustou.

– M-Mas... Natsu...

– Eu irei acabar com isso... tenho que ir atrás dela.

Mira suspirou. Ela sabia que nada podia fazer em relação a atitude do mago de cabelos rosas. Ele iria arranjar um jeito de encontrar a Lucy... ele sempre arranjaria.

– Pelo menos me garanta que os dois voltaram são e salvos – pediu ela a Natsu que se permitiu sorrir.

– Pode deixar.

Mira observou Natsu correr para fora da guilda e deu um pequeno sorriso. Ela tinha certeza que Natsu entendera o que ela quis dizer.

Natsu voltou a correr a todo custo pela cidade. Ele teria que ir salvar a pessoa que ele mais amava na vida. A pessoa que ele sabia que nunca o abandonaria.

– Espere por mim, Lucy!