Let Me Be escrita por Pinkly


Capítulo 5
Capítulo 4




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Era uma vez, uma princesa possuidora de um coração extremamente gelado. Ela era uma pessoa muito sozinha, só que muito corajosa e astuta; segundo as lendas, um antigo príncipe quebrou seu coração, que, com isso, se transformou em um vidro gelado e impenetrável. Ao contrário do que muitos pensam, o coração não havia ficado escuro de maneira que ninguém pudesse ver seus sentimentos; ele continuava claro e transparente como um cristal. A princesa vivia amargurada, mas tranqüila, apesar de tudo.

Mas como tudo tem seu lado obscuro, ela guardava mágoas terríveis em relação ao príncipe que a feriu, o que a fez desejar muito e muito mal a ele. Uma feiticeira, que observava toda a história, lançou um feitiço sobre a moça: Carregaria o fardo da mágoa sobre as costas. Era invisível, mas pesado, lhe trazendo dores terríveis e intermináveis. Aos poucos, fora definhando, cedendo ao peso que a mágoa lhe trazia. O fardo só cessaria com uma força muito maior do que a que o criou. É aí que entra o nosso herói, um príncipe belíssimo, que era muito simpático, chegou às terras em que a princesa estava e por lá ficou. Todos se alegravam com sua presença, adorava treinar com os companheiros. Manuseava espadas como ninguém, em combate, era rápido e habilidoso. Seu sorriso era tão intenso que a princesa gelada acabou se apaixonando por ele. À medida que o tempo ia passando, a princesa se via cada vez mais apaixonada, e o peso de suas costas, ligeiramente, ia diminuindo. Apesar de amá-lo, a princesa não lhe dirigia uma única palavra, não porque escolheu assim e sim porque não conseguia. Sua coragem não lhe servia de nada em momentos como aquele, a simples presença dele já lhe desconcertava a ponto de fazê-la gargalhar em crises de risos assustadoras. Quando finalmente a princesa reuniu toda a coragem que precisava, foi ao encontro dele, com sua fiel amiga, que era muito amiga do príncipe.

Estava tudo correndo bem quando a Dama da aldeia apareceu, e roubou toda a atenção do príncipe para si. Ele estava incomodado com o jeito da dama, que era intrometida, mentirosa e falante demais até para ele; para a pobre princesa, só restou um fraco alteza, ao ser informalmente citada ao rapaz. O que ela não percebia é que o príncipe sempre estava a observá-la e, por ser muito tímido, nunca havia conseguido falar com a mesma. Aquele simples cumprimento, para ele, já fora mais que o suficiente para lhe tirar um discreto sorriso que se estendeu quando a pequenina fora embora. A Dama sabia que a Pequena Princesa amava o príncipe, e por isso se sentia obrigada a roubá-lo para si mesma, ela achava que a Princesa nunca seria boa o bastante para um príncipe tão galante e talentoso como aquele. Por isso, sempre que podia, alfinetava a princesa, para fazê-la desistir do sonho de estar ao lado do príncipe. Mas a princesa era teimosa, e não iria desistir somente com isso. Foi a um dos treinos do príncipe, admirando a beleza estonteante e o cheiro embriagante que ele emanava, cheiro que jamais se esqueceria.

Após o jogo, a princesa, com ajuda de sua amiga, finalmente conseguiu conversar civilizadamente com o príncipe, foi aí que o rapaz revelou que estava apaixonado por ela. Dia que ela nunca esqueceria, pois havia conseguido seu grande amor, tirado todo o peso que carregava e se via livre das mágoas. Ele a completou de maneira que ninguém mais conseguiria. E ela foi o apoio que ele precisava, e que ninguém poderia substituir. Assim, viveram felizes para sempre.


Será mesmo? Respondi a mim mesma, pensando na historinha cheia de mimos que havia criado em minha cabeça, havia acordado inspirada aquela manhã.

Falando sozinha Sakura? Que doida.

Dizem que quem fala sozinho fica mais inteligente. Hinata disse para Tenten que riu.

Viu? Sou uma pessoa genial, portanto, me respeitem. Respondi com uma careta no rosto, as fazendo rir.


Segunda feira novamente, haviam se passado uma semana e três dias depois do incidente do jogo. Eu já havia me recuperado do choque de realidade que eu tive ao chegar lá e não encontrar ninguém; estava determinada a ir ao próximo jogo, mesmo que estivesse em uma cadeira de rodas. Era hora do intervalo, e eu estava animada mais animada que o normal. Animada em plena segunda? Sim jovens, hoje é dia de Ed. Física com a sala do Uchiha, preciso de mais motivos? Nada poderia estragar essa minha felicidade, a não ser...


Chuva.


Que inferno! Chuva maldita! Eu praguejava batendo na carteira insistentemente, como se isso fosse parar a chuva forte que despencava lá fora.

Calma, vai que a chuva para até a aula com o Sasuke... Matsuri tentava me acalmar, eu olhei pela janela e a chuva só aumentava.


Claro que vai parar...


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A chuva havia parado e meu humor já estava bem melhor. Eu amo chuva, sério. Mas ela só anda aparecendo quando eu não quero, eu fico de muito mau-humor quando perco a aula de Ed. Física com ele, que nem aquele dia que ouvi a Ino chamando o Uchiha de gatinho. Tudo bem que ele é lindo e que ela já falou isso para mim também, mas daquela vez ela tinha falado em segredo para a Tenten; eu ouvi sem querer, mas ouvi. Depois disso, comecei a desconfiar seriamente de Ino Yamanaka.


Matsuri, você vai ir para a cantina agora?

Eu vou sim. Ela assentiu, pegando sua mochila e indo em direção da fila.

Vou com você então. Peguei minha mochila também e acompanhei na fila. Pegamos a ficha e fomos conversando sobre o Sasuke, havia contado para ela e Temari no mesmo dia e tive que mostrar quem era o ser que me faz ficar besta desse jeito. Entramos no refeitório e eu tive que controlar um sorriso ao vê-lo na última mesa da cantina com os amigos, fiz questão de olhar para o lado oposto e fui para uma mesa mais distante da dele. Já a Matsuri olhava diretamente para lá, acompanhando cada movimento deles, isso acabaria estragando meu disfarce.

Matsuri, pare de olhar assim! Ele vai perceber... Sussurrei para ela.

Ele ta olhando!

O que? Perguntei alterando minha voz.

Ele ta olhando! E é para você Sakura! Ela disse me sacudindo repetidamente. Minha voz se perdeu e não sabia o que fazer. Abaixei o rosto ao senti-lo queimar de vergonha, tentei olhar para verificar, mas não consegui. Realmente, eu sentia um olhar sobre mim.

Ele olhou... Ele olhou... Eu repetia em um fio de voz, estava mais feliz do que pinto no lixo. Quando eu finalmente tomei coragem para olhar, ele já havia levantado para ir embora; até mesmo nos dias mais comuns ele exalava todo aquele seu charme habitual, o acompanhei com o olhar até ele sumir da minha vista depois de passar pela porta da cantina.

Eu não acredito... Me levantei e segui Matsuri para fora da cantina, nos juntamos ao pessoal e esperamos o sinal bater.


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Era aula de Ed. Física e, como sempre, eu estava sentada no meu cantinho sagrado o vendo fazer uns arremessos com alguns jogadores da minha sala. Todas as segundas isso se repetia, eles treinavam por uns cinco minutos e depois jogavam o resto da aula; não que eu me incomode com isso, ao contrário, eu adoro vê-lo jogar, ele fica tão concentrado e entretido com jogo que me faz querer torcer loucamente por ele. Eu sou completamente louca, eu sei. Ele olhou para mim e, depois de fazer uma cesta de três pontos, sorriu lindamente.

Bem que eu queria que tivesse sido assim, mas vocês acham mesmo que ele faria isso? Na verdade, o jogo que estava acontecendo é pura invenção da minha cabeça bagunçada. Mas o sorriso dele deve ser lindo mesmo. Está chovendo mais do que estava antes e, provavelmente não terá aula, já que está todo mundo aqui no pátio.


Sakura! Sakura!

Oi? Perguntei acordando do meu breve devaneio e olhando para Tenten.

Eu estava falando e de repente você saiu de órbita. Ela me explicava Só faltou babar.

Vai pro inferno. Eu praguejei e voltei a olhá-lo. Essa coisa toda de sair de órbita acontecia sempre, eu olhava para ele e esquecia tudo a minha volta. Ou até mesmo só de pensar nele, olhava para um ponto fixo e apagava totalmente. Desculpe, eu estava pensando...

Percebi, mas quando vi você com essa cara de lerda, resolvi perguntar o que tinha acontecido. Quando cheguei aqui e perguntei o que era, você não me escutou, parecia em outro mundo. Mas já entendi o que é. Ela dizia olhando na mesma direção que eu. Só olhar não vai adiantar muito sabe?

Eu quero falar com ele hoje, não quero continuar só olhando para o resto da vida.

É assim que se fala! Tenten pulou de alegria Vou quebrar esse galho para você então.

Ok, não me deixe fugir. Suspirei e sorri ansiosa, inexplicavelmente, havia coragem brotando dentro de mim. Mas ela foi diminuindo com a sensação de estar perto do tão desejado Sasuke Uchiha; Tenten, literalmente, me arrastou para o lado dele, enquanto conversavam algo sobre basquete, era a primeira vez que eu ouvia a voz dele também. Ao contrário do que muitos poderiam pensar, ela não era grossa como a de Juugo [que é tão grossa que chega a ser engraçada, igual a risada de Papai Noel dele]. Ino havia me dito uma vez que achava a voz dele engraçada, provavelmente coisas com a puberdade. Mas, para mim, ela era mais do que perfeita.

Eu não sei se eu vou conseguir... Tenten falou para ele com uma expressão preocupada. Ele a abraçou e disse algo como Não se preocupe, aquelas meninas não jogam nada, você é melhor que elas tirando um sorriso mais calmo de Tenten. Com certeza estavam falando do próximo jogo que, provavelmente, definira os que vão para a próxima fase; sorri olhando aquela cena, era tão bonito ver que ele se preocupava tanto com os amigos, isso mostrava que ele era uma pessoa ainda melhor do que eu achava. Tenten olhou para mim como se dissesse para chegar mais perto, que aquela seria minha hora e, de repente, ficou difícil de respirar. Fiz o meu melhor para não demonstrar o meu nervosismo.

Calma... Sussurrei rapidamente, tão baixo que nem eu mesma escutei direito. Tenten, que saía do abraço dele, olhou para mim e sorriu cúmplice.

Oi Saky! Ela disse animadamente ainda olhando para mim, senti que ele se viraria para mim e respirei fundo. Juntei toda a minha coragem no objetivo de solta-la em palavras coerentes. Abri a boca para falar e, quando iria conseguir, algo amarelo passou em minha frente e me empurrou.

Olha, fica agarrando as amigas... Ino disse se referindo ao abraço que ele deu em Tenten e fez uma expressão maliciosa, rindo escandalosamente. Olhei para ela incrédula e senti algo poderoso tomar conta de mim.

Libere essa coisa dentro de você na forma de um bom soco na cara da Yamanaka Aquela voz sussurrava dentro da minha cabeça e dessa vez eu concordava com ela. Franzi o cenho e fechei os punhos com força, como se minhas unhas pudessem rasgar a palma das mãos, como se a qualquer momento elas pudessem acertar a loira que sorria descaradamente para ele. Tudo o que passava na minha cabeça naquele momento era raiva.

Acerte a cara dela A voz era insistente e não ajudava em nada.

Você joga basquete né? Ela perguntou e começou a entrar em assuntos sem sentidos, falando uma enxurrada de coisas que não tinham importância nenhuma para ele. Como eu sei que não tinham importância? Nesse exato momento, ele olhou para Tenten como uma expressão confusa, querendo se livrar daquela garota que o enchia de perguntas e frases sem nenhuma utilidade. Tenten sacudiu os ombros e franziu o cenho em sinal de confusão também, logo em seguida, olhou para mim tentou puxar nós dois mais para o lado. Não faria a mínima diferença, Ino nos seguiria para qualquer lugar; eu tentei várias vezes me acalmar e falar algo, mas Ino sempre me interrompia ou entrava na minha frente.

Eu olhava para o portão do pátio, vendo relâmpagos iniciarem uma dança no céu, antecipando o poderoso trovão. Eu achava tudo aquilo muito lindo, tempestades me acalmavam de um modo sobrenatural, mas naquele momento não estava funcionando muito.


1, 2, 3, 4, 5... Comecei a contagem mentalmente, tentando me acalmar o mais rápido possível. Percebi que seria impossível, quando várias meninas da sala se juntaram a Ino, formando um misto de vozes e falas insuportável. De repente eu me vi do lado dele, mas com umas oito meninas nos cercando. E o maior problema, todas acham ele gatinho e não sei mais o que. Estava à beira da explosão, se não estivesse tanto barulho talvez fosse possível escutar o trincar dos meus dentes, fechei os olhos com força tentando suprir o desejo socar a primeira que meus olhos encontrassem.

6, 7, 8, 9, 10... Essa porcaria de contagem não ajudou em nada, a minha vontade de explodir ainda estava lá. Nesse momento, um relâmpago enorme cruzou o céu. Abri os olhos em fúria e, destinadamente, a primeira que eles encontraram foi Ino.

Nossa, eu morro de medo de relâmpago e trovão. Ela disse quase se jogando nele, que apenas a olhou com uma cara de Que bom, não to nem aí.

Sério, eu tenho muito medo. Ela falava com uma rapidez irritante e descontrolada. Quase que calculadamente, eu estreitei meus olhos esperando a tempestade rugir com maestria.

Ela vai descobrir o que é ter medo a partir de agora. Eu pensei e a voz sussurrou um O que vai fazer?. Se não fosse o trovão ensurdecedor que se fez presente naquela hora, eu talvez a tivesse ouvido. O barulho gostoso do trovão foi acompanhado de vários gritos agudamente irritantes das meninas da roda, inclusive Ino que, por pouco, não pulou em Sasuke que estava visivelmente incomodado com toda aquela situação. Foi aquela expressão de incomodo que eu precisava.

CALEM A BOCA! Gritei com todo ar dos meus pulmões, resultando em um alerta alto o bastante para todas as pessoas próximas ouvirem. E o silêncio se fez presente.

Foi poderoso como um trovão Sakura. A voz sussurrava orgulhosa, de uma forma animada. Todas as meninas olharam para mim e depois saíram da roda, ainda em silêncio.

Bem melhor Sussurrei para mim mesma e o olhei, sua expressão ainda estava incomodada. Ino olhava para mim com uma sobrancelha levantada, desafiadora. Ao mesmo tempo ouvi Tenten reclamar algo como Odeio gente intrometida e subir para a sala de aula, estressada. Ele apenas concordou e fez menção de subir também. É claro que Ino percebeu e continuou falando com ele as coisas bobas dela. Suspirei e torci para ela acabar logo com aquilo, pois eu não sairia dali enquanto ela não estivesse longe dele e, pelo visto, Matsuri também ficaria ao meu lado até subirmos. Será que ela percebeu a energia assassina que devia estar saindo de mim? Ela segurava meu braço como se soubesse que, a qualquer momento, eu poderia ter um surto psicótico.

Como você se chama?

Sasuke. Ele olhou para os lados em sinal de pressa.

Ino Yamanaka, prazer. Ela disse com um sorriso sacana no rosto.

Será que você não poderia ser um pouquinho mais vulgar? A voz sussurrou novamente e eu revirei os olhos em concordância.

Ah, quase ia me esquecendo... Ela se virou para mim e ele a acompanhou se virando também. Essa é a Sakura. Ela disse apontando para mim.

Ela é louca? Assim vai ficar na cara que você gosta dele! A voz gritava descontroladamente me dando uma dor de cabeça bem chata. Coloquei uma das mãos sobre ouvido direito para tentar abafar o som imaginário e estreitei os olhos por alguns segundos. Em um breve momento, poderia jurar que sua expressão passava de incomodada para uma confusa ou talvez envergonhada, mas era só impressão minha. Nem liguei muito para isso, minha raiva por Ino estava gigante e ocupava toda a minha mente. Tirei a mão do ouvido, estava frente a frente com o motivo de todas as minhas inseguranças; nunca estivesse tão perto assim, ou melhor, nunca tinha o olhado de frente com essa intensidade e pude constatar uma coisa: Ele era ainda mais incrível do que eu pensava. Olhei em seus olhos ônix e todo o meu corpo relaxou, a raiva estava dentro de mim tinha ido embora, se transformado em fumaça e sumido.

Oi! Disse encolhendo os ombros e acenando com a mão rapidamente, sorrindo de orelha a orelha. Ele sorriu sem mostrar os dentes e acenou com a cabeça; um sorriso um pouco tímido e fofo, mas eu podia sentir que aquele sorriso estava repleto de algo escondido. Mesmo assim, para mim, foi reconfortante. Não sei nem se ele disse algo como oi, estava totalmente perdida gravando cada pedacinho dele, vai saber quando eu teria essa chance de estar tão perto dele novamente.

E essa aqui é... Apontou para Matsuri. Como é seu nome mesmo?

Que mancada. Matsuri falou revirou os olhos. Quando dei por mim, Ino estava rindo por não lembrar o nome de Matsuri e ele já não se encontrava lá. Senti a raiva voltando, não com a mesma intensidade, mas ainda estava lá. Era mais como um grande incomodo do que aquela coisa louca e descontrolada de antes; olhei para Ino com uma cara não muito boa, e ela ignorou, mas com certeza havia entendido o recado.

Pode me agradecer agora, eu apresentei você. Ela disse realmente esperando algum tipo de agradecimento. Respirei fundo recuperando minha calma e sorri falsamente para ela.

Obrigada Ino, não sei o que eu faria sem você. Falei cinicamente, a frase saiu abarrotada de sarcasmo e ironia. Mantive o sorriso falso e fui para a sala de aula, pensando naquele sorriso de antes para acalmar meu espírito. Entrei na sala e vi Tenten na ultima carteira da fileira ao lado das janelas.

Será que ele não foi com a minha cara? - Apertei um poucos os olhos com o pensamento, uma dor aguda martelava em minha cabeça.

Véi, eu estou ficando realmente nervosa com isso. Joguei minha mochila no chão e puxei uma cadeira livre, colocando-a ao lado de Tenten. Ajeitei a mochila embaixo da cadeira e cruzei os braços, tentando diminuir as dores que me pegaram de surpresa.

Que raiva cara! Ela não tem noção quando os outros estão conversando? Não é a primeira vez que ela entra na conversa com eu estou falando com o Sasuke.

Eu estava tão perto de falar com ele, quando eu abri a boca ela chega e me empurra. Gesticulei nervosamente com as mãos. Caiu de pára-quedas na conversa.

E o Sasuke ficou totalmente perdido, ele olhou para mim com uma cara de Tira essa menina daqui Tenten imitava a expressão dele e ia falando com raiva.

Eu vi! E para variar, quando você subiu, ela falou no maior tom de cínica: Ah, eu quase ia me esquecendo... Essa aqui é a Sakura.

Ela falou isso? Puta que pariu! Vai ficar na cara que você gosta dele. E vai ser muito difícil ele falar com você, porque ele é tímido e vai ficar com vergonha. Ela falava em um tom pensativo, como que pensando em uma saída para isso.

Eu sei... Respondi em um tom pesaroso e suspirei. Pelo menos ele sorriu para mim.

Sério?

É. Não foi aquele sorriso de orelha a orelha mostrando os dentes e tudo, mas foi um sorriso. Sorri discretamente me lembrando dele.

Uma coisa boa pelo menos... Ela disse suspirando. Sério, toma cuidado com a Yamanaka. Agora ficou meio na cara que ela gosta do Sasuke e quer roubar as suas chances.

Eu sei. Falei baixo, vendo Ino entrar na sala de aula. E não é a primeira vez que ela me provoca.

Não é a primeira?

Não, a primeira foi no dia em que teve revisão de matemática. Sexta-feira, sem ser a sexta que teve jogo. Lembra que nós descemos para tomar lanche e depois subimos para passar o resto do intervalo na sala? Depois que bateu o sinal e todo mundo subiu, ela juntou a carteira na minha e disse: Nossa, o Sasuke passou o intervalo todinho me olhando, fiquei até sem graça sabe?

Que vaca! Tenten bateu na mesa e me olhou. Ela vai fazer de tudo para ter o Sasuke, mas não vai conseguir.

Não vai mesmo. Se ela tocar nele, vai conhecer o capeta mais cedo. Falei engrossando a voz e depois a normalizando com um suspiro. Foi impressão minha ou o Sasuke estava extremamente incomodado?

Ele estava mesmo, ficou bem claro que ele não estava à vontade. Sem falar de que ele não foi com a cara da Ino.

Eu percebi, ele não estava nada interessado no que ela falava. Eu ri um pouco. Ou melhor, tagarelava. - Nossa paz durou pouco e Ino sentou na nossa frente, com um tabuleiro de dama.

Vamos jogar?

Eu passo. Disse revirando os olhos.

Eu jogo, arrume as peças. Tenten falou com um brilho de descaso no olhar, com certeza ela pretendia dar um banho na Ino. O que não seria difícil, pois Tenten é ótima com jogos, tanto práticos ou de tabuleiro.

Viu Tenten, você estava tentando apresentá-la a um mês , eu fiz em um dia. Ino soltou uma risadinha debochada e por um momento achei que Tenten voaria no pescoço dela. Arregalei os olhos imaginando a cena, mas por dentro eu queria muito que Tenten fizesse alguma coisa. Para a minha surpresa, ela apenas soltou um sorriso falso para Ino e voltou a se concentrar no jogo, mas certamente ela estava pegando fogo de raiva por dentro.

Não chame aquilo de apresentar. Sussurrei e virei para o lado, onde os meninos também estavam jogando. Não sei se Ino ouviu o que eu disse, pouco me importava na verdade.

Aproveite enquanto pode Ino, você mexeu com a pessoa errada A voz sussurrou carregada de raiva. Apesar daquele mal-estar, o dia passou tranqüilo e bem chato. Passei o resto das aulas pensando sobre aquilo tudo, estava muito incomodo e uma leve tontura me rondava.

Realmente, você mexe comigo. Pensei fechando os olhos, concluindo que o mal-estar foi resultado da raiva daquela hora. Talvez tenha mexido com algo da pressão.

Sakura, você está bem? Hinata me perguntou. Levantei a cabeça e a vi olhando para mim junto com Temari, Tenten e Matsuri. Eu estava contando sobre as atitudes de Ino na última aula, mas a tontura estava realmente me atrapalhando. Ta pálida.

Eu to bem, só preciso ir tomar um pouco de ar. Saí da sala e fui ao banheiro lavar o rosto. Dei uma volta pelos corredores, dar um tempo de todo aquele papo. Já estava voltando para a sala, quando passei em frente a sala dele, por uma fenda na porta consegui vê-lo conversando com os amigos. Suspirei e continuei a andar, a sensação de tontura havia passado, dando lugar a um sono terrível.

Gripe maldita. Sussurrei me lembrando o real motivo do mal-estar.

Você nunca passaria mal por causa dele. A única coisa que ele te faz é bem. A voz sussurrou e eu ri discretamente, concordando com ela. Voltei à sala e me sentei junto com as meninas, já me sentindo melhor.

Ta melhor? Temari me perguntou.

Sim, é só uma gripe. Sorri e continuamos a conversar animadamente. Definitivamente, não iria deixar alguém tirar minhas oportunidades, Sasuke realmente verá quem eu sou e decidirá por si só. Dei um sorriso de canto e mordi o lábio inferior, agora as coisas iriam ficar interessantes.



Notas do dia:


Os olhos de Sasuke são hipnotizantes.

Sua voz me deixa arrepiada.

Ainda tenho muito a descobrir sobre Sasuke.

Sasuke me acalma como ninguém.

Algumas segundas-feiras não são tão boas assim.



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