Ele era o mais novo a chegar no Olimpio.

Não tiverá nem uma apresentação, ninguem parecia se importar com ele, Hermes não ligou pra isso.

Quando o sátiro, Pã, chegou com a mensagem de Zeus ele tambem não ligou, seu pai nem disse oi.

Então o Olimpio virou um caos, todos corriam de um lado para o outro procurando materiais para suas bigas, nem olharam pra ele!

A única que falou com ele era uma adolescente de cabelos castanhos encaracolados e olhos vermelhos carinhosos.

-Olá - Sorriu a mulher para Hermes.

O garoto surpreso encarou ela por um segundo, ela era bem bonita, ela deveria pensar que ele era retardado, pois ficou com a boca aberta e finalmente disse:

-Hum, oi

-Meu nome é Héstia, prazer - Falou ela estendendo a mão.

-O meu é Hermes, o prazer é meu - Educadamente como a mãe lhe ensinara estendeu a mão para Héstia, não pensava que a mão fosse tão quente, so de toca-la ele se sentiu quente e confortavel, soube que aquele era seu lar.

-Você quer ajuda para fazer sua biga? - Héstia perguntou com o sorriso branco brilhando a luz do sol.

-Ah não se incomode - Disse Hermes timido - Eu consigo fazer sozinho,  você não vai fazer a sua?

-Ah, eu não luto do jeito como vocês - Disse ela acenando a cabeça em um sorriso.

-Ok, vou indo, eu luto como eles... - Falou Hermes se despedindo da deusa, ela alargou o sorriso e acenou para o deus enquanto este se retirava.

Ele continou caminhando, queria contruir a melhor biga, para impressionar seu pai...Queria provar ser melhor que aqueles que o desprezaram.

Por fim cansou de caminhar, bem em frente a um lindo jardim nas nuvens.

Devem estar perguntando como isso é possivel? Bem, acho que era um pedaço de terra tirado la debaixo, havia um banco de madeira do lado de uma árvore frutiferá e perto de uma fonte, o deus se sentou ali.

Perdeu-se no tempo, fechou os olhos mais permaneceu acordado, então ele ouviu algo.

Um farfalhar na relva, como se algo estivesse rastejando.

O deus se levantou com um salto e olhou para traz, e la viu duas cobras de tamanho médio.

Hermes não tinha arma, mais tinha força de anos de treinamento que a mãe o obrigara a fazer, com um pulo as asas de seu capacete se abriram e ele começou a planar sobre a cena.

Deu um chute em um grande galho da árvore ao seu lado e este se separou da árvore, o deus pegou o pedaço de madeira e se preparou para matar as cobras.

-Meu senhor por favor - Implorou a cobra da direita, a voz dela era doce e parecia irreal, como se fosse um sussuro na sua mente.

-Vocês falam? - Perguntou o deus incredulo as encarando.

-Mais que isso senhor, nos pensamos, agimos e lutamos! - Exclamou a outra cobra enquanto ambas subiam pelo banco para ficar cara a cara com o deus - Somos as filhas mais velhas de Ofion!

-Ofion - Replicou o deus - Ele era o rei do mundo nos tempos da guerra entre Urano e Cronos, mais depois foi vencido e reduzido a deus menor das cobras!

-Sim! - Sussurou a cobra da direita na sua mente, ele reconheceu sendo uma femea - Meu nome é Martha

-E o meu é Georgios - Sussurou a esquerda, com algo que parecia um sorriso.

-Oque querem aqui no Olimpio? - Perguntou o deus arqueando as sombrancelhas.

-Estamos aqui representando nosso pai - Sussurou Georgios com uma voz triste - Ele gosta muito de Oceano, quando o titã se declarou neutro na guerra, meu pai se retirou  do Olimpio

-Então porque não foram ao seu encontro? - Perguntou o deus confuso, então reparou que as cobras pareciam tristes.

-Georgios falou que gostava dos deuses - Declarou Martha para Hermes - E eu o apoiei, Ofion e Oceano nos baniram de seu salão e aqui estamos.

-Quer dizer que vocês estão aqui por conta propria? - Perguntou impressionado Hermes.

-Sim - Sussurou Georgios - Procuramos um novo mestre

-Pra que iriam querer isso? - Falou o deus - agora tem a liberdade!

-Não fomos feitos para sermos libertos - Disse Martha acenando a cabeça - Fomos feitos para servir, somos deuses menores de menores.

-Deuses menores de menores?

-Sim - Sussurou Georgios - São como animais de estimação, Atena tem uma coruja de guerra e soube que Ártemis tem um esquadrão de ursos!

-Bem eu não tenho tempo pra isso - Declarou o deus - Preciso fazer uma biga.

-Não entende, meu senhor? - Sussurou Martha - Seremos a sua carroagem, temos habilidades, torne-se nosso mestre e sabera de todas, e poderá nos usar em batalha!

-Quer dizer que se eu aceitar vocês - Refletiu o deus - Eu terei dois animais imortais ao meu lado em batalhas e algo que substitui uma biga?

-Exato, mais pra isso precisa de uma arma - Sussurou Georgios - Temos que ter nossa vitalidade ligada a ela, por isso os deuses menores de menores são tão fracos, pois ligam sua vitalidade ao objetos.

-Isso é um problema - Disse Hermes, decepcionado - Eu não tenho uma arma imortal

-Mas eu vejo uma arma em sua mão! - Exclamou sussurante Martha.

Hermes encarou o pedaço de madeira em sua mão, ele tinha algumas folhas pelo seu tronco, umas maças, era bem feio.

-Eu não quero um galho comum como arma - Reclamou Hermes.

-Galho comum? - Falou Georgios - Esse é um galho do Olimpio, esta repleto de poder até na maça, so fale que coroa esse galho como arma e ele virá uma!

-Duvido - Disse Hermes fazendo uma careta, mais mesmo assim tentou - Eu, Hermes, padroeiro dos mensageiros, olimpiano numero 12 abençoo você a ser minha arma imortal!

A principio nada, continou sendo um galho comum, ele achou bom que ninguem tivesse visto, pois quando um passaro branco pousou em seu galho, o deus tinha certeza que parecia um idiota segurando aquilo.

Então o galho explodiu em luz, Hermes sentiu sua mão se apertar sobre o objeto como se tivesse levado um choque.

O passaro branco mal conseguiu pensar, ele tentou sair correndo mais foi muito lento, a luz dourado o envolveu e quando olhou para o passaro quase teve um infarto.

Chamas começaram a envolver o passaro como se estivesse em uma fogueira, então quando as chamas ficaram dez vezes maior que o passaro as chamas deram a aparencia de ficar fixas, era um animal, um passaro de fogo.

O animal soltou um grunhido, abriu os olhos laranjas e saiu voando, ele tinha certeza que criará a primeira das Fenix!

Mal teve tempo de se admirar e viu que a maça tambem mudava, não era mais uma maça vermelha, era uma grande maça dourada que caiu no chão a frente de Hermes , e antes dele poder descer e pega-la, caiu entre as nuvens direto para o chão, la se faria uma nova árvore um dia.

Então ele encarou o galho, o exesso de madeira estava sendo cortado e se espalhava por todos os lugares, as folhas foram arrancadas deixando apenas um caduceu do tamanho de Hermes, parecia que algo o protegia, pois a madeira parecia artificial e brilhante.

Então Georgios e Martha pularam em extrema rapidez e se enrolaram no novo caduceu nas mãos de Hermes, as cobras que pareciam antes fracas brilharam de poder.

Sua pele verde musgo ficou de um verde brilhante, e na ponta do caduceu se formou duas graciosas asas, os olhos das cobras brilharam de felicidade, como se estivessem prontas para matar Cronos.

-Mestre Hermes, juramos servi-lo para toda eternidade até o fim de nosso serviço - Falaram as cobras em unissono.

-Eu, aceito o serviço de Martha e Georgios - Pronunciou Hermes, um contrato parecia selado, ali estava, bem melhor que uma biga.

Ele viu a si mesmo, seus cabelos brancos voavam ao ritmo do vento, os seus olhos dourados brilhavam, usava uma armadura totalmente branca polida, com um capacete branco com um par de asas aladas.

Hermes começou a voar em alta velocidade para o centro do Olimpio, ele nunca se sentirá tão vivo, tão bem!

O vento batendo em seu rosto, o ar se dobrando a sua corrida, ele havia nascido para isso!

Sem nem perceber ele estava planando sobre o centro do Olimpio, com graça o deus desceu para o piso de marmore branco da praça olimpiana onde os deuses estavam reunidos.

Todos o encararam, como se ele fosse uma coisa incrivel, Hermes percebeu que eles encaravam uns aos outros.

Atena estava montada em uma biga completa dourada, que combinava com sua armadura completa de ouro, em suas mãos havia uma adaga em cada, uma coruja que usava uma especie de armadura estava pousada em seus ombros, e a biga tinha grandes asas em seus lados, como se fosse uma coruja.

A biga de Démeter era de alguma pedra preciosa fundida, parecia esmeralda, a deusa estava tambem com uma armadura completa desta pedra, na sua mão direita havia um chicote de fios amarelo-dourado, ele jurou ser trigo celestial.

A biga de Hera, era sem duvida deslumbrante, completamente dourada, com desenhos de alianças e pessoas se casando, na mão direita ela carregava um punhal dourado que brilhava a luz do sol.

Apolo não ocupava sua biga, estava comandando a biga de Hélio (Que estava no banco traseiro, com uma expressão de raiva) nas suas mãos havia um arco de ouro e uma aljava prendendo suas costas, usava uma armadura comum de arqueiros, enormes escorpiões dourados puxavam sua carroagem.

Ártemis estava ao lado do irmão, tentando ignorar ele e os escorpiões, em suas mãos havia um arco longo prateado, com uma aljava semelhante a de Apolo, so que prata.A carroagem era prateada como a luz da lua e Hermes reparou que Selene continuava a não voltar.

Então se deparou com Ares, ele estava montado em uma biga vermelho sangue com ossos fazendo um forro pelo lado externo, cavalos esqueletos com o interior de fogo puxavam a carroça, em sua mão uma enorme espada de ferro vermelho parecia bem equilibrada, usava uma armadura vermelha-sangue.

Viu Héstia então, a deusa estava entre Démeter e Hera, trajando uma armadura completa que cobria-lhe o rosto carinhoso. em sua mão havia uma espada curvada que tinha três cores: Azul, Vermelha e Laranja, ela tambem usava um colar estranho, e no colar prendia uma chave de aparencia velha dourada brilhante.

Se deparou com o deus Hefesto que não usava armadura completa, apenas uma cota de malha de ferro e perneiras, não havia elmo deixando seu rosto encoberto então ele pode ver com clareza o rosto feio do deus, sua carroça era de bronze forjado com perfeição e era puxada por dois touros de ouro com olhos de rubis, toda vez que bufavam saia fogo de suas narinas.

Afrodite estava no fim da fila, não parecia com vontade para entrar na guerra, trajava uma armadura rosa pink sem o elmo, para que todos vissem seu rosto.Ela não usava arma, apenas um cinto de ouro com um grande diamante no seu centro, ela sorria para Hermes.

Ele tambem viu outras carroças, uma mais deslumbrante que a outra, viu Éter e Hemera se beijando, Pontos encarando o horizonte, varios Óreas discutindo sobre como derrubar o Monte Otris, mais não se via sinal de Nyx e Érebo.

-Devemos atacar? - Quem perguntou foi Hera, nunca gostava de batalhas, perguntou para Héstia.

Héstia arregalou os olhos e encarou a irmã, então percebeu que todos esperavam que ela liderasse, era a mais velha.

-Vamos nos preparar, os toques finais! - Anunciou Héstia erguendo a mão - Hefesto atire fogo na terra abaixo de nós!

Hefesto fechou os olhos e soltou um urro grutal, fogo começou a chover pela terra la embaixo, queimando a grande campina.

-Afrodite, atacará por trás do exercito dos titãs - Continuou Héstia- Hipnotize quantos puder! Hera vai ajuda-la, Éter e Hemera atiraram projeteis contra o exercito, Hefesto jogue seu martelo no coração do exercito deles, Prometeu...Onde esta Prometeu?

Todos começararam a procurar Prometeu, o titã não foi localizado, Hera gritou:

-Eu sabia! Ele é um traidor

-Acalme-se irmã - Disse Héstia, com uma cara pertubada - Eu sei pra onde ele foi, e não foi para o lado dos titãs, continuando...Zeus,Hades e Poseidon se uniram a nós na batalha, Ártemis! Faça soar a corneta!

Hermes não comprendeu oque ela disse, mais comprendeu quando se virou para Ártemis que sacou uma especie de corneta de caça da bainha.

Ela levou o objeto aos lábios e de um forte sopro, um arrepio percorreu seu corpo.O som era atordoante, ele ecoo por todo o mundo, um chamado de guerra, Ártemis convocava os últimos aliados.

-Héstia! - Gritou Apolo, ele manteu os olhos fechados durante o toque da corneta, mais agora abrirá e encarava a deusa - Você tenque ver isso

Héstia fechou os olhos, todos a imitaram, até Hermes ao ver os outros fazerem isso e então uma visão terrivel passou por sua cabeça.

Um exercito enorme avançava, ja era possivel ver o Monte Olimpio.Os titãs avançavam, arrogantes em suas armaduras e bigas, o mais aterrorizante não era isso.

Uma montanha seguia os titãs, como se fizesse parte do exercito dos titãs, o Monte Otris avançava, com uma mulher amarrada em seu topo, Réia gritava, o sinal era claro: Quem quisesse destruir o Monte Otris deveria destruir Réia.