Naquele final de tarde Emmett não me questionou mais nada, apenas me abraçou, deve ter percebido o meu estado lastimável depois que Carlisle se foi.

– Eu preciso ir Baby – Falou Emm me abraçando cautelosamente, como se eu fosse uma boneca quebrada e era assim que eu me sentia. – Tenho que ir a boate, o Jass está lotado por lá, mas se você quiser eu posso ficar.

– Não, não precisa Emm, eu vou ficar bem – Falei tentando dar um sorriso, ele suspirou, se despediu e foi embora.

Quando fechei a porta desabei. Parecia que meu mundo estava caindo, lágrimas jorravam com tanta facilidade que eu pensei que nunca iriam terminar. O meu coração doía, estava partido e em pedaços tão pequenos que eu não sabia se seria capaz de juntar.

Porque ele fez isso comigo? Será que eu não era o suficiente? Subi as escadas e fui em direção ao meu quarto, me olhei no espelho. Eu não era bonita, pele muito branca, cabelos sem brilho, olhos sem graça, eu nunca seria o suficiente. Nunca seria o bastante para um homem como aquele. Joguei-me na cama sem conseguir conter as lágrimas, eu estava quebrada, era como se tivessem me espancado até não existir mais nada em mim, só que as marcas ao invés de externas eram internas e profundas.

Porque eu me deixei levar? Deis de o começo sabia que seria mais um brinquedo em suas mãos, mas o meu coração bobo havia falado mais alto, achando que depois de tudo ele seria diferente, mas eu não poderia muda-lo. Eu nunca conseguiria mudar Carlisle Cullen. Aprendi isso amargamente. Ele nunca conseguiria gostar verdadeiramente de alguém.

Já era noite aquela altura, meus pais já deveriam estar chegando. Com esse pensamento, adormeci, com os olhos pesados pelas lagrimas derramadas. Ouvi minha mãe me chamar, não sabia exatamente que horas eram, mas só gritei um: - Não estou me sentindo bem. Meus pais não faziam o tipo super preocupados e atentos a todos os passos dos seus filhos. Dormi um sono sem sonhos, quando acordei no domingo o sol já estava forte e invadia as janelas de meu quarto. Levantei-me a contra gosto e fiz minha higiene matinal. Quando estava saindo do banheiro, vi Rosálie entrando em meu quarto como um furacão.

–Hey Bella! – Falou animada.

– Oi – Disse. Ela me olhou curiosamente, com certeza pelo meu rosto inchado de chorar, e pelo meu tom de voz totalmente desanimado.

– O que aconteceu? – Como sempre ela era observadora demais e nunca deixaria nada passar.

– Nada – Falei tentando engana-la.

– Como assim nada Bella? Eu posso sentir que você não está bem, me conte agora o que te deixou com essa cara inchada, e esses olhos tristes. – Falou autoritária, meus olhos se encheram de lagrimas instantaneamente e a única coisa que eu pude fazer foi correr pro seus braços e chorar. Ela me acolheu e sentou comigo em minha cama.

–Shii, vai ficar tudo bem! – Falou tentando me acalmar.

– Eu... Sou uma burra Rose – Falei entre soluços.

– Não fale assim meu bem! Se acalme e depois conversaremos. – Não sei quanto tempo fiquei ali nos braços de minha melhor amiga. As lagrimas que derramei, foram as mais doloridas que já caíram dos meus olhos. Não contei o tempo, só senti a aquela sensação maravilhosa de estar finalmente segura depois de uma noite de tempestade. Acalmei-me e me desgrudei dos braços de Rosálie e sentei de frente a ela.

– Agora me conte querida, o que aconteceu? Quem te deixou assim? – Falou calmamente passando as mãos em meus cabelos.

– Rose, eu...eu perdi minha virgindade – Falei abaixando a cabeça envergonhada. Ela me olhou assustada.

– Como assim Bella, me conte direito. – Contei a ela deis de a ligação de Carlisle até o aparecimento dele quando Emmett estava aqui, fazendo o maior esforço do mundo para não chorar.

– Mas Bella, porque você deixou isso acontecer? Carlisle não é um homem no qual se deva confiar. – Falou ela me repreendendo. – E perder sua virgindade assim? Com um cara que mal conhece no que você estava pensando?

– Eu...sei Rose, só que eu estou...apaixonada – Falei voltando a chorar. Ela se espantou.

–Oh Bella! Eu sinto muito. Desculpe-me não deveria estar te julgando.

– Não Rose, eu fui uma idiota. É que eu pensei que ele poderia mudar. Mudar por mim, consegue entender? – Falei chorando convulsivamente. Rosálie me abraçou mais uma vez.

– Tudo bem Bella, vai ficar tudo bem. – Falou ela como se estivesse ninando uma criança em seus braços.

– Eu o amo tanto Rose! Não sei como aconteceu, nós mal nos conhecemos e...

– Eu sei meu bem, eu sei! Fique calma está bem? – Assenti freneticamente e me aconcheguei mais em seus braços.

Carlisle Cullen PDV.

Aquela seria uma manhã normal na empresa. Com alguns empregados com medo de mim, pessoas me bajulando a todo o momento, e outras que faziam questão de se manter distante, alguns telefonemas, algumas visitas intimas de minha secretaria, ou de mulheres de alto porte, alguns advogados entediantes, ou subordinados insuportáveis e talvez quem sabe, algumas demissões. Seria uma manhã normal de trabalho, se não fosse por uma loira muito bonita, porém bem nova ainda, invadindo meu escritório naquela manhã. Eu sabia quem era ela. Como não saber? Eu só queria entender o que Rosálie Hale fazia aqui em meu escritório.

– Sr. Cullen me desculpe ela entrou sem avisar e ...

– Sem problemas Tânia. Pode se retirar. – Falei sem tirar os olhos de Rosálie, quando Tânia saiu, a vi vindo em minha direção e parando em frente a minha mesa, para me dizer bonitas palavras.

– Você me dá nojo Carlisle Cullen! – Falou entre dentes

– Oh querida, não é a primeira vez que ouço isso. – Falei sorrindo. – Mas o que a trouxe aqui, Rosálie Hale? – Ela me olhou de lado.

– Como você sabe meu nome? – Soltei uma risada.

– Eu sei o nome de todos que me rodeiam, mesmo que indiretamente. Você é filha, de Sara Brancofth atriz bastante famosa e John Hale general aposentado do exército Americano. Já sai com sua mãe querida. – Falei. Ela me olhou com mais nojo ainda, como se eu fosse a pior espécie de homem.

– Você não presta!

– Quem não presta é sua linda e gostosa mãe, que te deixou ainda pequena pra seguir a carreira. – Seu rosto ficou logo vermelho de raiva.

– Olhe aqui ...

– Olhe aqui você. Essa é minha sala, minha empresa e se não falar logo o que quer aqui eu irei lhe expulsar. – Falei frio, logo a cortando. Ela não parecia nem um pouco intimidada com minha ameaça.

– Eu não tenho medo de você – Falou petulante.

– Vejo que seu pai lhe criou muito bem!- Disse com escárnio

– Sim, com certeza. Mas indo direto ao ponto principal.

– Qual seria? – Perguntei entediado.

– Isabella Swan.- Ao ouvi aquele nome, meu coração perdeu uma batida.- Consegue se lembrar da garota que você fez questão de quebrar o coração a uns dois meses atrás?