Alguns dias passaram e eu estava ficando cada vez mais mal-humorada por ter que aguentar esse povo. Estava morrendo de vontade de voltar para Hogwarts.

Cara, nunca achei que diria isso, mas eu quero voltar para Hogwarts logo. Tudo por causa do Draco, não estava mais aguentando de saudades dele.

Tinha passado os dias ajudando os Weasley, Harry e Sirius - que estava super animado em ver a casa cheia - a pendurar a decoração de Natal na casa, e podemos dizer que ela tinha ate que ficado... Apresentável.

Em frente onde o Harry me mostrou que ficava a árvore genealógica dos Black estava uma grande árvore de Natal que eu tinha enfeitado com fadinhas vivas. Descobri que a árvore tinha sido arrumado pelo tal Mundungo, o mesmo que tinha aberto o bico e contado tudo o que sabia da Ordem para o Chris.

Teria que me lembrar posteriormente de contar isso ao Sirius.

Nos lustres que quando eu cheguei estavam cheios de teia de aranha agora estava brilhante de tão limpo e as teias de aranha fora substituídas por guirlandas de azevinho e serpentina dourada e prateada.

Em todos os tapetes tinham um pouco de neve magica, e em todas as cabeças dos elfos que foram mortos pelos antepassados do Sirius quando eles ficavam muito velhos estavam enfeitadas com gorros coloridos e barbas de papai Noel.

Não preciso dizer que fiquei horrorizada quando descobri o que os antepassados do Sirius tinham feito com os elfos, quase me juntei a organização do F.A.L.E que a Hermione fundou para ajudar nos direitos dos Elfos Domésticos.

Mas foi só quase, não quis dar esse gostinho a ela mesmo achando que os Elfos deviam ganhar pelo que fazem.

Na manhã de Natal eu fui acordada pelo barulho da Hermione e da Gina abrindo os presentes.

Tinha recuperado a minha cama e agora Hermione estava dormindo em uma cama de armar bem longe de mim.

_Querem fazer o favor de diminuir o barulho? - perguntei irritada e puxei a coberta pra cobrir o meu rosto querendo voltar a dormir.

_Larga de ser mal-humorada Evolet, é Natal - Hermione disse amigavelmente - você também recebeu presentes. E obrigada pelo livro.

_Eu também ganhei presentes é? - perguntei jogando a coberta para lado para poder olhar pra ela.

_Ahan - Hermione respondeu e apontou para uma pilha de presentes que estava ao pé da minha cama.

Olhei no relógio que tinha em cima da cama de cabeceira, já estava quase na hora do almoço então resolvi levantar.

Me sentei e puxei a pilha para perto de mim, não esperava ganhar tantos presentes afinal eu só ganhava presentes do Chris e da Laurie e como já tinha trazido os presentes deles pra cá o dia em que saímos só estava esperando mais dois embrulhos, um do Harry e outro do Sirius.

Achei os presentes deles e mais cindo embrulhos. Ganhei uma agenda de tarefas da Hermione, do Sr. e da Sr.ª Weasley ganhei um suéter vermelho com a letra E bordada, reparei que era igual ao que a Gina e a Hermione estavam usando a única diferença eram as letras na frente, um par de orelhas-extensíveis dos gêmeos, três livros um do Harry outro do Rony e um do Sirius e por último um desenho de uma bola redonda com uma coisa vermelha em cima, dentro dessa bola tinha desenhado dois círculos menores e um risco que parecia um sorriso.

Embaixo estava escrito “Evolet Potter”

_Que fofo, o Dobby fez um quadro seu - Hermione pegou o desenho da minha mão e mostrou a Gina.

_Parece uma bola cheia de barro - Gina comentou.

A fuzilei com o olhar.

_Não te perguntei o que parece - disse áspera e puxei o desenho de suas mãos.

Percebi que eu tinha ganhado presente de todos menos da Gina, mas foda-se eu não ia com a cara dela mesmo.

Guardei meus presentes no malão e fui trocar de roupa. Hermione e Gina já estavam prontas, mas me esperaram. Gina obrigada pela Hermione e Hermione tentando ser mais amigável pelo pedido que Harry para que nos parássemos de brigar quando nos viu discutindo por causa da cama.

Coloquei uma calça jeans e o suéter que tinha ganhado da Sr.ª Weasley igual as outras duas. Estava terminando de amarrar meu tênis quando percebi que elas estavam tendo uma discussão silenciosa.

_Eu não vou agradecer - Gina sussurrou.

_Anda logo Gina, não vai doer você dizer um simples obrigado - Hermione retrucou também em sussurro.

Gina bufou e eu ergui a cabeça para ver o que estava acontecendo.

_Obrigado - Gina agradeceu secamente quando me viu olhando para elas com a sobrancelha arqueada - Pelo presente... Não precisava, e eu esqueci de comprar um presente pra você mas depois te compro alguma coisa.

_De nada - respondi e dei de ombros.

_Viu, eu disse que não ia te matar - Hermione sussurrou para ela.

Gina olhou feio para Hermione e saiu do quarto.

Rolei os olhos.

_O que é isso? - perguntei quando terminei de amarar meu tênis. Hermione estava com um embrulho de papel pardo nas mãos.

_Um presente para o Mostro - ela respondeu - Uma colcha, para alegrar o quarto dele.

_Ele tem um quarto? - perguntei enquanto descíamos para almoçar.

_Sirius disse que parece mais uma toca - ela deu de ombros.

Encontramos Harry, Rony, Fred e Jorge no caminho, os quatro também usando suéteres tricotados pela Sr.ª Weasley, percebi que parecia um tipo de tradição todo mundo usa-los no dia de Natal.

Quando chegamos ao porão Harry, Rony e Hermione foram ate um armário perto do aquecedor para procurar Monstro e eu fui com os gêmeos para a mesa. Me sentei ao lado do Sirius.

_Feliz Natal - desejei quando me sentei.

_Obrigado - Sirius respondeu e bebeu um pouco do seu suco de abobora.

_Gostou do livro que eu te dei? - perguntei. Me servir um pedaço de torta de alguma coisa que eu não reconheci mas que parecia ser bom.

Sirius assentiu com a cabeça sem poder falar pois tinha acabado de colocar na boca um pedaço de frango.

_Achei que fosse uma boa coisa para passar o tempo quando a casa estiver vazia outra vez.

Sirius concordou e deu um sorriso fraco, pareceu ficar triste pelo fato de que logo a casa estaria vazia outra vez.

Percebi que ele não estava muito a fim de conversar então terminei de comer em silêncio enquanto prestava atenção na conversa do Harry, do Rony e da Hermione, parecia que o Monstro tinha sumido. Sirius disse que ele provavelmente estava no sótão procurando alguma relíquia da família para guardar e que ia procura-lo mais tarde.

Depois do almoço a Sr.ª Weasley pediu que os filhos, eu, Harry e Hermione nos arrumássemos para ir ao St. Mungus ver o Sr. Weasley.

Fui ate a sala onde o Sirius estava parado em frente à janela olhando a rua. Parei ao lado dele de braços cruzados.

_Fale para aquela mulher que eu me recuso a sair daqui. - mandei.

Sirius arqueou uma sobrancelha.

_Fale você mesma - ele respondeu e voltou a olhar a janela.

_Eu to falando sério Sirius, meu pé ainda esta doendo, - menti - e eu não to nem um pouco a fim de ter que caminhar ate o Hospital e depois ficar olhando para uma pessoa que eu mal conheço com a maior cara de felicidade como se tivesse alegre por estar ali.

_Evolet eu sei que o seu pé já melhorou há muito tempo - Sirius avisou.

Isso era verdade, no dia seguinte ao da minha fuga para ver o Chris e a Laurie a Sr.ª Weasley mesmo brava comigo tinha me dado uma poção para que a dor em meu pé melhorasse e ele se curasse mais rápido. Fazia tempo que eu não estava mais nem lembrando dele.

_Mas - Sirius continuou vendo a minha expressão irritada - você pode dizer a ela que por mais que queira ver o Sr. Weasley prefere não me deixar sozinho no dia de Natal.

Me senti mal por Sirius, eu não ter pensado nisso antes ate que tudo bem, eu sempre fui meio desligada. Mas será que nenhum dos outros pensou que ele não gostaria de passar o resto do dia de Natal sozinho.

_Obrigada Sirius - agradeci de cabeça baixa constrangida por estar usando ele para não ter que ir ao Hospital.

Fui ate o quarto da Sr.ª Weasley e expliquei que não queria deixar Sirius sozinho, o que agora não era mais uma desculpa e sim um fato. Ela aceitou que eu ficasse sem reclamar e eu pedi que ela desejasse “Feliz Natal” ao Sr. Weasley por mim.

Depois que todos saíram eu peguei um dos livros que tinha ganhado e fui para a sala. Sirius ainda estava lá observando a rua pela janela.

Comecei a ler o livro em silêncio. Depois de um tempo Sirius resolveu puxar assunto.

_Onde foi no dia em que fugiu? - ele perguntou curioso.

_Fui ver meus amigos de Beauxbatons - respondi sem tirar os olhos do livro - Chris e Laurie.

_Eles não são franceses?

_Nem todo mundo que estuda em Beauxbatons é da França - respondi - Laurie é, mas veio para cá quando era criança. Já Chris é britânico como nós, os dois moram em um vilarejo a alguns quilômetros de Londres.

Eu fechei meu livro e o coloquei de lado para olhar para Sirius.

_Faz um tempo que eu quero falar do Chris com você... - comecei.

_Me pedindo conselhos amorosos Evolet? - Sirius perguntou divertido.

_Com certeza não. - respondi e dei risada - Quem precisa dos seus conselhos é o Harry, eu já tenho namorado.

_E quem é o felizardo? - Sirius perguntou curioso.

Merda, não devia ter dito que tinha namorado, pelo visto ninguém tinha falado que eu estava namorando o Draco e eu podia muito bem ter deixado esse assunto quieto.

_Draco Malfoy - disse com cuidado.

_Você esta namorando o filho do Lúcio Malfoy? - Sirius perguntou começando a parecer irritado - O filho de um Comensal da Morte?

_Tem outro Draco Malfoy? - perguntei.

_Evolet ele pode ser perigoso, - Sirius disse preocupado e se sentou no outro sofá a minha frente - já pensou que ele pode estar te usando para conseguir informações da Ordem?

_Sirius eu duvido muito que o Draco saiba alguma coisa da Ordem, - respondi irritada - e eu mesma não sabia nada da Ordem antes de vir para cá como ele pode estar me usando se nós já estávamos namorando a um bom tempo?

_Mesmo assim - ele retrucou tentando me convencer - Esse garoto, Malfoy, pode estar te usando, ele pode ate mesmo estar com você a mando de Voldemort.

_Sirius, Draco não é como o pai - falei - ele é muito melhor do que esse Lúcio.

_Não é isso que eu escutei o Harry falar.

_Harry é um idiota, - afirmei - e Draco inferniza a vida dele desde que eles estavam no primeiro ano, é lógico que o Harry iria falar mal do Draco.

_Mais um motivo para eu não gostar desse garoto - Sirius resmungou.

_Não estou pedindo para você gostar dele, - respondo rude - e o assunto nem era o Draco, eu quero falar do Chris.

_O que tem esse? - Sirius perguntou sem interesse.

_Ele sabe sobre a Ordem - soltei e completei rapidamente quando Sirius me olhou furioso - mas não fui eu quem contou.

_Então como ele sabe? - Sirius perguntou desconfiado.

_O pai dele era da primeira geração da Ordem - respondi.

_Qual o nome do pai dele?

_Oliver Fournier, - respondi - foi morto alguns meses antes dos meus pais.

_Eu me lembro dele - Sirius disse - mas se ele tem dezessete anos como sabe da Ordem? Era novo demais para lembrar do pai falando alguma coisa sobre ela.

_A mãe dele sempre disse que o Sr. Fournier trabalhava na Ordem, acho que para o Chris achar que o pai era um herói ou sei lá.

Sirius assentiu com a cabeça.

_E o que ele sabe exatamente? - perguntou.

_Muita coisa, sabe sobre a arma que Voldemort esta procurando, onde é a sede e que você esta escondido aqui.

_E você contou tudo isso a ele - Sirius afirmou irritado.

_Eu acabei de dizer que não disse nada a ele Sirius - respondi irritada - Mas parece que vocês tem um idiota no meio de vocês que não sabe perceber o blefe de um garoto de dezessete anos.

_Mundungo - Sirius adivinhou com um ar cansado.

_Ele mesmo. - balancei a cabeça - Parece que o Chris o encontrou com um monte de caldeirões roubados e disse que se ele não contasse o que sabia iria denuncia-lo para o Ministério.

_Bem que a Molly disse que ele não era de confiança - Sirius comentou preocupado - Vou ter que falar com Dumbledore sobre isso. Acha que o seu amigo vai contar a alguém sobre a Ordem?

_Não - respondi confiante - ele só me contou que sabia porque tinha certeza que eu estava passando as férias aqui.

Sirius assentiu com a cabeça e ficou em silêncio.

_Chris quer entrar na Ordem quando se formar - disse - Acha que poderia falar com Dumbledore sobre isso? - perguntei esperançosa.

_Vou ter que falar, ele sabe demais - Sirius respondeu - é melhor que fique do nosso lado.

Chris iria ficar me devendo essa por um bom tempo se Dumbledore o aceitasse.

(...)

O resto das férias passou extremamente devagar. Não sei se era porque eu queria voltar a Hogwarts logo ou porque eu não tinha muito o que fazer aqui.

Faltava um dia para voltarmos para a escola e o humor do Sirius tinha piorado constantemente, agora ele se trancava por horas no quarto da mãe junto com Bicuço e vivia resmungando.

Eu estava com Gina e Hermione no quarto do Harry assistindo ele e Rony jogarem xadrez de bruxo quando a Sr.ª Weasley veio nos chamar.

_Harry, Evolet - a Sr.ª Weasley chamou da porta - podem vir a cozinha? O professor Snape esta ai e quer falar com vocês.

Na hora em que ela falou eu parei de prestar atenção no jogo para olhar para ela confusa.

O que Snape queria com a gente?

_Achata ele, é só um peão idiota - Harry reclamou para a sua torre que lutava com um peão do Rony.

_Harry preste atenção - ralhei e lhe dei uma cutucada nas costelas.

_Ah sim - ele olhou para a Sr.ª Weasley, Rony, Hermione e Gina acompanharam seu olhar - Desculpe, o que a senhora disse?

_Que o professor Snape esta ai e quer falar com você e com a Evolet - ela tornou a falar - ele está esperando vocês na cozinha.

O queixo de Harry caiu e ele me olhou aterrorizado, pelo visto ele odiava Snape.

_Snape esta aqui? - perguntei confusa - mas, ele sabe da Ordem?

_Professor Snape - a Sr.ª Weasley corrigiu - e ele faz parte da Ordem. Agora andem logo, ele não quer se demorar - ela pediu e saiu do quarto.

_O que foi que você fez? - Harry e eu perguntamos um ao outro ao mesmo tempo.

_Eu não fiz nada - respondi - ele deve estar aqui por causa de você. Até onde eu sei, ele te odeia.

_Você fala como se ele gostasse muito de você - Harry retrucou.

_Não gosta, mas odeia um pouco menos - dei de ombros.

_Vão logo lá ver - Hermione se intrometeu.

Saímos do quarto e fomos ate a cozinha. Quando chegamos lá Sirius estava sentado a mesa com Snape a sua frente, os dois tinham caras de desagrado.

_Sentem-se - Snape mandou quando nos viu.

_Sabe, - Sirius falou - eu preferia que não desse ordens na minha casa.

Snape o ignorou.

_Eu devia velos sozinho - Snape começou - mas Black...

_Sou o padrinho deles - Sirius o cortou - tenho o direito de ficar aqui.

_Dumbledore me mandou aqui - Snape continuou - mas fique Black, sei que gosta de se sentir participativo.

_Que quer dizer com isso? - Sirius perguntou furioso, eu e Harry ficamos apenas observando os dois.

_Só tenho certeza de que você deve se sentir frustrado por não poder fazer nada de útil pela Ordem.

_Tenho certeza de que se ele não estivesse preso aqui seria muito mais útil do que você - comentei irritada.

Snape me lançou um olhar irritado, mas não respondeu.

_Dumbledore me mandou aqui - ele voltou a falar - para dizer que ele quer que vocês estudem Oclumência nesse trimestre.

_Estude o que? - Harry perguntou sem entender.

_Oclumência Harry, é o estudo da defesa da mente contra penetração externa. - expliquei - Pode ser extremante útil.

_Exatamente Srtª Potter, mas devo dizer que eu acho que a pergunta do seu irmão não foi feita a você - Snape disse.

_Tanto faz. - rolei os olhos - Pra que Dumbledore quer que a gente aprenda isso?

_O diretor acha que é uma boa ideia - Snape respondeu suavemente - vocês terão aulas uma vez por semana e a professora Umbridge não pode saber disso. Entenderam?

_Sim senhor - Harry respondeu e eu assenti com a cabeça - e quem é que vai nos ensinar?

_Eu. - Snape respondeu.

Olhei para Harry, ele parecia estar pensando no que tinha feito para merecer isso.

Percebi que Oclumência ate que poderia ser uma boa coisa para Harry, por causa dos sonhos que ele tinha com Voldemort, mas para mim? Era completamente desnecessário.

_E por que é que Dumbledore não ensina a eles? - Sirius perguntou agressivamente.

_Suponho que Dumbledore não queria uma tarefa tão desagradável - Snape respondeu e se levantou - Terão aulas separadas, espero você - ele disse para Harry - na minha sala, segunda-feira às seis horas da tarde, e você - ele disse para mim - na terça, mesmo lugar e horário. Se alguém perguntar digam que estão tendo aulas de reforço.

Snape se virou para ir embora, mas Sirius o impediu.

_Espere um momento - pediu Sirius e se ajeitou na cadeira.

_Estou com presa, ao contrário de você eu tenho um tempo limitado de lazer. - Snape disse desdenhoso e se virou para Sirius.

_Vou direto ao assunto. - Sirius avisou e levantou da cadeira - Se eu souber que você esta usando essas aulas de Oclumência para infernizar a vida deles terá que se acertar comigo.

_Que comovente. - Snape debochou - Mas creio que já reparou que os dois são muito parecidos com o pai, o garoto principalmente. Não é?

_Já - Sirius respondeu orgulhoso.

_Então sabe que esses dois são tão arrogantes que as críticas resvalam neles.

Sirius empurrou a cadeira e puxou a varinha. Snape fez o mesmo. Os dois ficaram frente a frente medindo-se. Reparei que Sirius era bem mais alto que Snape e que estava furioso. Se houvesse uma briga sem as varinhas Sirius ganharia com certeza.

_Eu lhe avisei, ranhoso - Sirius disse - não me importo que Dumbledore acha que você se regenerou, eu sei que não.

_Então diga isso a ele - Snape mandou - ou tem medo que Dumbledore não leve a sério a palavra de um homem que esta há seis meses se escondendo na casa da mãe?

_Me diga - Sirius pediu - como anda Lúcio Malfoy? Imagino que feliz em saber que o seu cachorrinho de estimação esta trabalhando em Hogwarts.

_Por falar em cachorro - Snape disse mansamente - sabia que Lúcio o reconheceu na estação? Ideia brilhante deixar que te vissem em estação segura, arrumou um motivo para nunca mais sair daqui não foi?

Sirius ergueu a varinha e deu um passo a frente.

_NÃO - Harry berrou e pulou por cima da mesa para interferir na discussão - Sirius não.

Eu me levantei da cadeira com a varinha em punho pronta para ser usada se Harry não parasse os dois e isso fosse longe demais.

_Esta me chamando de covarde? - Sirius perguntou furioso tentando tirar Harry que tinha parado entre ele e Snape.

_Suponho que sim - Snape respondeu desdenhoso.

_Saia Harry - Sirius mandou e o empurrou para o lado.

Nisso a porta da cozinha se abriu e a família Weasley e Hermione entraram felizes trazendo o Sr. Weasley de pijama para dentro.

_Curado! - exclamou o Sr. Weasley.

Depois viu Sirius e Snape com as varinhas erguidas e apontadas um para o outro com Harry no meio e parou na porta.

_Que é que esta acontecendo aqui - perguntou.

Os dois abaixaram as varinhas e se olharam com extremo desprezo. Snape saiu pela porta sem dizer nada.

_Que é que estava acontecendo? - Sr. Weasley perguntou preocupado.

_Nada. - Sirius respondeu - Só uma conversa amigável entre dois velhos amigos de escola - ele fez um esforço para sorrir - E Então... Curado? Ótima noticia.

O resto da noite foi tranquila, todos pareciam felizes pela volta do Sr. Weasley e ate eu estava tentando me esforçar para parecer amigável.

Diferente de Sirius que tinha uma expressão melancólica no rosto.

Perguntei a Harry quando foi a última vez que Sirius tinha saído do Largo Grimmauld e ele disse que fora no dia em que Harry tinha voltado para a escola. Lúcio deve telo visto na estação quando foi levar Draco para pegar o trem.

Fiquei com medo de que Sirius tivesse ficado irritado demais com o que Snape disse e saísse do Largo Grimmauld.

No outro dia depois do café eu e Harry fomos nos despedir de Sirius enquanto os outros foram pegar os malões. Tonks e Lupin já estavam nos esperando do lado de fora para nos acompanhar ate Hogwarts.

_Quero que levem isso - Sirius disse com dois embrulhos, cada um do tamanho de um livro.

_O que é isso? - perguntei curiosa.

Sirius entregou um dos embrulhos para Harry e outro para mim.

_Um modo de avisar se Snape estiver infernizando a vida de vocês - ele deu de ombros - Usem se precisarem falar comigo, esta bem?

Guardei o meu embrulho na bolsa e Harry guardou o dele no casaco.

_Melhor irem logo - Sirius avisou com um sorriso triste e deu uma palmadinha no ombro do Harry.

Harry se despediu foi em direção a Sr.ª Weasley que tentava fazer os gêmeos colocarem luvas de tricô.

_Não faça nada de idiota Sirius - recomendei preocupada - não interessa o que Snape disse. Você ajuda mais trancado nessa casa do que preso em Azkaban, ou morto.

Sirius não respondeu. Nessa hora eu tive certeza de que se alguma coisa acontecesse comigo ou com Harry ele não pensaria duas vezes em sair do Largo Grimmauld.

_Adeus Evolet - ele se despediu com um sorriso triste e me empurrou para fora.

Sai da casa arrastando meu malão comigo. Tonks estava nos esperando na calçada, hoje ela tinha a aparência de uma mulher alta, magra e de cabelos pretos com alguns fios brancos.

Como eu queria ser Metamorfomaga.

Lupin estava junto dela e esticou o braço direito quando todos já tinham saído e o número doze não estava mais a vista.

Um ônibus roxo de três andares de materializou. Iriamos voltar de Nôitibus para Hogwarts.

Odiei a viagem, aquele ônibus ia rápido demais, os bancos balançavam por causa da velocidade e a cada curva que ele fazia eu dava de cara com o chão.

Sem contar que eu quase vomitei no Rony que teve o azar de sentar ao meu lado.

Fomos deixados em Hogsmeade e fomos a pé ate Hogwarts. Os outros seis - Harry, Rony, Hermione, Fred, Jorge e Gina - andavam penosamente pela estrada que levava ate o castelo enquanto eu andava o mais rápido que conseguia. Só não corri ate Hogwarts porque não aguentaria carregar o malão, nunca estive tão contente em ter que andar.

Com sorte veria Draco antes do almoço. E com mais sorte ainda ele não me mataria por sumir do nada.

Quando chegamos ao castelo eu me despedi dos outros e fui em direção as masmorras. O Salão Comunal da Sonserina estava vazio, acho que poucos estudantes já tinham voltado das férias e os que voltaram deviam estar almoçando.

Fui ate o meu quarto e deixei meu malão em um canto, procurei Boris mas ele não estava no quarto. Esse era outro que me mataria quando me visse, eu tinha abandonado ele em Hogwarts.

Sem ter o que fazer no quarto eu corri ate o Salão Principal, parecia que os poucos que já tinham voltado das férias estavam lá. Ninguém me olhou quando eu entrei, graças a Merlin eles pareciam ter esquecido completamente daquela história de gravidez.

Vasculhei a mesa da Sonserina a procura de Draco, mas ele não estava lá. Fui ate onde estavam Crabbe e Goyle e me sentei em frente a eles.

_Goyle? - chamei interrompendo a conversa dos garotos - Draco já voltou?

_Não. - Crabbe respondeu tentando chamar a minha atenção.

Eu não tinha falado com ele desde o dia em que ele me agarrou no baile e continuaria assim.

_Obrigado Goyle - dei ênfase ao nome do garoto - Sabe que horas ele volta?

_Ele sempre volta perto da hora do jantar - Goyle respondeu e olhou no relógio - se eu fosse você aproveitaria o tempo para arrumar uma boa desculpa por ter sumido sem se despedir. Draco está furioso.

Assenti com a cabeça e agradeci. Resolvi almoçar já que eu teria que esperar algumas horas para poder ver o Draco.

Depois do almoço eu fui procurar o Boris, mas como não o encontrei em lugar nenhum do castelo eu voltei para o meu quarto, tomei banho, troquei de roupa e peguei um livro trouxa.

Tinha decidido esperar Draco no quarto dele. Abri a porta com a chave que ele tinha me dado e me enfiei em sua cama.

O quarto inteiro exalava o cheiro de Draco, senti meu coração se apertar de saudade.

É. Quem diria, Evolet Potter apaixonada, pensei debochada.

Arrumei o travesseiro de modo que eu pudesse ficar meio sentada/deitada e puxei o edredom para me cobrir, comecei a ler o livro mas depois de dois capítulos acabei caindo na inconsciência.