The Rest Of The Sun Belongs To Me escrita por Thaiana Snape


Capítulo 2
Der erste tag




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Antes de sair, a professora de Transfiguração da escola havia, por conselho de Dumbledore, lhe sugerido que ficasse em seu dormitório e descansasse pelo espaço entre o almoço e o jantar, facilitando assim que se acostumasse ao ‘novo fuso’; afinal, do final de tarde retornara imediatamente ao meio-dia. Precisaria estar pronta para sua rotina estudantil já para o dia seguinte. Hermione, consciente de que teria de disfarçar seu estado o máximo possível, acatou a sugestão de imediato.

Com uma poção de Sono Sem Sonhos, cedida por Madame Pomfrey, a duração de seu descanso ficou ainda maior, e ela só acordou na manhã seguinte; cedo a ponto de ver o céu se tingir aos poucos de cores quentes pelo nascer do sol, num espetáculo belo e singelo que só a natureza poderia proporcionar.

Como havia deixado a janela da torre aberta, observou um pergaminho dobrado cuidadosamente ao lado de seu travesseiro, deduzindo que uma das corujas de Hogwarts deixara ali seu calendário de aulas enquanto ela dormia.

Dois tempos de Poções com Slytherin a aguardavam nas Masmorras depois do café da manhã, que não fora tão pacato quanto a última refeição que fizera no salão.

“Bom dia.” – um jovem simpático e com aparência cansada saudou-a. Ela sobressaltou-se, por pouco não deixando cair seu garfo no chão. Aquela bondade nos olhos e tal simplicidade lhe eram familiares, sentia como se já houvesse visto aquele rosto em algum lugar.

“Bom dia.” – devolveu o cumprimento e, contagiada pela boa-vontade do rapaz, ela lhe sorriu.

“A professora McGonagall falou conosco ontem à noite sobre você. Disse que era ensinada por tutores e que era para a recebermos bem. Seja bem vinda, senhorita...?”

Após engolir o conteúdo da boca, ela sustentou a ‘mentira’ combinada com a orientação que sua professora, em recado anexo ao pergaminho recebido, havia concedido. Precisava mentir sua identidade por questão de segurança.

“Oh, sim, sou Georgiana Grapow. Ser ensinada por tutores era interessante, mas certamente não é a mesma adrenalina de estudar numa instituição como Hogwarts. E você, como se chama?” – reuniu outra garfada de torta de amora, levando-a à boca.

“Sou Remus Lupin, monitor-chefe.”

Ela, noutro deslize comportamental resultante de surpresa, quase mordeu a língua enquanto mastigava.

“É muito bom conhecê-lo.”

Em versão jovem, querido professor, sua mente completou.

“Pode contar comigo para o que precisar, senhorita Grapow.”

“Pode me chamar de Georgiana, sinto até como se já nos conhecêssemos.” – riu, aparentemente sem motivo algum.

Se ele soubesse...

“Esteja à vontade para usar o meu primeiro nome também. Você está no sétimo ano conosco, não é?”

Ela assentiu e o viu virar a cabeça na direção de três rapazes que o chamavam do outro lado do salão, causando grande estardalhaço.

“Releve a indiscrição dos meus amigos.” – encabulou-se. – “Gostaria de ser apresentada a eles? Até porque Peter e Sirius vão acompanhar James e a mim até a aula de Poções antes de os dois seguirem para Trato das Criaturas Mágicas.”

Focando-se atentamente na direção que Remus fitava, ela enfim se deu conta de como eram os três outros rapazes. Ela reconheceria aqueles fios bagunçados, olhos cinza peculiares e a aura de um traidor de longe. Eram os famosos Marotos.

Percebendo que ele esperava uma resposta sua, Hermione dispensou-os.

“Sinto muito, Remus, a professora McGonagall me chamou até a sala dela para ver todos os pormenores dos meus materiais para o ano letivo. Eu os vejo nas Masmorras daqui a pouco, prometo.”

Como verdadeiramente precisou passar na sala de Minerva, a quem Dumbledore havia contado o 'acidente' que a trouxera àquele tempo, por pouco não se atrasou para a primeira aula e, consequentemente, acabou por quebrar a promessa feita a Lupin.

Chegando à classe, notou com espanto que o único lugar vago ficava na bancada mais próxima da mesa do professor, local de trabalho a ser compartilhado com ninguém menos que o garoto alto e pálido que a pressionou na primeira oportunidade que teve. Remus observou sua situação, os olhos avelã compadecidos por já possuir dupla e não poder livrá-la de se sentar com um slytherin. Seu dia não poderia começar pior.

Assim que Hermione se acomodou no espaço ironicamente reservado a ela, Slughorn surgira por uma abertura lateral. Snape, por sua vez, levantou seus olhos do tampo da mesa em surpresa; no fim das contas, acostumado a passar as aulas sempre sozinho, sem qualquer intrometido dando-lhe palpites furados sobre poções.

Já estava pronto para ameaçar o invasor quando seu olhar cruzou com o dela por um milésimo de segundo. Hermione virou-se para o professor naquele instante, tentando comportar-se o mais naturalmente que seus nervos lhe permitiam.

A presença do homem pareceu conter os ânimos do jovem slytherin, que guardou as palavras de intimidação para uma próxima oportunidade. Enquanto Hermione retirava pena e tinteiro, Slughorn fitou-a de esguelha, em seguida passeando os olhos por todas as mesas ocupadas e chegando à conclusão de que já estava em tempo de começar a aula.

“Guardem os materiais. Hoje faremos um exercício prático para testar os conhecimentos de todos vocês ao longo de todos esses anos; pois, como bem sabem, os últimos exames são fundamentais para suas formações. Quero saber como está o poder de percepção da turma sobre algumas poções importantes.” – apontou para uma mesa aos fundos da sala, onde havia alguns frascos com fluidos das mais variadas tonalidades e texturas. – “Sigam-me.”

O ruído típico de madeira sendo arrastada contra o piso rústico das masmorras era o indício de que os alunos obedeceram rapidamente à ordem dada, levantando-se e pondo-se ombro a ombro diante da enorme mesa.

“Alguém se arrisca a nomear alguma destas poções?” – o braço de Hermione instintivamente foi ao ar, e ele se dirigiu a ela. – “Muito bem, senhorita...?” – Minerva comentara sobre uma nova aluna, mas não se ateve ao nome dela.

“Grapow, senhor. Georgiana Grapow.” – apresentou-se com prontidão, omitindo sua verdadeira identidade outra vez.

“Muito bem, senhorita Grapow, poderia me dizer para quê esta poção é utilizada?” – assinalou um frasquinho no canto direito, com conteúdo azul-escuro.

“Funciona como um antídoto poderoso contra venenos, senhor.”

“Muito bem.” – curvou sua cabeça para baixo em aprovação. – “E a mais próxima a ela?”

Observando a palidez e a aspecto pastoso peculiares da substância, não foi muito difícil para ela deduzir. – “Trata-se da poção ou essência da Paz, professor.”

“E a que está aqui na frente?”

Severus riu por dentro, acreditando que ela não saberia responder. Oh, sim, odiava alunos que se mostravam.

Horace Slughorn queria testar realmente o nível da aluna, então pulou algumas substâncias mais simples, partindo para uma das mais difíceis dali, para desafiá-la.

Ela, no entanto, não titubeou.

“Poção Polissuco.”

“E qual o principal ingrediente para seu preparo?” – encaminhou a pergunta complementar, positivamente surpreso com a resposta correta.

“Algo da pessoa de que se quer tomar a forma. Fios de cabelo, por exemplo.” – a aventurazinha do seu segundo ano bem que lhe serviu para alguma coisa.

“Excelente! Realmente excelente, senhorita Grapow. Cinco pontos para Gryffindor!” – adicionou Slughorn, fazendo Snape resmungar algo ininteligível. – “Vamos ver como estão os demais...” – deu meia-volta, encaminhando-se ao lado oposto da mesa. – “Alguém poderia me dizer qual é esta?”

Várias meninas levantaram as mãos, denunciando-se por motivos óbvios.

“Amortentia, professor, uma poderosíssima poção do Amor.” – uma garotinha franzina de Gryffindor adiantou-se.

“Correto, senhorita Ferrars, possuindo odor específico para cada indivíduo que a cheira, segundo o que pessoalmente mais lhe apraz.” – e então tocou a rolha de uma poção próxima. – “E quanto a esta?”

Ninguém se moveu, apenas o som das respirações era ouvido ali. Snape e Hermione se entreolharam, como se desafiassem um ao outro. O slytherin colocou as mãos nos bolsos, esforçando-se para não ser contaminado com o espírito exibicionista da novata intrometidinha.

Ao interpretar a expressão de Hermione, Slughorn intuiu facilmente que ela estava contendo-se para nada articular.

“Senhorita Grapow?”

Com o canto dos olhos a garota observou o colega ao lado visivelmente furioso. De qualquer modo, ela não hesitou muito mais.

“Veritasserum, também conhecida como...”

“Soro da Verdade.” – terminou por ela. – “Magnífico, senhorita Grapow. Mais cinco pontos para sua Casa!”

Ela sorriu, lembrando-se do entusiasmo de Slughorn em seu sexto ano ao ver que ela conhecia as poções expostas. Nesta outra oportunidade ele agira de modo similar, embora ali fosse mais generoso na concessão de pontos.

“Professor, qual é aquela?” – um rapaz ruivo de Slytherin, com voz peculiarmente grave, questionou, indicando um vidro pequenino rosqueado a um sustentáculo de metal.

“Oh!” – exclamou, fitando outra vez sua mais nova joia em formato de aluna. – “Senhorita Grapow?”

“Felix Felicis, tomada popularmente como Sorte Líquida.”

Ele assentiu novamente em aprovação à outra observação correta.

“E o senhor Snape poderia comentar para o restante da turma o porquê da seriedade da substância?” – solicitou ao aluno predileto de sua Casa.

“Ela não pode ser ingerida em grandes quantidades ou com frequência, pois se tornará tóxica a quem a consumiu. Além disso, seu uso é vedado em eventos oficiais e esportivos.” – respondeu mecanicamente, trincando os dentes e com a voz baixa, seca e gutural característica de seu estado de humor mais ferino.

“Corretíssimo, senhor Snape. Cinco pontos para Slytherin.” – postando-se exatamente atrás da mesa, segurou firmemente em seus dedos calejados um frasquinho com conteúdo escuro. – “E esta é a poção do Morto-Vivo. Seu tempo de preparo é curto, então gostaria que trabalhassem em pares para me conferirem uma amostra ao final da aula.”

Murmúrios de lamentação típicos de alunos insatisfeitos foram ouvidos, logo contidos quanto o professor falou outra vez.

“Aquela dupla que me trouxer a poção mais bem preparada ganhará vinte pontos e um vidrinho de Felix Felicis cada, como recompensa suficiente por seu bom trabalho.”

Os alunos voltaram rapidamente para suas bancadas. Ah, como um prêmio fazia a diferença em horas como aquelas.

Severus encarou-a em desafio novamente.

“Professor Slughorn?” – ele chamou-o, na intenção de investigar se teria como se utilizar da bancada ocupada pelo professor no canto sudoeste da sala, podendo então fazer sozinho sua poção.

“Oh, meu jovem, você não poderia ter escolhido pessoa melhor. Tenho a certeza de que formarão uma dupla imbatível!” – uma pausa. – “E então, o que desejam?”

E lá se foram as chances de trabalhar em paz, Snape constatou.

“Não é nada, senhor. É que eu pensei que estivesse faltando um pistilo, mas agora já o encontrei atrás do caldeirão.”

Com um sorriso, Slughorn afastou-se.

Hermione estreitou os olhos em desconfiança. Ele mentira, pois o pistilo esteve dentro do almofariz próximo a eles o tempo todo. Negros invadiram castanhos outra vez, e ela quase engoliu em seco com o ódio estampado neles.

Virando-se, ele respirou fundo. Visava recompor-se e se concentrar na tarefa agradável que era o preparo de poções. Estar acompanhado em suas obrigações que era a maior barreira.

Sabendo que não poderiam perder mais tempo, ele separou os materiais na bancada e empurrou as raízes de valeriana na direção dela.

“Seja útil e corte isso em partes iguais deste tamanho.” – passou a lâmina na ponta direita da raiz, demonstrando-lhe como proceder.

“Eu sei muito bem o que fazer, não se preocupe.” – rebateu Hermione, visivelmente contrariada. – “A propósito, quem pensa que é para me dar ordens?!” – adiantou-se na direção do caldeirão, limpando-o com um feitiço mudo.

Ele fechou as mãos em punho, e ela viu os nós dos dedos do rapaz ficarem ainda mais brancos, indicando que o sangue estava impedido de circular ali, tamanha a pressão que ele fazia.

“Cale essa boca e faça o que estou mandando! Comece a picar as raízes que lhe dei, enquanto isso eu transformo o asfódelo em pó e cuido do caldeirão.”

Ainda que insatisfeita, a gryffindor obedeceu. Mesmo enquanto jovem, ela bem percebia que não era bom desafiá-lo além dos limites. Já havia visto o Severus Snape adulto em um ataque de fúria, e não era uma boa lembrança.

Minutos depois ele a viu apanhar uma das vagens soporíferas alocadas estrategicamente do seu lado da bancada. Duvidava muito que a garota soubesse como melhor extrair o sumo delas.

Quando se preparava para repreendê-la, viu-a amassar o ingrediente e não cortá-lo, indo contra as instruções do livro. Ela sorriu vitoriosa com a expressão de choque de Severus.

“Quem lhe ensinou isso?” – ele não conteve a curiosidade.

“Tive um excelente professor de Poções.” – não era exatamente uma mentira. Ela aprendera aquilo de Snape, mesmo que indiretamente, ao paginar o livro do Príncipe Mestiço que estava na posse de Harry anos atrás.

“E posso saber de quem se trata?” – indagou outra vez.

“Você não acreditaria se eu dissesse.” – Hermione encerrou ali o assunto.

O slytherin queria respostas a mais, mas percebeu que Slughorn os observava de longe. Talvez estivessem sendo pouco discretos numa discussão que deveria ser particular.

Minutos depois a poção estava pronta, e sem erros aparentes: o que logo alcançou a percepção do professor, que desanimava com o desempenho fraco do restante da turma.

“Está perfeita!” – exclamou, embevecido. – “Vinte pontos para cada um!”

A expressão de Snape não estava tão carrancuda quanto antes, ainda assim ele não parecia plenamente satisfeito por ter dividido seus méritos com uma gryffindor, mesmo que ela fosse competente. Ela era brilhante, na verdade, embora Severus se negasse ferrenhamente a assumir isso para si mesmo.

Os alunos restantes foram liberados, restando somente os dois na classe, afinal o professor logo partira em direção a uma porta lateral. Voltou de lá com as mãos vazias, no entanto.

Encabulado, e sentindo em si o olhar de ambos, aproximou-se das mesas em que ainda jaziam as amostras de poções utilizadas naquela aula.

“Aqui está.” – desenroscou o pequenino frasco de Felix Felicis da base de metal e, em incerteza, estendeu-o na direção de Snape e Hermione, sem fitar um deles em especial – “Eu pensei que possuía mais uma dessas em meu estoque, mas me restou apenas esta. Importam-se em dividir?”

Algo que se tornara comum para eles nas primeiras horas de convivência novamente aconteceu: se entreolharam.

“Pode ficar para ela, senhor, eu realmente não me importo.” – Severus cedeu, numa fala sem emoção e que cuja entonação, na opinião de Hermione, se assemelhava inegavelmente ao estilo Mestre de Poções que marcaria a vida dele nas próximas duas décadas, ao menos.

“Mas, profes...”

“Ora, temos um cavalheiro!” – Horace interrompeu, divertido, a fala de Hermione, pondo desajeitadamente o frasquinho em sua mão esquerda. – “Faça bom proveito, senhorita Grapow.”

Ela corou.

“Obrigada, senhor.” – Hermione agradeceu um pouco contrafeita, e Snape já sumia pela porta, deixando-a sozinha com o professor.

“A propósito, senhorita Grapow, tenho um convite a lhe fazer.”

Ela bem que deveria ter suspeitado de que participaria do Clube do Slug naquela época também. Não que isso a entusiasmasse. Para falar a verdade, as primeiras reuniões eram bem tediosas. Somente em datas especiais algo mais descontraído era oferecido.

Hermione não podia dizer que guardava boas lembranças de seu sexto ano, ainda mais no que tange às investidas inconvenientes de Cormac McLaggen, às vésperas de Natal.

A gryffindor se perguntara se Severus Snape também frequentava o Clube, apesar de a conclusão ser óbvia. Quase deixou a escapar a pergunta, mas – temendo que parecesse interessada demais na pessoa do ali colega de classe – preferiu esperar para ver. No segundo seguinte, sentiu-se uma idiota por ter pensado em seu ex-professor de um modo diferente do convencional; de repente, viu-se torcendo e desejando que a versão jovem dele estivesse lá com ela.

Aquilo não estava bom.

Após uma maçante explicação sobre pessoas importantes do ciclo de relações de Slughorn, ele enfim disse-lhe o que ela queria ouvir e o que encerraria aquele diálogo.

“Eu a vejo no próximo sábado então.” – despediu-se, guiando-a até a porta num gesto surpreendentemente cortês. Quando esta se fechou num estalido discreto, ela suspirou, escorando-se na estrutura de madeira por alguns instantes. Se o professor reabrisse a passagem, ela certamente iria de encontro ao chão, sem equilíbrio. Apesar de saber disso, não se moveu. Quem sabe ela precisasse mesmo de uma queda. Mais uma.

Hermione Granger passou a ser Georgiana Grapow. Não podia mais voltar atrás. Talvez desígnios divinos não devam ser combatidos, mas aceitos de bom grado. O problema era que ela mal sabia por onde começar. Se houvesse um propósito para que estivesse ali, esperava descobri-lo em breve. Um sinal qualquer já lhe serviria de alento. Ainda que fosse uma típica gryffindor, sentia medo. Seria tola se não sentisse, realmente.

Aparentando inesperado alívio por possuir livre o horário anterior ao almoço, ela retornou às acomodações na torre de Gryffindor. Avistou Remus numa das poltronas conversando com o rapaz que ela reconheceu facilmente como sendo Sirius Black. Pareciam fechados em seu próprio mundo, felizmente para ela.

Tudo que menos precisava naquele momento era avistar rostos conhecidos e, pior, interagir com eles. Fugindo de ambos como o diabo da cruz, ela deslocou-se rapidamente em direção às escadas que a levariam ao andar de cima. Agradeceu mentalmente por não ter sido notada enquanto o fazia.

Jogou os materiais de qualquer jeito sobre a cama, sentando-se. Ela inclinou o tronco para frente, apoiando os cotovelos na superfície do colchão, e mergulhou o rosto no travesseiro. Lágrimas chegaram a se formar nos olhos dela, mas Hermione não permitiu que caíssem.

Ela estava ali há praticamente vinte e quatro horas. Ainda restavam-lhe trezentos e sessenta e quatro dias antes de tudo poder ser tomado como perdido de vez. Essa noção espantosamente a acalmou.

Sua missão apenas começara.


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Notas finais do capítulo

- Der erste tag é o nome de uma música do Lacrimosa e, do alemão, significa o primeiro dia, referência ao tempo em que a Hermione estaria na sua nova realidade.

— O novo nome dado à Hermione, assim como seu original, vem do grego. Na Grécia, os mais antigos possuíam a tradição de nomear-se segundo as atividades que exerciam. Granger (assim como o nome Jorge/George, originalmente grego) quer dizer fazendeiro, então apenas fiz a correspondência entre os idiomas e a variação entre o masculino e o feminino. Grapow é o sobrenome de um músico alemão ex-membro da banda Helloween.