*Vitória Parte*

   Viajamos +- 1 hora e paramos para abastecer. Tinha uma lojinha-lanchonete no posto e enquanto eu esperava no carro, Niall foi comprar água, mas não demorou muito e ele já estava de volta. Chegamos em um lugar deserto, repleto de pedras enormes, com vegetação rasteira e por incrível que pareça, borboletas de cores e tamanhos exóticos surgiam por entre as rochas.

   Fizemos um piquenique com direito a toalha xadrez, cestinha de palha e tudo. Enquanto dividíamos um pão com pasta de amendoim e geleia, eu comentei:

 - Me fala Ni, onde mais no mundo eu posso encontrar outro menino igual a você? – Ele corou, mas respondeu com uma pontinha de ciúmes:

 - Por quê? Você quer outro? !

  - Claro que não, seu bobo. É porque eu dei uma sorte tão grande de te encontrar em meio a mais de 7 bilhões de pessoas, e acho que não existe mais nenhuma como você.

 -A sorte foi minha de te achar. - Ele percebeu que eu iria protestar e continuou – E sem discussão, porque sou eu quem está certo. – Fiz um biquinho e fiquei em silêncio.

  Depois de algum tempo brincando e comendo, ele me mandou segurar sua mão e fechar os olhos. Fiz isso e tentei não tropeçar. Senti uma subida muito íngreme, ia abrir os olhos, mas ele não deixou. Arrastou-me para cima cada vez mais até que finalmente senti o chão se alinhar novamente e, agora com as mãos dele sobre meus olhos. Paramos de repente e pude sentir a brisa gelada... em seguida ele tirou as mãos, me abraçou por trás e me deu um beijo quente no rosto. A vista era... como eu posso dizer...? Incrível! De lá eu podia ver as pedras, uma sobre a outra, e depois, bem distante, a cidade. Era muito perfeito, parecia pintura.

  Meus cabelos estavam voando por culpa da ventania, até que retirei a tiara e tropecei nos meus próprios pés, sendo obrigada a me apoiar em Niall. Ele me segurou em um abraço bem aconchegante e por fim disse:

  - Vi, quero te perguntar uma coisa, mas estou nervoso demais para falar tudo o que eu quero, então vou direto ao ponto.

  - Pode falar Nini.

  - Quer ser minha garota? Meu bebê? Minha namorada?

 *Niall Parte*

  Coloquei para fora o que me afligia. O pedido. Ela, depois de me obrigar a observar todas as expressões faciais existentes possíveis, me abraçou, se afastou, me deu um tapa dolorido no ombro, pediu desculpas, me beijou, corou, ficou distante como se estivesse em outro mundo, e nessa hora eu juro que vi lágrimas inundando suas pálpebras, querendo sair, mas ela foi mais forte e não deixou.

  Tudo estava acabado pra mim. Eu tinha “avançado o sinal” cedo demais, na hora errada, ela ia me despedaçar agora com uma resposta óbvia e sair correndo, chorando, com vontade de pegar o primeiro avião de volta pro Brasil. – Pensei. – Enfim ela disse: