Você Me Ama ? escrita por MissJonas


Capítulo 1
New York ,2013


Notas iniciais do capítulo

- New york é sim frio no inverno. Não esqueça o cachecol, nem deixe de tomar um chocolate quente -



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“He said I’ve been to the year 3000...”

Sim, pela milionésima vez, eu estava ouvindo essa música. Não conseguia parar. Minha [enorme] lista de reprodução era só para eles, os Jonas Brothers. Não era possível parar de ouvir. Estou ouvindo a mesma [enorme] lista de reprodução desde os meus 15 anos, a única diferenças eram as musicas novas que ia adicionando ao longo do caminho. Ainda não tinha chegado ao ano 3000, ainda era 2013, eu ainda tinha 20 anos. Só que dessa vez eu estava aproveitando minha viajem a New York, minha viajem que eu tanto tinha chorado para conseguir com meus pais. E agora, aqui estou eu, em NY, em um daqueles lugares onde se pode levar o laptop e tomar café o dia todo. Mas eu não gosto de café, então escolhi chocolate quente, eu nunca imaginava que aqui era tão frio, e como minha lista de reprodução não pode parar, conectei meu fone ao laptop e fiquei ouvindo meus Jonas Brothers, e dessa vez ninguém poderia me atrapalhar. Era só o segundo dia das duas semanas que passaria lá, e como primeiro da lista, eu entrei em um desses “Cafes” e pretendia ficar lá o dia todo, ouvindo música e atualizando Orkut. Sim, eu queria passar o dia todo ali, quietinha com meu chocolate quente. Então passei pela comunidade no Orkut que me deixava mais triste: “Jonas se separam! E agora?”. Os Jonas haviam se separado havia uns três anos e na época eu fiquei sim decepcionada, mas continuava ouvindo e eles ainda eram minha lista de reprodução favorita. Depois disso, nunca mais haviam ouvido falar de Jonas Brothers.

 

 

Eu, meu chocolate, minha lista de reprodução e meu computador estávamos ali distraídos e com frio. Cachecóis realmente funcionam no frio, não se esqueça de comprar um algum dia. “A Little bit longer..” Essa música era meio triste, mas eu gostava. Olhei ao redor e vi pessoas nas outras mesas com outros computadores, e algumas nos sofás. Ah! Que coisa boa!

      Então, uma pessoa entrou, e era estranho, parecia estar com mais frio do que o normal, será que havia esfriado lá fora? Ele estava com um cachecol cobrindo a boca, e um casaco tão grande que só seus dedos eram visíveis na manga, e ainda uma boina, uma boina que escondia quase todo o cabelo, só alguns fios encaracolados ficavam para fora. Não consegui não ficar olhando, ele era tão familiar. E ele me notou, quase não desviei o olhar a tempo, mas não resisti e dei uma espiadela. Ele era realmente bonito, e tinha olhos tão diferentes. Opa! Ele reparou que eu estava olhando, mas fingiu que não viu nada. Eu voltei para meu computador e peguei a caneca de chocolate, quando vi que estava vazia e precisava de outra. Minimizei as janelas e peguei a caneca, quando me virei, e quase esbarrei nele bem atrás de mim.

--Sorry... – Eu falei e fui até a bancada pedir mais chocolate. Mas quando me virei para minha mesa ele estava lá olhando para meu computador.

--Excuse me. – Eu falava bem inglês, depois de alguns muitos anos de curso isso era inevitável. Mas para fins de fácil entendimento, as falas serão em português.

-- Desculpe, eu estava apenas olhando seu papel de parede. Você conheceu essa banda? Os Jonas Brothers? – Ele falava tão diferente, era tão delicado. Então prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo, eu fazia isso de vez em quando.

-- Claro! Eles são meus favoritos! Você conhece? – Que pergunta idiota, era claro que ele conhecia, foi ele quem perguntou.

--Eles se separaram. Você sabe, não é? – Era claro que eu sabia. Quem esse cara achou que eu fosse? E porque ele estava falando comigo, um cara bonito assim, falando comigo. Que estranho.

--Sabia... Mas ainda sim, são meus favoritos. Gosto deles desde que eu tinha uns 15 anos. –

Eu sorri, não podia deixar de sorrir, era meu jeito.

-- Nossa! Você é realmente uma fã. – Ele tirou a boina e desamarrou o cachecol. Tinha o cabelo encaracolado e uma boca pequena, mas ao mesmo tempo tentadora. E agora ele me parecia cada vez mais familiar. Então ele se sentou na outra única cadeira vazia da mesa e perguntou:

--Qual seu nome? – Meu nome? Eu desviei o olhar e olhei para meu papel de parede e bem a minha frente estava ele, no papel de parede, era ele? Não era possível. Será que era por isso que eu o achava tão familiar.

-- Carol... – Falei gaguejando e ao mesmo tempo com os olhos fixos na tela. Não podia ser.

--Carol, meu nome é Nick. – Ele deu um risinho, e ficou me olhando. Parecia que estava gostando da minha cara de surpresa, e eu não sabia o que falar. Talvez ele estivesse esperando uma garota pra agarrar ele e pedir um autógrafo. Mas minha reação foi tão diferente, que o sorriso dele logo saiu de seu rosto.

--Nick? – Eu ainda gaguejava. Então abri minha bolsa, deixei um dinheiro em cima da mesa, guardei meu laptop, peguei minhas coisas e saí dizendo um simples “Good bye”.

   Impossível. Nick Jonas na minha frente, e falando do meu papel de parede. Eu ainda tentava colocar a bolsa no ombro, e ia em direção ao albergue que estava hospedada. A pior parte foi ter pagado a terceira caneca de chocolate que eu não bebi. Olhei no relógio, cinco e quarenta. Já era mesmo hora de voltar. Talvez passasse lá amanhã, quando Nick Jonas estivesse bem longe e não pudesse ver minha cara de “JB fã”. E assim foi, cheguei ao albergue e deitei para me recuperar do susto. Amanhã eu volto e tomo meu chocolate em paz.

 

[...]

 

   Entrei pela porta do “Café” e olhei reparando em todos. Não, nenhum ser estranho á vista. Peguei meu laptop e coloquei na mesma mesa. Abri e olhei a hora, eram duas e quatro. Era cedo e eu estava com fome. Talvez pedisse uma coisa diferente dessa vez. Alguns petiscos. Abri as janelas do computador e coloquei minha lista de reprodução para tocar. Olhei em volta. Ninguém, ótimo! E voltei para meu computador. Estava lendo uma história que publicaram na internet e me distraí. Depois de alguns poucos minutos a garçonete veio e ao invés de perguntar o que eu queria colocou uma caneca de chocolate na mesa e sorriu. Eu estranhei.

-- Moça! Eu não pedi. – Ela sorriu e fazendo um gesto com a mão mostrou “ele”.

-- Aquele senhor disse que é por conta dele. – Ela sorriu e saiu, e enquanto isso, “ele” chegava mais perto. Estava com a mesma roupa, só mudava o casaco. Esse era mais discreto, era cinza, mas ainda sim era grande.

-- Oi! – Ele disse sorrindo.

-- Oi... – Eu ainda não conseguia não olhar. Era ele mesmo, Nick Jonas. Ele se sentou na cadeira vazia da mesa e tirou o cachecol e a boina.

-- Por que você saiu ontem? – Ele estava mesmo falando comigo. Que mico! Um Jonas falando comigo e descobrindo meu vício neles. Eu sempre falava que se um dia encontrasse com eles, não ia dar pinta de fã. Mas dessa vez foi inevitável.

--Eu... Desculpe. Foi só uma reação. – Eu sorri e olhei para ele de novo. Era ele mesmo, um pouco mais velho, mas era ele.

-- Reação? Achei que você era uma fã. – Ele riu, eu ri. Eu sou assim. Rio com tudo.

-- Não foi por querer... Você é mesmo Nick Jonas? – É claro que era. Que [outra] pergunta idiota.

-- Sou sim. Mas eu achei estranho quando vi seu computador. Uma fã dos Jonas Brothers não aparece desde que eu tinha dezessete anos. – Essa era mesma idade que eu tinha quando a banda e separou. Então eu lembrei que Nick Jonas tinha a mesma idade que eu.

-- Eu tinha essa mesma idade quando pararam de falar dos Jonas. – Eu sorri. Até que era fácil conversar com ele. E então ele sorriu.

-- Você também está ouvindo as músicas? – Ele perguntou apontando para meu computador.

-- Estou. – Eu respondi. E ele sorriu de novo. Será que ele achava engraçado conversar com uma idiota que era fã deles?

-- Desculpe. É que você não tem cara de fã de JB. – Ele apoiou as mãos na mesa. – E você fala tão engraçado. Parece que não é daqui. – Será que eu revelava a ele que era do Brasil?

-- Eu não sou. Estou só a passeio. – Eu olhei para as mãos dele na mesa e foi então que eu reparei no anel. Anel? Ainda? E fiquei olhando me perguntando se era o anel que eu pensei que fosse.

--A passeio? – Era o mesmo anel. Que estranho. Ainda usava o anel.

-- Se minha memória não falha, a última reportagem que li sobre Nick Jonas era que ele estava namorando Selena Gomez. – Tirei a franja do rosto, mas meu cabelo já estava de volta no rabo-de-cavalo.

-- Selena? Aquilo era só marketing. Depois eu até que gostei dela, mas ela não. E não deu certo. – Eu ri, não pude evitar. Tudo marketing! –Carol, você quer dar um passeio? Para conversar. Faz um tempo que não converso com ninguém sobre os Jonas e agora que moro sozinho, minha única companhia é o vídeo game. – Ele me chamou mesmo para uma volta?

-- Claro. Que legal! Você lembrou o meu nome. – Eu não sabia mais o que estava falando. Era óbvio que já estava completamente imersa na conversa como sempre fico.

-- Que bom. – Ele pegou a boina e o cachecol e se levantou. – Vamos? – E eu claro guardei as coisas e me levantei

-- Claro. – De novo imersa na conversa.

 

  Saímos do “Café” e fomos andando. Eu com uma bolsa pesada por causa do computador e morrendo de frio. E ele estava mais bonito do que nas minhas fotos. Estava mais alto e com rosto de adulto. E me peguei olhando para ele de novo.

-- Então... Você é de onde? – Ele sorriu de novo. E eu olhei para frente. Para prestar um mínimo de atenção onde estava pisando.

-- Você vai até rir se eu disser. – Eu lembrei que no Brasil era verão e eu estava queimada de sol.

-- Pode falar. Você acha que eu vou parar de conversar com você? – Ele era encantador.

-- Eu sou brasileira. – Eu olhei para o chão, um pouco envergonhada.

-- Brasil? Verdade? Eu me lembro do nosso show lá. Lá era quente, e a gente tinha ido no inverno! Mas eu lembro que adorei as piscinas e as praias. O problema era que quase não deu para aproveitar. Sempre passavam repórteres e fãs gritando. – Ele riu e eu ri. Era realmente fácil falar com ele, era divertido. – E eu lembro também que as meninas de lá eram muito diferentes, eram morenas e bonitas. – Ele olhou para mim. Eu sempre imaginei Nick Jonas mais baixo que eu. Só que ele parecia tão alto. E eu parecia uma adolescente corando com um elogio.

-- Lá agora é verão. Deve estar uns 40oC lá onde eu moro. – Eu ri e ele riu. Era engraçado. Chegamos ao parque central e sentamos em um dos bancos de lá.

-- Mas me conta. Qual era sua música preferida? – Eu coloquei minha bolsa de lado e enrolei minhas mãos nas pontas do cachecol.

-- Eu tenho três preferidas. – Eu olhei para ele. Ele estava mesmo gostando de encontrar uma fã. – Eu gosto de “poor unfortunate souls” , “mandy” e “still in love with you”. Mas é claro que gosto muito das outras também. – Ele ficou surpreso.

-- Nossa! A maioria dessas músicas são antigas. Foram as primeiras que escrevemos, menos a primeira, que nós fizemos uma versão diferente, mas não escrevemos. – Ele estava meio nervoso também. Dava para notar. Eu, pelo contrário, estava cada vez mais relaxada.

-- Posso perguntar uma coisa? – Ele assentiu com a cabeça e então eu perguntei. – Você disse que mora sozinho. O que aconteceu com a banda? – Ele abaixou a cabeça, mas não pareceu triste.

--Kevin, você lembra-se dele? – Eu assenti que sim – Ele encontrou uma garota, e se casou. E não podia mais continuar na banda.  Eu achei até legal, quer dizer, ele estava feliz. E eu não me importei. O Joe ficou relutante no começo, mas logo aceitou. E eu guardei umas economias boas daquela época, e agora trabalho com meu pai nas ações da empresa dele. É claro que posso fazer tudo isso de casa, então, não preciso me preocupar, tirando que de vez em quando alguém contrata pra cantar em clubes e festas de “sweet sixteen”. – Ele parou derrepente e olhou para mim. – Nossa. Eu falei tanto. Faz mesmo muito tempo que não converso com ninguém. E você, me fala um pouco da sua banda favorita. – Ele voltou a sorrir, e agora era minha vez de começar a falar.

 –Bom, eu adoro essa banda. [risos] Eu sempre achei as músicas muito legais, só que por incrível que pareça meu favorito era o Kevin. Eu gostava dele, na verdade eu gostava dele por que a atenção toda era para os outros dois. E eu lembro que no show deles eu saí correndo pra ficar na frente e olhar de perto. E no final do show... – Eu parei e peguei minha carteira. Lembrei que tinha pegado uma palheta deles no show. E mostrei – Olha. Essa palheta você jogou e eu quase perdi uma mecha de cabelo para conseguir. – Eu ri – Eu era uma adolescente, mas acho que faria de novo. – Ele começou a rir e eu também. Algumas pessoas passavam e olhavam, mas a gente nem reparava.

 E a conversa continuou assim. Falei da minha banda favorita e ele um pouco da vida dele. Então quando me dei conta a luz do poste perto de mim acendeu, e meu estomago roncou e eu lembrei que a metade da caneca de chocolate foi o que eu consumi.

-- Nick, eu to com fome. Acho melhor eu ir embora. – Ele parou um pouco e pensou.

-- Você quer comer comigo? Eu também estou com fome. A gente passou o dia conversando. – A gente parou e se olhou. –Então? Vamos comer? – Ele levantou e olhou pra mim esperando uma resposta. E eu levantei.

-- Claro. – Foi então que começamos a andar e ele falou.

-- É tão estranho conversar com você. Eu não consigo parar de falar. É tão fácil. – Eu sentia a mesma coisa conversando com ele.

-- É tão estranho conversar com Nick Jonas! – Eu brinquei, e ele riu.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que é chato er fics de pessoa aleatórias, mas essa tá tããããão fofinha
CoMeNtEm :)