A Aprendiz escrita por GabiRavenclaw


Capítulo 17
O quebra-cabeça de cinco peças


Notas iniciais do capítulo

Heeeey my cupcakes! Eu resolvi escrever porque acabei de voltar de um chá de bebê aonde tinha cupcake, e me lembrei de vocês! :3
Infelizmente, o cupcake era horrível e me deixou enjoada, mas enfim. Espero que gostem!
P.S.: Sinto muito pela demora no cap. bônus, mas eu e a nee-chan temos que ter uma ideia muito massa. Que ainda não tivemos.



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Will observou criticamente a clareira queimada onde tinha sido, anos atrás, o covil da gangue se sequestradores. 

- O que exatamente tinha aqui? - perguntou ao antigo mestre, enquanto desmontava de Puxão.

- Três construções. - respondeu Halt. - Uma, a menor, era aonde as prisioneiras ficavam. Outra era onde dormiam os sequestradores. A terceira... Nunca chegamos a saber o que acontecia lá dentro nem como era. O último ato de resistência deles foi destruir a construção. Dizemos que incendiamos o lugar, mas na verdade só deixamos o fogo que os próprios bandidos acenderam se espalhar. 

- Onde exatamente ficava essa terceira construção? 

- Perto do limite norte da clareira. Aquela era uma das paredes, está vendo? 

O jovem assentiu e foi até lá, agachando-se para poder analisar cuidadosamente o solo, que ainda exibia marcas de queimadura. Para a maioria dos rastreadores comuns, não havia nada além de galhos, insetos e pegadas de pequenos animais, mas Will não era um rastreador comum. Em apenas um minuto, identificou marcas que indicavam que alguém ali havia tentado esconder pegadas, mas sem muita habilidade.

- Não parece certo. - comentou com Halt, que se aproximara. - Veja, aqui.

- Parece que alguém não muito habilidoso tentou esconder suas próprias pegadas. - concordou o velho arqueiro, de testa franzida.

- Você não acha que qualquer pessoa poderia ter feito um trabalho bem melhor?

- Talvez estivesse machucado... Ou com pressa. 

- Talvez. - Will sacudiu a cabeça como se tentasse clarear os pensamentos. - Mas continua parecendo que algo não se encaixa. Simplesmente não faria sentido vir aqui e deixar pistas tão óbvias. Claro, poderia ter sido alguém que não tem nada a ver com isso, alguém que estivesse sendo perseguido por bandidos, mas minha intuição me diz que não foi isso. 

Apertou os olhos e aproximou o rosto do chão, tentando ver com mais clareza.

- Se animais tivessem inteligência o suficiente, eu diria que isso foi feito por um lobo. Há marcas de garras perto das marcas, e algumas pegadas que não foram apagadas parecem vagamente caninas. 

- Entendo o que está querendo dizer. - respondeu Halt. - Se não fosse o fato de animais normalmente não se preocuparem em esconder suas pegadas, eu concordaria com você. 

- Ninguém falou em "normalmente". - replicou Will, sombrio. - Jack não disse que havia um lobo junto com os sequestradores?

- E Gilan disse que não há lobos naquela região - emendou Halt, começando a entender.

- Mesmo assim, ele continua convicto de que havia, não é? Não bateu a cabeça nem nada. E - continuou o jovem, empolgando-se enquanto juntava as peças do quebra-cabeça*. - o ferimento de Jack parece ter sido feito por um animal enorme. 

- Então quer dizer... 

Will bateu levemente com dois dedos nas pegadas.

- Quer dizer que temos mais uma peça do quebra-cabeça. 

**********************************************************************

Após dois dias naquela prisão, Christine começou a se perguntar se alguém realmente iria interrogá-la. Exatamente quando pensou nisso, a porta se abriu e Ethan entrou, com aquele sorriso voraz que tanto a perturbava.

- Bom dia, flor do dia - cumprimentou, em tom brincalhão. Ela não respondeu. - Trouxe sua comida.

- Não estou com fome. 

Ele deu de ombros e colocou o prato no chão perto da porta.

- Problema seu, então. - sentou-se ao lado dela na cela apertada. - Então, como vai? Gostando do seu quarto de luxo? Aposto que estava se perguntando quando alguém viria interrogá-la e o que vai acontecer com você.

Foi a vez de Chris de dar de ombros. 

- Não posso fingir que não estava curiosa. 

- Pois bem. Você já deve ter percebido que quem vai te interrogar sou eu. Quanto ao que vai te acontecer... Aí vai depender de você, amorzinho. - Ethan estendeu a mão e acompanhou com os dedos o contorno do rosto da aprendiz de arqueira. - E do quanto está disposta a revelar. 

Christine mordeu a mão dele com muita, muita força. O rapaz gritou e se afastou, segurando a mão que sangrava e xingando**.  A garota teve apenas alguns segundos de satisfação antes que o tapa com as costas da mão, desferido pelo sequestrador, a atingisse em cheio, fazendo com que virasse o rosto. 

- Péssima ideia, amorzinho. - disse Ethan, vermelho de raiva. - Essa foi realmente uma péssima ideia. 

Lentamente, Chris voltou o rosto para ele, que viu a raiva que queimava em seus olhos verdades. Porém, ela não se atreveu a dizer mais nada. 

- Muito bem, meu amor - continuou ele -, é assim que as coisas vão funcionar: Eu pergunto, você responde. Você me obedece, você não tenta nenhum desses truques, e eu não faço nada de ruim com você. Podemos fazer esse trato?

Engolindo em seco, ela assentiu, e o sorriso voraz voltou. 

- Ótimo. Então temos um acordo. Prometo que não vou quebrá-lo. Podemos começar?

A aprendiz estremeceu e assentiu.

**********************************************************************

- Eu disse que era um lobo! - exclamou Jack. 

- Bom, você não pode me culpar por achar que não era. - replicou Gilan. 

- Então... É tipo um quebra-cabeça? - perguntou Horace. - E vocês acharam uma das peças? 

- Algo por aí - respondeu Halt. - O problema é que não sabemos exatamente quantas peças são. 

- Cinco. - murmurou Will, parecendo distraído. 

- O quê?

- Cinco. - ele repetiu. - O quebra-cabeça, ele tem cinco peças. 

- Cinco peças? - indagou Jack, franzindo as sobrancelhas. - Achei que fossem mais. Como chegou a essa conclusão?

- Há cinco elementos essenciais para desvendar um mistério desse tipo, certo? - o jovem pegou um graveto e começou a escrever o que dizia no solo. - Quem. O quê. Onde. Como. Por quê. 

Fez uma pausa e olhou para os companheiros, para se certificar que eles tinham entendido. Estes fizerem gestos para que continuasse.

- Temos "o quê": Sequestros. Nosso "quem" seria "os sequestradores", apesar de ser muito genérico. Então só nos resta "onde", "como" e "por quê". 

- Onde eles sequestram as pessoas? - perguntou Gilan. - Ou para onde as levam?

- Os dois, acho. Sabemos que sequestram as pessoas em Redmont e em Norgate. Mas o principal mesmo é para onde eles as levam. 

- "Como" seria como eles sequestram as pessoas, certo? - Jack quis confirmar. Will assentiu. - Bem, isso eu sei. Com um lobo gigante. Isso é, se podemos usar o de Chris como base. Eles simplesmente atacam. 

- E "por quê"... - disse Halt, pensativo. - Essa é a parte mais difícil, não é?

- Quem sabe ajudasse de soubéssemos "onde" - sugeriu Horace. - Mas... Como vamos fazer isso? 

- Não tenho ideia. - admitiu Will. Ele estava satisfeito com sua teoria, porém temia que ficassem tão presos às cinco peças que deixassem alguma coisa passar.

- O único jeito que consigo imaginar para descobrir... - começou Jack, hesitante. - É se Christine conseguir entrar em contato.

Um silêncio quase fúnebre caiu sobre o grupo, pois todos sabiam que aquilo era praticamente impossível. 


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Notas finais do capítulo

*Jigsaw falling into place, there is nothing to explain ♫ Escutando essa música do Radiohead agora.
**Sorry, a censura não deixa eu dizer do que ela chamou ela.
Por hoje é só, meus cupcakes!! Beijinhos!



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