O Arco Perdido escrita por Jubilee, Adrielli de Almeida


Capítulo 12
MARINA - Entre culpados


Notas iniciais do capítulo

Ficou meio esquisito, mas acho que nos próximos capítulos tudo vai ficar mais claro. Espero que gostem!



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Estou olhando para a armação de madeira. Will me seguiu. Está sentado do meu lado, olhando para mim com tristeza.

Ele sabe que a Kath destruiu minhas esperanças de não ter culpa.

— Nós temos que nos preparar pra missão. — ele diz.

— Não quero ir...

— Mari...

Rolo para mais perto dele, apoiando a cabeça em seu colo.

— Por favor... Vamos ficar aqui só mais um pouquinho. — respondo, fazendo muxoxo.

Ele contorna meu rosto com o dedo indicador e puxa um dos recém-formados cachos.

— Gostei dessa mecha prateada.

— Quer uma? Tenho um pouco de tinta, no chalé.

— Não... Obrigado, mas acho que você deveria relevar o que a Kath disse. Ela só está...

— Apaixonada — completo, bufando.

— E isso é tão ruim assim, Mari?

— SIM! É por causa desse tipo de loucura sentimentalóide que nós semideuses existimos.

Ele me encara, petulante e seus olhos cintilam. Agora sei que Will pode sentir meu coração disparado.

Fecho os olhos e em algum ponto de meus devaneios... Adormeço.

...

Estou no escritório do meu apartamento em Manhattan, ele está como me lembro, arrumado de forma compulsiva e com cheirinho de limpeza. Minha mãe está sentada atrás de sua mesa, digitando alguma coisa em seu computador. Trabalho, muito provavelmente.

Estou sentada em uma das poltronas, na sua frente.

Ela vira a tela e pergunta:

— O que acha?

É um convite de chá de bebê... Um bebê?

É aí que eu noto sua barriga: enorme e inchada. Minha mãe está... Grávida?!

De quem? Não tenho padrasto e Hermes definitivamente não voltou.

Olho ao redor e noto uma garota loura, de olhos prateados e cabelos lisíssimos: quando olho pra ela tudo congela.

— Sou Calipso... — ela explica, com sua voz doce como um tilintar de sinos. — Depois de ser perdoada, no verão passado, tornei-me a deusa do que poderia ter acontecido... Das lembranças que não aconteceram. Patrona do famoso e se. Esse é o seu eterno talvez, semideusa.

Volto a olhar para minha mãe: ela parece radiante.

Calipso dá de ombros e sussurra:

— Aproveite.

E então desaparece, deixando para traz fumaça lilás.

— Mari! E então o que achou?

— Er... é lindo mãe!

Ela ri e a sensação de ouvir esse som há muito (e eu quero dizer muito mesmo) é deliciosa.

— Seu pai já deve estar chegando. E Will também! — ela diz, dando uma piscadela.

Will. Só de ouvir seu nome meu coração dispara.

Vamos juntas até a sala de estar e sentamos no sofá imaculado, ela fala algumas banalidades: Que nome devemos dar a ele? Não sei, mãe... Mas deve ser algo bem especial. O que acha de Luke? Acho perfeito. Você acha mesmo? Sim. Esse nome me trás boas lembranças.

Depois de alguns minutos a campainha toca, pulo do sofá e fico na ponta dos pés, para olhar pelo olho mágico: só para me deparar com lindos olhos dourados.

Abro a porta e o abraço forte... Ele continua o mesmo.

Ele me beija delicadamente e o ato parece corriqueiro.

Will passa o braço pelos meus ombros e me encaminha de volta para o sofá.

— Oi, sra. De Luca.

— Oi, Will. Como vai sua mãe?

— Bem, obrigado.

Tudo isso parece tão... Errado.

Ouço barulho de chaves e um homem alto, de olhos verdes, terno e celular na mão entra.

Hermes?!

— Você não é mais um deus?— deixo escapar.

— Um deus?! Você está bem, filha? — ele diz, sorrindo.

Engulo em seco e olho para o meu pescoço. Onde está meu colar de contas? Puxo a manga da blusa, já prevendo o que veria: nada de tatuagem.

Olho para Will; ele definitivamente não é o mesmo. Seu bronzeado saudável não está ali! Sei que ele não era um dos mais bronzeados do acampamento, mas sua pele nunca tivera o mesmo tom que a minha, durante o inverno, talvez... Mas nunca durante o verão! Ele também está sem seu colar.

Isso está MUITO errado.

...

— Mari... Mari! Marina!!! — alguém me sacode. — A gente perdeu a hora! Já é de manhã... Em meia hora, sairemos do acampamento!

— W-will?— pergunto.

— Vamos, não podemos nos atrasar.

— Espere!— digo puxando-o para perto, puxo seu colar de contas. — Preciso testar uma coisa.

E o beijo. Não é como um dos beijinhos roubados para ganhar uma corrida: é um beeeijo.

Um beijo que faz cada minúscula partícula do meu ser derreter.

Quando me afasto, sem fôlego, ele parece surpreso.

— O que foi isso?

— Ufa. Você voltou a ser você.

— Ã?!

— Vem logo, Will!!! Talvez, eu te explique depois...


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Notas finais do capítulo

e aí? Mereço review?!