Tricks of Fate escrita por Sali


Capítulo 6
"Não é apenas complicado. É um desastre!"


Notas iniciais do capítulo

Oiie!
Cara, tô chateada com vcs. Tipo, só recebi quatro reviews no cap passado! E olha que dois deles foram votação na enquete.
Presumo que não foi uma boa ideia. Mas eu precisava! Enfim. E muuito obrigada à Bruna Biersack (se eu não me engano. Por que a esperta aqui fez o favor de apagar o cap), que sugeriu a música So Far Away, que é uma das que será usada. E muito obrigada às outras que também sugeriram músicas.
Até lá em baixo!
BJoos ^^



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– Eu te acompanho. – Ela deu uma risada muito baixa, apontando que aquilo acontecia sempre.

Segui-a pelo corredor até chegarmos a frente de duas portas, que haviam placas escrito “feminino” e “masculino”. Entrei na primeira e corri direto para uma cabine. E ali liberei tudo que eu havia comido no dia.

Saí da cabine, lavando o rosto e a boca antes de sair do banheiro.

– Está melhor? – A moça perguntou, mais por educação.

– Sim. Eu não costumo ter esse tipo de coisa com sangue, mas é que hoje eu não estou muito bem. – Respondi por algum motivo desconhecido.

– Entendo. Isso é normal. – Ela continuou e eu preferi não responder.

Se aquilo não fosse uma clínica de DNA, eu teria certeza que ela achou que eu estava grávida.

Chegamos à sala de espera, onde Jordan e Robert me esperavam. Aproximei-me deles juntamente com a enfermeira.

Seguimos até o balcão onde havia uma mulher meio velha.

– Os materiais genéticos já foram colhidos, certo? – Ela perguntou e os dois homens assentiram. – Bom, como a situação de vocês é mais complicada, creio que hoje mesmo o resultado saia. Vocês podem vir buscá-lo daqui a duas horas, se for cômodo.

– Ótimo. – Jordan respondeu com um sorriso, como se aquilo realmente fosse ótimo. Para mim estava longe de ser.

Saímos daquele lugar e entramos novamente no luxuoso Camaro.

– Vocês acompanham-me para um almoço? – Jordan perguntou.

– Não. – Antes que Robert ao menos formulasse uma resposta, pronunciei-me, e de forma curta e grossa. Aquilo pareceu deixar os dois adultos constrangidos.

– Por que não, Victoria? – Jordan resolveu cortar o clima como se nada daquilo tivesse acontecido. Aquele homem era muito cínico.

– Já combinei com Madison. A gente vai sair.  Respondi.

– Quem é Madison?

– Você pode me deixar aqui? – Ignorei a pergunta e pedi com falsa educação ao chegarmos em frente à escola.

– Tudo bem. – Jordan respondeu ainda com aquela simpatia nauseante.

– Muito obrigada. – Ironizei.  A gente se vê em casa, Robert.  Me virei para o outro homem.

– Tudo bem. Até lá, Victoria. – Ele respondeu-me e eu peguei minha bolsa, saindo do carro.

Logo vi Maddy, Sean, Kori e Tom sentados na escadaria da escola. Tom tinha um braço sobre os ombros de Maddy, que segurava meu skate no colo.

– Ei, ei, ei! Que intimidade é essa com a minha namorada, hein? – Sorri para os dois.

– Oh, desculpe-me, sra. Ciúmes. – Tom levou as mãos ao alto e eu ri.

Sentei-me ao lado de Madison e abracei-a.

– Onde estão Louie e Amber? – Perguntei.

– Provavelmente se agarrando. – Kori riu.

– Na verdade eles foram conversar. – Sean respondeu. – Mas a esse ponto, já devem estar se agarrando mesmo. – Ele deu de ombros e eu ri.

– Interessante.

– Mas e aí? Como foi lá? – Maddy perguntou-me.

– Uma droga. Eu passei pouco mais de uma hora com Jordan e já o odeio com todas as fibras do meu ser. E pelo visto ele é meu pai mesmo. E sem falar que eu vomitei na clínica, e a enfermeira deve ter quase certeza que eu estou grávida. – espondi e revirei os olhos.

– Grávida? Isso tem como? Por que você só...

– Shh. Não é necessário continuar. – Cortei Tom antes que ele continuasse sua frase. Maddy riu.

– Gente! Vocês já almoçaram? Eu só comi aquele sanduíche na casa da Maddy. Estou com fome. – Dei de ombros.

– Hoje o almoço foi ruim. Eu não comi. Também estou com fome. – Madison, como sempre, foi a primeira a responder.

– Madison, você é a única pessoa que acha hambúrguer ruim! – Kori riu.

– Eu não acho hambúrguer ruim. Eu acho o hambúrguer da escola ruim. É bem diferente. – Maddy defendeu-se.

– É tudo hambúrguer! – Sean.

– Não é. Aquela coisa de carne duvidosa com pão é bem diferente de um bom hambúrguer. – Pronunciei-me. Eu também não gostava do hambúrguer da escola.

– Ok, ok. As garotas frescas ganharam. – Kori começou a rir mas parou ao receber olhares feios meus e de Maddy. – Mas eu apoio a ideia de irmos comer em algum lugar. Aquele hambúrguer é minúsculo, não me encheu. – Completou.

– Vai ter...

– Sim, Sean. Vão ter nachos. Você não se cansa disso? – Cortei-o antes que ele continuasse.

– Não. – Ele respondeu e nós todos rimos.

– Ok, ok. Mas onde vamos? – Perguntei logo depois. – Restaurante, lanchonete...

– Do que vocês estão falando? – Ouvimos a voz de Amber e a vimos chegar, de mãos dadas com Louie.

– Meu Deus! Eu fiquei por quanto tempo naquela clínica? O que eu perdi? – tentando conter o riso ao ver aquela cena.

– Ah, é. Eu me esqueci de falar com vocês. – Amber abriu um sorriso um pouco maior e olhou para Louie.

Madison, Kori, Tom e Sean também os olhavam na expectativa.

– É que bem... o Louie e eu... – Ela continuou.

– Eu pedi Amber em namoro e ela aceitou. – Louie terminou e eu vi o rosto de Amber tomar leves tons avermelhados.

– Awwn! Que lindos! Deixa eu dar os parabéns para vocês! – Eu exclamei em um quase grito enquanto rodeava os braços em torno dos dois.

Amber soltou uma risadinha baixa e Louie riu um pouco mais alto. Ele também estava avermelhado, por mais que não parecesse.

Logo Maddy estava fazendo o mesmo que eu enquanto os garotos conversavam e faziam piadas.

– Agora só falta vocês três darem um jeito, hein? – Eu brinquei.

– Ué, as nossas prováveis garotas estão juntas! – Kori brincou e eu ri.

– Nós éramos suas prováveis garotas?! – Maddy perguntou em um tom de brincadeira e surpresa.

– Eer... Então, cara. Vai querer nachos com cheddar ou molho? – Kori desconversou, virando-se para Sean enquanto ria um pouco, demonstrando a brincadeira ali.

– Agora eu quero saber! – Continuei com a brincadeira.

– Não, agora é sério. A gente respeita muito vocês e não faria nada disso. – ori respondeu e eu ri.

– Sei disso, garoto. – Ri e baguncei seu cabelo.

– Mas e ai? Do que vocês estavam falando antes da gente chegar? – Amber perguntou-nos.

– É que eu e a Maddy estamos com fome e queremos almoçar. – Respondi e dei de ombros.

– Eu também quero. – Amber continuou.

– Quantas garotas frescas fomos arrumar! – Tom exclamou e os outros riram. - Mas vamos lá, gente. - Ele continuou e nós nos levantamos.

Peguei o skate com Maddy e começamos a caminhar.

...

– Victoria! – Robert chamou-me assim que entrei em casa.

– Oi, tio. – Respondi e sorri para ele enquanto jogava a bolsa no sofá e o skate no chão. Depois andei até a cozinha, onde o vi lavando algumas louças.

– Onde estava? – Ele perguntou.

– Fui almoçar com a galera. – Respondi.

– E Madison, como está?

– Bem. – Sorri. Robert aceitava como ninguém a minha “diferença” e meu namoro com Madison. E isso o fazia ainda melhor.

– Que horas são, querida? – Ele perguntou e eu olhei meu celular.

– Quase cinco. – Respondi.

– O resultado do exame já deve ter saído. – Ele murmurou e eu revirei os olhos e me joguei no sofá.

Percebi sua presença ao meu lado quando senti o espaço ao meu lado se mover.

– Eu sei que isso tudo é muito complicado, querida. – Robert falou, colocando um braço sobre meus ombros.

– Não é apenas complicado, tio. – Gemi. – É um desastre. E se Jordan quiser me levar daqui? Me tirar dessa casa, dessa cidade... - Completei, expondo pela primeira vez meu medo quanto àqueles acontecimentos.

– Mas você sempre quis isso, não? – Ele perguntou com um sorrisinho.

– Ah, tio. Isso foi quando eu cheguei aqui, cinco anos atrás. E além do mais, naquela época eu era apenas uma criança perdida sem a mãe. – Dei de ombros, lembrando-me da época em que vim para Fort Lauderdale.

Na minha inocência da infância, eu detestava tudo aquilo, inclusive Robert. Ele, que havia feito o quarto exatamente do jeito que eu queria, que quase foi demitido do emprego apenas para dar-me atenção. E depois, quando eu conheci Amber e Sean, e Kori, Louie e Tom. Nós nos tornamos automaticamente amigos. Kori me ensinara a andar de skate e logo eu aprendi muito mais que isso. Eu tornei-me mais amigável, comecei a deixar que Robert entrasse na minha vida. Com apenas treze anos! E logo depois, Madison entrou na escola. Vi em mim sentimentos que nem eu conhecia, apaixonei-me por uma pessoa do mesmo sexo que o meu. E me tornei sua amiga. Ela logo fazia parte de nosso grupo, e pouco depois disso, descobríamo-nos garotas que se amavam. Eu com quatorze e ela com quinze. Eu com quinze e ela com dezesseis.

Definitivamente muita coisa havia mudado.

– Uma criança perdida sem a mãe... – Robert repetiu e deu uma risada pelo nariz. - Isso você nunca foi. Sempre tão decidida, obrigada a ser madura ainda criança... – Completou. Sua face mostrava as lembranças que provavelmente estavam gravadas em sua cabeça.

Eu tive que sorrir também, esquecendo por alguns poucos segundos sobre Jordan e aquela bagunça que estava acontecendo.

– Robert, você acha que Jordan pode me tirar daqui? Digo, de Fort Lauderdale? – Perguntei depois de um tempo.

– Eu sinceramente não sei, Victoria. Jordan está morando aqui agora, então eu não acho que talvez ele não lhe tire daqui. – Ele respondeu. – Não da cidade. Mas daqui de casa, talvez. – Ele deu de ombros e eu ofeguei.

– Eu não quero nada disso. Eu quero continuar minha vida como era antes, quero viver com você. – Murmurei como uma criança de cinco anos.

– Não se preocupe, minha querida. Eu largo meu emprego se isso a fizer ficar aqui. Farei tudo que estiver ao meu alcance. – Robert respondeu. – E o que não estiver também. – E então nos dois minutos que se passaram, me senti realmente segura.

Até que a campainha tocou.

– Deixe que eu atendo. – Robert disse e levantou, indo até a porta.

Logo que ouvi a voz de Jordan, senti uma pequena ânsia.

– Boa tarde, Jordan. – Robert foi educado como sempre e Jordan retribuiu.

– O resultado do exame já saiu e eu busquei-o. Imaginei que vocês gostariam de saber junto a mim. – Ele respondeu.

– Você está correto. Entre. – Meu tio respondeu e Jordan entrou.

– Olá, Victoria! – Ele disse-me da mesma forma que antes e o máximo que eu pude fazer foi um sorriso falso e um aceno de cabeça leve. Ouvi sua risada logo depois do meu ato.

– Ele trouxe o resultado do exame, você ouviu. – Robert disse-me e sentou ao meu lado. Ele parecia perceber que eu precisava de seu apoio naquele momento.

– Posso abrir? – Jordan perguntou, tirando um envelope do bolso do casaco.

– Me dá aqui. -–Pedi, esticando a mão e vendo o quanto ela estava branca e trêmula.

– Tem certeza, Victoria? – Robert perguntou-me.

Neguei com a cabeça e entreguei o envelope branco a ele.

Ouvi o som do papel se rasgando e aquilo me fez tremer ainda mais. Logo o som do papel se desdobrando também foi ouvido, tamanho era o silêncio na sala.

Então eu vi Robert correr os olhos pelo papel antes de abrir a boca.



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Notas finais do capítulo

Haay!
Eu to meio chateada com vcs, mas deixo passar. E aí? Muito tenso esse finzinho? Espero que sim! >.< (lol)
E quem comentou no último capítulo (5. Irritated) e/ou na enquete:
»Bruna Biersack
»milenagoomes
»Ray
»Samyni
E já sabe. Se quiser seu nome aqui, é só deixar um reviewzinho aí embaixo!
Bjoos da Makenna, que mudou de nome e agora é Sali! ^.~