Transfiguratus Futura escrita por Hawtrey
Notas iniciais do capítulo
Me perdoem pelo atraso... sou muito má eu sei u.u
Mas ja estou com o proximo capitulo em andamento :)
― Samantha, Samantha ― bem ao longe eu escutava alguém me chamar ― Acorde logo. Deixa essa moleza de lado pirralha ― as cortinas foram abertas sem piedade.
Mas quem é esse ser que está atrapalhando meu sono!?
― Anda! Levanta! ― reconheci a voz como sendo de Snape. Tinha que ser ele (-.-).
Snape puxou meus pés tentando me despertar, mas eu simplesmente levantei as cobertas ate a cabeça e ignorei o ato.
― Você já pode deixar eu dormir...
― Se você não levantar agora dessa cama vou fazer cocegas até você explodir de tanto rir ― ameaçou ele.
Abri os olhos assustada.
― Não faria isso... ― avisei ainda escondida pelas cobertas. Ele também tem cocegas. Ia sofrer igualmente.
― Demorou muito ― replicou ele quase rindo ― Lilian, me ajuda?
Arregalei os olhos. Ele sozinho é justo. Com a mamãe no meio é jogo sujo. Levantei-me rapidamente a tempo de ver Lilian Evans se jogando na cama e começando a me encher de cocegas enquanto papai apenas ria.
Eu não sabia se ria, batia ou chorava. Ataque de cocegas com certeza deveria ser usado como tortura antigamente. A pior e mais cruel tortura.
― Para! ― consegui pedir/implorar com o folego que tinha ― Para... por Merlin... para!
Eu devo ter ficado vermelha ou roxa pela falta de ar, porque a ruiva se afastou meio preocupada. Foi um alivio para mim, finalmente consegui respirar. E para irritar ainda mais eles, apenas me joguei na cama novamente.
― Você não aprende garota... ― comentou Lilian rindo.
― Vai se arrepender ― retrucou Snape.
Primeiro não entendi, então fiz a porcaria de querer olhar para ele e fui pega de surpresa com um banho de agua fria, literalmente.
― Por que você me molhou!?
― Você não queria acordar...
Lilian riu da situação. Eu estava irritada e toda encharcada. Ignorei o plano vingativo que já se formava em minha mente e me sequei com um feitiço.
― Você acaba com a graça ― resmungou a ruiva.
Sorri maliciosamente. Com um aceno de varinha eles, misteriosamente, ficaram encharcados.
― Quem está rindo agora? ― questione levantando da cama.
Eles trocaram um olhar cumplice e pela primeira vez tive medo de quando pensavam juntos.
― Quer ter a honra de ser a primeiro? ― questionou Lilian sorrindo.
― Deixa comigo ― aceitou Snape me fazendo ficar ainda mais confusa.
Quando ele deu um passo a frente eu decidi sair correndo. No mesmo instante vi uma bola de brilho passar bem ao meu lado.
― Purpurina maldita... ― murmurei enquanto corria.
O numero de bolas sendo lançadas por ele aumentava e só piorou quando Lilian decidiu ajuda-lo. Pude ouvir sua risada quando uma delas acertou meu cabelo. Virei-me irritada e fiz a maioria das bolas se voltarem para eles. Odeio elas.
― Harry Potter! Abra essa maldita porta antes que eu a derrube! ― pedi educadamente enquanto espanca a porta do quarto dele.
Quando entrei rapidamente tranquei a porta e respirei fundo. A primeira coisa que vi foi os olhares assustados de todos os meninos que estranhamente estavam ali.
― Snape e Lilian enlouqueceram ― falei resumindo toda a situação.
― Não me diga... ― ironizou Rony com a blusa toda cheia de gliter.
― Foi o nosso “Bom dia” ― disse Harry virando e mostrando boa parte da roupa manchada pela purpurina.
― É brilhante! ― disseram Fred e Jorge em uníssono que também foram vitimas.
― Eu acho que eles forem abduzidos durante a noite ― retrucou Jonathan divertido.
― Dormiu aqui? ― questionei cerrando os olhos.
― Sim, qual o problema?
Nada, só que alguém puxou meu pé durante a noite.
― Sim, foi eu que puxei o seu pé durante a madrugada ― respondeu ele rindo.
― Da próxima vez te dou um chute ― respondi séria.
A porta foi empurrada com força, fazendo todos paralisarem.
― O que querem? ― perguntou Rony num ato de desespero.
― Todos vocês vão arrumar a casa hoje... ― respondeu Lilian com um sorriso vitorioso.
― Arrumar essa casa enorme? ― assustou-se Jonathan.
― Depois dessa bagunça? Nem pensar ― completei exasperada.
― Então sentirão a fúria da purpurina ― disse Snape entredentes e recomeçando a lançar a maldita bola.
O desespero tomou conta e todos começaram a correr como se fossem baratas fugindo do veneno. Eu que não ia ficar parada e ser um alvo fácil, comecei a correr em disparada pelos corredores e só pude ouvir os gritos das meninas no andar de baixo. Sem folego me encostei na parede e assustada, vi Crissy passar correndo toda brilhosa.
― Acho que estou sonhando... que dia estranho.
― Não tenha duvidas disso.
Virei-me assustada e dei de cara com Salazar, ao seu lado estava também Gryffindor e Helena.
― O que fazem aqui? ― questionei me aproximando deles.
― Infelizmente viemos acabar com a sua alegria... ― respondeu Salazar sério.
Gryffindor e Helena apresentavam expressões tristes. Coisa boa realmente não era.
― O que houve? ― apressei.
― Voldemort está se fortalecendo muito mais rápido do que imaginamos ― começou Helena suspirando.
― E já esta colocando seus planos em ação ― completou Godric se aproximando.
― Que planos? ― questionei.
― Ele está aprimorando a ligação que possui com sua mente. Assim, ele consequentemente está conseguindo uma ligação maior não só com Harry, mas também com Snape.
― Como assim? Está me confundindo... ― admiti.
― Sam, ele vai fazer Harry e Snape sofrerem.
― Sofrerem de que forma?
― Precisa apagar a mente de todos ― ordenou Salazar abaixando o tom de voz.
Acho que ouvi errado, então questionei:
― O que? Apagar? Por que?
Eles está me confundindo e me enlouquecendo.
― Estamos sem tempo. Faça isso agora ― apressou Aleny se aproximando às pressas.
― Do que estão falando? Estão me deixando confusa! ― exclamei.
― Samantha, confia em mim? ― questionou Aleny tocando meu ombro.
Eu concordei inquieta. O que estava acontecendo?
― Então faça o que estamos pedindo e depois explicamos tudo ― respondeu Aleny triste ― Estaremos do seu lado quando usar o feitiço, não se preocupe com nada, você começa o feitiço e nós terminamos tudo. Acredite em mim, é o melhor a se fazer para impedir Voldemort.
― Samantha, ajude-me aqui ― era Lilian gritando da sala.
Lancei um ultimo olhar aos fundadores e sai correndo para a sala, com eles me seguindo.
― O seu pai está passando mal ― desesperou-se Lilian quando cheguei.
Snape estava sentado no sofá com uma cara de dor enquanto segurava a própria cabeça.
― O que aconteceu?
― Não sei, sem motivo algum ele começou a sentir uma dor muito forte na cabeça ― respondeu Harry.
― Seu irmão é o próximo, seja rápida! ― apressou Salazar.
― Do que ele está falando? ― quis saber Snape com a voz rouca.
Ignorei sua pergunta e saquei a varinha, apontado para ele. Todos recuaram.
― O que pensa que esta fazendo? ― repreendeu Snape me encarando.
― Sinto muito pai, mas preciso fazer isso ― respondi com os olhos marejados.
Ele arregalou os olhos percebendo o que eu ia fazer. Ignorei e respirei fundo, pronta para lançar o feitiço.
― Obliviate.
Tudo pareceu ser rápido demais. Minha visão se distorceu e houve uma movimentação estranha que não consegui distinguir. Ainda sem conseguir enxergar, sentir alguém me balançar violentamente.
― O que pensou que ia fazer!? O que fez!? ― com certeza era a voz de Snape.
― Professor? ― verifiquei.
― Não ― negou ele parecendo furioso ― É o seu pai furioso com você por ter tentando apagar a memoria dele.
Merda... não consegui.
― Olhe para mim ― ordenou ele ainda furioso.
― Okay... eu olho assim que eu conseguir enxergar algo ― respondi indiferente.
― Não consegue enxergar? ― questionou ele controlado.
― Minha visão só está um pouco... distorcida ― respondi me levantando ― Nada demais.
― Por que tentou apagar minha mente? ― questionou ele me levando até o sofá ― Por que fez isso com os outros? Eles não lembrarão mais de você!
― Esse era o objetivo... ― respondeu Aleny de algum lugar.
Minha visão voltou ao normal, então fitei papai que fuzilava Aleny com o olhar.
― Isso tinha que ser ideia sua Collins! ― vociferou ele ― Enlouqueceu de vez!?
― Tudo isso foi necessário...
Snape avançou sobre ela me fazendo levantar rapidamente.
― Pai, calma.
― Não importa o quanto o Lord das Trevas ameace todos nós ― começou ele para Aleny ― Ninguém aqui quer esquecer Samantha. Todos querem enfrentar isso, juntos!
― Sabe de tudo? ― questionei confusa.
― Assim como todos nessa casa ― respondeu Snape rapidamente, então encarou Aleny, que recuava ― Traga a memoria deles de volta. Deixe tudo do jeito que estava, sei que pode fazer isso.
Hesitante, Aleny olhou de mim para os Fundadores que se aproximavam.
― Se eles querem arcar com as consequências, juntos, então dê a eles essa chance ― respondeu Salazar sereno ― Nada mais justo do que dar a uma família, uma outra escolha.
Aleny suspirou, sacou sua varinha e apontou para Harry, dizendo:
― O feitiço acertou Harry, então se eu trouxer de volta a memória dele, a memória dos outros também voltarão.
Então ela sussurrou algo inaudível e no mesmo instante Harry se remexeu.
― Agora estão dormindo, quando acordarem não lembrarão de nada o que aconteceu nessa manhã.
― Ajudaremos a colocar cada um na cama. Assim eles nem saberão que já haviam acordado ― disse Godric sacando a varinha e fazendo Harry levitar.
***
NARRADOR P.D.V ON
― Bom dia! ― saudou Lilian entrando na cozinha ― O que houve?
A mesa já estava posta para o café-da-manhã mais o clima estava tenso para tal. Todos estavam comendo, mas os olhares confusos iam de Snape para Samantha. Snape fuzilava Samantha, enquanto a mesma olhava para qualquer lugar menos para o pai.
― Não sabemos... ― respondeu Aira indiferente ― Há quase uma hora que estão assim. Já desisti de tentar entender.
― Severo ― chamou a ruiva ― O que houve?
― Pergunte à sua filha ― respondeu ele sem deixar de fuzilar Sam.
― Já vejo que é um problema ― notou Lilian revirando os olhos ― Já que agora ela é minha filha...
― Sua filha não tem noção das coisas que faz ― insistiu Snape se levantando ― Quer sempre agir sozinha como se fosse capaz de se manter.
― Eu sou capaz de cuidar de mim mesma okay? ― irritou-se Samantha.
― Não é não ― negou Snape ríspido ― Você não pensa no que faz, age sempre precipitadamente, como se fosse a coisa correta a fazer!
― Podia até não ser a coisa correta a fazer, mas pelo menos iria livrar vocês de muita coisa ― replicou Samantha.
― Nós não pedimos para sermos livrados de um perigo. Não pedimos para sermos salvos! E se não pedimos quer dizer que queremos enfrentar cada problema, juntos! Ajudar ― declarou Snape furioso.
Samantha levantou-se ainda mais irritada com a situação.
― E quem disse que eu quero saber quem quer ou não ser salvo!? Harry nunca quis saber se a pessoa queria ou não ser salva, ele apenas foi lá e salvou!
― Sobrou pra mim... ― murmurou Harry encolhendo-se na cadeira.
― Por Merlin! ― exaltou-se o Mestre de Poções ― Olha o exemplo que você usou... o herói que arrisca a vida da mesma forma que Granger lê livros. Só de lembrar o trabalho que esse garoto me dá, sinto ainda mais raiva do que fez!
― Harry Potter não pediu para ser salvo ― comentou Sam cruzando os braços.
― Mas alguém pediu por ele!
― Isso não mais motivo! Lilian Evans está aqui viva, não tem mais nada que você deva fazer em nome dela. Dumbledore só pediu ajuda.
― Eu recebi uma ordem ― cortou Snape veementemente ― E vou cumpri-la seja qual for as circunstancias.
― Admita: isso deixou de ser uma obrigação há muito tempo ― implicou Sam.
― Acho que eu devo interromper essa discursão, não? ― disse Dumbledore adentro a cozinha.
― Já estava na hora de alguém parar com essa loucura ― disse Aira se servindo de mais um pouco de suco.
― Vocês dois devem ter mais cuidado com o que falam ― sugeriu o diretor serenamente ― Eu podia ter chegado cinco minutos mais tarde. E algumas pessoas aqui não precisam de muito para assimilar as coisas ― ele lançou um olhar significativo para Hermione.
Snape bufou e saiu pisando fundo. Samantha revirou os olhos e o acompanhou, chamando-o:
― Papai, volta aqui. Vamos conversar...
Snape parou no meio do caminho e a encarou inexpressivo.
― Conversar? Eu não quero conversar sobre isso Samantha, não mesmo. Eu só quero conversar sobre isso com você quando for contar toda a história para a sua família, contar a verdade.
― O que? Pai, pensa bem no que está me pedindo... ― pediu a garota ― Não é algo fácil de fazer.
― Como assim? Eu acho que é até bem fácil ― retrucou o Mestre de Poções puxando-a para o jardim ― Começa dizendo: Vou contar toda a verdade para salvar a vida de vocês.
― Pai! Por Merlin! ― exclamou Sam, exasperada ― Eu não posso simplesmente contar tudo, sinto muito, mas não posso fazer o que está me pedindo.
― Samantha, eu não estou pedindo nada ― cortou Snape encarando a filha ― Estou avisando. Quanto mais você guardar tudo isso para você mesmo e tentar fazer algo sozinha, mais vai piorar a situação. Eu aconselho você a contar agora pelo menos o necessário, antes que seja obrigada a contar tudo.
― Eu faço o possível para manter todos a salvo e não é necessário contar nada ― defendeu-se Sam nervosa.
― Salvo? Não filha, você priva todos de conhecer a verdade. Isso é orgulho e não preocupação. Você quer cuidar de tudo sozinha, não admite que não é capaz. E se ainda, depois de tudo o que aconteceu, não está claro, eu vou esclarecer: você não é capaz de cuidar de tudo sozinha, precisa de ajuda e sei que é inteligente o suficiente para saber que é verdade.
Foi a vez de Samantha bufar, ela revirou os olhos novamente e deu as costas ao pai. Encostou-se e em uma arvore apenas para admitir que seu pai tinha razão. Se ela não contasse o necessário o quanto antes, mais cedo ou mais tarde ela seria forçada a contar tudo.
Respirou fundo procurando por uma saída.
― O que devo fazer? ― perguntou a si mesma.
Contar tudo agora estava fora de cogitação. Primeiro ela terá que planejar tudo, detalhe por detalhe, para que nada dê errado em nenhum momento.
Grossas e frias gotas de chuva começaram a cair lentamente. Samantha pensou em entrar, uma, duas, três vezes, mas decidiu que era melhor apenas sair de baixo da árvore. Então apenas deitou em um dos bancos e por lá ficou. De algum jeito a chuva a acalmava e agora não havia lugar melhor para pensar.
Foi então que eu consegui pensar melhor... para começar eu nem sabia exatamente o que estava acontecendo.
― Sam! O que está fazendo ai? ― quis saber Hermione gritando da janela.
― Quero ficar sozinha... ― respondi indiferente.
Ela bufou e fechou a janela.
― Você está começando a irritar as pessoas daqui ― disse uma voz familiar ― Por que não aproveita isso?
Fechei os olhos em busca de paciência, sentei e me questionei o motivo dele sempre aparecer sem avisar.
― O que quer Potter?
Ele sentou do meu lado, relaxado e respondeu:
― Percebi muitas brigas hoje e logo tão cedo...
― Vá direto ao ponto ― apressei.
― Voldemort já está sabendo que você não está se dando tão bem com sua família. E ele está gostando disso ― respondeu James indiferente.
― E?
― Uma vez me disseram que você seria capaz de tudo para garantir um final menos doloroso para aqueles que merecem ― ele lembrou ― E pelo o que sei você sempre tem planos muito bons, apesar de eles parecerem loucos e totalmente indispensáveis.
― Então está dizendo que preciso de um plano? ― verifiquei.
― Estou dizendo que já tenho um plano quase formado para você ― ele avisou rindo ― Mas é claro que nada direi.
― Ajuda muito... ― ironizei.
― Pense Samantha ― pediu James se levantando ― Eu sei que está disposta a correr qualquer tipo de risco, então um plano louco e bem elaborado, um que faça seu pai pensar bem na sua sanidade, não será problema para você.
Ele então apenas deus as costas e se foi.
Pensei bem no que James Potter me disse, ele estava certo e isso me irritava. Então percebi três coisas:
Primeiro: Eu já tenho um plano.
Segundo: Esse com certeza será o plano mais louco, mais complexo e mais difícil de todos.
Terceiro: É hora de provar minha coragem grifinória, relevando meu lado sonserino.
E que o jogo comece...
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