Transfiguratus Futura escrita por Hawtrey


Capítulo 4
Confusão


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pelo atraso... sou muito má eu sei u.u
Mas ja estou com o proximo capitulo em andamento :)



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― Samantha, Samantha ― bem ao longe eu escutava alguém me chamar ― Acorde logo. Deixa essa moleza de lado pirralha ― as cortinas foram abertas sem piedade.

            Mas quem é esse ser que está atrapalhando meu sono!?

― Anda! Levanta! ― reconheci a voz como sendo de Snape. Tinha que ser ele (-.-).

            Snape puxou meus pés tentando me despertar, mas eu simplesmente levantei as cobertas ate a cabeça e ignorei o ato.

― Você já pode deixar eu dormir...

― Se você não levantar agora dessa cama vou fazer cocegas até você explodir de tanto rir ― ameaçou ele.

            Abri os olhos assustada.

― Não faria isso... ― avisei ainda escondida pelas cobertas. Ele também tem cocegas. Ia sofrer igualmente.

― Demorou muito ― replicou ele quase rindo ― Lilian, me ajuda?

            Arregalei os olhos. Ele sozinho é justo. Com a mamãe no meio é jogo sujo. Levantei-me rapidamente a tempo de ver Lilian Evans se jogando na cama e começando a me encher de cocegas enquanto papai apenas ria.

            Eu não sabia se ria, batia ou chorava. Ataque de cocegas com certeza deveria ser usado como tortura antigamente. A pior e mais cruel tortura.

― Para! ― consegui pedir/implorar com o folego que tinha ― Para... por Merlin... para!

            Eu devo ter ficado vermelha ou roxa pela falta de ar, porque a ruiva se afastou meio preocupada. Foi um alivio para mim, finalmente consegui respirar. E para irritar ainda mais eles, apenas me joguei na cama novamente.

― Você não aprende garota... ― comentou Lilian rindo.

― Vai se arrepender ― retrucou Snape.

            Primeiro não entendi, então fiz a porcaria de querer olhar para ele e fui pega de surpresa com um banho de agua fria, literalmente.

― Por que você me molhou!?

― Você não queria acordar...

            Lilian riu da situação. Eu estava irritada e toda encharcada. Ignorei o plano vingativo que já se formava em minha mente e me sequei com um feitiço.

― Você acaba com a graça ― resmungou a ruiva.

            Sorri maliciosamente. Com um aceno de varinha eles, misteriosamente, ficaram encharcados.

― Quem está rindo agora? ― questione levantando da cama.

            Eles trocaram um olhar cumplice e pela primeira vez tive medo de quando pensavam juntos.

― Quer ter a honra de ser a primeiro? ― questionou Lilian sorrindo.

― Deixa comigo ― aceitou Snape me fazendo ficar ainda mais confusa.

            Quando ele deu um passo a frente eu decidi sair correndo. No mesmo instante vi uma bola de brilho passar bem ao meu lado.

            ― Purpurina maldita... ― murmurei enquanto corria.

O numero de bolas sendo lançadas por ele aumentava e só piorou quando Lilian decidiu ajuda-lo. Pude ouvir sua risada quando uma delas acertou meu cabelo. Virei-me irritada e fiz a maioria das bolas se voltarem para eles. Odeio elas.

― Harry Potter! Abra essa maldita porta antes que eu a derrube! ― pedi educadamente enquanto espanca a porta do quarto dele.

            Quando entrei rapidamente tranquei a porta e respirei fundo. A primeira coisa que vi foi os olhares assustados de todos os meninos que estranhamente estavam ali.

― Snape e Lilian enlouqueceram ― falei resumindo toda a situação.

― Não me diga... ― ironizou Rony com a blusa toda cheia de gliter.

― Foi o nosso “Bom dia”  ― disse Harry virando e mostrando boa parte da roupa manchada pela purpurina.

― É brilhante! ― disseram Fred e Jorge em uníssono que também foram vitimas.

― Eu acho que eles forem abduzidos durante a noite ― retrucou Jonathan divertido.

― Dormiu aqui? ― questionei cerrando os olhos.

― Sim, qual o problema?

            Nada, só que alguém puxou meu pé durante a noite.

― Sim, foi eu que puxei o seu pé durante a madrugada ― respondeu ele rindo.

― Da próxima vez te dou um chute ― respondi séria.

            A porta foi empurrada com força, fazendo todos paralisarem.

― O que querem? ― perguntou Rony num ato de desespero.

― Todos vocês vão arrumar a casa hoje... ― respondeu Lilian com um sorriso vitorioso.

― Arrumar essa casa enorme? ― assustou-se Jonathan.

― Depois dessa bagunça? Nem pensar ― completei exasperada.

― Então sentirão a fúria da purpurina ― disse Snape entredentes e recomeçando a lançar a maldita bola.

            O desespero tomou conta e todos começaram a correr como se fossem baratas fugindo do veneno. Eu que não ia ficar parada e ser um alvo fácil, comecei a correr em disparada pelos corredores e só pude ouvir os gritos das meninas no andar de baixo. Sem folego me encostei na parede e assustada, vi Crissy passar correndo toda brilhosa.

― Acho que estou sonhando... que dia estranho.

― Não tenha duvidas disso.

            Virei-me assustada e dei de cara com Salazar, ao seu lado estava também Gryffindor e Helena.

― O que fazem aqui? ― questionei me aproximando deles.

― Infelizmente viemos acabar com a sua alegria... ― respondeu Salazar sério.

            Gryffindor e Helena apresentavam expressões tristes. Coisa boa realmente não era.

― O que houve? ― apressei.

― Voldemort está se fortalecendo muito mais rápido do que imaginamos ― começou Helena suspirando.

― E já esta colocando seus planos em ação ― completou Godric se aproximando.

― Que planos? ― questionei.

― Ele está aprimorando a ligação que possui com sua mente. Assim, ele consequentemente está conseguindo uma ligação maior não só com Harry, mas também com Snape.

― Como assim? Está me confundindo... ― admiti.

― Sam, ele vai fazer Harry e Snape sofrerem.

― Sofrerem de que forma?

― Precisa apagar a mente de todos ― ordenou Salazar abaixando o tom de voz.

            Acho que ouvi errado, então questionei:

― O que? Apagar? Por que?

            Eles está me confundindo e me enlouquecendo.

― Estamos sem tempo. Faça isso agora ― apressou Aleny se aproximando às pressas.

― Do que estão falando? Estão me deixando confusa! ― exclamei.

― Samantha, confia em mim? ― questionou Aleny tocando meu ombro.

            Eu concordei inquieta. O que estava acontecendo?

― Então faça o que estamos pedindo e depois explicamos tudo ― respondeu Aleny triste ― Estaremos do seu lado quando usar o feitiço, não se preocupe com nada, você começa o feitiço e nós terminamos tudo. Acredite em mim, é o melhor a se fazer para impedir Voldemort.

― Samantha, ajude-me aqui ― era Lilian gritando da sala.

            Lancei um ultimo olhar aos fundadores e sai correndo para a sala, com eles me seguindo.

― O seu pai está passando mal ― desesperou-se Lilian quando cheguei.

            Snape estava sentado no sofá com uma cara de dor enquanto segurava a própria cabeça.

― O que aconteceu?

― Não sei, sem motivo algum ele começou a sentir uma dor muito forte na cabeça ― respondeu Harry.

― Seu irmão é o próximo, seja rápida! ― apressou Salazar.

― Do que ele está falando? ― quis saber Snape com a voz rouca.

            Ignorei sua pergunta e saquei a varinha, apontado para ele. Todos recuaram.

― O que pensa que esta fazendo? ― repreendeu Snape me encarando.

― Sinto muito pai, mas preciso fazer isso ― respondi com os olhos marejados.

            Ele arregalou os olhos percebendo o que eu ia fazer. Ignorei e respirei fundo, pronta para lançar o feitiço.

― Obliviate.

Tudo pareceu ser rápido demais. Minha visão se distorceu e houve uma movimentação estranha que não consegui distinguir. Ainda sem conseguir enxergar, sentir alguém me balançar violentamente.

― O que pensou que ia fazer!? O que fez!? ― com certeza era a voz de Snape.

― Professor? ― verifiquei.

― Não ― negou ele parecendo furioso ― É o seu pai furioso com você por ter tentando apagar a memoria dele.

Merda... não consegui.

― Olhe para mim ― ordenou ele ainda furioso.

― Okay... eu olho assim que eu conseguir enxergar algo ― respondi indiferente.

― Não consegue enxergar? ― questionou ele controlado.

― Minha visão só está um pouco... distorcida ― respondi me levantando ― Nada demais.

― Por que tentou apagar minha mente? ― questionou ele me levando até o sofá ― Por que fez isso com os outros? Eles não lembrarão mais de você!

― Esse era o objetivo... ― respondeu Aleny de algum lugar.

Minha visão voltou ao normal, então fitei papai que fuzilava Aleny com o olhar.

― Isso tinha que ser ideia sua Collins! ― vociferou ele ― Enlouqueceu de vez!?

 ― Tudo isso foi necessário...

Snape avançou sobre ela me fazendo levantar rapidamente.

― Pai, calma.

― Não importa o quanto o Lord das Trevas ameace todos nós ― começou ele para Aleny ― Ninguém aqui quer esquecer Samantha. Todos querem enfrentar isso, juntos!

― Sabe de tudo? ― questionei confusa.

― Assim como todos nessa casa ― respondeu Snape rapidamente, então encarou Aleny, que recuava ― Traga a memoria deles de volta. Deixe tudo do jeito que estava, sei que pode fazer isso.

Hesitante, Aleny olhou de mim para os Fundadores que se aproximavam.

― Se eles querem arcar com as consequências, juntos, então dê a eles essa chance ― respondeu Salazar sereno ― Nada mais justo do que dar a uma família, uma outra escolha.

Aleny suspirou, sacou sua varinha e apontou para Harry, dizendo:

― O feitiço acertou Harry, então se eu trouxer de volta a memória dele, a memória dos outros também voltarão.

Então ela sussurrou algo inaudível e no mesmo instante Harry se remexeu.

― Agora estão dormindo, quando acordarem não lembrarão de nada o que aconteceu nessa manhã.

― Ajudaremos a colocar cada um na cama. Assim eles nem saberão que já haviam acordado ― disse Godric sacando a varinha e fazendo Harry levitar.

***

NARRADOR P.D.V ON

― Bom dia! ― saudou Lilian entrando na cozinha ― O que houve?

A mesa já estava posta para o café-da-manhã mais o clima estava tenso para tal. Todos estavam comendo, mas os olhares confusos iam de Snape para Samantha. Snape fuzilava Samantha, enquanto a mesma olhava para qualquer lugar menos para o pai.

― Não sabemos... ― respondeu Aira indiferente ― Há quase uma hora que estão assim. Já desisti de tentar entender.

― Severo ― chamou a ruiva ― O que houve?

― Pergunte à sua filha ― respondeu ele sem deixar de fuzilar Sam.

― Já vejo que é um problema ― notou Lilian revirando os olhos ― Já que agora ela é minha filha...

Sua filha não tem noção das coisas que faz ― insistiu Snape se levantando ― Quer sempre agir sozinha como se fosse capaz de se manter.

― Eu sou capaz de cuidar de mim mesma okay? ― irritou-se Samantha.

― Não é não ― negou Snape ríspido ― Você não pensa no que faz, age sempre precipitadamente, como se fosse a coisa correta a fazer!

― Podia até não ser a coisa correta a fazer, mas pelo menos iria livrar vocês de muita coisa ― replicou Samantha.

― Nós não pedimos para sermos livrados de um perigo. Não pedimos para sermos salvos! E se não pedimos quer dizer que queremos enfrentar cada problema, juntos! Ajudar ― declarou Snape furioso.

Samantha levantou-se ainda mais irritada com a situação.

― E quem disse que eu quero saber quem quer ou não ser salvo!? Harry nunca quis saber se a pessoa queria ou não ser salva, ele apenas foi lá e salvou!

― Sobrou pra mim... ― murmurou Harry encolhendo-se na cadeira.

― Por Merlin! ― exaltou-se o Mestre de Poções ― Olha o exemplo que você usou... o herói que arrisca a vida da mesma forma que Granger lê livros. Só de lembrar o trabalho que esse garoto me dá, sinto ainda mais raiva do que fez!

― Harry Potter não pediu para ser salvo ― comentou Sam cruzando os braços.

― Mas alguém pediu por ele!

― Isso não mais motivo! Lilian Evans está aqui viva, não tem mais nada que você deva fazer em nome dela. Dumbledore só pediu ajuda.

― Eu recebi uma ordem ― cortou Snape veementemente ― E vou cumpri-la seja qual for as circunstancias.

― Admita: isso deixou de ser uma obrigação há muito tempo ― implicou Sam.

― Acho que eu devo interromper essa discursão, não? ― disse Dumbledore adentro a cozinha.

― Já estava na hora de alguém parar com essa loucura ― disse Aira se servindo de mais um pouco de suco.

― Vocês dois devem ter mais cuidado com o que falam ― sugeriu o diretor serenamente ― Eu podia ter chegado cinco minutos mais tarde. E algumas pessoas aqui não precisam de muito para assimilar as coisas ― ele lançou um olhar significativo para Hermione.

Snape bufou e saiu pisando fundo. Samantha revirou os olhos e o acompanhou, chamando-o:

― Papai, volta aqui. Vamos conversar...

Snape parou no meio do caminho e a encarou inexpressivo.

― Conversar? Eu não quero conversar sobre isso Samantha, não mesmo. Eu só quero conversar sobre isso com você quando for contar toda a história para a sua família, contar a verdade.

― O que? Pai, pensa bem no que está me pedindo... ― pediu a garota ― Não é algo fácil de fazer.

― Como assim? Eu acho que é até bem fácil ― retrucou o Mestre de Poções puxando-a para o jardim ― Começa dizendo: Vou contar toda a verdade para salvar a vida de vocês.

― Pai! Por Merlin! ― exclamou Sam, exasperada ― Eu não posso simplesmente contar tudo, sinto muito, mas não posso fazer o que está me pedindo.

― Samantha, eu não estou pedindo nada ― cortou Snape encarando a filha ― Estou avisando. Quanto mais você guardar tudo isso para você mesmo e tentar fazer algo sozinha, mais vai piorar a situação. Eu aconselho você a contar agora pelo menos o necessário, antes que seja obrigada a contar tudo.

― Eu faço o possível para manter todos a salvo e não é necessário contar nada ― defendeu-se Sam nervosa.

― Salvo? Não filha, você priva todos de conhecer a verdade. Isso é orgulho e não preocupação. Você quer cuidar de tudo sozinha, não admite que não é capaz. E se ainda, depois de tudo o que aconteceu, não está claro, eu vou esclarecer: você não é capaz de cuidar de tudo sozinha, precisa de ajuda e sei que é inteligente o suficiente para saber que é verdade.

Foi a vez de Samantha bufar, ela revirou os olhos novamente e deu as costas ao pai. Encostou-se  e em uma arvore apenas para admitir que seu pai tinha razão. Se ela não contasse o necessário o quanto antes, mais cedo ou mais tarde ela seria forçada a contar tudo.

Respirou fundo procurando por uma saída.

― O que devo fazer? ― perguntou a si mesma.

Contar tudo agora estava fora de cogitação. Primeiro ela terá que planejar tudo, detalhe por detalhe, para que nada dê errado em nenhum momento.

Grossas e frias gotas de chuva começaram a cair lentamente. Samantha pensou em entrar, uma, duas, três vezes, mas decidiu que era melhor apenas sair de baixo da árvore. Então apenas deitou em um dos bancos e por lá ficou. De algum jeito a chuva a acalmava e agora não havia lugar melhor para pensar.

Foi então que eu consegui pensar melhor... para começar eu nem sabia exatamente o que estava acontecendo.

― Sam! O que está fazendo ai? ― quis saber Hermione gritando da janela.

― Quero ficar sozinha... ― respondi indiferente.

Ela bufou e fechou a janela.

― Você está começando a irritar as pessoas daqui ― disse uma voz familiar ― Por que não aproveita isso?

Fechei os olhos em busca de paciência, sentei e me questionei o motivo dele sempre aparecer sem avisar.

― O que quer Potter?

Ele sentou do meu lado, relaxado e respondeu:

― Percebi muitas brigas hoje e logo tão cedo...

― Vá direto ao ponto ― apressei.

― Voldemort já está sabendo que você não está se dando tão bem com sua família. E ele está gostando disso ― respondeu James indiferente.

― E?

― Uma vez me disseram que você seria capaz de tudo para garantir um final menos doloroso para aqueles que merecem ― ele lembrou ― E pelo o que sei você sempre tem planos muito bons, apesar de eles parecerem loucos e totalmente indispensáveis.

― Então está dizendo que preciso de um plano? ― verifiquei.

― Estou dizendo que já tenho um plano quase formado para você ― ele avisou rindo ― Mas é claro que nada direi.

― Ajuda muito... ― ironizei.

― Pense Samantha ― pediu James se levantando ― Eu sei que está disposta a correr qualquer tipo de risco, então um plano louco e bem elaborado, um que faça seu pai pensar bem na sua sanidade, não será problema para você.

Ele então apenas deus as costas e se foi.

Pensei bem no que James Potter me disse, ele estava certo e isso me irritava. Então percebi três coisas:

Primeiro: Eu já tenho um plano.

Segundo: Esse com certeza será o plano mais louco, mais complexo e mais difícil de todos.

Terceiro: É hora de provar minha coragem grifinória, relevando meu lado sonserino.

E que o jogo comece...


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Notas finais do capítulo

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