Cada passo para o castelo, era como se alguma coisa de Draco estivesse ficando para trás. Ele sabia que deveria fazer alguma coisa, sabia que era a hora de fazer alguma coisa. As suas costas, ouvia murmurios de alunos não contentes com o seu "ataque nervoso" mas ele não prestava atenção de fato no que eles falavam.

A noite pareceu sombria e sem vida, Draco procurou por Luna nos lugares em que ele imaginou que ela estaria, mas não a encontrou fazendo a sua culpa crescer ainda mais. Amanhã, com certeza ele iria procura-la e não iria descansar se não a achasse e falasse com ela. Draco adormeceu num sono fraco, acordava de hora em hora certificando-se se ainda era noite. 

O café do salão principal estava exposto nas quatro mesas, mas ele não se dirigiu a da sonserina, foi direto para da corvinal, atrás da sua amada. 

- Oi, ah, você é do 4° ano? - perguntou Draco, para uma garota sentada de costas.

- ah... sim. - ela respondeu confusa.

- conhece a Luna Lovegood?

- Claro, a Di-Lua... Bem eu vi ela hoje no quarto, ela parecia muito mal, - observou ela. - mas não veio para o salão, não sei onde ela poderia estar. - ela disse a frase com um certo tom de pergunta.

- Ta. - respondeu Draco deixando a garota sem entender.

Ele saiu apressado, agora ele sabia onde ela estava. No campo de quadribol.

As arquibancadas estavam vazias, exceto por um minusculo pontinho colorido sentado no alto, mexendo em alguma coisa nas mãos.

- Luna? - chamou Draco, quando ele estava perto dela.

Ela tinha os olhos vermelhos, mal pode ver o brilho claro que eles tinham. Parecia que estava mais aflita e não sorria.

- Draco... - sua voz falhou, enquanto ela largava o colar que segurava.

Ele queria tanto falar com ela, queria tanto poder abraça-la, mas agora ele não tinha palavras.

- Fiquei preocupado com você. - foi o que conseguiu dizer.

Ela levantou os olhos para o céu nublado provavelmente imaginando alguma cena ou alguma resposta. 

- Não precisava, eu estou bem.

- Que bom que você está, por que eu não estou...

Ela o olhou de repente, parecia alegre mas logo passou, seus olhos se encheram de lágrimas.

- Você acha mesmo que eu iria te trocar pelo Harry, não é?

Draco não respondeu, ele não conseguia nem ao menos olha-la nos olhos depois dessa acusação.

- Sabe, eu nunca me decepcionei tanto com você. - ela fungou. - Eu sempre achei que seria perfeito eu e você juntos, mas eu estou vendo que não pode dar certo. Somos de mundos diferentes...

- Não, Luna... Eu sinto muito. Agi como um idiota, mas eu não posso ficar sem você...

- Pode sim, e vai. - ela se levantou e passou as mãos no rosto. - Malfoy, você tem vergonha de mim, tem vergonha de ser visto comigo, não quer contar a ninguém por que tem que manter a sua pose de mal. - Ela parou olhou para o céu, e continuou - Você não entende, eu não quero simplesmente ter você pela metade, eu quero você por inteiro. E enquanto você não pensar nisso, é melhor ficarmos assim. - escorria lagrimas de seus olhos.

Draco não tinha palavras, sua boca estava seca e seus olhos escorrendo lagrimas que ardiam mais do que se estivesse em chamas.

- Você tem razão. - ele começou - eu não trato você como deveria, eu... você é perfeita demais pra mim. Merece alguém melhor.

Ela chorou, enquanto Draco permanecia imóvel sem conseguir mover um musculo diante de toda aquela situação. Ela estava completamente certa em relação a tudo, era questão de status para ele, e ela não merecia ser tratada assim.

- Acho melhor eu ir. - disse ela pegando suas coisas. 

Antes de partir, ela olhou para Draco, lhe deu um beijo suave no rosto e murmurou em seu ouvido: "sempre vou estar aqui por você". Ela foi descendo os degraus devagar, e ele murmurou em resposta: "eu te amo", Mas ela não ouviu.

Dezembro era para ser um mês bom, alegre, feliz, comemorativo. Mas Draco não tinha animo para nada, nem para fazer suas malas para passar as férias de natal em casa. A viagem de expresso essa tarde seria longa e cruel. Mas mesmo assim tentou manter o bom humor pois estava voltando para casa - não, ele já estava em casa.

- Draco, a Umbrigde quer te ver antes de ir para Hogsmeade. - disse Crabbe com cuidado enquanto Draco terminava de arrumar seu malão e fecha-lo.

A sala da Umbrigde estava cheia de enfeites de natal, com gatinhos decorados de papai noel, tudo em tons rosas e claros. Parecia uma festa feminina demais, que não fazia seu tipo. Draco notou que não estava só ele, alguns menbros da brigada inquisitorial estavam presentes sentados nas cadeiras tomando xícaras de chás.

- Eu tenho uma missão para vocês, quando voltarem das férias de natal é claro. - ela disse se apressando. - Bem, eu tenho certeza que Potter e seus amiguinhos estão armando alguma coisa, algo como formar algum tipo de grupo para treinar arte das trevas...

- ah, por isso colocou aquele aviso, não foi? - disse Goyle feliz, por ter entendido alguma coisa uma vez na vida.

- Claro. - disse ela impaciente. - Quero que fiquem de olhos grudados naqueles aluninhos metidos, eles acham que podem fazer o que quiserem nessa escola? Estão muito enganados, não concordam?

- sim - todos disseram em um coro ridiculo. 

- Mas... - começou Draco. - como você pode saber que é isso mesmo que eles estão tramando? - perguntou Draco ironico.

- Eu tenho as minhas fontes, Sr. Malfoy.

- Elas são de confiança?

- Óbvio. - ela parecia irritada agora. - Muito bem, podem ir era isso. 

Então todos os alunos deixaram a sala, com grande euforia, não se sabia se era pelas férias ou se era pela missão dada.

- Draco, vamos logo pegar o expresso... - disse Crabbe

- Ta, vou lá no corujal ver se tem alguma correspondencia e já volto, pega o meu malão.

Dizendo isso, Draco saiu em direção ao corujal, atento a qualquer movimento que pudesse identificar a presença de Luna. Ele pensava todas as noites "você a deixou partir, você a perdeu, ela deve estar com o Potter agora seu idiota" Ele tentava bloquear os pensamentos ruins, sabia que a Luna era e sempre seria o amor de sua vida, mas agora ela estava distante e era tudo culpa dele, mas ele iria consertar tudo, iria pedir desculpas, iria contar a todos que a amava. Mas ele precisava desse tempo, precisava pensar no quanto estava errado, no quanto ela era perfeita e ele um idiota.

- Mas Harry... Ninguém deve saber sobre isso, é algo nosso...

Ele sabia de quem era essa voz, seu sangue ferveu, suas mãos tremeram, sua respiração acelerou, era Luna.

- Luna, pode confiar em mim... - falou Harry

Draco entrou e viu os dois sentados perto de uma coruja nevada. E sem pensar sobre nada sacou sua varinha e apontou na direção do Potter. 

- Draco! - Luna se assustou. - o que está fazendo?

Ele não respondeu só sentia a raiva pulsando nas suas veias, enquanto olhava na direção de Harry que o também mirava com a mesma raiva.

- Então, Potter, o que anda fazendo por aí, com a minha Luna? - Draco falava, sua mão tremia tanto que ele mal conseguia manter a varinha parada.

Potter sacou sua varinha também e os dois ficaram ali se encarando.

- NEM PENSEM NISSO! - gritou Luna tentando correr para que ficasse no meio dos dois. 

- Não Luna, esse duelo é meu. - disse Harry afastando Luna de perto e apontando a varinha em direção a Draco.