Boca Virgem escrita por Mag


Capítulo 1
Capítulo Único - Boca Virgem.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. ♥
Faz um tempinho que estou com essa ideia na cabeça, tanto que as primeiras linhas de Sky eram para ser dessa fic. BaekYeol porque estou apaixonada pelo couple.
Fofinha, bobinha, mas de coração.
Me desculpem pelos erros e boa leitura.



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Estava cansado de ser o motivo da maioria das piadas da sala.

Aqueles seres diabólicos, também conhecidos como “colegas de turma”, adoravam aprontar comigo, viviam fazendo brincadeiras e dizendo coisas que eu nunca entendia, me achavam ingênuo demais para alguém com dezesseis anos. Também, muitos ali já bebiam, saiam a noite, frequentavam festas... Segundo um deles, eu estava perdendo o lado realmente “bom” da vida. Porém eu não tinha culpa se Kai beijava umas quatro garotas por noite, isso quando não agarrava o SeHun no final das festas.

Não que eu fosse a alguma delas, o próprio Kai fazia questão de listar suas conquistas, enquanto SeHun sempre corava ao ser mencionado pelo maior, acho que eles tinham um caso, não que eu fosse de me meter na vida alheia. Mas enfim, a questão era que em uma quinta-feira qualquer ele (Kai, é claro), me veio com a dúvida que estava me matando desde que dei ouvidos a ele e sua maldita pergunta: “BaekHyun, você é BV?”

“BV”? O que era aquilo? Com certeza era uma sigla de algo impróprio, tudo naquele ser humano era impróprio. Kai simplesmente comia qualquer um com os olhos, e com aquilo no mínimo ele queria saber algo íntimo sobre mim, que não respondi, é óbvio. Na hora ele até insistiu, mas me mantive calado como sempre, então só pude ver ele cochichando alguma coisa no ouvido do Tao, outro pervertido, mas no caso ele era pervertido em duas línguas. Tao era chinês.

O real problema não era os pervertidos da minha sala, ou o fato de eu ser totalmente alheio ao mundo de perversão deles, o problema era eu ser curioso demais. Afinal, o que significava “ser BV”? Eu poderia muito bem procurar no Google, mas eu não aguentaria chegar até em casa para saber, eu precisava naquele momento da resposta, porque os infelizes continuavam a rir no meio da aula de coreano. Então, eu só tinha uma pessoa para mendigar ajuda.

ChanYeol.

Diferente do resto da turma, ChanYeol era mais tranquilo, apesar de ser popular como Kai e os outros, ele não beijava várias garotas por festa, nem se embebedava até cair, muito menos fazia piadas comigo... Ah, ele era meu melhor amigo também. Mesmo com toda a estória de popularidade ele nunca me abandonou, éramos amigos desde sempre, e eu só poderia contar com ele, seja nos momentos bons ou ruins, e claro que ele poderia contar comigo. Juramos proteger um ao outro até ficarmos velhinhos.

Olhei para o lado e ele pelo jeito estava concentrado na matéria, porque nem a risada escandalosa do JongIn ele notou, então escrevi um bilhete rapidamente em um pedaço de papel, jogando na mesa dele assim que o professor voltou a passar dever no quadro. ChanYeol piscou algumas vezes até desdobrar o papelzinho e ler a mensagem.

“O que é ser BV? ^^”

Ele pareceu achar minha pergunta estranha, pois pensou muito para responder. Será que era algo tão pornográfico que nem ao menos ele sabia? Se fosse eu daria um jeito de matar aqueles acéfalos da minha sala, mas pelo jeito não era, porque logo fui respondido.

“Por que quer saber isso?”

Ah, eu odiava ser respondido com outra pergunta, e ele sabia disso porque ao ver minha reação nada contente mandou outro papelzinho, e eu esperava ser com a resposta.

“Quando você for estudar lá em casa eu te explico.”

Certo, não era. Ele me enrolaria até a tarde, quando eu geralmente ficava na casa dele para estudar, ver algum filme ou jogar conversa fora. Apesar de no colégio ele sempre estar rodeado de pessoas, ou melhor, de meninas oferecidas, ChanYeol passava quase todas as tardes comigo, mesmo que fosse pra atacar minha geladeira ou pra dormir na minha cama. Ele sempre dizia que um dia iria roubar o meu colchão.

Roubando ou não, só me restava esperar.

-

Como eu era uma pessoa pontual...

Mentira.

Como eu era uma pessoa curiosa, no horário combinado eu já estava na sua casa, não que ficasse longe, aliás, ChanYeol é meu vizinho. Então logo me encontrava sentadinho na sua cama, aguardando uma explicação enquanto ele andava de um lado para o outro no quarto. Juro que se ele andasse por mais um minuto o chão ficaria gasto, e eu não resistiria em interromper sua linha de pensamento.

- Aish, por que você me perguntou sobre isso? – Ele disse de repente, parando de andar e encostando-se no guarda-roupa. – Por acaso você não é mais? – Senti uma leve preocupação em sua voz.

- Não sou o que? – Realmente não tinha entendido a pergunta dele.

- BV! – Ele suspirou pesadamente. – Achei que você me contasse tudo.

- Mas eu conto. – Fiz bico. – Eu não sei o que é “BV”, o idiota do Kai que me perguntou se eu era isso, então eu não sabia o que responder. – Expliquei. – Por acaso ele perguntou se sou gay?

- Não. – ChanYeol pela primeira vez riu da minha inocência. – BV significa “boca virgem”, ele perguntou se você já beijou alguém. – Explicou por fim. – Aquele pervertido, não fique muito perto dele.

- Ah, entendi. – Respondi baixinho. – Como se não fosse óbvio...

“Boca virgem”, então era esse o motivo da minha curiosidade, aqueles imbecis estavam rindo da minha cara uma hora dessas, primeiro por eu não saber o que significava “ser BV”, e segundo porque eu realmente nunca beijei alguém. Eu não era promíscuo igual a eles, eu realmente acreditava no amor verdadeiro, não queria sair por aí beijando qualquer um, principalmente o primeiro beijo, ele tinha que ser...

Especial.

Porém eu duvidava ser beijado, eu era sem graça, quieto, meio nerd e ainda por cima ingênuo, cairia na conversa de qualquer um. O único que se preocupava comigo e não ligava para esse meu jeito esquisito era ele. ChanYeol sempre me defendia das piadinhas maldosas, sempre passava o intervalo comigo, e confesso que ás vezes ele fazia carinho em mim até eu pegar no sono. Ele cuidava de mim como se eu fosse quebrar a qualquer instante.

Mas ele era diferente, sempre com um sorriso estampado no rosto, simpático, conversava com todo mundo, fora a legião de fãs que ele tinha, ao contrário de Kai ele tratava qualquer pessoa da mesma forma, sempre educado e prestativo. Bonito por dentro e por fora. Talvez por isso fossemos amigos, talvez fosse apenas gentileza.

No mesmo instante que meu coração se apertou com o pensamento, senti a cama afundar do meu lado, com certeza ChanYeol notou meu silêncio e iria perguntar se estava tudo bem, mas ele se manteve calado, e com um mínimo movimento tocou meu rosto, me obrigando a encará-lo.

Seus olhos brilhavam, mas não era como eu estava acostumado, era mais intenso e só o deixava mais bonito. As pontas de seus dedos deslizaram até meu queixo, e eu tremi apenas com aquele toque, estávamos tão próximos que eu poderia facilmente descrever seu perfume, poderia facilmente sentir sua respiração fazendo cócegas em meus lábios. Então ele me lançou um olhar como se fosse um pedido mudo para prosseguir, eu já não aguentava o próprio peso do meu coração, que a cada batida parecia querer pular do peito, então apenas fechei meus olhos.

No mesmo instante ele me beijou.

Foi um simples roçar de lábios, como se ele me fizesse um de seus carinhos. Arrepiei quando uma de suas mãos se afundou em meus cabelos, me trazendo para mais perto dele, quando eu ofeguei foi a brecha para minha boca ser invadida. Ele não tinha pressa, eu também não. Dessa forma nossos lábios se moldavam pouco a pouco, mas ao mesmo tempo se buscavam com uma urgência como se aquele beijo fosse desejado há muito tempo.

E de fato ele era.

Enquanto sua língua brincava com a minha, e seus lábios pressionavam os meus, eu percebi que sempre desejei aquele beijo, bem no fundo eu queria a atenção de ChanYeol só pra mim, eu queria que ele me amasse. Eu sei que não era o primeiro beijo dele, mas a forma com que ele me apertava em seus braços era como se fosse. Quando nos separamos minimamente em busca de ar, ele sorriu e não me deu tempo de retribuir, pois logo estávamos nos beijando novamente, ele tirava minha sanidade e mordia meu lábio inferior só para me provocar.

Em uma quinta-feira qualquer eu não soube quantas vezes fui beijado.

-

No dia seguinte Kai até poderia fazer uma de suas piadinhas, nada estragaria minha felicidade. Enquanto fui buscar o dinheiro que esqueci na sala, ChanYeol me aguardava na cantina, então na volta eu praticamente corri para não pegar fila, porém fui interrompido na metade do caminho.

- Hey, Bacon! – Por falar no diabo...

- Olá Kai. – Cumprimentei amistoso, na verdade eu queria socar aquele idiota.

- Eu fiquei reparando hoje mais cedo... – Ele começou com aquela cara de quem estava aprontando. – Você e o ChanYeol estão tendo um caso? O sorriso dele tinha mais dentes do que cabem na boca. – Provocou.

- Não sei do que está falando. – Me fiz de desentendido.

- Não foi só eu quem reparou, o SeHun também percebeu. – Apontou para o amigo que estava do lado, e quando eu olhei notei a enorme marca no pescoço dele. Alguém duvidava que era obra do pervertido do JongIn? – Mas me diz, ele é o seme né, você tem uma carinha de uke... – Riu da própria piada.

Que novamente eu não entendi, e claro, não respondi o que fez os dois partirem na direção oposta.

“Seme e uke”? O que era aquilo?

Acho que iria ter que fazer mais uma pergunta para o ChanYeol.


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Notas finais do capítulo

Yah, bobinha como disse antes.
Talvez tenha outra, mas com SeKai/KaiHun, vai depender dos comentários.
Beijos e até a próxima.