Uma Noite de Lua escrita por Giihrsouza


Capítulo 2
Herói




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            -Miya... Estou falando com você menina, acorda!

            Minha mãe estava me sacudindo, olhei para ela, pelo visto eu estava distraída, ainda visualizando o sorriso que recebi mais cedo.

            -Que foi mãe? – Minha voz era desanimada, também, ela me tirou do meu Itachi.

            -Quero saber por que de todos os legumes estarem sujos, você caiu?

            Reprimi um riso, claro e em um lugar maravilhoso, me derruba de novo?

            -Ah... Sim... Eu me desequilibrei, acho que fiquei meio cansada do treino de hoje... Desculpe mãe, vou para meu quarto.

            Me levantei, quando ia em direção ao corredor que levava ate meu quarto minha mãe me puxou pelo braço.

            -Vou preparar algo para você comer então, isso deve ser fraqueza, você comeu muito pouco, está ate magra demais.

            Me olhei por um tempo, ela tinha razão, eu estava magra, até demais. O comentário tirou minha alegria no mesmo instante, comi o que minha mãe preparou, nem vi o que tinha comido, depois fui meio devagar para fora.

            O céu estava escurecendo, estava em crepúsculo (tive que usar isso xD).  As estrelas agora ameaçavam aparecer no lilás que desbotava até o rosa bebê. Eu o via, seu sorriso, queria ver aquele céu ao seu lado. Imersa em pensamentos, notei que eu estava no meu quarto, olhando o céu pela janela.

            Não estava cansada o suficiente para dormir, decidir dar uma volta, com certa esperança de vê-lo, trombar com ele... A idéia me fez rir, eu soltei o cabelo, o arrumei e depois fui para a rua.

            Andei durante todas as ruas, evitei a de sua casa, não podia aparecer em território Uchiha, a não ser que quisesse arrumar encrencas. Já estava tarde, pulei para cima do telhado da casa próxima e consegui ver a rua Uchiha, escondi meu chakara o máximo possível e observei, Itachi estava pensativo, com o uniforme da AMBU e com a máscara do lado do rosto, fiquei feliz por ele tê-la colocado do lado esquerdo do rosto, assim eu podia ver um pouco de suas feições... As olheiras marcadas no rosto, os olhos negros fitando o céu, o rosto sem expressão, parecia que tinha sido chamado, ele ficou de pé e foi andando para dentro da casa.

            Pisquei algumas vezes e voltei a mim, eu agora corria de telhado em telhado, com a maior velocidade que eu conseguia, com medo de ter passado tempo de mais o admirando. Cheguei a menos de três minutos entrei pela minha janela e ali fiquei um bocejo me invadiu, eu queria dormir, olhá-lo de perto, em meus sonhos com ele.

            Acordei no horário de sempre, um pouco mais tarde que o costume, vesti-me para o treino e depois de comer algo na cozinha fui para o salão. O meu tio Hizachi estava ali, observando com meu pai, eu sempre ficava meio nervosa, o irmão de meu pai tinha uma marca na testa, que significava que ele não era da nobreza e que seus descendentes também não seriam, era cruel, mas meu pai diz que é necessário controlá-los para não haver nenhuma ameaça para nós “os reis” dos Hyuuga.

            -Miya, tenho que falar com você. – Meu pai raramente falava comigo, será que ele me viu olhando os Uchiha ontem?

            Entrei e me sentei a sua frente, depois de um longo suspiro ele começou:

            -Quero que tenha cautela minha filha... Ao andar nas ruas...

            Não pude deixar de perguntar.

            -Por quê?

            -Você não entenderia... – Sua voz carregava dor, o que era estranho.

            -Posso pelo menos tentar? – Desafiei.

            -Miya, facilite as coisas está bem? – Ele fechou os olhos, tinha irritação na voz, depois de um momento ele os reabriu. – Está dispensada.

            Eu mal acreditava naquilo...Dispensada?

            -M-Mas... O treino...

            -Não terá hoje, vá...

            Eu sai sem reclamar, aquilo era raro, geralmente só era dispensada quando eu ficava doente, mesmo assim, só se fosse uma doença muito grave, pelo contrário eu teria de armar minha guarda e atacá-lo com uma kunai.

            Voltei para meu quarto, vesti um short jeans com uma blusa vermelha com corações e coloquei minha sandália, eu iria sair, eu precisava saber o que se passava na vila.

            Sai pela minha janela, na minha rua não tinha nada de errado, fui me afastando, olhando curiosa... Notei que eu ainda usava o rabo de cavalo com as mechas menores para frente, decidi que ele colocava meu rosto bonito e o deixei, uma presença se aproximou de mim, senti seu chakara, era furioso, me virei meio tardiamente, fui apunhalada pelas costas, caí com tudo. Era um Uchiha desconhecido.

            Ele vinha para cima de novo, eu armei minha guarda, alguém veio atrás de mim e me imobilizou.

            -Solte-me. – Gritei desesperada.

            Ainda era cedo de mais, não tinha ninguém praticamente na rua, os que tinham não interviam. Uma voz soou em meu ouvido direito.

            -Eu protejo você, confie em mim. – Sussurrou uma voz conhecida.

            Me virei um pouco e vi quem era, Itachi Uchiha estava me imobilizando, sem me machucar muito.

            -Enishi, deixe comigo. – seu tom era autoritário.

            Enishi se afastou, demorou um pouco para Itachi me soltar, depois ele me largou, cambaleei um pouco mas recuperei o equilíbrio. Notei que ele estava com uma blusa com o símbolo Uchiha e usava o sharingan.

            -Devia tomar mais cuidado...

            Eu ainda não acreditava, ele tinha me salvado de seu próprio clã.

            -Eu... Queria saber o que estava havendo... Pode me explicar?

            Ele fechou os olhos e quando os reabriu estavam pretos, normais e lindos.

            -Claro, mas antes, pode ver se tem mais alguém por aqui? O Byakugan é melhor que o Sharingan nessas ocasiões.

            Assenti, depois me concentrei. Fechei os olhos e reabri, olhei tudo, os que tinhas estavam a leste, na casa dos Uchiha.

            -Tudo bem...

            Meu rosto formigou e isso significava que eu agora enxergaria seu rosto, os reabri. Ele sorriu.

            -Me siga.

            Ele correu, não tive muitas dificuldades em acompanhá-lo, depois chegamos a uma área fora de Konoha, ele me continuava a correr e eu o seguia, paramos em uma cachoeira, muito linda.

            -Belo lugar. – Eu disse.

            -Eu venho aqui para pensar sobre a vida, as coisas lá no clã não tem sido as melhores.

            -Se quiser, pode confiar em mim.

            Eu tinha esperanças, de que ele confiasse em mim, de que ele me quisesse, assim como eu o queria, confiasse em mim, como eu naquele momento confiava nele.

            -Não sei porque Miya, eu acho que sei muito bem que posso confiar em você... – Ele olhava profundamente para mim.

            -Eu também sinto o mesmo... Mas posso te fazer uma pergunta?

            Ele esperou.

            - Por que me salvou? Sabe... De seu próprio clã.

            -Eu não sei...

            Nos sentamos nas pedras secas que tinham por ali.

            -Tenho outra pergunta.

            -Achei que quisesse fazer apenas uma. – disse ele com humor.

            -Tem importância mais uma?

            -Acho que não...

            -O que está acontecendo? Sabe, seu clã me atacou.

            -Foi só um impulso, creio que Hiashi nos viu com o Byakugan, ele não avisou a você para não sair?

            -Avisou... Mas meu pai quase nunca fala comigo, nem me respondeu a essa última pergunta que te fiz.

            Ele riu sem humor.

            -Como são os Hyuuga? Como é o Byakugan? – ele me olhava curioso.

            Corei na mesma hora.

            -Bem... Os Hyuuga tem meio que ramificações, eu acho que dei sorte e fiquei na nobre, acho que não é muito diferente dos Uchiha. A única coisa que diferencia é que seu clã é mais amigo um do outro, no meu, os que pertencem a ramificações menores ganham um símbolo do pássaro engaiolado, qualquer ameaça que eles fizerem a algum membro da nobreza está sujeito a uma tortura imensa ou até mesmo a morte.

            Itachi me fitou mais um pouco, provavelmente esperando a segunda resposta.

            -E o Byakugan é muito útil, vejo seus pontos de chakara e posso bloqueá-los, assim eu sempre vou te nocautear, mas será por dentro.

            -Deve ser doloroso...

            -Não sei bem, eu nunca apliquei em ninguém, apenas treinei essa técnica. E foi em bonecos de madeira. – eu o olhei, ele olhava para o nada...

            -E o como é ser o Uchiha prodígio? Imagino que você deve ser bem privilegiado...

            A pergunta parece que o entristeceu, me arrependi de ter perguntado, apesar de não saber o motivo de usa dor, eu queria afagá-la, queria vê-lo sorrindo.

            -O que foi?

            Itachi estava calado, seus olhos agora tristes, eu queria confortá-lo, mas temia que meu toque só piorasse as coisas.

            -Desculpe, acho... está ficando tarde, vou indo... – Ele estava se levantando.

            -Não por favor, me desculpe... Se a pergunta lhe ofendeu... Desculpe... – Eu estava segurando seu braço, ele me olhou ainda triste.

            -Poderia vê-la novamente? – perguntou.

            -Claro...

            -Aqui amanhã, ao entardecer, agora eu preciso mesmo ir, tenho que ir para a cede AMBU, não pega bem um capitão se atrasar.

            Eu tinha me esquecido disso, ele era um gênio, brilhante... Capitão AMBU aos 13 anos, Sharingan aos 8 e aos 7 se graduou como o primeiro da classe na escola ninja. Ele era um ano mais velho do que eu, tinha 14 e eu 13...

            O soltei seu braço, ele sorriu para mim e se foi. Fiquei mais um tempo ali, eu tinha agora a confiança de Uchiha Itachi, agora a paixonite que eu antes sentia começou a crescer, ele era um cara legal, apesar de ter agido tão estranho depois de minha pergunta, nunca mais a farei de novo, não o quero sofrendo, nem na minha frente, nem na frente de ninguém.


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Notas finais do capítulo

comentem sobre o que acharam... Bjus..



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