“(...) Você tem gosto de uísque quando me beija; (...) Você e Eu; Você e Eu... ; Eu preferiria morrer sem Você e Eu;” Yoü and I, Lady Gaga.

— Eu entendo meus filhos... — Foram as palavras de uma decepcionada Frigga, ao souber que o mais novo dos filhos não voltaria tão cedo a Asgard. — Ele está apaixonado e quer ficar... Não o julgo.

— Gostaria que ele mesmo tivesse vindo dizer. — Falou Thor, com o olhar cabisbaixo. — Mas, ele ficou com medo de vocês brigarem com ele.

— Bem, nós iriamos. — Comentou Odin. — Mas, eu e Frigga pensamos bem e decidimos que é melhor ele tomar as próprias escolhas do que as nossas... Enfim queríamos um filho de personalidade própria.

— Isto ele tem bastante! — Thor respondeu animado, lembrando de como o mais novo agia de forma impulsiva e natural, nada pensada, tal como ele.

— E como vai Loki? — Perguntou a mulher, sorrindo, a face azulada pelo brilho do Tesseract.

— Ele vai bem, apenas não pode vir pois não pode se aproximar do cubo. — Respondeu Thor.

— Entendo... — Continuou Odin. — Mas, como vão vocês dois? Estão bem?

— Sim, melhor impossível! — Sorriu bobamente o Deus do trovão. — Agora devo ir pai, mande saudações para todos de Asgard.

— Mando sim, meu filho. — Respondeu os dois pais. — Não tardem em voltar, todos o aguarda.

— Pois não tardarei, pai. — O mais velho dos filhos se curvou diante da imagem do pai, que acenou agradecendo a vênia.

O brilho azulado do Tesseract ficou fosco assim que Thor o deixou de tocar, então saiu da sala de concreto aonde estava guardado o objeto místico. Dois homens acompanharam o Deus do Trovão até fora do lugar, que estava a muitos metros no subsolo.

— E então? — Perguntou Hugo, olhando o irmão com preocupação.

— Eles deixaram. — Sorriu o mais velho, bagunçando o cabelo do mais novo.

— E você fará aquilo?...

— Eu vou fazer. — Acenou Thor, chamando o mais novo para irem a um carro.

O Capitão América estava ali, em realidade, ele não estava como Capitão América, e sim como General Rogers. Vestindo-se formalmente um terno do exército com as quatro estrelas nos ombros, que indicavam seu posto.

Hugo se sentou ao lado do seu querido, dando-lhe as mãos, deixando Thor desconfortável, gostaria que Loki estivesse ali com ele. Mas, não atrapalharia a felicidade do irmão com algo tão besta, apesar de que não concordasse com o romance do Humano com o Asgardiano.

— E então? — Perguntou Steve.

— Eles deixaram! — Animou-se o Asgardiano, abraçando o Humano com força. Steve também o abraçou, dando um lindo sorriso e um beijo na bochecha do outro.

— Tsc... — Murmurou Thor. — Sorte a sua.

— Agora nós vamos à Casa Branca. Eu vou falar pessoalmente com o presidente.

— Obrigado Steve. — Respondeu o menor. — É realmente importante para mim passar esse último tempo com meu irmão...

— Eu sei querido. — Steve sorriu. — Eu vou conseguir. Aqui na Terra, nós temos uma coisa interessante que se chama influência... E quanto a isto, eu agora tenho muita...

Hugo acenou, se acomodando um pouco no carro, as asas doíam por ficarem dobradas em uma posição por muito tempo então ele tinha que dobrá-las de uma maneira, depois se acomodar melhor.

Então chegaram na Casa Branca, em Washington DC. Era uma impressionante casa cercada por grades altas e policiais vestidos de negro. Eles desceram do carro em frente à casa, pois o portão se abriu para eles. Um homem vestido de terno formalmente se aproximou.

— Bom dia General Rogers. — Falou formalmente. — Jovens. — Se referiu aos outros. O presidente vos aguarda no gabinete.

— Obrigado. — Respondeu o Soldado formalmente, dando uma piscadela quando Hugo o olhou. O garoto deu um sorriso.

Acompanharam o homem de terno por dentro da enorme e bonita casa, subindo escadas e chegando ao cômodo principal. Tinha uma bonita mesa no centro, e um homem pálido e de óculos lia um jornal, tirou o jornal do rosto e o repousou na mesa.

— Olá! — Sorriu amarelo, se levantando e indo até os visitantes. A porta atrás deles se fechou com um pequeno baque, indicando que teriam privacidade.

— Senhor. — Steve fez continência, enquanto Thor e Hugo fizeram a costumeira vênia rápida para um líder de um país. Não era uma vênia como a que faziam para Odin, mas era suficiente para indicar respeito.

O presidente sorriu e acenou, estendendo a mão a Steve, que a apertou calorosamente, conhecer o presidente era algo que todo soldado gostaria. O homem cumprimentou o Deus do Trovão, que a apertou calidamente. Então se direcionou ao Deus dos Sentimentos, estendendo a mão, Hugo ficou receoso e antes que pudesse apertar a mão do homem, Steve o impediu. O presidente olhou com curiosidade o ato do soldado.

— Ele pode vasculhar toda sua memória com um contato. — Falou, vendo Hugo recolher a mão. — É melhor que ele não saiba o que você faz aqui, ou talvez, tudo.

— Realmente... — Sorriu o presidente, já formulando em sua mente tudo o que poderia fazer com aquela arma. — Um ótimo poder meu jovem...

— Obrigado. — Respondeu o garoto, acanhado, sentindo algo estranho em relação aquele homem

Hugo poderia muito bem acessar partes das informações sem um toque propriamente dito, mas não precisava utilizar seu poder para sentir arrepios daquele homem. Apenas sentia algo estranho por natureza.

— Ao que devo a visita? — O presidente perguntou, analisando as pessoas.

— Eu gostaria de pedir que liberassem Loki da sentença de cárcere em domicílio. — Pediu Steve.

— Como é? — O homem curvou a sobrancelha, com uma expressão irônica no rosto. — Era para ele estar em um prisão de segurança máxima. Eu fui muito bom em deixá-lo em cárcere na casa... Por pedido seu Steve, já não posso fazer mais nada... Não podemos deixá-lo solto, não depois de quase destruir Nova Iorque.

— Bem. — Falou Steve, olhando ao presidente. — Eu me responsabilizo por ele.

— Eu entendo que meu irmão fez coisas erradas. — Continuou Thor, interrompendo o soldado. — Mas ele estava fazendo isto sob ameaça. Por favor entenda-o...

— Sob ameaças nós fazemos qualquer coisa... Eu entendo... — Acenou o presidente, concordando com o outro. — Eu poderia dar a liberdade a ele...

— Sabia que iria pensar melhor... — Continuou Thor, sorridente. Hugo permanecia cético, havia algo de muito errado com aquele homem.

— Há um porém. — Continuou o homem de terno e de rosto sossegado. — Eu quero fazer um contrato com Asgard, sempre que precisarmos, deverão nos ajudar.

— Claro, contem comigo. — Falou entusiasmado Thor, aquilo era algo que ele já faria, então era apenas uma formalização. Uma troca de interesses.

— Não falo somente de você Thor. — O presidente olhou ao irmão do loiro. — Seu irmão tem um poder muito interessante...

— O quê?! — Falou Hugo, se assustando com o olhar de interesse do homem. Sentia coisas estranhas daquele homem, agora mais do que nunca sabia dos seus atos. — O que você quer de mim? Meu poder não é tão útil quanto o do meu irmão.

— Ah, nós realmente encontramos uma utilidade. O caso é, quando precisarmos de você, estará disposto a nos ajudar?

— Tudo bem, eu os ajudo. — Respondeu o garoto, apenas olhando para baixo. Ele poderia dizer que não, na verdade, a mente dizia que não, mas o coração dizia que sim. Depois de tudo o que Loki havia feito por ele seria muita ingratidão não se sacrificar um pouco pelo outro. — Eu prometo. Asgardianos não quebram suas promessas.

— Ótimo, mandarei a liberação do seu irmão em algumas horas. — Sorriu, logo digitando algumas coisas em seu Laptop. O secretário entrou em seguida, para os acompanhar até a saída. — Muito obrigado pela visita. — Apertou a mão dos dois maiores, apenas acenando gentilmente Hugo, que forçou um aceno, não tinha gostado daquele homem, nenhum pouco.

Eles saíram da casa branca, em partes aliviados, mas Hugo ainda se mantinha cético. Thor o animou falando que o primeiro lugar que iriam com Loki era no famoso cinema, que o outro tinha vontade de conhecer. Hugo abriu um sorriso, agora com certeza aproveitaria mais o tempo com o irmão.

— Vou ter que ir a outro lado. — Falou Steve, olhando na tela de seu celular. — Agora eu sou co-fundador da SHIELD, então marcamos uma reunião com os outros Vingadores, já estou atrasado.

— Tudo bem. — Respondeu Hugo, ele sabia o quão eram chatas estas reuniões, pois já havia ido a uma. A única diversão era ficar conversando com sua amiga Natasha, mas naquele caso preferia estar com Loki.

— Thor, temo que precisarei da sua presença. Já que esta é praticamente a última reunião este ano. — Disse o soldado ao Asgardiano mais velho. Thor fazia parte oficial dos Vingadores.

— Tudo bem. — Respondeu no mesmo tom que o mais novo. — Só espero que não seja dos mesmo assuntos monótonos igual da outra reunião.

Eles foram até a casa dos Asgardianos e deixaram Hugo com um ansioso Loki, que ainda não podia sair do perímetro do jardim. Apesar que ele era realmente muito bom em trapacear com aquele aparelho que fora posto em seu tornozelo. Mas estava aparentemente em onda de “Bom Comportamento”.

— E então? — Perguntou ansioso Loki, assim que o mais novo entrou.

— Ele concordou em te liberar da sentença. — O mais novo forçou um sorriso.

— Então por que o sorriso falso? — Loki realmente tinha a habilidade de detectar quando qualquer um mentia.

— Como sempre, há um porém.

— ...

— Ele ‘adorou’ meu poder, e me fez prometer ajudá-lo em qualquer coisa que ele precisar.

— Isto é um problema. — Resmungou Loki. — Você não deveria ter aceitado.

— É claro que eu deveria. Agora você está livre. — Então veio um sorriso verdadeiro.

Loki sorriu, dando um abraço apertado no menor, as asas de ambos batendo lentamente.

— Entenda irmãozinho. O problema é que a minha liberdade custou sua prisão. Ele provavelmente necessitará do seu poder para trabalhos obscuros. Humanos têm o forte poder de destruir tudo o que os rodeia. Mas, somente não faça nada do que for do seu agrado. Ou apenas chame nosso pai, ele provavelmente estará sempre te ouvindo. Ou mesmo a mim, quebrar promessas as vezes não é tão ruim...

— Tudo bem. — O mais novo sorriu. — Vou ver se coloco este povo no eixo.

— Claro, claro. — Loki riu. — E eu vou converter água em óleo.

oOo

Estavam todos na torre do Stark, durante a reunião, vestidos casualmente ao redor de uma grande mesa redonda, aonde se projetava os continentes do planeta azul.

— Bem, obrigado por todos estarem aqui hoje... — Começou o Tenente Fury. — Quero hoje declarar que eu estou de saída da SHIELD. Definitivamente. — Já não era novidade que o homem estava de saída da agencia. Então os outros não se surpreenderam. — De todos as formas apenas quero oficializar a entrada do General Rogers como fundador principal da SHIELD.

O soldado acenou, também não era novidade que ele seria o capitão oficial da sede dos Vingadores.

— E para aonde você vai? — Perguntou Bruce. Cruzando os braços. — Você sabe que todos perderemos a cabeça sem você para comandar.

— Calma, calma. — Tranquilizou. — Eu vou ser o secretário de guerra do presidente. — Sorriu, era o máximo posto que um oficial poderia receber.

— Parabéns! — Sorriu Steve, fazendo uma rápida continente.

— Obrigado General Rogers. — O outro fez a mesma continência rápida.

— Eles falam a mesma língua... — Comentou Tony, arrancando um pequeno riso de Natasha.

— Continuando. — Falou Fury, fazendo todos novamente prestarem atenção. — O mundo está em paz, e espero mantê-lo assim por um bom tempo. Mas se algum dia precisarem da minha ajuda, saberão aonde me encontrar. Agora realmente devo ir, já demoro muito aqui, o presidente me convocou hoje mesmo.

Fury se despediu de todos com um formal cumprimento, saindo em seguida, pois o carro que o levaria até o aeroporto para então tomar o avião à Washington já o esperava.

— Acho que devemos fazer uma pequena comemoração. — Disse Starks, pegando uma cerveja em um frigobar próximo. — Que tal hoje celebrarmos pelo Mundo estar em Paz?

— Você já celebra por qualquer coisa... — Falou Natasha, revirando os olhos. — Aliás, aonde está sua esposa?

— Ela está viajando, a negócios. — Piscou, destapando a garrafa.

— Eu aceito uma bebida. — Animou-se Thor, sorridente, pegando uma cerveja, boa bebida do Midgard.

— Talvez até eu deva aceitar. — Falou Steve, pegando uma bebida também. Aquilo não lhe faria muito efeito, ele nunca se cansava, nunca dormia, seus órgãos nunca eram muito afetados, aquela bebida não faria grande diferença em seu estado.

Logo a tarde se transformava em noite, e a festa controlada começava a se transformar em algo descontrolado, Natasha e Tony jogavam Pôquer de um lado, enquanto Steve e Thor disputavam uma quebra de braços, obviamente o humano rapidamente perdia, mas pedia revanche. Bruce e Barton conversavam socialmente em um outro canto. Estavam todos em sua maioria já bêbados, a música alta de um bom Rock.

oOo

Loki e Hugo estavam estranhando, já esperavam ansiosamente Thor, pois Loki já estava livre. Os agentes já haviam ido liberá-lo, então pôde ir ao mercado comprar coisas para fazer uma pequena celebração com o mais velho.

— Será que eles têm tantas coisas para conversar assim?! — Falou Loki, impaciente, já comendo seu quinto ou sétimo pacote de bolachas.

— Não, aquele dia que eu fui eles só ficaram conversando de coisas simples de como agiriam em caso de um ataque... — Resmungou o mais novo, acompanhando o outro no pacote de bolachas.

Thor abriu a porta, estava com a cara lavada, Loki bem conhecia aquele rosto nele, era quando o outro ficava lavado no álcool. Não era preciso ler mentes para Hugo descobrir que o mais velho estava bêbado.

— Hugo, vá dormir. — Falou Loki, com o rosto sério.

O mais novo acenou, Thor olhou para o irmão saindo e quase disse para ficar, tinha medo do que Loki falaria. Mas apenas aguardou, entrando na sala e se sentando, olhando para o outro com a cara de um garotinho que se arrependia logo de inicio, sem mesmo saber do que seria acusado.

— Aonde você estava? — Perguntou o moreno, sentando-se no sofá de frente ao que Thor estava.

— Eu estava festejando com os amigos... — Respondeu.

— Hum... — Murmurou Loki, apenas se levantando. — Tudo bem. — Falou de forma rude, deixando o loiro perturbado, desde quando Loki era daquele jeito?! Era para o outro esta dando-lhe tapas no rosto e gritando com ele.

— Só isso? — Perguntou o loiro, com os olhos de cachorrinho sem dono.

— O que você quer que eu fale? Não sou seu pai, e você não é uma criança.

— Então vamos simplesmente dormir?

— Claro que não. — Respondeu Loki, como se fosse a coisa mais obvia do mundo. — Vamos sair.

— Eu não posso sair nestas condições... — Resmungou Thor.

— Não estava falando de Eu e Você. Estou falando de Hugo e Eu. Nós vamos sair e comemorar minha liberdade. Você vai ficar aqui dormindo ou fazendo o que quiser.

— Não seja tão ruim comigo, Loki... — Falou lentamente Thor, com a voz torpe.

— Oh querido... Você sabe que eu não estou sendo nem um pouquinho ruim com você... — Sorriu falsamente. — Agora vou ir me trocar.

Realmente Loki queria dar o troco em Thor, por fazê-lo esperar por tanto tempo, então realmente sairia para comemorar com o mais novo. Talvez daquele modo Thor aprendesse a nunca dar preferencia aos amigos do que à família.

— Hugo, nós vamos sair. — Anunciou Loki entrando no quarto do mais novo, que já escolhia uma roupa. — Você não ouviu atrás da porta, não é mesmo?

— Claro que não. — O outro sorriu. — Você e Thor quando conversam falam alto demais.

— Então tudo bem. — O moreno sorriu. — Nós vamos sair e vamos aproveitar! Se troque logo e lembre-se de esconder bem as asas. Ainda bem que os humanos não nos conhecem. — Loki sorriu.

— Com certeza, se não sairiam gritando de medo do maldoso Deus das Trapaças...

— Out, isto soa tão ruim... — O mais velho riu. — Vou ir me trocar, cinco minutos lá na frente, tudo bem?

— Claro.

Eles se trocaram realmente rápido, Loki principalmente, que fez questão de se despir sensualmente na frente do mais velho, que estava perturbado, não sabia se dormia ou se ficava observando o outro, e claro, ficava se culpando pelo que tinha perdido.

— É uma penas você não poder nos acompanhar nesta sua condição... — Falou Loki, terminando de colocar a apertada calça, para depois vestir o sobretudo que escondia-lhe as asas.

— Eu posso ir... — Respondeu o outro, se sentando na cama rapidamente. — Eu estou b-bem. — Soluçou.

— Ah, não está não, tem de descansar. Quem sabe amanhã eu te perdôo.

O outro saiu rapidamente do quarto, para que não recebesse uma resposta do outro, o mais novo o esperava, ambos saíram o mais rápido possível da casa, sorridentes por poderem desfrutar uma noite de irmãos que tanto queriam ter.

Eles tiraram os sobretudo que escondia-lhes as asas, somente até chegar a cidade, para então colocar novamente quando pousaram em um beco escuro. Eles estavam deslumbrantes, pareciam realmente irmãos. Loki não sabia para aonde ir, pois não conhecia aquela cidade em nada, mas o mais novo sim a conhecia.

— Há uns restaurantes maravilhosos que podemos ir. Há Shoppings... — Sorriu, tentado para mostrar tudo para o outro em uma noite. — Steve me deu isto. — Mostrou um cartão que tirou do bolso. — Estranhamente temos que dar isto aos funcionários dos lugares... E digitar uma senha.

— Isto se chama pagar. — Riu-se Loki, em Asgard não se pagava por nada que se fazia, por isso cada um tinha sua função e ajudava os outros. — Os humanos fazem isto desde que eu vim aqui quando era adolescente. É só mais moderno...

— Pois então vamos ir aos Shoppings... — Sorriu, puxando o outro para um lugar próximo, uma grande construção, que cintilavam com luzes em todas as direções.

Eles realmente aproveitaram e passearam por todos os lugares, não compraram nada, não queriam ter que carregar coisas, mas não deixaram de experimentar roupas bonitas, ou de fazerem uma competição de quem comia mais sorvete.

Depois de estarem com a cabeça congelada, ambos resolveram abandonar o shopping que quase se fechava. Pelo que parecia, a maioria dos lugares estava fechando, enquanto outros abriam.

— Realmente não sei aonde ir... — Falou Hugo. — Quero dizer... Eu só saía durante a manhã com Thor e Steve... Nós nunca saímos pela noite...

— Não custa nada perguntar, não é? — Disse Loki, sorrindo e se aproximando de uma mulher que fechava uma loja. — Você não sabe por um acaso aonde podemos sair agora pela noite?

— Claro, há centenas de boates aqui em NY. — A mulher respondeu educadamente. — Recomendo uma que há no centro. Se chama Take Off. Se esta não foi destruída...

— Tudo bem, obrigado. — Loki agradeceu, sabia ser educado quando lhe ajudavam. Voltou para perto do irmão — Bem, já sei aonde ir. Agora, só precisamos de um mapa para achar aonde é este lugar...

— Não precisamos de um mapa, com isso é fácil de achar. — Mostrou o celular. — Como é o nome do lugar?

— Take Off. — Hugo prontamente digitou o nome do lugar no aparelho, que mostrou exatamente para aonde ficava o lugar, com as instruções de como chegar até. Felizmente estava se adaptando muito bem a tecnologia.

Eles foram até um beco e retiraram os sobretudos, começando a voar em direção ao lugar. Era fácil, o celular os indicava aonde virar, e voando rapidamente como faziam, as pessoas não seriam capazes de reconhecê-los.

Demoraram um pouco pois a cidade era grande e preferiam evitar as avenidas principais. Mas tão logo estavam em outro beco próximo, se trajando com os sobretudos. Também logo estavam entrando em uma cumprida fila, com várias pessoas que conversavam ansiosas.

A frente do lugar era simples, com um tapete vermelho e com as portas negras, com os seguranças olhando pessoa a pessoa, para que possam passar ou não.

— Hugo?! Loki?! — Falou uma voz que os surpreendeu.

— Nat?! — Respondeu Hugo, sorrindo para a mulher, que já não estava nada bêbada.

— Venham aqui... — Chamou ela, e os dois foram até a mulher que estava na porta com o telefone na mão. — Pode deixá-los passar. — Falou para o segurança.

Eles entraram, o lugar era todo escuro, com luzes que piscavam a todos os lados, pessoas nos bares, nos pufes e dançando nas pistas de dança. Sorridentes. Animadas por um fim de semana que finalmente havia chegado.

— Pelo visto você foi solto... — Ela olhou para Loki, não em tom rude, agora as coisas já haviam sido esclarecidas. Loki apenas afirmou com a cabeça. — De qualquer maneira, estão todos ali, menos o Steve que foi buscar você... — Olhou para Hugo. — Cadê ele?! Cadê o Thor?! — Voltou a olhar para Loki. — Ele disse que iria voltar mais cedo para comemorar com vocês a soltura...

— Bem, eu briguei com ele. — Falou Loki, mantendo-se em sua compostura. — Ele chegou bêbado, havia se esquecido que estávamos a horas esperando-o...

— De qualquer maneira, venham... Vamos comemorar!... — Ela sorriu, pegando uma bebida para Loki e um refrigerante a Hugo, que ela sabia muito bem não gostar de bebidas com álcool, mas que naquela situação insistiu em uma batida de frutas vermelhas, e acabou gostando.

Eles foram até a pista de dança, aonde todos os vingadores e amigos riam, eles não se incomodaram com a presença do recente inimigo, pelo contrário, apenas fizeram algumas piadinhas.

— Que bom que você saiu do lado negro da força! — Riu Tony, batendo no ombro do Asgardiano, que apenas acenou, bebericando da bebida doce que tinha em mãos. — Eu pensei que ia ter que dar uns socos em você...

— Fica para uma próxima, amigo. — Loki sorriu, dando uma elegante piscadela, achando aquele grupo totalmente louco, descolados no mínimo, mas se sentia bem de estar em meio a eles.

Em pouco tempo, os dois irmãos começaram a se soltar na pista. Por já estarem comprometidos decidiram dançar juntos, dançavam ao ritmo da música. Era deliciosamente legal aquilo, talvez depois que a Bifrost estivesse reconstruída, Loki devesse fazer visitas frequentes ao Midgard. Os Pubs de Asgard não se comparavam aqueles.

Enquanto Loki dançava, sentiu dois braços fortes agarrando-lhe e o levantando do chão, estava escuro o lugar, e as luzes psicodélicas dificultava sua visão, mas ele apenas se debatia para tentar se soltar, não era louco de usar sua magia. Apenas quando a pessoa que o abraçava fortemente o soltou e o virou ele pode encarar quem era, a raiva deu lugar a surpresa.

— Thor! — Falou, suspirando, o loiro já parecia recomposto, provavelmente Natasha o havia telefonado e falado que estava ali. — O que você faz aqui? — Fingiu raiva.

— Oras, eu não ia te deixar sozinho neste lugar, irmãozinho... — O mais velho começou a dançar desengonçado, deixando o outro corado.

— Thor... O que você está fazendo...?! — Sussurrou, ficando corado e com um lindo sorriso.

— Estou dançando com você... — Respondeu, se aproximando do menor e dando-lhe um beijo doce. — Você fugiu de mim, não quis sair comigo...

— Bem, de todas as formas, você me abandonou primeiro...

— Ah... — Thor sorriu bobo, o sorriso que fazia Loki sempre sofrer, mas isto era na época em que apenas desejava ter aquele sorriso para si. Agora aquele sorriso era dele. — Eu nunca te abandonarei, nunca, eu prometo. Tal como eu já havia prometido...

— Você e suas promessas... — Sussurrou Loki entre os dentes.

— Sim, eu e elas... — O mais velho abraçou Loki, um abraço de tirar o fôlego. — Agora, vamos tomar algo?

— Não, você já bebeu demais grandão. — Falou Loki, saindo do abraço do outro. — Aliás, eu não disse que te perdoava ainda. Isto requer muito sacrifício da sua parte...

— Loki... Você é realmente cruel... Diabólico. — Thor sorriu mais ainda, aquele era o Loki que ele realmente conhecia.

— É eu sou... Agora, eu vou ir pegar uma bebida. Para mim. Vou te dar um refrigerante, o que nosso irmão deveria estar tomando, não seguindo o seu alcoolismo... Aliás... — O Asgardiano deu uma volta em torno de si mesmo, procurando o mais novo. — Aonde ele está?

— Não sei. — Respondeu Thor, também procurando o outro, mas apenas puxou o outro e o abraçou de novo. — Vamos ir pegar uma bebida... — O puxou até o bar.

oOo

— Oi Steve. — Falou Hugo, assim que observou-o se aproximar. Os olhos azuis e sinceros analisaram o semblante alegre do outro. — Pelo visto não é só meu irmão que bebeu...

— Ah... — Ele falou, passando a mão no cabelo. — Mas seu irmão estava bem mais bêbado que eu. — Riu. Hugo acenou e deu um pequeno sorriso. — Na verdade, eu não estou nem um pouco embriagado... — Falou mais para ele mesmo do que para o outro. — Você está lindo. — Admitiu, corando. Olhava a roupa escura que o outro usava, que refletia diretamente a pele pálida do garoto-anjo deixando-o estonteante. Também analisava os lábios vermelhos da bebida que o outro bebia, os olhos cor de safira, brilhantes.

— Obrigado. — Respondeu o menor, analisando a roupa do outro, que ainda era o mesmo terno deslumbrante do exército, além dos olhos profundos e sempre galanteadores, o rosto pacífico e sempre confortável. — Você também está. — Steve sorriu, se aproximando lentamente.

— Você não quer ir a algum lugar?... — Perguntou, passando lentamente a mão no rosto do garoto. — Este lugar realmente não é lugar para você... E, realmente estou com fome.

— Eu aceito, não estou com fome, mas realmente aceito, a música alta está me dando dores de ouvido.

— Tudo bem. — Pegou na mão do garoto, que resistiu a tentação de ler os sentimentos do outro. — Vamos!

Os dois saíram pela cidade, Steve estava em sua moto, Hugo tinha medo de andar naquela máquina, mas não hesitou, apenas abraçou forte o outro, sentindo algo como segurança.

Acabou que Humano apenas levou o Asgardiano a um bom restaurante, aonde ambos brindaram com Coca-Cola a promoção do soldado. A comida foi realmente apreciada por Hugo, que sorria a todo instante. Talvez fosse aquilo que Steve quisesse desde o princípio, estar apenas com o outro.

oOo

— Venham dançar! — Chamou Natasha, para Thor e Loki, que ainda estavam bebendo algumas bebidas no bar.

Uma nova música começou a tocar, alta, Loki puxou o namorado para a pista. Um espaço se abriu para o loiro alto, todos observando o casal. Talvez um fosse o contraste perfeito do outro, desde o porte físico aos contrastes da cor de pele. O olhar também mudava.

Loki tinha um olhar sedutor, enquanto Thor tinha um olhar lento, brincalhão. As mãos grandes de Thor agarraram o quadril do outro, fazendo-o corar, dançando aquela música de ritmo rápido em um ritmo lento e nostálgico. O moreno colocou as mãos nos ombros do loiro, que dançava a moda deles, ignorando o resto das pessoas.

Eles realmente tinham uma conexão. Um ritmo que falava que eles se pertenciam. Os olhos estavam juntos, o azul junto ao verde, brilhantes, como esmeralda e safira. Os lábios não demoraram a se juntarem.

Se amavam, e sempre se amariam.

— Eu não quero viver nunca sem você. — Confessou o moreno, durante o beijo que tinha gosto de uísque.

— Você nunca mais viverá sem mim. Sempre será meu. — Respondeu o loiro, apertando ainda mais Loki, passando-lhe segurança. — E eu serei teu. Tal como deve ser...

— Te amo Thor Odinson... — Loki sussurrou, fazendo o irmão sorrir imensamente e apertar-lhe mais ainda.