Coletando Lembranças... escrita por Luangel


Capítulo 31
Tal filho, tal pai


Notas iniciais do capítulo

Oiê! ^^ Tudo bem com vocês meus amores? ^-^ Bem, eu peço desculpas pela minha demora, ma o cap ta ai, espero q gostem o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/221239/chapter/31

Natsu engoliu o choro, sentindo em sua garganta o nó firme e áspero que se formara. E só abriu os olhos para encarar Makarov, quando se sentiu seguro, tendo o autocontrole de suas emoções.

—E então?

Makarov franziu o cenho, não entendendo o que Natsu queria dizer com aquilo e o rosado revirou os olhos, irritado.

—Estava bem claro que a Lucy não queria ir com Cacius, ela deve ter dito algo sobre isso...

—Não tivemos tempo.—Lamentou o grisalho, passando os dedos pela testa enrugada.—Cacius chegou tão rápido... Mas ela comentou algo... Algo esquisito na verdade...

—O quê?!—Exclamou o Dragnell, se levantando da cadeira em que estava beirando ao desespero.

—Ela falava coisas sem sentido, não dava para entender muita coisa...—Falou Makarov, passando a mão na careca.— Ela realmente não queria ir com Cacius, mas falou que era necessário, Lucy precisava dele para ajudar a mãe, ou algo assim.

—Mas, a Layla não está...

—Sim, eu sei.—Interrompeu o grisalho, tendo visível dificuldade em articular as palavras.—Lucy falava como se fosse realmente possível que ela estivesse viva, não só Layla, mas todas as outras Heartfilia. Ela falou algo sobre portal e que já estava desejando ela, era algo como um fardo que não podia renegar.

—Ela citou algo sobre algum lugar sobre tal portal?—Perguntou Natsu, com a voz contida e firme, mas só de olhar para ele, dava para notar, quase ouvir as engrenagens do seu cérebro girando.

O suspiro e a expressão de compaixão que o homem lhe endereçou já foi o suficiente para fazer com que o rosado entendesse o recado. O garoto suspirou também e se levantou da cadeira, parecendo dez ou vinte anos mais velho. As sombras da preocupação o deixavam quase sombrio e tenebroso. O Mestre o deixou ir, assim como todos os outros magos da guilda, até Happy, respeitando os pensamentos complexos do Dragneel. Ao chegar em casa, o DragonSlayer não ligou para a bagunça, nem para as roupas sujas espalhadas pelo chão ou com a louça que ocupava toda a pia. Sua cabeça pesava, e a única coisa que fez foi desabar na cama para colocar os pensamentos em ordem, ou quase isso.

Ele não sabia se choraria, ou se gritava, ou se extravasava, estava tão extasiado que ainda estava tentando entender o que Lucy estava fazendo com a vida dela. Tudo fazia sentido e ao mesmo tempo, não fazia. Era obvio que Natsu não queria rotular a loira como louca, mas o que ela dizia simplesmente ignorava as leis naturais e cientificas do mundo! Em meio aos pensamentos, o rosado se entregou delicadamente ao mundo surreal dos sonhos. O sonho em questão começou esfumaçado, o Dragneel se encontrava em um lugar quente, como se estivesse num vulcão, mas a fumaça não cheirava a enxofre, e mais parecia uma neblina.

Ele caminhou um pouco, colocando as mãos para frente, temendo trombar em algo. Depois de poucos minutos, uma imagem começou a se formar, gradativamente, enquanto e névoa se dissipava. O coração de Natsu falhou com a possibilidade de ser quem ele imaginava que era, o rosado apertou o passo, mas seus pés pareciam pesados, dormentes. De repente, o Dragneel parou, surpreso e até emocionado, com receio de ir adiante, ficando ali, apenas há poucos metros de distancia de seu pai de criação, o observando sem ao menos piscar, tentando guardar todos os detalhes. E notando que mesmo se passando anos e anos, Igneel continuava imponente e majestoso com suas escamas vermelhas e tamanho colossal.

O garoto não notou a figura feminina que estava sentada no chão, apoiada na gigantesca pata do dragão. Quando a fera dirigiu seus olhos dourados para ele, o DragonSlayer quase desmaiou, e antes que isso acontecesse, a mulher se levantou e sorriu com delicadeza para Natsu, que só então a viu.

—Estamos muito felizes por você estar aqui conosco.— O rosado não respondeu nada, ignorando a morena, sem desviar seus olhos vidrados do grandioso dragão, que disse com uma voz animalesca, porém gentil, como se tentasse soar durão, mesmo sendo um pai coruja e de coração mole como manteiga.

—Não foi essa a educação que eu te dei. Cumprimente belas damas, filho.

O rosado deu um sorrisinho amarelo, ficando um pouco desconfortável, se sentindo um pouco mal-educado por não estar dando tanta atenção para aquela simpática e baixinha figura. A mesma não pareceu se importar tanto com a falta de educação do garoto, soltando uma gargalhada divertida e feminina.

—Não seja tão duro com ele, Igneel.—Falou a mulher, em um tom de voz tão suave e carinhoso que Natsu até se sentiu corado, quando ela abraçou o braço dele com ternura.—Além de que, eu não sou mais uma dama.

Natsu se sentia enjoado, a confusão quase fazia o seu cérebro explodir. E mesmo que soasse mal educado, resolveu falar, se sentindo meio deslocado naquele clima de amizade entre seu pai e a misteriosa mulher:

—Pai, o que você está fazendo aqui? E... Quem é ela?

Alguns segundos de silêncio se mantiveram no ar, Igneel olhava com firmeza para o rosado, e o sorriso da morena murchou, mas ela não estava brava, apenas... Preocupada.

—Não temos muito tempo...—Respondeu o dragão, com raiva da falta de tempo que tinha a disposição.

—Você, precisa ajudar a Lucy.—Suplicou a mulher, seu cenho franzindo de um modo que dava pena, quase desesperador.

—Como você sabe da Lucy?—Indagou o Dragneel, desconfiado e ainda mais confuso.

Antes de responder, a mulher olhou para o amigo, que assentiu solenemente, dando a permissão necessária.

—Eu sou Ismália Heartfilia, a Rainha dos Espíritos, avó de Lucy.

Um nó se formou na garganta do DragonSlayer e ele teve ordenar para que seu pulmões voltassem a funcionar. Pensou em duvidar, mas a mulher disse aquilo com tanta firmeza que não dava para duvidar. O garoto olhou para ela, e apesar do cabelo castanho, pôde enxergar os olhos expressivos e brilhantes, o rosto delicado e os lábios finos, os mesmo que Lucy e Layla tinha.

—Mas... Como?—Balbuciou ele, com as mãos enterradas no cabelo rosado.—O que aver vocês dois juntos?!

Ismália, em um gesto com a mão no ar, toda a neblina que os rodeavam se dissipou com uma ventania, o chão, antes arenoso, agora tinha um tapete de grama verde estendida pelo chão até os confins do horizonte. Lá, havia inúmeros dragões, tantos que não dava para se contar, alguns voando, outros dormindo e etc, mas também tinha várias mulheres, de todos os tamanhos e raças, mas uma delas, Natsu reconheceu.

—Layla!—Berrou com toda força de seus pulmões, mas a loira nem se moveu, continuando sentada na grama em uma posição quase fetal, tremendo em meio ao choro.

—Sinto muito, mas ela não poderá te ouvir...—Lamentou Ismália, seu longo vestido branco arrastando-se pelo chão de um jeito majestoso.—Não temos tanto poder assim, a fresta ainda não está tão grande...

—Fresta?—Quis saber o rosado, se virando para a Heartfilia.

—A fresta do portal, do portal que separa os dragões do mundo dos humanos.— O garoto abriu a boca para falar, mas a mulheres não deu tempo para que ele questionasse alguma coisa.—Nem todos os dragões são como o seu pai.—Disse acariciando Igneel.—A maioria deles é uma ameaça para a humanidade e qualquer outra coisa no mundo. Nós, as Heartfilia temos esse cargo genético de selarmos o portal com nossas vidas.—Ouvir aquilo foi como receber um soco no estomago, segundo o Dragneel.

—Então, a Lucy está indo até o portal para... —Disse com a voz sufocada, mas a morena o interrompeu com firmeza:

—Não.—Uma sensação de alívio tomou o corpo do DragonSlayer como uma droga, mas a expressão dura da mulher o deixou na dúvida. —Lucy está vindo aqui para nos libertar.

—Isso... Não é bom?—Indagou o garoto, se sentindo um idiota, mas a Heartfilia lhe dirigiu um sorrisinho tristonho.

—Querido, nós já estamos “mortas” no seu mundo, não há nada a ser feito por nós... Não podemos simplesmente deixar os dragões a solta.

—Mas... Eles já estiveram soltos uma vez, Igneel me criou, isso não é loucura.—Rebateu ele, olhando para o silencioso dragão.

—Sim, naquela época o portal enfraqueceu por que Layla não queria vir, então alguns meio que fugiram. Mas quando minha filha se incorporou aqui, todos os dragões se incorporaram junto, a ordem tinha sido refeita.

—Ta, mas o que quer que eu faça?!—Gritou Natsu, irritado e frustrado, seu pai rosnou, bravo com a falta de educação do filho, mas Ismália pareceu não se importar com o ataque de fúria do rosado.—Quer que eu veja Lucy vir e “cumprir seu dever” com a humanidade?! Eu não posso assistir ela morrer! Posso matar todos os dragões se preciso for m-

—Você a ama.—Interrompeu Ismália, com um sorriso amável e a voz carinhosa, fazendo com que Natsu emudecesse.— Olha, não estamos aqui para pedir para fazer o impossível ou ordenar algo, só queremos dizer que o mundo está em risco, você é o único que poderá resolver isso, sua decisão será a salvação, mas também terá conseqüências, independente do que seja... —A expressão da morena endureceu-se um pouco antes de prosseguir.—Só me conte uma coisa, por que a Fairy Tail resolveu abrir o bico sobre o portal para Lucy? O que falaram que a fez se rebelar tanto?

O rosado fez um muxoxo, e respondeu, na defesa da guilda:

—A gente não falou nada, na verdade a gente não sabia de nada sobre esse portal e os dragões. Quem fez a Lucy sair que nem uma louca mundo afora foi aquele lunático do Cacius...

Ao ouvir o nome, a Heartfilia empalideceu, seus olhos se arregalaram e pareciam ter perdido aquele brilho de tranquilidade, até o Igneel pareceu ter ficado mais agitado, como se aquele nome fosse perturbador.

—Não acredito que aquele desgraçado conseguiu...—Bradou a mulher, irada.— Ele estava...

De súbito, tudo começou a ficar um pouco tremulo e gradativa e sorrateiramente, a névoa começou a tomar seu lugar novamente.

—Nosso tempo esta acabando...—Lamentou o dragão, se aproximando do filho.—Natsu, você saberá o que deve fazer e independente do que seja, eu estarei do seu lado. Mas primeiro,você deve saber onde está portal...

Por suas narinas, saiu uma fumaça branca e Natsu sentiu uma forte de cabeça que o fez gemer de dor, quase cair sobre seus joelhos, tendo a sensação de que alguém sugava o seu cérebro com um canudinho. Antes que tudo desaparecesse na fumaça, juntamente com a grama e os dragões, a última coisa que viu, foi Ismália se virar para Igneel e dizer:

—Ele é um bom menino, Igneel, fez um bom trabalho como pai...

—Na verdade, acho que foi o contrário, ele é quem me fez ser um bom pai, nosso caso é bem “tal filho, tal pai”.

Antes de acordar, o rosado ouviu o riso contagiante da mulher e seu coração encheu-se de felicidade por ter tido aquele encontro com o dragão.

A guilda se assustou ao ver Natsu entrando na guilda correndo, veloz como um relâmpago. Mas dessa vez ele parecia mais leve e jovial, na verdade nem parecia o mesmo rosado de antes, e há quem jurou ter visto o típico e animado sorriso nos lábios do Dragneel. O DragonSlayer subiu a escadaria pulando alguns degraus e segundos depois, o garoto já havia sumido dentro do escritório de Makarov. O grisalho ainda estava ali, com a mão esquerda apoiando a cabeça, como se estivesse psicografando algo.

—Velhote!—Gritou ele, chegando a assustar o mestre da guilda, que o olhou em um misto de surpresa e confusão, achando que o pobre Natsu havia enlouquecido de vez.—Anda, desfaz essa cara, arrume as malas, por que agora nós vamos salvar o mundo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E a´? ;-) mereço reviews ;-D? Recomendações :-)? Ou Tomates T,T? bem, o que vocês acham q vai rolar? Palpites!
:*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coletando Lembranças..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.