Mais um tempo se passou e eu já estava impaciente. Quanto mais o tempo passa mais rápido chega á noite e a hora em que Aslam...

A feiticeira saiu da tenda interrompendo meus pensamentos. Aslam também saiu e olhou para todos que ali estavam.

– Ela renunciou o direito do sangue do filho de adão. – anunciou Aslam e todos os narnianos que estavam do lado de Aslam festejaram.

Mas se olhassem bem, veriam a grande tristeza em seu olhar. A única coisa que me acalmava era o fato de que Aslam não iria realmente morrer. Mas isso não deixava de ser triste.

– Como vou saber se manterá a promessa? – perguntou ela.

Aslam rugiu e ela se sentou na 'carruagem' num sinal de temor.

A noite chegou rápido e quando percebi já estava deitada. Olhei para Lucia que se revirava aonde ela estava deitada e suspirei. Está chegando a hora. Será que eu vou agüentar ver tudo isso?

Vi a sombra de Aslam passar pela tenda e Lucia percebendo que eu também havia visto acenou com a cabeça para mim em direção a Susana como se quisesse dizer: “Vamos acordar Susana, para seguirmos ele.”

Assenti concordando e levantei, pegando minha espada e colocando na bainha que havia em meu vestido.

– Susana. – sussurrou Lucia levantando e pegando seu punhal. Susana se levantou e pegou seu arco nos seguindo.

Seguimos Aslam por entre algumas arvores e se escondemos atrás de uma, quando ele ia se virar.

– Não deveriam estar na cama? – perguntou Aslam.

– Não conseguimos dormir. – falou Lucia saindo de trás da arvore e eu e Susana á seguimos.

– Por favor Aslam, não podemos ir com você? – implorou Susana.

– Ficarei contente com companhia por enquanto. Obrigado! - falou ele e sussurrou a ultima parte.

Continuamos andando com Aslam até um certo ponto em que ele parou e nos olhou.

– É a hora. Daqui devo seguir sozinho. – falou ele.

– Mas Aslam... – foi falando Susana.

– Tem que confiar em mim pois deve ser feito. – falou ele. – Obrigado Susana, obrigado Lucia, obrigado Lyara. – agradeceu nos olhando uma por uma. – Adeus! – falou e foi andando.

Uma imensa multidão estava reunida em torno da Mesa de Pedra. Embora o

luar clareasse tudo, muitos traziam tochas, que ardiam com sinistras chamas

vermelhas e fumo negro.

Havia ogros de dentes monstruosos, lobos, minotauros, espíritos de árvores más e de plantas venenosas, bruxas, íncubos, fúrias, espectros, sátiros, lobisomens... Estavam ali todos os que eram do partido da feiticeira, convocados pelo lobo. No centro, em pé junto da mesa, estava a própria feiticeira.

No momento em que viram o enorme Leão dirigir-se para elas, aquelas

criaturas soltaram uivos e grunhidos de terror. Até a feiticeira pareceu por um

instante paralisada de medo.

Mas logo o anãozinho ridículo derrubou Aslam no chão. Sempre ele!

A feiticeira ordenou que o amarrassem e arrancassem todo o pelo delo. Olhei horrorizada a cena. Aquela desgraçada iria pagar!

Porque ele não reage? – perguntou Lucia olhando para mim e para Susana.

Aslam foi arrastado até a mesa de pedra e a feiticeira se abaixou falando em seu ouvido. De alguma forma eu consegui ouvir, mas Susana e Lucia parecia não ouvir. Elas encaravam a cena desesperada sem saber o que a feiticeira dizia.

– Sabe Aslam, estou meia decepcionada com você. Achou mesmo que com tudo isso poderia salvar o traidor humano? Você vai me dar sua vida, mas ninguém será salvo. Nem mesmo o meu filho. - falou ela sussurrando para ele e eu ouvindo. Prendi o choro com o que ela disse e fechei os olhos, mas umas lágrimas escaparam. – É nisso que dá o amor. – completou ela e se levantou.

Bati o meu punho na terra. Não podia fazer nada. Era o destino. Aslam morreria, a sua vida seria revogada e tudo se resolveria. Mas eu temia por Matt. Eu não queria perde-lo. Abri os olhos e observei.

– Nesta noite será satisfeita a magia profunda mas amanhã nós tomaremos Narnia para sempre. – gritou ela e olhou para Aslam. – Consciente disso, desespere-se e morra. – completou e cravou o punhal em Aslam que suspirou e fechou seus olhos.

Uma sensação estranha se apoderou de mim e foi como se eu sentisse a alma de Aslam abandonando seu corpo. Eu sentia sua presença mas era fraca. Mas era o suficiente para eu saber que ele voltaria. Aí eu lembrei que filhos de Hades sente quando as pessoas morrem e percebi que realmente “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”.

Ouvi ela mandando um minotauro reunir o exercito mas não dei atenção apenas percebi ela olhar com alivio para o corpo de Aslam que agora jazia sobre a mesa de pedra... sem vida.

"Por enquanto.", falou Sal.

É, isso me alivia um pouco. Mas enquanto ele não voltar, vamos ter que lutar só.

Subimos na mesa e olhamos Aslam. As lágrimas corriam soltas pelo meu rosto.

– Ele sabia o que estava fazendo. – falou Susana chorando e eu e Lucia a acompanhamos.

Alguns ratinhos roeram a corda a soltando e eu sorri de leve ainda chorando me lembrando de Ripship.

– Precisamos contar aos outros. – falou Susana.

– Mas não podemos deixa-lo. – falou Lucia.

– Mas eles precisam saber. – insistiu Susana. – Não há tempo. – completou.

– Vocês ficam. Eu vou avisa-los. – falei.

Elas tentaram negar mas eu insisti e comecei a andar em direção ao acampamento. Cheguei correndo na tenda em que dormíamos e a abri.

Acordem meninos. – chamei e eles levantaram. – Tenho más noticias. Aslam está morto, Susana e Lucia me mandaram para avisa-los. – falei.

Uma centaura me chamou e me levou até uma mesa me dando um copo de água. Agradeci e bebi. A luta estava chegando. Eu teria que lutar em mais uma guerra e dessa vez eu lutaria até ela acabar. Voltei até a mesa onde Pedro estava com um mapa e ouvi Edmundo falando:

– Agora você é o líder. Pedro tem um exercito lá fora pronto a seguir você.

– Eu não posso. – falou Pedro abaixando a cabeça.

– Aslam acreditava em você. – falou Edmundo. – E eu também. – completou ele.

– Eu também Pedro. – falei e vi Matt chegando e balançando a cabeça assentindo.

– Eu também. – falou Matt.

– O exército dela se aproxima, senhor. Quais são as ordens? – perguntou o centauro que estava com Pedro.

(…)

– Lya, você vai mesmo lutar? – perguntou Matt pela terceira vez enquanto eu vestia uma armadura verde e prata. Parecia que os centauros de alguma forma sabia de que cores eu gostava.

– Vou Matt. Ninguém vai me fazer desistir. – respondi firmemente.

Algumas horas depois, estávamos em uma área extensa prontos para lutar. O centauro, Pedro e Matt estavam na linha de frente e eu e Edmundo estávamos em cima de uma rocha com os arqueiros. Embora eu já havia avisado que eu poderia descer a qualquer minuto para lutar, eu fiquei lá em cima só observando.

– Por Nárnia e por Aslam. – gritou Pedro ao iniciar a batalha.

Grifos voavam pelo céu tacando pedras no exercito da feiticeira e uma fênix apareceu tacando fogo. Não deixe que nada me distraísse e desci lutando com quem aparecia em minha frente. Eu estava lutando com um minotauro e só precisava de um golpe para ele morrer quando alguém me deu uma rasteira e me puxou matando o minotauro e outro que apareceu de repente.

Percebi que era Matt.

– Está doido? Eu ia matar ele. – falei com raiva.

– E ia ser morta também. Havia outro atrás de você. – falou ele calmo.

– Ok, valeu. – respondi agradecendo.

“Lya, lembre-se: você é uma feiticeira também e não apenas uma bruxa igual os alunos de Hogwarts e sua magia é mais forte. Você é minha herdeira.”, falou Sal de repente.

E eu entendi que o que ele quis dizer é que era para eu usar magia. Olhei para Matt e suspirei.

– Matt, me dê cobertura. Preciso tentar algo. – falei e apontei a mão livre para um minotauro á minha frente e pensei: “Avada Kedavra”. Um jato de luz verde saiu de minha mão, acertando o minotauro e o matando. – Bem mais fácil. – falei olhando para Matt.

Ataquei algo do exercito da feiticeira que eu não soube identificar de que espécie que era.

– Ok, Lyara Potter. – ironizou Matt também lutando com algo estranho.

– É Lyara Slytherin. – corrigi brincando ainda lutando.

Disparei mais alguns 'Avada Kedavra' em alguns do exercito de Jadis até que um rugido me distraiu.

Aslam. Ele chegou. Vi a feiticeira quase matando Pedro mas Aslam pulou em cima dela e a matou.

O numero do nosso exercito aumentou consideravelmente e Aslam olhou para Pedro, Matt e eu.

– Está terminado. – falou ele.

Sorri e fui lutar novamente. Aquela era a primeira guerra que eu lutei nela e a vi terminar.

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