Witch escrita por MFreeak


Capítulo 17
Capítulo 16: Sarah Montgomery Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Antes de começar, eu gostaria de dizer que... Este foi o maior capítulo de toda a Witch. Então, acho melhor marcar esse capítulo como favoritos, e arrumar uma hora pra ler esse cap. Por que ele é gigante. Mas eu prometo que vão gostar. Foi muito difícil escrever por que eu pensei em muitos detalhes, podem perceber que no final eu fiquei um pouco desleixado, e coloquei poucos detalhes, mas ainda assim vcs vão entender... FELIZ HALLOWEEN ATRASADO, eu queria postar antes, mas o Nyah! deu um bug satânico, na hora de entrar na minha conta. Mas depois eu descobri que ele só migrou pra um novo server. Estou muito orgulhoso do site.
Curtam, e aproveitem e deixem reviews rsrs.... É sério.... 0_0



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Agora tenho 14 anos, Ann e Abigail tem 16, Elizabeth tem 13 e Maria 12. A caça as bruxas estava começando a perseguir as pessoas. Nós nunca mais saímos para fazer rituais, sabbaths, esbbaths ou outros. Estávamos sendo perseguidas de verdade. E papai se tornou um cavalheiro a favor da caça ás bruxas, ele não sabia que nós éramos.

É uma pena que Maria não irá ter um ritual grande de iniciação como nós tivemos. Pena que a jovem Maria não vai pular na vassoura pra fazer a plantação crescer, e sentir a sensação ótima de pular bem alto nela... Como se estivesse... Voando. Sempre que saíamos vóvó pedia para esconder nosso pentagrama ou qualquer colar que usássemos, éramos vigiadas a todo o momento.

Então eu, Ann, Abigail, e agora Elizabeth, fizemos nosso próprio círculo. Na verdade, nós íamos fazer um Coven, mas um coven de bruxas tradicionalmente precisam ter 13 integrantes, 3 representando as 3 lunações (lua crescente, cheia e minguante) 8 representando os oito sabbatths (Samhain, Yule, Imbolc, Ostara, Beltane, Litha, Lammas e Mabon) E outros 2 representando o Deus e a Deusa (Tradicionalmente uma sarcedote (Deus) e uma sarcedotiza (Deusa). Então um círculo mágico é o mais indicado para nós que somos 4 (em breve 5, com Maria) pois é um pequeno grubo de bruxas ou bruxos. Mamãe me falou que tradicionalmente um círculo mágico tinham 3, 4 ou 5 integrantes. 3 pessoas representando somente as 3 lunações, 4 representando os quatro elementos (Terra, Ar, Fogo e Água) E o de cinco poderiam ter os 5 elementos (Terra, Ar, Fogo, Água e Espírito) Mas sempre podem ter mais, só que quando chegam á 12 ou 13 integrantes já se é considerado coven (O coven completo com 13, o de 12 somente com a sacerdotisa ou somente com o sacerdote). Quando passa de 13 integrantes, passa e ser chamado de Clã.

Nós mesmas nos nomeamos. Abigail é a Deusa do vento, pois o vento trás variados tipos de avisos, o vento do leste, trás boas notícias, o vento norte trás premonições, visões par o futuro, avisos, o vento oeste trás notícias ruins, o vento sul trás notícias sobre o mundo físico, envolvendo amor e paixão, raiva e ódio também, e também é bem hábil e mutável, sempre mudando, e sempre sabia de tudo, e era o elemento da criações, era o melhor para se fazer poções (Abigail sempre sabia de tudo, era esperta e era uma renomada cozinheira)

Ann é a Deusa do Verão. O verão é muito divertido, podemos nos refrescar na cachoeira, brincar com as fadas e sentir os raios quentes do sol em nossas peles. É uma ótima época para o sexo, mas é uma época onde reflete a coragem, o calor representa o físico, a coragem e o poder (Ann era bem corajosa e forte)

Eu sou a Deusa da Lua. As meninas disseram que eu combino com a lua pois ela é mutável, (Jovem, Maternal e Sábia). E que sempre se preocupa com os outros, e assim como a lua, ilumina mesmo na extrema escuridão. ( E eu sempre tento ajudar as minhas irmãs e a minha mãe sempre quando eu posso, e até quando não posso)

Neste momento senti saudades da minha avó, que me iniciou, que batizou minha varinha. Não via ela há tempos, desde que mamãe brigou com ela.

Elizabeth era a Deusa das Rosas. Algo mais á explicar? Ela era linda com seus cabelos loiros, era delicada, e sempre amável com os animais e flores e os seres da natureza. (Betty também sempre se apaixonava pelas pessoas mesmo quando só diziam ''Oi'')

Fizemos um trato, em todas as nossas reuniões, deveríamos usar alguma coisa que simbolizasse nosso nome.

Abigail vinha com fitas azuis em seus punhos, seu pescoço e sua testa. Que sempre voavam com o mínimo vapor de vento.

Ann vinha com rabo de cavalo, e um pano laranja na sua cintura.
Eu vinha com um colar de lua cheia no pescoço, e um cordão na cabeça, com um pingente de ametista na minha testa, apontando para o meu terceiro olho.

E Elizabeth vinha com uma coroa de flores, umas brancas, outras rosas, e ás vezes coloridas.

Nós também inventamos uma iniciação. Foi Abigail que inventou a iniciação e ela quem nos iniciava. É assim, nós tínhamos que ir na lua negra (3 dias antes da lua nova) com o nosso nome escrito num papelzinho (Tipo ''Deusa da Lua''), as que já foram iniciadas (no meu caso, só a Ann) iriam com uma túnica branca com um capuz na cabeça, e usando algo do seu nome, e a que iria iniciar a novata, usaria um traje preto com o capuz no rosto, usando também algo sobre seu nome, e a que estava sendo iniciada no círculo (No meu caso) usaria um vestido branco puro que iria até o calcanhar. Formavam um círculo de 4 metros e as iniciadas ficavam em cima dele em diferentes polos, Ann ficou nos sul, á direita da Abigail, a que iria ser iniciada entraria pelo leste. Quando entrasse, todas tiravam o capuz (menos a que ia se iniciar, que usaria vestido branco normal). Então, com uma espada (a espada cerimonial da minha avó) apontada para nosso pescoço, Abigail dizia ''Quem és tú?'' e respondia com seu nome secreto, eu respondia ''Sou a Deusa da Lua'' Então ela aponta a espada ao nosso coração e dizia: ''Pelo poder da Deusa Lilith, pelo poder das 13 luas, pelo poder dos 8 dias sagrados, pelo poder dos elementos, elementais e pelo poder do universo ao nosso redor. Deusa da Lua (Meu caso) está pronta para entrar no nosso círculo?'' E se eu estivesse completamente certa disso eu responderia ''Sim'' E então ela encostava a ponta da espada no nosso peito em direção ao nosso coração e dizia: ''É mais segura morrer nesta espada do que entrar no círculo com medo no coração, como tu entras no círculo?'' E responderia ''Em perfeito amor e perfeita confiança'', assim ela levanta os braços com a espada em sua mão direita e dizia ''Ouçam seres no norte, sul, leste, oeste, luz e trevas. A Deusa da Lua, está no círculo'' Então, ela e as outras do círculo se curvavam diante de mim e diziam '' Seja bem vinda Deusa da Lua, que Lilith á abençoe''

Tínhamos um local secreto também, lá na floresta de salém, onde a vóvó nos levou para nos iniciar, fazendo a varinha. Nós falávamos sobre tudo, menstruação, feitiços, segredos e várias outras coisas.

No caminha pra casa, sentimos uma leve brisa vinda do oeste, sabíamos que o vento vindo do leste enviava notícias horríveis, mas como era uma leve brisa, não achamos uma coisa tão ruim.

– Será que agora vamos quebrar o nariz? - Disse Abigail um pouco preocupada

– Não, vóvó disse que quando fazíamos aquela punição, estávamos pagando nossos erros. - Respondeu Ann

– Ai, nem me lembre daquilo - Abigail repreendeu - eu nunca senti minha cabeça doer tanto, parecia que meus olhos iriam pular.

Quando chegamos em casa, guardamos as nossas roupas e descemos pra sala, mamãe estava enrolando o fio na roca, ela pisava no pedal fazendo a roda da roca girar, mas ela estava diferente.

Ela olhava pra roda girando cada vez mais rápido, seus olhos verdes estavam cheios de um brilho estranho.

Maria chegou pra mim e disse muito triste.

– Por favor, Sarah! Pede pra mamãe parar.

– Cala a boca Maria - Disse Abigail sussurrando

– Mas o papai odeia quando ela faz isso

– O papai não está aqui está? Se bem que aquele monstro branco não merece ser chamado de pai. - disse Abigail - Vamos mamãe, concentre - se.

Eu sabia o que mamãe estava fazendo, nós sabíamos, ela estava tendo uma visão. Uma visão ruim, pois estava com a sobrancelha franzida em uma feição de medo, terror. Ela começou a soar, soar muito.

– Ah! - Mamãe deu um suspiro alto e cansado.

Ela olhou para todas nós.

– Meninas, corram pro porão, se escondam, rápido.

Mamãe no pegou pelos braços desesperada e nos levou para a despensa. - A dispensa era pequena, um pequeno cubículo onde nele havia estantes com ervas e alguns instrumentos, no meio do chão havia uma portinha de madeira - Mamãe abriu a portinha e dava um caminho para uma escada.

– Elizabeth, me dê aquele pedaço de madeira - ordenou mamãe
Betty pegou uma pequena tora de madeira, parecia uma varinha, só que muito mais grossa. Ela deu o pedaço de madeira pra mamãe.

Ela pegou a tora e traçou um círculo nela com a unha á quatro dedos do topo, como se estivesse marcando ela.

– Segure Sarah

Eu segurei embaixo da tora e mamãe fez a mão em formato de concha em volta da parte marcada da tora, inspirou e deu um sopro forte, profundo e longo.

Nos 5 primeiros segundos, no topo da tora começou a sair fumaça, e um cheiro de queimado entrava nas minhas narinas, quando chegou aos 18 segundos de sopro longo. A parte que estava marcada começou a pegar foco. A tora se transformou numa tocha. Mamãe era muito poderosa e experiente, ela fez o topo da tocha pegar fogo apenas com um sopro.

– Ann - Ela deu a tocha para Ann - Leve isso e guie suas irmãs para baixo.

– Mas, o que está acontecendo mamãe?

– Apenas faça isso, aqui vocês estarão seguras. Agora venham cá.

Ela puxou todas nós para um abraço longo e aconchegante.

Como se fosse... O último.

– Não importa o que aconteça, nunca se esqueçam que eu amo vocês. Abigail, Ann, Sarah, Elizabeth, Maria, todas vocês são as razões da minha vida. Vóvó tomará conta de vocês, e não vai deixar nada, nada, nada de ruim acontecer com vocês.

– Mas - Maria murmurou com os olhos cheios de água - Você vai voltar não é mamãe.

– Ah minha querida, mamãe vai pra um lugar um pouco longe daqui. Mas, se você prestar atenção no céu, talvez me veja voar por lá.

Ela deu um beijo na testa de cada uma. Hoje em dia eu sabia o que significava o último ''vôo da bruxa'', significa... Morte.

– Adeus meus amores. Fiquem, quietinhas e por favor, temtem não fazer nenhum barulho okay?

Nós decemos o para o porão largo e escuro. Ondenele só havia uma pequena janela no teto, que dava pra ver os fundos da casa.

– Adeus - mamãe disse com lágrimas caindo de seus belos olhos esmeralda.

E ela fechou a portinha.

Ann olhou por algumas brechas estreitas na portinha onde estávamos embaixo, ela viu mamãe com os braços estendidos, palmas abertas e olhos fechados em cima na portinha por alguns instantes. E depois correu.

– O que ela está fazendo? - perguntou Abigail

– Glamoury, mas não sei por que - Respondeu Ann.

Sabia o que era o feitiço Glamoury, era quando nós criávamos uma ilusão tão perfeita que parecia real, era usada pelos Thattua De Dannan para ficar mais parecidos com os humanos. Pelas bruxas de hoje em dia, para beleza, deixar o cabelo de outras cores, os olhos de outras cores. E quando se é bem experiente, pode se criar uma ilusão em algum objeto, tipo, fazer uma maçã podre parecer madura e suculenta, ou mudar a cor de um vestido ou sapatos. Ou para os maiores casos, fazer parecer outra pessoa, ou fazer uma mesa parecer uma cadeira, coisas assim.

Ouvimos um barulho do lado de fora, era a voz da mãmãe, mas, ela estava imitando um corvo? Sim, ela estava imitando um corvo.

E depois de uns 2 minutos depois, ouvimos cavalos, metais se chocando uns contras os outros.

– É ela!

Ouvimos algúém gritar de bem longe. Os barulhos dos cavalos ficaram cada vez mais altos, altos, e altos. Estavam acima de nós. Dava pra ver pela janelinha.
Cavalheiros, e um deles é... Papai?

– Por que Fabian? - Disse mamãe chorando. Ela não estava se defendendo, estava apenas chorando.

– Cale a boca bruxa - e papai deu um tapa na cara da mamãe.
Por que ela estava deixando isso acontecer? Por que ela não estava usando magia contra eles?

Alguns homens começaram a cercar e segurar a mamãe, e um homem com uma túnica marrom, com um símbolo de um crucifixo no pescoço desceu da carruagem e disse:

– Karmin Lillian Garden Montgomery, está sendo acusada de bruxaria, denúncias indicam de que estava voando em uma vassoura com duas meninas....

– Ah - Abigail deu um gemido bem baixinho, como se fosse gritar de choro, sabia que era ela e Ann, e começou a chorar.

–... que estavam com chapéus pontudos, vestimentas negras, em noite de lua cheia. E pronunciou as seguintes palavras: ''Em nome do diabo, eu purifico e fertilizo este solo, com os poderes investidos em mim pelo próprio demônio, a terra, mãe de todos, está fértil e pronta para a primavera. Que assim seja! Que assim será!''. O que tem á dizer?

– Nego com todas as minhas forças que disse palavras envolvendo a ''santidade'' demônio na qual todos abominam.

– Está admitindo que adora o demônio? Que maldito sejas!

– Não coloque palavras em minha boca padre, não adoro o demônio, tanto que nem ao menos acredito em sua existência.

O padre deu um gemido assustado.

– Prefiro adorar o deus e a deusa da natureza do que adorar um deus por medo de queimar em chamas. Nada tenho contra seu deus, mas abomino o jeito de adorá-lo - Mamãe cuspiu as palavras - que tipo de deus benevolente manda seus filhos matarem seus semelhantes?

– É uma blasfêmia contra Jesus Cristo, levem-na - Ordenou o padre.

– Nãããão!! - Gritou Maria chorando, Abigail colocou a mão na boca dela.
Pelo visto, o grito de Maria chamou a atenção dos homens do lado de fora.

– Tem mais bruxas dentro da casa. - Disse um dos cavalheiros

– Levem a bruxa para a prisão - Disse outro cavalheiro - E vasculhem a casa - ele parecia ser meio que um chefe pra eles, mas entrou na casa também.

Todos entraram na nossa casa, a sorte é que mamãe guardou todos os instrumento aqui no porão, nossas vassouras de limpeza (tanto física quanto astral) - foi indigno o que o padre falou, de onde tiraram a ideia de que nós voamos? Nenhuma bruxa jamais voou em uma vassoura fisicamente. Só falamos ''voar na vassoura'' metaforicamente - Nossas varinhas - logo, logo vão falar que saem bolas de fogo e fumaça de nossas varinhas, isso nunca aconteceu e nem nunca acontecerá. - Nossos caldeirões, nosso altar, nossas velas e vestimentas. Estava tudo aqui.

– Vasculhem tudo! - Ordenou o chefe dos cavalheiros.

Todas nós nos abraçamos, com medo do que pudesse acontecer. Nós ouvimos eles revirarem nossos quartos, nossa cozinha. Tudo.

– Espere tem mais um quarto aqui - Disse um dos cavalheiros.

Ouvimos ele abrir a porta da dispensa, onde ficava a portinha do porão, onde nós estávamos. Todas nós no apertamos bem forte e fechamos os olhos.

– Você é burro Willian? - Ouvimos que o cavalheiro que disse isso deu um tapa na cabeça do outro cavalheiro. - Não tem nada aqui a não ser essas merdas de vidros.

Ele passou a mão em uma das bancadas quebrando um monte de nossos vidros. A portinha pro porão era feita de madeira em verniz, era tão visível quando a lua cheia no céu negro. Á menos que..... Glamoury. Mamãe usou o Glamoury pra camuflar a porta. Obrigada mamãe, que a deusa á abençoe.

– Mas senhor - ele saiu da despensa e se encaminhou para a porta dos fundos - não achamos nada que comprovasse que elas eram bruxas, nenhuma imagem do demônio, símbolos... Nada! Então, para que levar a mulher? - Perguntou o cavalheiro Willian

– Você acha que eu me importo com isso - Disse o outro - Mais uma bruxa, mais méritos com o rei, ele vai ficar tão feliz que vai nos pagar o dobro.

''Que bastardos'' - Pensei.

Queria que alguma coisa os assustasse, para que não voltassem aqui. Pelo menos não tão cedo.

Quando o cavalheiro abriu a porta dos fundos, uma ninhada gigantesca de corvos, que voavam para pegar os soldados. Faziam voltas e voltas pra cima e pra baixo dos cavalheiros, gralhando e bicando.

– Vamos embora - Disse o chefe dos cavalheiros

Eles correram para seus cavalos e galoparam para bem longe

Os corvos sumiram e voaram para longe apenas um estava voando, estava voando para perto da janelinha imperceptível no chão do lado de fora - onde nós olhamos tudo o que aconteceu

O corvo gralhou pra janelinha escondida.

Saímos do porão e demos a volta pelos fundos até o lugar onde levaram a mamãe. Todos estavam do lado de fora, uma mulher com uma touca branca em sua cabeça e uma saia de cozinheira estava olhando para os cavalheiros correndo dos corvos. Depois voltamos a entrar pela porta dos fundos. Vóvó contava que sempre que entrávamos em uma porta, devemos sair pela mesma, pois evita que maus espíritos saiam e nos atormente ou se divirtam ás nossas custas.

Ao chegarmos lá, encontramos o mesmo corvo, um corvo que para mim... Era familiar.

Ele começou a gralhar 3 vezes, como se estivesse falando alguma coisa... E então aconteceu.

O corvo começou a ficar maior, crescer. Seu bico se transformou em finos lábios e um nariz acima dele, seus olhos cresceram e de negros e obscuros se tornaram azuis. Sua pele de negro sombrio se tornou um pálido branco, suas penas estufaram e se juntaram, formando uma camada lisa por cima da entidade - que se parecia um humano... Uma mulher humana - que era um manto negro, com um capuz que mais se parecia um véu. A mulher levantou a cabeça e com as mãos, delicadamente, tirou seu capuz preto e vimos...

– Vóvó! - sussurrei.

Minhas irmãs ficaram totalmente impressionadas, todas estavam de boca aberta. Mas eu não, já havia visto vóvó fazer isso, tempos atrás.

– Venham, vamos entrar!

Ela ordenou e nós entramos pela porta dos fundos.

– Vamos pra cama, não pensem em nada do que aconteceu hoje, está bem?

Nós nos entreolhamos e respondemos ''Sim''

Subimos para nossos quartos. E dormimos.

''O céu noturno, noite de lua cheia, o céu tem estrelas cintilantes. Mas há algo errado, uma energia diferente está acontecendo aqui. Vejo uma ave andando em linha noroeste em direção ao céu. Vejo melhor, não é uma ave, é uma vassoura, uma mulher em cima de uma vassoura. A mulher estava voando em cima da vassoura, em uma postura livre e entusiasmada, a mulher vira o rosto para mim, e acena... Mamãe, mamãe estava voando na vassoura. Acenei para ela.''

Acordei com lágrimas nos meus olhos. Mamãe deu seu voô na vassoura. Adeus!
Desci junto com Maria.

– Sarah, sabe o que eu sonhei hoje?

– Não o quê?

– Com a mamãe - quase caí da escada - Ela estava linda voando na vassoura dela.

– Eu também. - respondi entusiasmada

– Também o que?

– Também sonhei com a mamãe voando na vassoura.

Encontramos Ann, Abigail e Betty na sala de jantar, elas estavam tomando o café da manhã. O pão da vóvó era quentinho e seu aroma hipnotizante. Contamos para elas o que nós sonhamos, elas sonharam a mesma coisa que nós.

– A mãe de vocês deu um lindo vôo ontem a noite.

Nossa atenção se voltou para a vóvó.

– Ela vôou mesmo? E todos viram?

– Não minha fadinha. - Disse vóvó preparando o melhor dos cafés que só ela sabia fazer - ela apenas apareceu nos sonhos de vocês, dando seu adeus.

– Isso não esta certo - Ann disse com o desprezo evidente.

– Controle sua raiva Ann - respondeu a vóvó - o que há em seu coração é energia ruim.

– Mamãe não podia morrer desse jeito. Aqueles monstros

– Eu realmente acho que mamãe está bem agora - Disse tentando acalmar Ann e sua raiva.

Todas olharam para mim.

– Nós estamos triste, afinal ela era nossa mãe... Continua sendo. Ela agora deve estar passeando pelas dimensões em sua vassoura, e se preparando para voltar em um outro corpo. Deveríamos superar, e simplesmente deixar a natureza seguir seu curso, afinal, eles vão ter o que merecem.

– Sim Sarah! - disse vóvó - muito sábia da sua parte. Isso tudo vai acabar, nós não seremos extintas. Por isso temos que ter toda a proteção possível.

– Como assim vóvó - Disse Abigail comendo um pedaço de pão. Vóvó se sentou e falou seriamente.

– Os homens abominam tudo que é diferente ou fora do comum, e nós não podemos mudar a cabeça deles, então precisamos nos proteger. Vou ensiná - las tudo. Como invocar espíritos ou essências poderosas, como fazer poções, enfeitiçar e amaldiçoar - no sentido de ''ter o que merece'' - usar os elementos ao nosso favor, e pedir ajuda dos elementais para diversas coisas, invocar a ajuda de seu familiar e animal de poder, até a mais poderosa delas, o feitiço da sombra. Era para vocês aprenderem isso quando ficassem mais velhas, mas não temos escolhas. Daqui á 1 ciclo, Maria estará pronta. Então começaremos nosso treinamento.

Vóvó sempre foi amável conosco, Abigail me contou que quando ela deu aquela punição para elas, ela disse que era para não terem que quebrar o nariz depois. Aquele castigo era uma penitência. A bruxa poderia tem enfeitiçado mais de 20 pessoas com a peste negra, mas se fizesse aquela punição, ou uma outra. Seria perdoada, e sua alma estaria limpa.
***~o~***

Finalmente 1 ano se passou. E meu corpo ficou estranho, era irritante ter peitos em todos os lugares onde eu olhava, e... sentimentos estranhos. Mas não tinha tempo para pensar naquilo. Tenho 15 anos, Ann e Abigail tem 17, Betty tem 14 e Maria tem 13, ela se iniciou há um mês e nós á incluímos á duas semanas no nosso círculo. Maria é a Deusa da Água, a água é o elemento das emoções, é mutável e é misteriosa, ninguém sabe o que se esconde no fundo dos oceanos, somente as sereias, disso sabemos, e temos certeza (Maria era um mar de emoções)

Vóvó nos mandou sentar na mesa de jantar para ela conversar conosco.

– Cada bruxa tem um dom em especial, premonições - tanto em sonhos quanto em objetos de ver o futuro - a bela habilidade de fazer poções, a delicada habilidade de evocar espíritos, melhor facilidade para lançar feitiços, sensibilidade com os elementais ou seres da natureza, o melhor poder para controlar as energias ou as chamadas Kinesis, emfim. O que vamos fazer hoje é descobrir qual seu dom, todas as bruxas pode ter todos esses dons, mas somente com muito trabalho, calma e concentração.

Algumas bruxas nascem com seu poder natural, uma melhor facilidade para lançar feitiços - como ordenar que vente, e ventar rapidamente - e outras tem um pouco mais de dificuldade. Mas todos podem fazer isso. Hoje vamos para a parte mais profunda na floresta. Onde todas vocês se iniciaram, nossa energia está tão conectada aquele local que ninguém vai lá, aquele lugar repele as pessoas que possa tem emoções ou coisas negativas, fazendo como se nem existisse.

Depois de explicado, pegamos nossos objetos mágicos - mantas pretas, cristais, colares, uma vassoura para limpeza, nosso athame e nossa varinha para direcionar energia.

Quando chegamos na floresta, vóvó colocou uma vela vermelha no sul, uns 3 incensos juntos no leste, um cristal de quartzo ao norte, e uma vasilha com água da praia - que ficava há alguns metros de nós -.

– Meninas, o primeiro ensinamento é descobrir seu elemento de poder, ele mostra qual elemento da natureza vocês tem mais facilidade para trabalhar magicamente. Vocês conseguem trabalhar com todos os elementos, mas somente um você é íntima. E vocês descobrirão isso agora... Ann.

Todos os olhares se viraram para ela.

– Venha! Fique a minha a frente.

Dava pra ver o medo no andar dela, ficou na frente da vóvó.

– Confia em mim? - Falou com tanta seriedade, que parecia já ter começado o ritual.

– Sim! - Respondeu rapidamente.

– Mas acima de tudo, comfia em si mesma?

Ninguém entendeu a pergunta.

– Sim!

Vóvó pegou um pano branco e vendou os olhos de Ann.

– Entre trevas e escuridão. Ainda confia em si mesma?

– Sim.

Vóvó pegou um pano, pegou o Athame de Ann e deu para ela.

Vóvó ergueu os braços para cima e disse:

– Círculo

Ao dizer isso, um círculo - de 4 metros - se abriu no chão. O círculo era feito de fogo, labaredas de fogo que iam até a cintura de Ann.

Vóvó á levou para o norte.

– Estenda seu athame - Ann levantou o braço direito e apontou o athame para o horizonte ao norte - Ande em sentido horário até eu mandar.

Ann andou para o leste e apontou se athame para o mesmo.

Nada aconteceu, os incensos continuaram esfumaçando normalmente.

Ann andou para o sul e apontou seu athame para o mesmo.

A vela se acendeu, cresceu lentamente, ficou tão luminosa e forte que quando Ann estava movendo seu athame para ir ao oeste, a ponto da chama o seguiu.

Quando Ann chegou ao oeste, o fogo que estava ponta a ponta com seu athame, voltou ao normal e apontou para cima como uma simples vela.

Ann apontou seu athame para o horizonte ao oeste. A água que estava parada, começou a se transformar em um pequeno redemoinho, girando para o sentido horário.

Ann voltou ao norte e apontou seu athame para o horizonte.

O cristal de quartzo estava normal... Nada aconteçeu.

– Pare - Vóvó ordenou.

Ann voltou á frente da vóvó.

– Teu elemento é o fogo, mas possui uma afinidade com a água que pode lhe ser útil, agora volte com as suas irmãs.

E ela veio para perto de nós

– Abigail! - Chamou vóvó.

Vóvó fez o mesmo procedimento com ela, quando Abigail apontou para o leste, a fumaça do insenso começou a fazer círculos em volta do athame, e do braço dela, quando foi para o sul, nada aconteceu, quando foi para o oeste, nada aconteceu, e ao norte, nada aconteceu.

– Abigail, teu elemento de poder é o ar, tu és poderosa jovem menina, agora volte para as suas irmãs.

Agora era a minha vez...

– Sarah..!

Ai, estava tão nervosa, porém, ansiosa. Me aproximei para a frente da vóvó.

– Confia em mim?

– Sim - respondi sem exitar

– Confia em si mesma

– Sim

E vendou meus olhos azuis com a venda branca.

– Entre trevas e escuridão, confia em si mesma?

Agora entendi a pergunta, não importa o quão perigoso o mundo seja, a única coisa com o que eu posso contar e confiar nesse mundo...

É em mim.

– Sim.

Me encaminhei para o leste e comecei a andar no sentido horário no círculo. Não sabia como foi com as minhas irmãs, mas elas estavam com a afeição de que não sentiram nada.

Pois quando fui para o leste, não senti nada.

Passei pelo sul e não senti nada. Passei pelo oeste e não senti nada. Estava ficando preocupada, mas quando cheguei no norte estava comprometida a sentir pelo menos algo. Só um ventinho em meus longos cabelos negros. Alguma coisa.

Mas quando passei pelo norte, não senti nada.

Corri depressa para a frente de vóvó.

Tirei a venda, e a expressão de todas me surpreendeu. Estavam todas com as sobrancelhas franzidos se perguntando o que aconteceu. Betty estava com a boca aberta e Maria com uma expressão de pena.

– Eh, então - estava sem palavras - qual é o meu elemento vóvó?

Vóvó também estava sem palavras.

– Sarah, vamos fazer de novo está bem? Concentre - se, respire fundo e faça de novo.

E ela vendou meus olhos de novo. Concentrada fiz o trajeto de novo, e mais uma vez não senti nada.

– Vóvó? Qual meu elemento?

Estava preocupada, ouvi minha irmã Abigail dar um suspiro pesado.

– Sarah, você, não possui afinidade com nenhum dos elementos - as palavras me chocaram - sinto muito minha querida.

Pelos deuses, estava absolutamente arrasada.

– Não vóvó, está tudo bem.

E fui me juntar com as minhas irmãs, com a cabeça baixa.

– Não se preocupe Sarah, talvez eu também não possa evocar nenhum elemento. - disse Maria na esperança de me animar.

– É claro que pode Maria, não se preocupe.

– Elizabeth! - Disse vóvó

Betty deu um gemido de susto, pelo visto ela estava realmente nervosa.
Vóvó fez todo o processo com ela e deu a volta no leste, no sul, e no oeste, e nada aconteceu. Estava começando a acreditar que Betty também não tinha um elemento próprio.

Mas quando encaminhou seu athame para o quartzo branco ao norte. Ele começou a mudar de cor, ele mudou pra uma cor rosa bem clara e de um brilho extraordinário.

Depois disso, foi ao encontro da vóvó, ela estava tão nervosa que mordia seu lábio inferior.

– Elizabeth, meus parabéns, seu elemento é a amada terra. Volte com as suas irmãs.

Betty ficou realmente aliviada.

– Maria!

E por último, foi a nossa irmãzinha caçula.

Como mesmo procedimento, Maria passou pelo leste e o sul, mas, ao chegar no oeste, a água do caldeirão começou a se movimentar, a criar ondas, ondas tão poderosas que pulavam pra fora do caldeirão, depois foi para o norte e nada aconteceu.

– Maria, minha jovem, pelo visto seu elemento é a pura água.

Depois, vóvó fechou o círculo de fogo com um movimento das mãos, de cima para baixo. E nos reuniu e disse.

– Meninas, meus parabéns, todas vocês tiveram sucesso, apesar de...

Sabia que essa pausa era para mim, isso só me fez ficar mais triste e meu coração pesar.

–... Mas emfim, amanhã descobriremos, qual de vocês ou quantas de vocês possuem o dom da clarividência.

Fui para a casa cabisbaixa, estava tão triste, espero que eu consiga ser boa na clarividência.
...................)0(...................

Na manhã seguinte fomos novamente para a floresta levando nossos caldeirões. Vóvó fez um pentagrama no chão e cada uma de nós sentava em um polo, eu fiquei no topo, Ann ficou no leste, Abigail no sudeste, Elizabeth ficou no sudoeste e Maria ficou no noroeste.

Nossos caldeirões estavam cheios de água da praia.

– Concentrem-se - pediu vóvó que está no meio do pentagrama.

– Este é um pequeno encantamento para visões leves. Repitam comigo. ''Que os céus se iluminem e minha visão se enclareie, me mostre caldeirão o futuro que reservei''

Todas nós nos concentramos e repetimos isso várias vezes, depois olhamos fixamente para o caldeirão.

Minha mente estava clara, estava entrando em um transe profundo, esperando a visão vir até mim.

– Ah desisto - Disse Ann depois de 16 minutos olhando fixamente para o caldeirão.

– Eu também - depois Abigail.

– Eu também vóvó, eu não vi nada. - depois a Betty

Esperamos que Maria terminasse mas ela ainda estava parada, estava como uma estátua, com os olhos fixos no caldeirão sem nem ao menos piscar.

– A Maria conseguiu - disse decepcionada comigo mesma, e com um pouco de inveja de Maria.

Ela já estava lá há uns 20 minutos.

– AH - maria deu um gemido alto. - Eu vi... A Sarah.

E todas ficamos preocupadas, pois a expressão de Maria não era a das melhores.

– O que você viu Maria? - Disse vóvó

Maria estava suspirando alto.

– Eu vi a Sarah com os olhos pretos, completamente negros, e com a pele cinza, depois eu vi um pentagrama de fogo no chão, que ela estava no meio. E ela estava com raiva, muita raiva.

Isso ia acontecer comigo?

– Não se preocupe Maria, nem todas as previsões podem concretizar o que irá acontecer.

Maria deu um suspiro alto e aliviado.

– Vóvó, minha cabeça dói - Ela disse enquanto se levantava para ir embora.

– Isto é normal minha pequena, sua visão foi muito intensa. Estou orgulhosa por ter conseguido. Você tem o dom da clarividência.

Eu estava tão... zangada.
Depois de alguns meses todas nós treinamos. Aprendemos a fazer poções, invocar elementais, controlar os elementos, descobrimos nosso animal de poder, e muito mais. Ann tem facilidade de influenciar os elementos, Abigail faz poções como ninguém, todas as que ela faz dá certo. Elizabbeth consegue invocar apenas elementais, mas consegue compreender o que eles dizem também. Maria consegue prever o futuro perfeitamente.

E eu... Não consigo fazer nada. Tudo o que posso fazer é o normal que qualquer um pode fazer. Abrir o círculo mágico, entrar em um estado alterado de consciência. E só. Ann ganhou um colar de Lobo feito de prata, referente ao seu animal de poder, Abigail ganhou um colar em forma de urso. Como eu Betty e Maria éramos as três últimas filhas, nós recebemos mais um colar referente á lua em nossa personalidade. Eu ganhei um colar de lua cheia por ser amável, corajosa e maternal, ''sinônimo de mais fraca entre todas '' pensei... O que me alegrou foi conseguir fazer a meditação xamânica e achar meu animal de poder... Um gato. Eu ganhei um colar em forma de gato também.

Eu o batizei de Lunar pois ele tem os olhos azuis como o céu - igual aos meus -, só aparece quando é perto da noite, ou quando eu preciso muito, e é branco como a lua. Eu amo o nome Lunar, na próxima vida quero que ele venha da cor negra, para que eu possa dar um nome muito legal para ele...

Não sei por que, mas se meu gato fosse preto eu iria chamar ele de... Penumbra.

Elizabeth ganhou o colar da lua crescente por ser animada e jovial, e um colar em forma de beija-flor.

E Maria, ganhou um colar da lua minguante, pois embora sendo a mais nova, é sábia e ama o conhecimento antigo. E possui um colar em forma de Coruja.

Uma noite, quando todas as meninas estavam dormindo, menos eu pois estava tendo insônia desci para a sala para andar um pouco e vi vóvó recebendo uma visita de uma mulher de sua idade, com os cabelos grisalhos e grandes mantas de pano verde, negro e marrom.

– Guinevere! - Disse a mulher - querida irmã, quanto tempo.

– Quennie, não te vejo desde que vim morar com minhas netas. Como estás?

E as duas se abraçaram.

– Ah! Estou mais ou menos, vim lhe contar uma coisa.

– O que?

Ela se sentou na mesa enquanto vóvó prepara um chá.

– Guinevere, eu irei partir

– O que?

– Eu tive uma visão, minha doença está mais forte, não passo da próxima lunação.

– Quennie... - de um abraço apertado na irmã, nunca soube que vóvó possuía uma irmã. - Vou sentir tanta a sua falta irmã.

– Ah, mas não vamos deixar uma despedida triste não éh? E então como estão as meninas?

– Estão ótimas, estou ensinando-as á lutar, e como usar seus poderes, estou ensinando quase todos os feitiços do grimório, infelizmente minha hora também está chegando...

– Como sabe? teve uma visão?

– Sim, há muito tempo atrás, quando Ann e Abigail estavam fertilizando o campo pulando com a vassoura, eu tive a visão, irei partir na lua minguante, na forma de meu totem animal.

– Oh, pelos deuses, quando será?

– Ainda tenho muito tempo - pegou o bulhe de chá e o serviu para as duas. - Emfim, as meninas estão se saindo bem. Maria tem um poderoso dom de clarividência, melhor do que o meu, Elizabbeth consegue invocar elementais perfeitamente, e ainda ouvir o que eles falam, Ann consegue controlar os elementos, principalmente o fogo, e

Abigail é uma herbologista nata, desde pequena ela já gostava de cozinhar e mexer com panelas, seu dom é extremamente poderoso assim como o de Maria. Mas...

– Mas... - Quennie tomou um gole de chá.

– A Sarah... Não possui nenhum dom...

– Como assim? - Quennie ficou espantada, o que me deixou um pouco preocupada

– Todas as meninas conseguem controlar elementos, invocar espíritos prever o futuro e fazer poções, só que umas conseguem fazer melhor do que as outras, como o dom de fazer aquela área perfeitamente excepcionalmente bem... menos a Sarah, que... Não consegue fazer nada.

– Nada?

– Nada, ela apenas faz o básico, fazer o círculo mágico e entrar em um estado alterado de consciência, mas... nem invocar espíritos ela consegue, parece que eles não ouvem ela.

– Mas que estranho... - Disse Quennie colocando mais chá em sua xícara - desde que a Sarah nasceu, eu sempre senti nela... Uma energia... Sobrenatural, extremamente poderosa e forte.

– Sim, eu também. Eu sempre achei que ela fosse a mais poderosa de todas as meninas por que sua energia era completamente forte. Eu nunca havia visto aquele tipo de poder numa aura só. Mas... Parece que eu me enganei.

– Nós nunca nos enganamos Guinevere. Talvez algo esteja a impedindo.

– Eu não sei, mas talvez seu dom ainda vá se manifestar. Amanhã eu irei treinar com elas o último ritual... O da Sombra.

– Tem certeza? Não acha um pouco forte demais para elas?

– Elas conseguem, minha filha deu a luz á 5 bruxas muito fortes. Estou apenas preocupada com Sarah, se ela não possui a Aura mágica que nós achamos que ela tem... Ela pode ficar em apuros.

– Vamos confiar nela - disse Quennie oferecendo um silencioso brinde

Eu estava tão horrorizada com a conversa, que corri para meu quarto e depois de muito me remexer na cama... Dormi.
..................)0(..................

– Meninas concentrem-se - Disse vóvó

Todas nós estávamos em nossos círculos de proteção, eu estava muito preocupada com o que poderia acontecer nesse ritual da Sombra, mas ainda não estou dando a mínima pra isso. Sei que não vou conseguir...

Vóvó pediu para que nós nos imaginássemos em uma casa, ela irá depender da nossa imaginação, nosso próprio subconsciente vai decidir que tipo de casa será e o que terá lá. Pediu para que imaginássemos indo para essa casa, e que quando chegássemos na porta, dizermos ''Minha parte obscura, meu lado das trevas, minha Sombra estará aqui, em alguma peça. Venha ao meu encontro, me enfrente parte perdida, quero domar você, com uma simples batida''.

''A casa da minha mente era uma casa normal, semelhante á nossa, só que mais bonita, possuía um gramado verde, algumas relvas estavam na frente da casa, cheia de flores estavam as janelas, era um dia lindo, onde os raios de sol passam pelos galhos das árvores até bater na porta de madeira rústica linda.

Disse as palavras, e a porta abriu... Mas, a casa não era a mesma do lado de fora.

A casa pelo lado de dentro era... Negra, com as madeira velhas, acinzentadas e cheias de teia de aranha nas paredes, a lareira tinha metal enferrujado. A casa tinha cheiro de mofo e cinzas.

Por algum motivo eu sabia o que tinha que fazer lá. Deveria achar minha Sombra.

– Pode aparecer querida! - Disse tentando fazer alguma coisa acontecer, mas nada aconteceu.

– Não vai dar certo mesmo - pensei comigo mesma.

Enquanto explorava a casa eu vi em cima da mesa de jantar um desenho feito a giz de um pentagrama dentro de um círculo, e no meio do pentagrama havia havia uma vela preta.

Fui me aproximando, e toquei a vela.

Ela se acendeu ao meu toque. Uma sensação de ânimo me correu pelo corpo, finalmente havia conseguido fazer algo acontecer, mas depois a sensação passou, por que... Eu estava dentro da minha mente. De repente, a chama ficou negra.

Medo, pavor, calafrios repentinos, frio intenso, horror, todos esses sentimentos me encheram assim que a chama ficou negra. Senti um terremoto remexer a casa toda, mas a vela dentro do pentagrama nem se mexia. Berrei de medo, e me sentei no chão cobrindo o rosto, esperando aquilo passar... Mas não passava. Depois ouvi gritos, meus gritos, mas eu não estava gritando.

– ME DEIXE EM PAZ! - Ouvi uma moça com a minha voz gritando fazer a casa se mexer mais ainda.

As paredes da casa estavam começando a quebrar, o as madeiras que compunham o chão estavam saindo, até a mesa de jantar onde havia a vela dentro do pentagrama - que por acaso a chama da vela nem ao menos se mexia - já havia quebrado, menos a parte onde havia o pentagrama.

Resolvi ir embora daquela casa. Entre todos os destroços e me arrastando pelo chão me encaminhei até a porta. Do lado de fora da porta estava tudo escuro, era noite, noite de lua nova, não havia nenhuma estrela no céu, e as árvores se remexiam com o terremoto que por acaso não estava só dentro da casa.

– EU QUERO IR EMBORA! - Gritei alto o bastante pra fazer eco entre as árvores.
Mas, de repente uma coisa saiu das árvores ao horizonte. Uma sombra, que veio se arrastando lentamente pelas árvores até que parou, e junto com ela parou o terremoto. Me aproximei andei rapidamente até ficar uns 5 metros longe da porta da casa, e fiquei em silêncio enquanto a sombra se arrastava no chão até mim. Até que bem lentamente, encostou em meu dedo do pé. A sensação era tão gélida que afastei meu pé por simples reflexo. Ao fazer isso o terremoto começou de novo me fazendo tropeçar para trás. E então as árvores se remexiam mais rapidamente, mas não era por causa do terremoto.

Das árvores, saíam mais sombras, e dassa vez não se arrastavam pelo chão, saíam em forma de névoa, e... Eles vieram rapidamente até mim.

Meu instinto me mandou fugir e eu obedeci. Desesperada corri para dentro da casa, fechei a porta e empurrei minhas costas contra ela, pra ter certeza de que nada passaria pela porta.

Mas ainda assim, as sombras batiam na porta, fazendo-a quase quebrar

– NÃO ME IGNORE! - Disse a sombra... com a minha voz.

Ela bateu tão forte que fez a porta se partir ao meio.

Dei um grito de terror e corri para a cozinha, a mesa onde estava o círculo com o pentagrama já havia quebrado, mas a única parte da mesa onde estava o círculo ainda estava de pé. Corri para dentro do pentagrama e peguei a vela. O pentagrama era grande o suficiente para eu ficar sentada de pernas cruzadas sobre ele, em posição de meditação.

O terremoto continuava do lado de fora, mas eu não sentia nada, estava parada dentro do pentagrama, sentada de perna cruzada com a vela entre elas, esperando passar. Do lado de fora, o chão começou a se dissipar como se tivesse lava no chão fazendo - o sumir lentamente, assim como as paredes, mas ao invés de lava, eram sombras. Havia névoa negra em todos os lugares, no teto, nas janelas no chão e nas paredes que foram corroídas por elas. Menos o pentagrama, e a minha vela. As sombras começaram a corroer o pé do pedaço de tábua onde estava o pentagrama, mas ao chegar no círculo, ela recuou.

E lá estava eu, na escuridão total, como em um quarto pintado de preto, de noite, onde não haviam janelas e nem um sinal de luz. Eu estava dentro do círculo de giz, em cima do pentagrama círculo a vela negra com a chama negra. Minha única fonte de luz...

E vida.

– O que eu faço agora? - me perguntei em pensamento com as mãos no meu rosto.

De repente ouvi a voz da vóvó, não nítida, mas ouvi o que ela quis dizer para o meu corpo que estava no plano físico.

Ela dizia que meu objetivo era derrotar a sombra, matá - la, confrontando ela, invocando minha coragem eu consigo fazê - la desistir. Ela também disse para nunca esquecer o porto seguro onde nós estávamos. Eu entendi o que ela quis dizer, o pentagrama era meu porto seguro. Disse também para não acreditar me nada que a sombra faça, ela só quer nosso mal. Me levantei e fiquei em pé em cima do pentagrama, com a vela em minha mão direita.

– APAREÇA SOMBRA - gritei na escuridão.

Nada aconteceu

– VENHA ME ENFRENTAR... EU VOU ACABAR COM VOCÊ! - gritei de novo mas nada aconteceu. Dei um suspiro pesado

– Olha, eu nem sei por que isso está acontecendo comigo, minha avó disse que é pra eu acabar com você, assim seria mais fácil controlar meus poderes, mas eu não tenho nenhum poder - eu não queria acabar com a minha sombra, talvez se eu falasse a verdade com ela, ela me deixaria sair - eu só quero deixar os outros felizes, eu não entendo por que eu não posso ser como as minhas irmãs, minha irmã mais velha Ann consegue controlar o fogo e ter algumas visões do futuro, bom, não perfeitamente como minha irmã caçula Maria, mas consegue fazer alguma coisa.

Sentei no chão colocando a vela ao meu lado, abracei as pernas e deixei o sentimento de derrota me cobrir, o sentimento foi tão profundo que comecei a chorar e soluçar.

– Eu só quero voltar pra casa, eu só quero a minha mãe de volta, eu só quero que essa luta acabe e ter uma vida normal com as minhas irmãs, eu quero dormir sem ter que me preocupar se vou morrer amanhã... Eu não sei o que fazer, eu não tenho ninguém...

De repente, no céu, a escuridão se formou de densas névoas negras, que viraram nuvens, o céu continuava negro, mas dava pra se ver a lua nova. E do céu caíam cinzas, e as sombras do chão se transformaram em terra negra, embaixo do círculo onde eu estava, e o horizonte se transformou em árvores secas, com algumas folhas negras. E de lá, saía uma menina, me levantei para ver melhor.

A menina... era eu, mas ela usava um vestido negro desbotado nos tornozelos, de manga curta e um decote em V, Ela tinha um colar em forma de lua, igual ao meu, só que o dela era uma lua negra - Lua nova - e o meu é lua cheia. E não tinha um colar representando o animal de poder como eu. Ela estava descalça como eu. O vestido dela era idêntico ao meu, só que meu vestido é branco e o dela é preto.

Ela chegava mais perto e percebi. Sua pele era cinza, cinza como um metal velho e enferrujado, seus olhos, todo o seu globo ocular era preto. Mas a pupila estava branca.

Seus lábios, pareciam cinzas, estava ressecados e escuros. Suas unhas estava negras e podres, seus pés estava, podres. Sua pele em si estava pálida acinzentada e escura.

Era uma visão aterrorizante. Comecei a passar os olhos pelo meu corpo pra saber se eu estava assim. Mas minha pele continuava o branco normal de sempre.

Quando ela ficou cara a cara comigo, consegui sentir seu cheiro desagradável, cheiro de morte, de podridão. Ela tentou tocar a lágrima no meu rosto, mas uma parede invisível estava atrapalhando, olhei para o chão e percebi. O pentagrama estava impedindo, tentei apagar aquele giz mas pensei melhor.

– Não!

Ela fez uma expressão de surpresa quando eu disse isso.

– NÃO! - gritei e ergui a vela para os céus.

Sabia que estava na minha mente, então fiz as nuvens se dissiparem, e fiz o dia aparecer, fazendo a sombra gritar e me mostrar seus dentes, seus dentes eram negros e podres assim como sua língua branca suja.

A menina começou a chorar, suas lágrimas pareciam densas gotas de petróleo escorrendo de seus olhos. Tentou fugir, mas eu apontei minha mão esquerda para ela e imaginei sugando suas pernas para dentro do pentagrama comigo.

E assim o fiz, fiz a sombra tropeçar e arrastei, com a mente, ela até perto do pentagrama. A menina deu um grito agudo e penetrante, e bateu com o punho no chão, fazendo tudo tremer de volta, em um terrível terremoto. No último momento esfreguei a ponta do círculo onde eu estava com o pé, abrindo - o, fazendo eu ficar tremendo pelo terremoto também. A vela se apagou.

Quando a vela se apagou, a menina virou a cabeça pra trás rangendo os dentes, e pulo para cima de mim, me enforcando e gritando, dentro do círculo aberto. Por sorte, lembrei que estava dentro da minha mente, então fiz a vela preta se transformar em giz, e enquanto a menina me enforcava eu abaixei e fechei o círculo. E então estávamos lá, nós duas dentro do círculo com um pentagrama. Ergui os braços para os céus e invoquei o sol, o sol queimava a menina e toda a sombra que estava perto de mim, dentro e fora do círculo. Eu senti a energia passar dentro de mim, junto com o grito penetrante da menina ''clone macabro''. A energia era tão forte que me senti sendo sugada para ela, me fazendo flutuar, fazendo meus pés saírem lentamente do chão primeiro meu tornozelo depois a ponta do meu dedo do pé, e então estava completamente fora do chão.

Senti minha pele quebrar, descascar, como se fosse uma carcaça saindo. Meu cabelo caía, junto com a casca da minha cabeça, meu colar e minhas roupas saíram me fazendo ficar totalmente nua, minha pele estava rasgando mas dela não saía sangue, saía uma pele brilhante e nova, e depois que toda a minha pele havia caído, e meu corpo brilhava em energia pulsante de luz, que se transformou em uma pele nova e brilhante.

A luz me preencheu. Mas depois... Caí

O círculo se transformou em um buraco negro que me sugou para baixo dentro dele. E lá estava eu de novo na escuridão profunda, nua caindo, sem cabelo, sem nada.

Apenas o vento da queda passando por mim, não havia luz, não havia para onde olhar pois estava tudo preto, estava caindo...''

– AH! - Dei um pulo de susto, e percebi, voltei ao meu plano físico. Oh, bendito sejas.

Percebi que todas olhavam para mim assustadas, todas estava ao meu redor, já havia desfeito seus círculos e tudo que me separava delas era o meu próprio círculo.

Passei a mão pela testa e depois pela cabeça e percebi que ainda tinha meu cabelo, e minhas roupas

– Pelos deuses Sarah, você está bem? - Disse vóvó tentando chegar perto de mim - desfaça esse círculo e venha nos abraçar. Você nos deu um susto.

Desfiz o círculo e abracei a vóvó.

– Sombra, é o nome do nosso lado mau, o nosso lado negro e obscuro, que nos envergonhamos, que mesmo que o ignoremos, elas sempre. O ritual que fizeram é um ritual de auto-conhecimento, toda a bruxa ou bruxo deve fazer esse ritual, assim, você se conhece e seu espírito entra em harmonia. A sombra de vocês não pode ser morta, eu só falei para matarem pois assim, a sombra terá o consentimento da derrota. Mas ela sempre vai continuar existindo, inconsciente, dentro de cada uma de vocês, pois se a sombra estivesse morta. Você também estará, e vice-versa. Antes desse ritual, vocês não pensavam antes das suas ações, agora, vocês poderão controlar melhor suas emoções. - Ela suspirou - Bom, nesse ritual vocês gastaram muita energia, vamos continuar aqui e absorver a energia da terra, e do ar ao seu redor, enquanto isso, vamos conversar sobre suas experiências, começando pela ordem de quem terminou primeiro, Elizabbeth.

A Betty comentou que em sua visão, ela era do tamanho de um polegar, e a casa que ela imaginou, era uma casa feita de galhos, e dentro dela havia um espelho, e quando se olhou viu uma menina igual á ela, só que muito assustadora, ela tinha os cabelos brancos, a pele cor de cinza escuro, muito sujo, os olhos completamente pretos e apenas um ponto branco bem no meio deles. A mesma roupa que ela tinha, eram negras e sujas de uma substância negra estranha. E ela derepente saia do espelho e a atacava. Quando Betty entrou no espelho, sua sombra não conseguiu entrar, mas ela pegou uma vassoura e com seu cabo bateu no espelho, fazendo - o rachar, e isso fez a pele de Betty rachar também, e sangrar muito, Betty não conseguia passar pela parte rachada do espelho, então passou pela parte limpa rapidamente e empurrou a sombra para seu lugar. E com a vassoura quebrou o espelho em pedacinhos. E os cacos de vidro começaram a sangrar o mesmo líquido negro das roupas da sombra, depois daquilo ela foi sugada pelo chão e caiu na escuridão completa, e então acordou.

– Ótimo, agora você Abigail.

Na visão de Abigail, a casa dela era totalmente feita de doces, assim como a história de João e Maria, ela entrou na casa e não tinha ninguém, viu todos os cômodos, achou estranho a parte da cozinha, pois a cozinha tinha porta e poucas casas tem uma porta para entrar na cozinha, dentro dela tudo estava aparentemente normal, exceto o caldeirão que estava fervendo no fogão, ela chegou mais perto e percebeu que estava fervendo água. Até que a campainha tocou, e havia uma criança na porta, ela contou que a criança era a própria Abigail, mas com a forma de uns 6 anos. Até que quando entrou na casa, os olhos da criança ficaram cinzas, e depois, pretos com a pupila branca. Sua pele mudou para o mesmo cinza das visões na nossas irmãs. E então a criança tomou a forma dela atualmente, e a atacou. Abigail correu pra cozinha e trancou a porta, a sombra era capaz de quebrar toda a parede, mas apenas a porta da cozinha ela não conseguia quebrar. Abigail foi sábia e fez da água fervente um ácido poderoso. Ela abriu a porta e com o caldeirão em suas mãos cobertas por luvas, para não se queimar, tacou sem medo o ácido na sombra, e ela derreteu. Depois o chão a engoliu e a fez cair na escuridão.

– Muito bom. Ann!

Na visão de Ann, a casa era na verdade um castelo, e ela era uma princesa presa em um majestoso quarto, mas ela não queria sair daquele quarto. Era simplesmente lindo para deixá - lo. Mas viu que na janela, não havia ninguém, nenhum cidadão... Nada. E então ouviu rugidos. Ela ficou apreensiva de sair daquele divino aposento. Mas depois de encarar a porta por alguns segundo. Ela ouviu o grito do que mais parecia ser um... Dragão. Ela conseguiu distrair o dragão e foi para um dos quartos do castelo, pegou uma espada, e foi lutar contra o dragão. O dragão negro de olhos pretos se transformou em uma moça, e essa moça, era Ann, com o mesmo vestido, só que com a coloração preta, os olhos pretos, os dentes podres e cerrados, ela lutou contra Ann com a força inimaginável. Foi uma longa luta, que fez Ann sangrar um pouco, mas no último minuto, cercou a sombra na beira da janela mais alta do castelo e enfiou a espada em seu coração. Mas depois o chão á empurrou também para fora da janela. E caiu, depois tudo ficou escuro, tudo estava preto ao redor, e caiu no abismo escuro. E acordou.

– Interessante. Maria!

A casa da maria era de madeira. Quando explorou a casa dela, encontrou um velho armário. que quando abriu, encontrou um vestido igual ao dela, só que preto. Pegou ele e colocou em frente ao corpo no espelho, ela ficava bonita naquele vestido. Depois de ir para baixo, o vestido havia sumido, até que o encontrou no porão. Mas havia alguém vestido ele. Era Maria. Ela tinha a mesma feição macabra de todas nas nossas visões, pele cinza-ferrugem, olhos pretos, pés sujos e estraçalhados, mãos a mesma coisa, e agora, o mesmo vestido, só que negro. Ele atacou a Maria, e ela fugiu, correu e começou a gritar. Até que se escondeu no armário, a sombra já havia quebrado quase todos os móveis portas e paredes da casa tentando matar Maria, mas não conseguiu ver o Armário. Como se ele estivesse enfeitiçado pelo Glamoury. Depois disso, Maria pulou do armário e atacou a sombra, correu para a cozinha e achou uma faca, e com essa faca, ela lutou contra a sombra, e entre lágrimas, ela enfiou a faca no coração dela. Dos olhos da sombra morta, escorriam lágrimas sujas e negras. E de seu sangue, saíam pequenas serpetes negras. Até que ela também foi sugada pelo chão e caiu na escuridão.

– Agora você Sarah! Concordo que fiquei preocupada e estamos muito curiosas em saber sobre sua visão com a Sombra.

Depois de contar toda a história. Minha avó ficou preocupada.

– Mas espere... Você matou a sua sombra, não foi?

– E-e-eu, eu não sei.

– Oh deus!

– Mas provavelmente sim. O sol a matou - disse o que parecia ser uma mentira, mas não era.... Provavelmente não era. Eu não tinha certeza.

– Espero que sim.
******)0(*****

Depois da visão com a Sombra, umas coisas estranhas tem acontecido comigo.

Eu venho tendo uns sonhos estranhos. Vóvó morreu há uns meses atrás. Ainda estamos tentando canalizar energias para seguir em frente sem a nossa querida anciã.

Mas antes de morrer. Ela me chamou em seu quarto e disse...

– Sarah. Eu quero que fique com meu grimório, e o de sua mãe que está junto com o meu no porão da casa. Você é a mais poderosa bruxa que eu já conheci. É a mais poderosa das suas irmãs, é a mais poderosa de nossa família com certeza, quero que seja a líder deste círculo...

– Mas vóvó. Eu não tenho poder algum. Não é melhor a Ann que...

– Não. Eu confio em você. Aquela visão com a sombra que você teve, eu esperei até esse dia pra lhe contar. A luz em que sua pele caiu, era a carcaça de sua antiga vida passada, que bloqueou seus poderes. Agora que está livre dela, você consegue fazer coisas inimagináveis. Eu sei que você escutou aquela conversa que eu tive com a Quennie. E nós não estávamos erradas, sua aura pode envenenar qualquer uma, de tão poderosa que é. Só quero que acredite e confie em si mesma. Assim, você poderá fazer de tudo... E muito mais.

Ela pegou minha mão e disse.

– Peça para suas irmãs invocarem seus animais de poder para protegê - las. E usem o invocamento da palavra sagrada quando precisarem escapar. Seu animal de poder Sarah, já lhe acompanhou em muitas vidas. Seu gato... Lunar. Ele vai lhe ajudar quando menos esperar... Acredite.

– Oh! Vóvó.

Me derramei em lágrimas.

– Não chore minha querida. Agora, me dê minha vassoura.

Não entendi seu pedido, mas o realizei sem nem pensar. Peguei a vassoura de vóvó que estava pendurada em cima atrás da porta, de ponta cabeça e dei pra ela.

– Obrigada querida. Agora vá se juntar ás suas irmãs, e me deixe. Vou fazer uma longa viagem nessa belezinha. Adeus Sarah.

– Adeus vóvó. Eu... Nós amamos você.

– Eu também te amo querida.

A deixei sozinha. E quando anoiteceu. O corpo de vóvó estava na cama, como se estivesse dormindo, abraçando a vassoura.

*** O DIA DA MORTE (Primeiro cap de Witch, prefácio)***

E assim, foi minha morte deste mundo. Por enquanto...

***(Shadow/)***

Estou viva? Mas como? Espera... Antes de morrer, eu senti...

Embora tivesse algumas perguntas, eu simplesmente sabia o que aconteceu. Antes de morrer eu invoquei a deusa Lilith, ela soube trazer a minha sombra de volta das trevas, e ficar no meu lugar na hora da morte. Ela morreu no meu lugar. Infelizmente, isso não aconteceu com minhas irmãs... Pois quando ela fizeram a visão da sombra. Elas ''mataram'' suas sombras... E eu não. E o pior disso tudo. É que eu sei que morrerei em breve afinal. Minha sombra está morta nessa vida. Então... Eu também tenho que estar. Ainda tenho um tempo. Perfeito, posso concretizar minha vingança

''Eu irei até um gato qualquer,

com rapidez, leveza e um capuz branco,

e eu me aproximarei em nome do deus de chifres,

e nessa forma irei voltar para casa''

Me agachei no chão e esperei Lunar me emprestar seu corpo.

E minha pele ficou um branco pálido, minha cabeça diminuiu e minhas orelhas cresceram e foram para o topo da cabeça, meus pelos cresceram e assim, e meu cabelo se juntou ao corpo. Por cima do meu ânus uma cauda cresceu puxada da ponta de baixo da minha coluna vertebral. Meu tórax ficou maior, meu corpo diminuiu, e minhas pernas e braços viraram para trás e os pés para frente.

E quando dei por mim, quando notei minha visão clara á distância, percebi que naquele momento eu era um gato, eu era o Lunar.

Voltei a forma humana, infelizmente deixei minha roupa em outro lugar. Fui para perto de alguns oficiais vasculhando as casas.

O que será que vão achar de uma jovem nua de longos cabelos negros, olhos azuis e um pentagrama no pescoço. Eles provavelmente não vão notar o pentagrama no meu peito... Então o pendurei no meu punho, com a palma da minha mão virada pro céu.

Assoviei para os oficiais, e eles ficaram parando me olhando e quando levantei meu pentagrama para eles, ele correram em minha direção.

E corri para a floresta, corri e corri. Assim como faz parte do meu plano.

Agora que eu sei que sou uma bruxa poderosa. Posso fazer isso.

Ergui as mãos e invoquei um círculo de fogo com um pentagrama de fogo dentro. O círculo era gigantesco e queimava quase toda a floresta.

Que os espíritos me perdoem. Mas eles mereciam. Queimei todos os policiais e inclusive me queimei. Não sentia nada, mas não tinha a visão. Como se meus olhos estivessem...

Negros...

E emfim, morri. Oficialmente


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Notas finais do capítulo

Na boa, minha mão tá doendo. Vou postar aqui o dia de estréia e o link de Hisórias de Halloween.
Bjooos Bye



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